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Economia da Itália: conheça o cenário econômico em 2023

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A economia da Itália havia conseguido se recuperar com sucesso das consequências da crise de 2008 e já estava de novo dando sinais de crescimento. Porém, com a chegada da pandemia do coronavírus em 2020 e o início da guerra da Ucrânia em 2022, os italianos sentiram um forte impacto nos seus bolsos.

A queda do PIB, o aumento da dívida pública e o crescimento da taxa de desemprego foram algumas das principais consequências que atingiriam a Itália. Mas, o país parece estar se recuperando em meio ao cenário de crise mundial. Vamos conhecer mais sobre a economia italiana?

Como está a economia da Itália atualmente?

A Itália é a 8ª maior economia do mundo e o 31ª país mais rico do planeta. Podemos dizer, assim, que a economia italiana é uma das maiores e mais relevantes da atualidade.

Porém, é claro que a economia da Itália não está isenta de controvérsias. Tendo sido afetada pelas crises de 2008, da Covid-19 e da guerra da Ucrânia, o país sofreu diversas instabilidades econômicas nos últimos anos, que geraram consequências não pouco relevantes.

Para entendermos um pouco mais do cenário econômico da Itália em 2023, conversamos com o Thiago Dalla, engenheiro formado no Brasil que atua como especialista em economia, mercado de trabalho e vida na Itália.

Thiago Dalla possui uma visão positiva para o futuro da economia da Itália.

Segundo o especialista, o atual cenário da economia da Itália é muito positivo e, de certa forma, surpreendeu a todos dentro do contexto europeu, uma vez que a consequência mais provável era o prolongamento da situação de crise.

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“Os indicadores mostravam que a Europa como um todo poderia sofrer um pouco mais que outras zonas em 2023 com uma forte recessão por uma série de motivos. Porém, logo no primeiro trimestre, os números da economia italiana surpreenderam até mesmo especialistas. A Itália passou por um fechamento muito otimista em 2022, com o aumento do PIB em 2,6%, com números assustadores nas contratações em 2023 e a queda no valor do gás e da energia”, ressalta Thiago.

Com o risco de recessão cada vez mais distante, a economia da Itália irá crescer consideravelmente no primeiro semestre de 2023, impulsionada pelo turismo e pelos incentivos do governo italiano nos setores de construções, serviços gerais e indústrias.

“Segundo estudos, a tendência é que tenha um crescimento de 12,2% a respeito de 2022, mas o valor mais importante nessa informação é que os preços no setor turístico na Itália também aumentaram. Logo, existe uma previsão de que a Itália fature 22,8% a mais do que o ano de 2022!”, afirma o especialista.

Histórico da economia da Itália

O histórico da economia italiana não é marcado somente por momentos positivos, mas também pela presença de diversas crises econômicas, dentre as quais podemos destacar algumas de maior relevância.

Crise de 2008 na Itália

Quando falamos do século XX, a crise de 2008 foi um dos maiores marcos na história econômica da Itália, provocando consequências que seriam visitáveis por mais de uma década no país.

A crise de 2008, conhecida também como crise imobiliária, provocou consequências severas para o país. A partir do final de 2007, a economia da Itália entrou em um cenário incerto e instável que duraria mais de 12 anos.

Com a eclosão da crise, não somente a economia interna foi afetada, uma vez que a Itália perdeu a capacidade de atrair investimentos estrangeiros para o país.

Esse cenário seria um verdadeiro pesadelo para os italianos por mais de uma década, tanto é que quando a crise provocada pela pandemia do coronavírus chegou ao país, no começo de 2020, o país ainda não estava recuperado totalmente da crise anterior.

Crise da Covid-19 na Itália

A Itália foi um dos países mais atingidos pela pandemia do coronavírus que começou logo no início de 2020. Afinal, a doença provocou a morte de mais de 180 mil pessoas no país e motivou a tomada de medidas drásticas por parte do governo, que precisou ordenar o fechamento de comércio, obras, indústrias e investimentos por diversos meses.

O impacto da crise da Covid-19 foi, dessa maneira, extremamente relevante para a economia italiana. O PIB do país em 2020 despencou de 1,797 trilhões de dólares para 1,661 trilhões de dólares, segundo dados do site Dados Mundiais.

