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Por que eu escolhi morar na Suécia (e toda a aventura até chegar aqui!)

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(Revisado em Maio de 2021). A Suécia ainda não é um país muito conhecido entre boa parte dos brasileiros, e por isso muita gente estranha quando digo que moro aqui. O fato é que em janeiro de 2021 eu completei 9 anos de Suécia, e por isso resolvi contar um pouquinho sobre a minha trajetória do interior do Espírito Santo até à terra dos vikings!

Como decidi morar na Suécia

Para contar como eu decidi morar na Suécia, preciso contar o que aconteceu no ano de 2008, quando saí do Brasil pela primeira vez. Em janeiro daquele ano eu fiz o que muitos brasileiros faziam e ainda fazem: fui para Londres estudar inglês. Claro que eu estava muito animada não só em aprender inglês, mas sim em sair do Brasil e ver como era a vida “lá fora“.

Tudo começou com um intercâmbio

A minha experiência de fazer intercâmbio foi muito positiva. Eu pude não só melhorar meu inglês mas também conhecer pessoas e estilos de vida completamente diferentes de tudo que eu já havia visto no Brasil.

Intercâmbio é uma experiência de vida que vale a pena considerar realizar. Confira as nossas dicas.

Violência no Brasil

Veja bem, é claro que em 2008 a violência já existia no Brasil, mas acho que posso dizer que não era algo tão latente como hoje em dia.
Graças a Deus nunca passei por nada de ruim, mas mesmo naquela época eu me sentia muito insegura, e por isso eu era, de certa forma, obrigada a ficar em um estado constante de paranoia para tentar evitar que algo ruim acontecesse comigo. Quando fui para fora do Brasil, eu pude conhecer o que é ter liberdade.

Viver sem medos

É claro que não existe nenhum país no mundo onde a violência não exista, mas mesmo em Londres (uma das cidades mais agitadas do mundo), eu me senti tão livre em todos os sentidos que eu percebi que eu queria aquilo para a minha vida. Eu não queria mais sentir medo de ser assaltada, violentada e/ou assediada do tempo todo. Em Londres eu realmente conheci o que é realmente ter liberdade de ir e vir.

Uma das coisas que também me chamaram atenção durante o meu intercâmbio foi poder conhecer pessoas de diferentes culturas, línguas e países.
Eu podia sentir que eu estava crescendo como ser humano, como eu estava evoluindo ao simplesmente conhecer pessoas que vinham de um lugar completamente, pessoas que eram diferentes de mim em vários aspectos, culturas que eu só conhecia pela televisão ou livros, etc. Poderia escrever um texto só sobre isso.

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Você também pode conferir o que escrevemos sobre a decisão de sair do Brasil.

A primeira vez na Suécia

Meu intercâmbio em Londres foi curto. Tudo isso que eu contei para vocês ali em cima aconteceu em apenas um mês. Mas antes de voltar para o Brasil eu visitei a Suécia pela primeira vez.

Toda a beleza de Estocolmo na Suécia

Fiquei aqui durante duas semanas, e se você acha que eu já tinha visto coisas diferentes lá em Londres, posso de dizer que a minha experiência na Suécia foi ainda mais intensa, mesmo sendo mais curta.

Me apaixonei pelo país nórdico

Sem contar o clima (minha visita foi no ápice do inverno de 2008), eu pude ter um gostinho de como as coisas funcionavam por aqui. Eu vi que a Suécia também não é perfeita (claro), mas mesmo assim eu me apaixonei pelo país.

A volta para o Brasil

Após duas semanas na Suécia, chegou a hora de voltar para o Brasil e seguir o plano que eu já tinha por lá: começar uma faculdade.
Voltei, comecei a faculdade e tentei seguir a vida normalmente, mas durante o tempo todo eu estava incomodada. Eu não odeio o Brasil e sei que existem muitas coisas boas lá, mas eu havia sentido o gosto da vida que eu realmente queria ter enquanto eu estava fora do país. Eu queria poder ter um estilo de vida que combinasse mais comigo, e também queria ter aquela liberdade que eu contei para vocês ali em cima.

Cidadania italiana e morar no exterior

Enquanto eu cursava dois semestres de Relações Internacionais, eu comecei a pensar em diferentes alternativas que me permitissem sair do Brasil e fazer o que meu coração estava mandando: morar no exterior.

