Depois de três meses fechada, a Itália abre fronteiras e libera a circulação de pessoas dentro do seu território e também as fronteiras com os demais países da União Europeia a partir desta quarta-feira (3 de junho).
O país, que chegou a ser o epicentro da pandemia de coronavírus e contabiliza mais de 33 mil mortes decorrentes do Covid-19, busca retomar a normalidade dentro do possível e incentivar o turismo, em uma tentativa de aproveitar ao menos o final do verão europeu.
Em 2019, o setor turístico representou 13% do Produto Interno Bruto (PIB) italiano e foi o responsável por 1,5 milhão de empregos.
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Itália abre fronteiras: retomada do turismo

Com a reabertura, filas já se formavam frente às balsas que ligam a Sicília ao continente.
O governador da Calábria, Jole Santelli, em um apelo por turistas, fez o convite: “Venha para a Calábria. Só há um risco: engordar”, afirmou à imprensa.
A companhia aérea Alitalia, por sua vez, anunciou que está aumentando os voos em 36% este mês, incluindo uma rota sem paradas entre Roma e Nova York.

Cuidados continuam

Apesar da autorização de livre-circulação de pessoas, cada região do país tem autonomia para definir suas medidas de contenção ao vírus.
Na região do Lazio, por exemplo, onde fica a capital Roma, ainda há controle de temperatura de todos os passageiros que chegam de avião ou barco. Testes rápidos são feitos em todos que apresentem temperatura acima de 37,5 graus – se o resultado é positivo, uma quarentena de 14 dias é imposta ao viajante.
“A crise do coronavírus não terminou”, advertiu o presidente Sergio Mattarella, na terça (2), recordando aos italianos que uma segunda onda de contágio não está descartada.
O Norte da Itália, especialmente a região da Lombardia, segue em atenção. Por lá, novos casos continuam a ser relatados. Emília-Romanha, Piemonte e Veneto também são consideradas as regiões mais críticas.

Polêmica nas restrições de alguns países?

A reabertura de fronteiras, no entanto, tem gerado uma certa tensão diplomática na Europa. Alguns países vizinhos temem que a Itália piore o cenário da pandemia no continente.
Grécia, Áustria, Suíça, Reino Unido e Bélgica, por exemplo, ainda consideram a Itália como um epicentro da doença e desaconselham viagens para lá.
O ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, foi ao Twitter dizer que não aceitará que outros países tratem italianos como “leprosos”. Ele prometeu que irá a estes países negociar e desfazer a imagem de que a Itália ainda seja um risco.
Ainda ameaçou dizendo que usará o princípio da reciprocidade se países estrangeiros restringirem a entrada de italianos. “Acreditamos no espírito europeu, mas estamos prontos para fechar as fronteiras àqueles que não nos respeitam”, disse.
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Itália abre fronteiras: o que já funciona no país?

Além das fronteiras reabertas, lojas, cafés e outros estabelecimentos comerciais estão abertos na Itália. O transporte público também já retornou. Pontos turísticos, como Basílica de São Pedro, Coliseu, Torre de Pisa, catedrais de Milão e Florença, e Museus do Vaticano, entre outros, já estão abertos também, mas com recomendação de uso de máscaras, controle da frequência e distanciamento entre os visitantes.
A partir de 15 de junho, serão reabertos cinemas e teatros e shows também poderão ser realizados. Mas os assentos serão demarcados, com distanciamento de 1 metro entre as pessoas.
A reabertura de escolas está prevista para setembro.

Cenário do coronavírus na Itália

O primeiro caso de coronavírus foi reportado na Itália em 21 de fevereiro, na cidade de Codogno, na Lombardia. Desde então, o total de infectados é de mais de 233 mil e as mortes, mais de 33 mil.
Na terça-feira (2 de junho), o menor número de casos foi reportado: 318 novas confirmações da doença e 55 mortes. Destes casos, 66% foram reportados na Lombardia. Isto apesar de Milão, centro financeiro, responder pela maior quantidade de casos no país.
Comparativamente, a Espanha registrou apenas uma morte desde 1 de junho. Na última semana, foram 35 mortes registradas. O total de casos no país se aproxima de 240 mil e as mortes ultrapassam 27 mil.
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UE quer minimizar impacto econômico

Por conta da pandemia, a Itália viu seu PIB encolher 5,3% no primeiro trimestre de 2020. A projeção de queda até o final do ano é de 10%.
O resgate do turismo já é visto inclusive pela União Europeia como necessário à economia da região.
A recomendação do órgão era que as fronteiras ficassem fechadas até pelo menos o dia 15 de junho. Agora, a União Europeia já incentiva a criação de “corredores turísticos”, promovendo a livre-circulação de pessoas entre países que se encontrem em situação semelhante de controle da pandemia – levando em conta novos casos e capacidade do sistema de saúde.

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Outras reaberturas previstas na Europa

A Alemanha confirmou nesta quarta-feira (3 de junho) que irá suspender as restrições de viagens na Europa a partir do dia 15 de junho.
Na França, as viagens já são permitidas dentro do país. Para o restante da Europa, estão previstas para serem retomadas também no dia 15.
Portugal se prepara para reabrir aos viajantes no dia 6 de junho.

É seguro ir para a Itália agora?

Dentro da “nova realidade”, a Itália abre fronteiras e se apresenta tão segura quanto qualquer outro país europeu em controle da pandemia. Os cuidados pessoais, obviamente, devem ser sempre mantidos – uso de máscara, higiene das mãos, distanciamento social mínimo de 1 metro. Agora, se puder evitar a região norte do país, melhor para você. Bom retorno!