Nós temos uma mania eterna (e feia) de enfeitar a vida dos outros. É aquela ideia famosa de que “a grama do vizinho é sempre mais verde”, e de fato e de longe, é mesmo.

O que ninguém te conta sobre morar fora

Mas, quando olhamos bem de perto, a vida de poucas pessoas é cheia de graça e com pouca desgraça. Na maioria dos casos é uma vida normal como a minha, como a sua, como a nossa.
Cheia de problemas, com angústias que são um convite para a insônia, com correria, contas atrasadas, filhos para buscar na escola, trabalho chato e maçante, enfim, uma vida comum, normalzona.
Também já escrevemos sobre morar fora e como planejar a sua mudança.

De longe o mar é mais azul

Isso é um fato. Se a vida do nosso vizinho ou parente de perto já parece melhor do que a nossa, de longe então é só sucesso. Quanto mais longe estamos uns dos outros, mais iludidos.
Achamos que o cara que se mandou para morar fora agora dorme em berço esplêndido, só come comida boa, faz viagens inesquecíveis, trabalha na maior e melhor empresa do mundo e largou todos os problemas quando se mudou.
Mentira, vou repetir: isso é mentira. O que ninguém te conta sobre morar fora é que você se torna apenas mais um na multidão que está tentando “dar certo”, mais um maluco ou maluca que terá que dar um jeito de arrumar a grana para pagar o aluguel deste mês.
Você pode conferir algumas dicas para saber como cálcular o custo de vida para cada país.

O mito do cara que só se dá bem

É um mito e, como quase todos os mitos, nasce de informações mal interpretadas. A gente vê que a pessoa que está morando fora postou uma foto em uma rede social qualquer e começa o mito.
Começamos imediatamente a conjeturar como ele está bem, que vive num lugar massa e que é a pessoa mais feliz (e estilosa) do mundo.
Mas a realidade não é bem essa. A real é que morando fora a gente precisa mudar, a gente se vê obrigado a crescer e a enfrentar medos que antes não precisávamos.
A gente morre de saudade daqueles que ficaram, a gente ainda está tentando colocar a vida nos trilhos e é, na melhor das hipóteses, um estrangeiro que conseguiu um emprego e está sobrevivendo.
Veja como pode conseguir emprego no exterior, ainda no Brasil.

Morar fora é pedreira

Morar fora é puxado e, na maioria das vezes, não tem lá muita graça. É necessário trabalhar muito, as coisas são caras, o aluguel está pela hora da morte, a gente divide apartamento com uma galera meio estranha e se dá por vencido quando tem um apêzinho pequeno, mas que é só nosso.
A gente se vira, a gente dá nossos pulos, a gente economiza para poder viajar, a gente conta as moedas para poder ir a um festival se divertir. No começo sonhamos alto, mas aos poucos vamos entendendo que a vida é feita de pequenas realizações no dia a dia.
É um amigo novo, uma menina gente boa que a gente conheceu e que veio dividir o apartamento, é alguém que sabe cozinhar muito bem e que nos convida para um jantar. É pequeno, é breve, mas é lindo.
Confira as vantagens e desvantagens de morar fora do Brasil.

É difícil, mas a gente ama

O que ninguém te conta sobre morar fora. Morar fora é difícil e não é para qualquer um. A gente sofre, a gente sente uma saudade dolorida, a gente rebola para continuar aqui, a gente corre atrás. Porém, a gente ama isso mais do que chocolate.
Sim, a gente se lasca, mas adora essa vida. A gente nem curte muito o trampo, mas ele nos garante uma graninha para viver com dignidade e, vez ou outra, fazer uma viagem e riscar um novo país do mapa. É na ansiedade de dar certo, na correria de deixar nossos familiares orgulhosos que a gente continua aqui.
Na luta. Na labuta. Aos poucos a gente vai se acostumando e nos tornando “de casa”. Devagarinho a gente se sente nativo e vai aprendendo a lidar com a saudade. Morar fora é assim, é para quem tem coragem e para quem é bom de espírito.

Sobre o autor

Cláudio Abdo
Cláudio Abdo aceitou o nosso convite para partilhar sua experiência e falar-nos de morar fora. Cláudio é brasileiro, publicitário, professor e faz Doutorado em Portugal.
É autor do livro “Morar fora: sentimentos de quem decidiu partir” recém-lançado pela Editora Chiado em Portugal e no Brasil.

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