A forma mais realista que eu encontrei foi tentar tirar meu passaporte italiano, pois sabia que isso iria me ajudar muito, ainda que na época eu nem houvesse decidido qual seria o meu destino.
Corri atrás de todos os documentos que eram necessários (foi uma verdadeira maratona) e em janeiro de 2009 eu me vi embarcando para a Itália pela primeira vez. Chegando lá eu fiz o meu segundo intercâmbio e estudei italiano durante três meses em Roma, e após esse tempo eu dei início ao processo de reconhecimento da minha cidadania italiana.

Caindo no golpe da cidadania italiana

Como naquela época eu não entendia nada sobre cidadania italiana, eu decidi contratar os serviços de um assessor para me ajudar no processo do meu reconhecimento.

Quando fui para a Itália em 2009, esse tal assessor me falou que eu poderia ir e que ele me enviaria os documentos que estavam faltando quando eu já estivesse na Itália, e eu, inocente, acreditei no que ele me falou.

Faltavam documentos

Fui para a Itália e depois que meu intercâmbio em Roma acabou, fui para Veneza dar entrada no meu processo. Para resumir: dei entrada no meu processo e é claro que estavam faltando vários documentos (aqueles que o assessor falou que iria me enviar).

Depois de um bom tempo a situação ficou insustentável (ele pedia dinheiro “para conseguir liberar o documento x” o tempo todo), e eu decidi voltar para o Brasil, afinal pagar as contas em euro com dinheiro vindo do Brasil não estava dando muito certo.

A descoberta do golpe

Claro que eu percebi que havia sido vítima de um golpe antes mesmo de voltar para o Brasil, mas depois de um tempo no país um tive realmente certeza que havia sido enganada não só pelo tal assessor mas também pela advogada que eu precisei contratar (e que ele havia indicado).

Explico: um dos documentos que eu precisava (a certidão de nascimento de um parente) simplesmente não existia, e eu tive que entrar na justiça para que um juiz pudesse dar autorização para que um cartório pudesse emitir o documento.

Como sabemos, a justiça brasileira é extremamente lenta, mas depois de um tempo eu decidi investigar de perto o que estava causando tanta demora.

Até advogada atrapalhou o processo

Para resumir mais uma vez: descobri que a tal advogada estava me enrolando. Para que a audiência com o juiz pudesse ser marcada, eu precisava que um certo documento fosse incluído no processo.

Eu tinha o tal documento e a advogada sabia disso, mas mesmo assim o processo ficou indo e voltando entre o fórum e o ministério público durante muito tempo, e claro que a advogada pedia dinheiro “para conseguir fazer x coisas” enquanto esse vai e volta acontecia.

Mais uma barreira para ultrapassar

No final das contas eu consegui resolver o problema, audiência foi marcada e depois de um tempo eu tinha o documento que eu precisava, mas foi depois disso que eu descobri um outro golpe: eu precisava que todos os documentos emitidos no Brasil fossem validados pelo consulado italiano antes de ir para a Itália, e aquele tal assessor não me falou nada sobre isso antes de basicamente me mandar pera a Itália pela primeira vez.

Isso só mostra que quando você for contratar um assessoria para cidadania italiana, precisa ter muito cuidado, e eu não tive.

Indo para a Europa pela segunda vez

Após finalmente conseguir tudo que eu precisava, voltei para a Itália em 2011 para tentar ter minha cidadania italiana reconhecida mais uma vez.

Pausa para um recado: eu pensei em desistir do meu sonho de morar fora várias vezes. Ter que engolir o orgulho, voltar para o Brasil e passar por isso tudo que eu falei para vocês ali em cima é completamente desgastante psicologicamente.

Porém, hoje em dia eu posso ver que morar fora muitas vezes não é tão rápido quanto nós gostaríamos, e muita gente precisa ter paciência para alcançar esse sonho, seja por causa de dinheiro, de burocracia, por causa dessas duas coisas ou por vários outros motivos.

A vida na Itália e a decisão de morar na Suécia

Na Itália eu corri atrás do meu reconhecimento mais uma vez. Entreguei todos os documentos necessários e depois de quase 1 ano (sim, quase 1 ano!) eu consegui o meu tão sonhado reconhecimento.

Mas não pense que foi fácil: eu era a primeira pessoa da minha família a passar por tudo aquilo, eu estava sozinha, não tinha muito dinheiro e por causa da legislação italiana eu não poderia trabalhar quanto esperava o meu reconhecimento como cidadã italiana.