Também é importante ressaltar o impacto da pandemia no setor de turismo, um dos mais relevantes para a economia da Itália: o setor do turismo sofreu queda de 61%. A dívida bruta do país, por sua vez, aumentou quase 9%.

Felizmente, com o avanço na aplicação da vacina contra a Covid-19, a economia italiana começou a dar sinais de recuperação em 2021. Com a campanha de vacinação, as atividades econômicas começaram a caminhar novamente.

Assim, em 2021, o PIB italiano cresceu de novo e alcançou quase o mesmo valor que possuía antes do começo da pandemia em 2020: 1,782 trilhões de dólares.

Guerra da Ucrânia e o impacto na Itália

A Guerra na Ucrânia impactou diretamente a economia de toda a União Europeia, incluindo aquela da Itália, principalmente devido à dependência do gás russo. Com a eclosão da guerra em fevereiro de 2022, as consequências no valor do gás natural foram imediatamente sentidas, com um aumento de 30% no valor do mesmo.

Outro grande problema foi a dependência do trigo da Ucrânia, que representava cerca de 20% das importações da Itália. Com isso, produtos como massas (muito importante para os italianos), pão, farinha e biscoitos sofreram aumentos significativos nos supermercados na Itália.

Segundo informações divulgadas pelo Sky Tg24, as consequências do conflito na Itália ainda são incertas em 2023, depois de um ano de guerra na Ucrânia. Se o fornecimento de gás russo fosse permanentemente suspenso, então o valor do produto cresceria significativamente em 2023, mais e a taxa de inflação poderia ser também afetada.

Principais indicadores da economia da Itália

Os indicadores econômicos podem ser os nossos melhores aliados para a compreensão da situação da economia de um determinado país. Vamos conhecer mais sobre os principais e o que eles podem nos dizer sobre a economida da Itália?

PIB

O PIB (Produto Interno Bruto) é um dado produzido a partir da soma de todos os serviços e bens produzidos por um país, durante um período de tempo.

Com base nos dados divulgados pela Comissão Europeia durante Winter Economic Forecast de 13 de fevereiro, o cenário italiano é um dos melhores possíveis: o PIB irá crescer em 2023, mantendo uma média de 0,8%.

Se essas previsões positivas forem concretizadas, a Itália irá superar o crescimento do PIB de países como Alemanha (0,2%) e França (0,6%), além dos 0,3% italianos registrados no final de 2022.

Para se ter uma ideia, o PIB do país já está alcançando níveis pré-pandemia. Antes do início da pandemia, o PIB italiano tinha um crescimento médio de 0,3% ao ano.

Dívida pública

A divida pública altíssima é um problema crônico para a economia da Itália.

Em 2020, com a crise da Covid-19, a dívida pública italiana atingiu os dos níveis mais altos já registrados pela história do país: 157,5% do PIB da Itália. Porém, com o crescimento da economia do país, como mostram os dados que analisamos juntos ao longo do texto, a dívida pública também diminui.

No primeiro semestre de 2023, ela representa 144,7% do PIB, ou seja, cerca de 3,167 trilhões de dólares.

A Itália possui um problema crônico com a dívida pública do país.

Apesar da melhora no índice, a dívida italiana ainda é extremamente elevada e precisará ser uma das urgências na agenda do governo Meloni.

Inflação na Itália

Um grande medo em torno de um possível aumento da inflação na Itália em 2023 assolava os políticos e cidadãos italianos em 2023.

Porém, felizmente, as previsões mostram que a inflação italiana irá sair dos 8,3% de 2022 e atingir 6,1% em 2023. Se o cenário continuar positivo dessa forma, a inflação chegará na casa dos 2% em 2024, uma das taxas mais baixas já registradas na história do país.

Taxa de juros de empréstimos

A taxa de juros de empréstimos (tassa di interesse sui prestiti) italiana sofreu um aumento significativo em 2023, principalmente quando comparada aos dados de anos anteriores.

