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Itália perde o título de maior produtor mundial de vinho para a França

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A disputa secular entre Itália e França pelo título de maior produtor mundial de vinho teve um desfecho surpreendente em 2023, com a França recuperando o primeiro lugar, posto que a Itália vinha ocupando por nove anos consecutivos.

Conhecida não apenas por sua rica herança cultural, a Itália é famosa também por sua extraordinária produção de vinhos de alta qualidade. As tradições vinícolas italianas são centenárias. Não por acaso, durante anos, o país foi considerado o maior produtor mundial de vinho, competindo acirradamente com a França pela supremacia na indústria vinícola.

No entanto, recentemente um novo desafio surgiu para a Itália, ameaçando sua posição de liderança: condições climáticas adversas e a propagação do míldio, uma doença fúngica que pode devastar as plantações de uvas.

O que levou a Itália a perder a liderança?

O clima sempre desempenhou um papel fundamental na produção de vinhos. E a Itália – considerada uma terra com grande diversidade de microclimas que contribuem para a qualidade de seus vinhos -, tem enfrentado nos últimos anos uma série de condições climáticas extremas que vêm prejudicando severamente a produção de uvas.

O aumento exponencial das temperaturas, as secas prolongadas e as chuvas imprevisíveis têm afetado significativamente a saúde das vinhas e a maturação das uvas.

Em 2023, a produção de vinho diminuiu 14% em comparação a 2022 devido às condições climáticas e ao ataque de fungos nas vinhas. Para se ter uma ideia, esse ano, a produção de vinho caiu abaixo dos 44 milhões de hectolitros (contra os 50 milhões em 2022).

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“Isso faz de 2023 um dos piores anos da história da vinicultura italiana no último século, junto com 1948, 2007 e 2017″, informou o relatório divulgado pela confederação de agricultores Coldiretti, apontando as altas temperaturas como a principal causa para os maus resultados.

Uma das ameaças mais graves para os viticultores italianos tem sido a propagação do “plasmopara viticola”, popularmente conhecido como míldio, fungo se espalha rapidamente em condições de alta umidade.

Ele afetou particularmente as regiões do centro e sul da Itália devido ao aumento das chuvas. Em algumas circunstâncias, o fungo causou danos significativos às vinhas, comprometendo boa parte da produção de uvas.

Centro e sul da Itália foram as regiões com maior declínio

Embora algumas regiões do norte de Itália, como o Piemonte, tenham registado um modesto aumento de 0,8% na produção, o declínio global levou a França (que há muitos anos ocupava o segundo lugar) a recuperar o título de maior produtor de vinho.

As previsões indicam uma diminuição de 20% na produção nas regiões centrais de Itália e uma diminuição de cerca de 30% nas regiões do sul, como a Sicília e a Basilicata.

Riccardo Cotarella, chefe da Associação dos Técnicos Vitivinícolas Italianos (Assoenologi), explicou em comunicado:

“A colheita que enfrentamos é muito complexa, caracterizada sobretudo pelos efeitos das alterações climáticas que no final da primavera e início do verão provocaram doenças patogênicas como o míldio, as inundações, as chuvas de granizo e a seca. Porém, a queda na produção não afetará a qualidade do vinho”

Segundo ele, a partir da colheita de 2023 é esperada a obtenção de vinhos de boa qualidade, “com picos de excelência”.

Como a França se tornou o maior produtor mundial de vinho?

O vinho é uma paixão compartilhada por italianos e franceses há séculos. Essas nações, muitas vezes chamadas de “os dois gigantes do vinho”, têm competido ferozmente pelo título de maior produtor mundial de vinho ao longo dos anos.

Vale ressaltar, no entanto, que a França, famosa por suas regiões vinícolas icônicas como Bordeaux, Bourgogne e Champagne, conseguiu ultrapassar a Itália em termos de produção vinícola recentemente com uma produção de 44,5 milhões de hectolitros de vinho em 2023, porém uma queda de 3% em relação a 2022.

