Cai o preço das casas em Portugal: queda prevista de até 20%

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Um dos efeitos imediatos da pandemia de coronavírus é a crise econômica. Com ela, sofrem todos os setores, inclusive o imobiliário. Uma consequência imediata é que cai o preço das casas em Portugal.
Para quem tiver recursos, esta pode ser a hora de investir e também de negociar um bom aluguel. Mas há cuidados a serem tomados. Vamos falar sobre eles neste artigo. Confira.

Cai o preço das casas em Portugal: mudança no cenário de especulação imobiliária

Antes da pandemia, o mercado imobiliário em Portugal estava aquecido, com aumento dos valores de aluguéis, muitos imóveis disponíveis para locação de curta duração para turistas e muitas oportunidades para quem queria investir no setor.
A realidade, agora, é que o setor imobiliário de Portugal sofre uma grande mudança. Se ela será perene ou temporária, ainda não é possível garantir.
Com a redução drástica no turismo, os proprietários de imóveis antes destinados à locação temporária colocam seus apartamentos e casas à venda ou para locação por períodos mais longos, visando atrair quem realmente reside em Portugal.
Ao mesmo tempo, a crise econômica que se desenha – e promete recessão e altas taxas de desemprego pelos quatro cantos do planeta – derruba os preços de maneira significativa.

Queda nos preços para alugar e comprar

Nas palavras do presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (Apemip), o setor imobiliário encontra-se parado em Portugal. “Não está acontecendo rigorosamente nada”, afirmou em entrevista ao Jornal Económico. Até as visitas aos imóveis, em tempos de pandemia e distanciamento social, são evitadas, sendo realizadas apenas virtualmente.
Nos cálculos dos profissionais do setor, a queda nos preços dos aluguéis já chega a 20%. Na venda, o recuo é de 15%. E as locações no Airbnb, por exemplo, estão 50% mais baratas.

Imóveis voltam a ter preços que condizem com o valor real

Para o corretor Hugo Silva, da Remax, o que se vive em Portugal, no momento, é um ajuste mais realístico dos valores. “Os imóveis que estão com preço caindo são claramente aqueles que estavam inflacionados. Eles não valiam os preços que tinham”, defendeu em entrevista à TVI.
Já Ricardo Sousa, CEO da Century 21, apontou outra questão. Para ele, os imóveis com valores mais baixos são, na verdade, propriedades de pessoas que foram atingidas pela crise e precisam de renda imediata. Nestes casos, de venda feita às pressas, o desconto chega a até 15% do valor do imóvel.
No estudo Portuguese Investment Property Survey, realizado pela revista Confidencial Imobiliário, a perspectiva do setor é que os preços caiam 8,4% nos próximos 12 meses e as vendas recuem 15,7%.

Quando o setor tende a retomar o crescimento?

Para os especialistas do setor imobiliário, a recuperação da crise não se dará em V, ou seja, de maneira imediata. Mas a tendência é que o mercado retome algum fôlego já em meados de 2021.
Neste sentido, a Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários (APPII) lançou no dia 2 de junho de 2020 o Programa Relançar, que visa estimular o setor imobiliário do país. Entre as principais medidas propostas estão a retomada da emissão de vistos Gold e a redução de impostos sobre novas construções.

Cuidados necessários ao arrendar

E isto acende um alerta relevante para quem alugar apartamento ou casa em Portugal agora. Pode haver uma subida inesperada de valores pós-crise. Então, esteja preparado para este risco. Especialmente se você alugar um apartamento antes destinado à locação por temporada.
Apesar de os proprietários estarem negociando contratos mais longos de aluguel, por seis meses ou até um ano, esteja preparado para que o apartamento ou casa seja solicitado de volta tão logo a atividade turística reaqueça no país.