Em 2021, a taxa era de 2,20%. No ano seguinte, 2022, a taxa de juros foi de 2,5% e, em 2023, ela alcançou a casa dos 3%.

Taxa de desemprego na Itália

Em relação à taxa de desemprego, a Itália detém um dos mais altos índices na Europa, ao lado de países como Espanha e Grécia.

O aumento da taxa de desemprego foi uma das consequências mais visíveis durante o período de crise da Covid-19. A guerra da Ucrânia, felizmente, não afetou esse índice diretamente.

Em comparação com os 9,3% de 2021, a taxa de desemprego na Itália em 2023 é surpreendente: 7,9% registrados em janeiro.

Assim, apesar de um crescimento de 0,2% na taxa em janeiro de 2023, a quantidade de empregados está crescendo consideravelmente no país.

“E quando falamos de emprego, a taxa de desemprego atualmente é de 7,8%, sendo assim, a quantidade de empregados alcançou o número mais alto nos últimos 30 anos.”, ressalta Thiago.

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Onde acompanhar os indicadores da economia italiana?

Os indicadores da economia italiana são publicados e constantemente atualizados em diversos portais online.

As fontes mais confiáveis para acompanhar os indicadores da economia da Itália são os seguintes:

Esses quatro portais divulgam somente dados oficiais e atualizados. No site da Borsa Italiana, por exemplo, os dados são divulgados em tempo real.

O impacto dos imigrantes na economia da Itália

O impacto dos imigrantes na economia da Itália é positivo.

De fato, os imigrantes produziram 144 bilhões de valor agregado em 2022, contribuindo em 9% para o PIB italiano, um valor muito significativo e que aumenta ainda mais quando pensamos em áreas específicas, como agricultura (17,9%) e construção (16,3%).

Na Itália, vivem mais de 5 milhões de imigrantes, dos quais 78% estão empregados, um valor expressivo e que não pode ser desconsiderado.

“Enquanto imigrante e após ter trabalhando no país, acabei encontrando pessoas de diversas nacionalidades e percebendo que é uma mão-de-obra indispensável para a economia italiana. Existem regiões na Itaáia, como o Veneto, que já fizeram campanhas de imigração para suprir a demanda faltante de mão de obra”, relata Thiago Dalla.

O maior impacto dos imigrantes na economia da Itália está, sem dúvidas, relacionado ao trabalho. Em 2020, em várias regiões italianos, o trabalho de imigrantes ultrapassou os 10% do trabalho total: Lazio (13,6%), Emilia-Romagna (13,1%), Umbria (12,4%), Toscana (12,3%), Lombardia (12,2 %), Veneto (11,8%) e Ligúria (10,6%). Dessa forma, percebemos que a mão de obra imigrante é desejada e necessária para o andamento da economia italiana.

“Vagas para o chamado Decreto Flussi são abertas todos os anos com o objetivo de suprir diretamente a demanda nos setores: transporte, civil, turístico, mecânica, telecomunicações, alimentares e obras navais. Em 2023, 82.705 vagas para trabalhadores estrangeiros na Itália foram disponibilizadas”, ressalta o especialista.

Outra contribuição dos imigrantes na economia está relacionada ao crescimento demográfico. A Itália é um país que possui um problema crônico de queda demográfica e, dessa maneira, a imigração é um fenômeno que garante o equilíbrio demográfico da população.

Confira como vivem e qual o perfil dos brasileiros na Itália.

Previsões para a economia da Itália em 2023

As previsões para a economia da Itália em 2023 são positivas e baseadas em dados concretos que mostram o crescimento do país e a recuperação das crises superadas.

Segundo dados do site PartitaIva.com, a produção da economia italiana registrou um aumento de 0,1%, atingindo 3,9%. Particularmente, o setor imobiliário foi um dos mais afetados positivamente, assim como o setor de vendas.

Outro fator que sustenta as previsões positivas para a economia da Itália 2023 é o fim dos incentivos fiscais sobre o custo da gasolina e as medidas de apoio aos altos custos das contas para empresas e famílias, que ficaram em vigor somente até março.