A Itália, em contrapartida, teve uma queda de 14% no mesmo período. Isso foi o suficiente para devolver à França o título de maior produtor mundial.

As vinícolas da França têm investido em tecnologia para aprimorar sua produção.

Algumas razões podem ser atribuídas a esse marco histórico. Em primeiro lugar, as condições climáticas ​​na França durante a última safra contribuíram significativamente para a recuperação da sua liderança.

O clima mais ameno com temperaturas mais adequadas, sobretudo em comparação às altas temperaturas da Itália nos últimos meses, proporcionou um ambiente mais apropriado para o crescimento das vinhas e a maturação das uvas.

Além disso, a França continuou a investir na modernização de suas técnicas de vinificação e no desenvolvimento de variedades de uvas inovadoras. Pesquisa e inovação desempenharam um papel fundamental na capacidade do país de expandir sua produção de vinho. E, por fim, aumento da demanda global por vinhos franceses.

Mudanças climáticas ameaçam a indústria vinícola em todo o mundo

É importante ressaltar que a França, infelizmente, também não está livre das mudanças climáticas e das intempéries da natureza.

Em nota publicada pelos Serviços de Estatística e Previsão (SSP), fica claro que embora a França tenha avançado na disputa:

“essas estimativas são provisórias face à incerteza quanto às consequências dos ataques de míldio nas vinhas de Bordeaux e do Sud-Ouest” e que “em Languedoc e Roussillon há uma seca persistente”.

A Itália não está sozinha ao enfrentar esses desafios. As mudanças climáticas estão afetando a indústria vinícola em todo o mundo, e os produtores de vinho em muitos países estão se adaptando e buscando soluções sustentáveis para proteger suas vinhas e manter a qualidade de seus vinhos.

Consequências para a economia italiana

A enologia representa uma parte significativa das economias de ambas as nações, mas a ultrapassagem da França na liderança desse mercado pode provocar uma série de repercussões econômicas para a Itália.

A indústria do vinho é um motor econômico que gera emprego, exportações e turismo relacionados ao vinho e o reforço da posição francesa nos mercados vitivinícolas globais naturalmente aumenta as exportações e potencialmente o enoturismo.

No entanto, em terras vizinhas italianas, pode criar dificuldades em termos de emprego, exportações e turismo, bem como na implementação de estratégias para a redução da produção.

A supremacia dos vinhos italianos

É importante observar que a perda do título de maior produtor de vinho do mundo para a França não diminui a importância da Itália na indústria vinícola.

O país é reconhecido por sua diversidade de estilos de vinho e regiões vinícolas únicas, cada uma com sua própria tradição e caráter e continua sendo um produtor de destaque no cenário vinícola global e uma fonte inesgotável de vinhos de alta qualidade.

“O processo de qualificação do vinho Made in Italy é confirmado pelo sucesso das exportações, inclusive na França, onde bebem cada vez mais garrafas italianas, uma alta de 18,5% em valor nos primeiros cinco meses de 2023”, informou a Coldiretti.

A produção italiana é longa, riquíssima e segue valorizada, com 635 variedades registradas, o dobro em relação aos franceses.

Sem dúvidas, o país continuará a ser uma força significativa no mundo do vinho, apesar dos obstáculos que enfrenta. Tanto Itália quanto França permanecem gigantes na produção de vinho, e essa competição saudável só enriquece o mundo do vinho, oferecendo aos consumidores uma ampla variedade de opções de alta qualidade para desfrutar.

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Roberta Simoni

Roberta é ítalo-brasileira. Escritora, roteirista e jornalista. Nascida no litoral do Rio de Janeiro, hoje experimenta as dores e as delícias da vida de imigrante na Itália. Trabalhou durante anos para a TV Globo, escreveu peças teatrais, é autora do livro “A vida é curta demais para tomar café em canecas ordinárias” (lançado em 2022, no Brasil) e compartilha seu olhar atento e sensível sobre o cotidiano della dolce vita italiana.

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