Uma espera, desesperante

Eu passava o dia dentro de casa vendo filme pelo computador porque não tinha dinheiro nem para ficar passeando pelas redondezas. Essa espera de quase 1 ano foi um completo terror psicológico para mim.

Foi uma espécie de estresse passivo constante, e eu não podia fazer nada além de esperar. Eu sei que muitos brasileiros dão entrada no processo de reconhecimento e fazem coisas que são proibidas pela lei italiana (trabalham, saem da Itália, etc), mas eu não queria fazer parte desse grupo.

Morar na Suécia: as razões dessa decisão

Agora eu finalmente posso contar porque eu decidi morar aqui na Suécia! Bem, quando o meu passaporte italiano ficou pronto, eu precisei tomar uma decisão: o que fazer dali para frente?

Ficar na Itália? Me mudar para Londres? Ir para a Suécia?

O que eu não contei para vocês ali em cima é que enquanto eu esperava o meu reconhecimento na Itália eu comecei a namorar com um sueco, e é claro que isso pesou muito na hora de decidir morar na Suécia, mas obviamente não foi só isso.

As vantagens de morar na Suécia

Eu já havia pesquisado muito sobre a vida na Suécia e visitei o país algumas vezes antes de me mudar, o que me ajudou muito na hora de tomar uma decisão tão grande.
Eu sabia que na Suécia eu não precisaria viver com medo o tempo todo, e sabia também que aqui eu poderia ter acesso à saúde e educação sem ser explorada pelo governo (sim, aqui se paga muitos impostos, mas temos retorno) ou empresas (eu não precisaria pagar nada além dos impostos para ter acesso a um sistema de ensino de ponta, por exemplo).

Além disso, eu sabia que a Suécia é um dos países com melhor qualidade de vida do mundo, e era exatamente isso que eu queria e precisava.

Vida nova na Suécia

Com o meu passaporte italiano em mãos, juntei minhas coisas em duas malas e me mudei de vez para a Suécia em pleno inverno de 2012.

Imagem do arquivo pessoal da Taís Fernandes

Graças ao passaporte europeu eu não precisei de visto para morar aqui, mas mesmo assim precisei de uma “autorização de moradia”.

É importante esperar pela sua autorização

Cabe aqui uma observação: quem só tem passaporte brasileiro geralmente precisa pedir visto para morar na Suécia ainda no Brasil e esperar pela resposta por lá. Eu pude esperar pela tal autorização já na Suécia graças ao meu passaporte vermelhinho.
Quando a autorização de moradia saiu, a minha vida aqui na Suécia finalmente pôde começar de verdade: pude tirar os documentos que eu precisava e começar a estudar sueco.

Comecei a dar aulas de português

Depois de um tempo eu continuei estudando não só sueco como também outras matérias, e também comecei a trabalhar como professora de português para crianças (de acordo com a lei sueca os filhos de imigrantes tem direito a ter aula da língua materna dos pais, então eu dei aula para filhos de brasileiros pela prefeitura da cidade onde eu moro).

Entrei na faculdade

Depois de cerca de dois anos ou dois anos e meio (não me lembro direito), eu pude entrar na faculdade aqui na Suécia.

Morar no exterior é ter que engolir orgulho e ter muita paciência

Bom, depois de tudo isso quero deixar um recado para você que também quer sair do Brasil: tenha paciência.
Talvez o seu caso seja parecido com o meu e você vai pensar em desistir várias vezes por diversos motivos, mas se este é o seu sonho, persista.
Como morar fora do Brasil, veja como planejar a mudança.

Bom planejamento é essencial

Eu espero que você não tenha que passar por tanto estresse e traumas como eu tive que passar, mas te garanto que com um bom planejamento é praticamente impossível não dar certo.
No começo eu fui inocente e paguei caro pela minha falta de experiência e conhecimento, mas não desisti só porque deu errado algumas vezes, e por causa disso eu posso dizer uma coisa: morar fora muitas vezes significa ter que voltar para o Brasil.
Mas engula o orgulho e corra atrás dos seus sonhos. Só porque não deu certo uma vez não quer dizer que nunca vai dar certo. Não deixe que as adversidades da vida sejam limites que te separam daquilo que você quer.
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Taís Fernandes

Taís é natural do Espírito Santo e mora na Suécia há mais de 9 anos.

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