Os italianos podem ficar mais tranquilos com as previsões para a economia do país em 2023

Assim, de uma forma geral, o cenário econômico italiano em 2023 deve ser predominantemente positivo. Tudo indica que, seguindo uma tendência mundial, a recessão estará cada vez mais distante da economia da Itália.

Com o atual cenário da economia da Itália, vale a pena investir no país?

Sim, vale a pena investir na Itália.

Apesar da recente recuperação de duas crises muito importantes, a economia italiana está mostrando sinais de crescimento relevantes.

Thiago Dalla diz que vale a pena investir no país, uma vez que a Itália é a 8ª economia mais forte do mundo, além de possui a 4ª maior reserva de ouro em escala global, o que lhe garante uma estabilidade em possíveis futuras emergências. Outra característica que torna a economia italiana muito forte é o Euro, uma moeda historicamente estável e que, apesar de ter sofrido com a guerra da Ucrânia, continua sendo uma moeda poderosa.

Porém, qual é o tipo de investimento ideal no contexto italiano de 2023? Devemos considerar que além da possibilidade de investir em ações existem também diversas possibilidades com empresas e negócios em geral no país.

“Na Itália, 2 tipos de empresas podem ser abertas, chamadas de Partiva IVA di regime forfettario e a Partita IVA di regime ordinario, equivalentes, respectivamente, ao MEI e ao CNPJ. A primeira é considerada uma das melhores maneiras para incentivar a abertura de pequenas empresas, com uma taxação de impostos de somente 5% e um faturamento máximo de 85 mil euros/ano”.

Mas, é claro que os investimentos devem ser feitos com cuidado. Apesar de ser muito difícil ver negócios e empresas fechando com frequência na Itália, o Thiago alerta que o investimento em negócios físicos na Itália carrega, na opinião dele, um aspecto de resistência da população.

“O primeiro objetivo, depois da análise da cultura e região, deve ser tentar “furar a bolha” da resistência e depois você terá um público fiel. Em geral, o brasileiro quando vê que algo novo abriu, a tendência é que tenha uma aceitação de mercado e gere curiosidade. Porém, gerar a fidelidade no brasileiro acaba sendo mais fácil do que no italiano médio”, afirma Thiago.

A Itália é, assim, um bom país para investimentos, mas eles devem ser feitos após uma análise cuidadosa do público e do cenário geral.

Quais os melhores setores para investimento?

Em 2023, os melhores setores para investimento na Itália foram aqueles relacionados à produção de soluções aos problemas causados por um contexto de guerra (como aquela da Ucrânia) e crises econômicas, como aponta Thiago. Dentre as principais áreas, podemos citar:

  • Energias renováveis;
  • Energia Nuclear;
  • Softwares;
  • Inteligência artificial;
  • Robótica;
  • Pagamentos onlines;
  • Realidade virtual;
  • Farmacêutica;
  • E-Commerce (ganhou muita força especialmente depois da crise da Covid-19).

As estratégias de investimento na Itália devem estar de acordo com o momento enfrentado pelo mercado no momento do investimento, segundo Thiago Dalla. Devem ser considerados os índices de crescimento econômico, inflação, deflação e recessão. O andamento da guerra entre Rússia e Ucrânia deve ser acompanhado de perto também.

Vale a pena morar na Itália na atual situação econômica?

Sim, vale a pena.

Os índices econômicos indicam que morar na Itália pode ser uma ideia, uma vez que o país está se recuperando dos momentos de crise do passado e caminhando rumo a um período de forte crescimento que acompanhará o desenvolvimento econômico da União Europeia como um todo.

As perspectivas parecem muito promissoras para os próximos anos. Mas, se você ainda têm dúvidas e quer encontrar outras inspirações para tomar a decisão de viver no continente europeu, confira o nosso Ebook O sonho de viver na Europa. Nele você irá encontrar um conteúdo exclusivo com dicas e relatos de brasileiros quem conseguiram realizar esse sonho.

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Giovanna Mauro

Giovanna é ítalo-brasileira e, após ganhar uma bolsa, foi para a Itália cursar Italian Medieval and Renaissance Studies na Universidade de Padova. Apaixonada por educação, escrita, estudos e viagens, quer compartilhar o seu conhecimento com o maior número de pessoas possíveis.

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