Nenhum despejo até 30 de setembro

Atualmente, uma lei garante que nenhum despejo será realizado até 30 de setembro. A medida, que pode ser novamente prorrogada (a lei inicial previa o benefício somente até junho), visa proteger os inquilinos durante a crise.
Para depois deste período, nossa dica é exigir cláusulas muito claras a respeito de reajustes no contrato de arrendamento.
Ao realizar a locação diretamente com o proprietário, você acaba pagando menos, é verdade. Mas, nestas horas de crise, com muitos fatores a serem avaliados, ter a intermediação e a assessoria de uma imobiliária pode ser uma boa ideia para assegurar os seus direitos.

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Cenário pré-pandemia: investimento estrangeiro e turismo alteraram o mercado imobiliário português

Até antes da pandemia de coronavírus alterar o cenário mundial, Portugal vivia um momento de expansão motivado em grande parte pelo setor imobiliário, que responde por 15% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
De olho nas oportunidades portuguesas, os estrangeiros injetaram 25 bilhões de euros no setor imobiliário português, entre o fim da crise de 2008 e o final de 2019.
Para muitos estrangeiros, brasileiros inclusos, Portugal unia o útil ao agradável. Era um país em retomada econômica, precisando de investimento exterior. Era também um destino turístico que atraía muitos visitantes através das plataformas de locação de imóvel por temporada. E era ainda um país que concedia visto de moradia na Europa para quem comprasse um imóvel no valor de, no mínimo, 500 mil euros, o Golden Visa.
A procura foi tanta (chineses e brasileiros à frente do movimento), que cidades como Lisboa e Porto foram transformadas.
Os preços dos imóveis subiram de maneira nunca vista, em grande parte por especulação. Tanto que limites ao acesso de estrangeiros aos imóveis precisaram ser impostos, para garantir moradia aos locais e preservar algumas características culturais. Por conta disso, o Orçamento do Estado de Portugal de 2020 aprovou limitações ao Visto Gold, que ainda não entraram em vigor.

Venda de casas e preço para arrendamento atingiram valores recordes

Conforme afirma o Jornal Económico de Portugal, eram vendidas 500 casas por dia no país. O preço médio do metro quadrado em Lisboa era de 3,250 mil euros, duas vezes mais do que no Porto e três vezes mais do que no resto do país.
O aluguel de um apartamento de dois dormitórios em Lisboa custava 900 euros por mês e os locatários precisavam depositar seis meses adiantados para garantir o imóvel.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística, entre 2013 e 2019, os preços das casas em Portugal subiram em média 53%. Em algumas regiões, os preços tornaram-se incompatíveis com a renda da maioria dos portugueses, o que confirma que a especulação dos últimos anos manteve os valores praticados fora da realidade.
Será que esse cenário irá retornar? Ainda não é possível afirmar. O fato é que Portugal certamente continuará a ser um dos países com menor custo de vida na Europa. Conta com a facilidade do visto Gold, que é um chamariz para estrangeiros. Vive em estabilidade política e oferece qualidade de vida. Ou seja: o lugar tem tudo para retomar os patamares imobiliários pré-Covid-19.

Hora de aproveitar a oportunidade

Então, se é uma realidade que com a crise causada pela pandemia cai o preço das casas em Portugal, nossa dica é aproveitar o momento para quem puder alugar a preços melhores, tomando as devidas precauções.
Para quem pensa em se desfazer do imóvel, o momento é de cautela, para não perder dinheiro.
Já para quem pensa em comprar casa em Portugal,  saiba que o país tem linhas de crédito para estrangeiros desburocratizadas e bastante acessíveis. Para saber mais sobre financiamento de imóveis em Portugal, leia nosso artigo completo.
Boa sorte!

Cláudia Zucare

Cláudia Zucare Boscoli trabalha como jornalista há 20 anos, tendo se formado na Cásper Líbero, com extensão em Jornalismo Social pela Universidade de Navarra (Espanha), especialização em Marketing Digital pela FGV e pós-graduação em Jornalismo Econômico pela PUC-SP. Já trabalhou para IstoÉ Online, O Estado de S. Paulo, Diário de S. Paulo e Editora Abril, entre outros veículos. Adora viajar, conhecer novas culturas e contar o que descobriu.

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