Itália

Emergência climática na Itália: enchentes depois de período de seca

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A Itália está alarmada com as tragédias provocadas pelas enchentes nos últimos dias. Após um longo período de seca, o país agora é confrontado com chuvas torrenciais.

Mais de 23 mil pessoas estão desabrigadas após enchentes há cerca de uma semana (que teve início em 15 de maio) e, até o último balanço, 14 pessoas morreram em decorrência das inundações na região de Emilia-Romagna, no noroeste da Itália, que continua em estado de emergência.

Choveu em 36 horas o equivalente a seis meses

As autoridades locais afirmaram que a água caiu em 36 horas é o equivalente a seis meses de chuvas.

É um percentual de chuva praticamente recorde: um evento tão marcante não era registrado há pelo menos 80 anos.

“É o fim do mundo!”, escreveu no Facebook, o prefeito de Forlì, um dos municípios mais afetados.

“Nunca se tinha visto um fenômeno dessa magnitude no nosso país“, declarou o presidente regional de Emilia-Romagna, Stefano Bonaccini.

Emilia-Romagna é uma das regiões ao norte (mais precisamente ao noroeste) da Itália, que tem Bolonha como capital, e cerca de 4,5 milhões de pessoas vivem na área que foi atingida por inundações.

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Enchente atingiu dezenas de cidades

Ao todo, 42 cidades ficaram inundadas, 400 estradas e rodovias foram destruídas. Mais de 20 rios transbordaram devido às chuvas, e ocorreram mais de 280 deslizamentos de terra. As áreas mais afetadas estão nas cidades de Faenza, Forlì-Cesena e na área de Ravena.

Ruas de várias localidades ficaram submersas, levando os moradores a procurarem refúgio nos telhados de suas casas. A chuva abundante não causou estrago somente na área urbana. A água cobriu imensas superfícies agrícolas, devastando as plantações de mais de 5.000 fazendas.

Segundo o Sindicato dos Agricultores, pelo menos 50 mil empregos estariam em risco em toda a cadeia produtiva, incluindo agricultores e trabalhadores do campo, nas indústrias e nas cooperativas de processamento e transformação.

100 mil pessoas tiveram que deixar suas casas

Dos 100 mil italianos que tiveram que abandonar suas casas durante as enchentes, uma semana após as chuvas torrenciais que provocaram a morte de 14 pessoas, mais de 23 mil permanecem desabrigados.

As autoridades da região de Emilia-Romagna informaram que a maioria dos deslocados está com familiares ou amigos, entretanto, aproximadamente 2.700 foram realocados em hotéis, escolas, academias e outros centros comunitários.

Alerta permanece máximo

A Proteção Civil da Emilia-Romagna confirmou que o alerta permanece máximo: apesar da trégua das chuvas mais fortes, é código vermelho nas províncias de Bolonha, Ferrara, Ravenna, Forlì-Cesena e Rimini, devido ao risco de inundações e novos deslizamentos em um território devastado e extremamente frágil.

“Em particular nas áreas montanhosas da Romagna e dos Apeninos bolonheses, persistem condições favoráveis ​​para o desenvolvimento e evolução de deslizamentos de terra que já foram ativados nos últimos dias” – alertou Nello Musumeci, da Proteção Civil.

Prejuízo calculado em bilhões de euros

Além das perdas humanas, a região sofreu estragos econômicos que ainda não podem ser calculados. É difícil prever quando a situação voltará ao normal e o custo dos danos causados ​​pelas enchentes, mas o governador da região fala em prejuízos de bilhões de euros.

A estimativa neste momento ronda os 6 bilhões de euros.

O governo já prometeu ajuda excepcional, e os detalhes estão sendo discutidos em uma reunião especial com a Primeira Ministra Giorgia Meloni.

Várias empresas privadas prometeram fundos para ajudar na recuperação da região. Entre elas, a Fórmula 1 e a Ferrari doaram um milhão de euros e o gigante franco-italiano de automóveis Stellantis, que se comprometeu com o mesmo valor.

Quais são as causas da tragédia?

O ministro da Proteção Civil, Nello Musumeci, atribui a responsabilidade pelas cheias às alterações climáticas.

“É claro que se uma quantidade de água, que deveria ter chovido em seis meses, cai em 24 ou 48 horas, todos os sistemas de encanamento ficam sobrecarregados.”

Marco Casini, secretário-geral da Autoridade da Bacia do Distrito Central dos Apeninos, acredita, no entanto, que isso é apenas parte da explicação e que a tragédia também pode estar ligada ao fato de que, nas últimas décadas, os edifícios foram construídos muito perto dos rios.

Casini também mencionou a seca dos últimos meses, o que teria contribuído para a enchente, e explica:

“Quando não chove por muito tempo, a água cai em terreno muito seco. Isso age como asfalto e permite que a água flua mais para os rios e canais, em vez de ser absorvida pelo solo.”

As chuvas ajudaram a compensar a seca?

Alguns comentaristas declararam que, pelo menos, essas tempestades teriam sido úteis para reabastecer as reservas de água subterrânea, que estavam baixas pela seca dos últimos meses.

Mas os pesquisadores do CMCC (Centro euro-Mediterraneo sui Cambiamenti Climatici) contestam:

“Na realidade, eventos intensos, muitas vezes concentrados em bacias de dimensões limitadas, não são capazes de produzir variações significativas nas reservas de águas subterrâneas.”

Segundo os pesquisadores, é difícil que um bem surja de um mal: “temos que aceitar que o clima mudou e seus efeitos agora são evidentes. Preparar-se para reagir é a melhor solução para enfrentá-los melhor.”

Áreas de risco de inundação na Itália

5,4% do território italiano encontra-se em áreas potencialmente inundáveis, e os municípios da Emilia-Romagna são os de maior risco.

Em comparação com muitos outros países europeus, a Itália está mais exposta ao risco de inundações porque o espaço para conter a água das inundações é limitado.

Essa condição agravou-se nas últimas décadas com a expansão dos centros urbanos e das áreas industriais, que diminui a capacidade do solo de absorver a chuva e, portanto, favorece o escoamento de grandes quantidades de água.

Segundo dados do ISPRA (Instituto Superior de Proteção e Pesquisa Ambiental) 4,1% da população nacional reside em zonas de elevada periculosidade (e nelas se enquadram 7,8% dos bens culturais), valores que atingem 20,6% e 24,3% respectivamente em zonas potencialmente sujeitas a inundações com baixa probabilidade.

7,4% dos municípios italianos têm pelo menos 20% da superfície em área inundável no caso de um cenário de alta probabilidade.

 

População em risco em áreas de risco alto/médio de inundação. Fonte: ilpost.it/ com dados do ISPRA.

As Regiões da Lombardia, Veneto, Friuli Venezia Giulia, Emilia-Romagna, Toscana e Calábria são aquelas em que as porcentagens de território potencialmente inundável são superiores às calculadas em escala nacional.

O risco é maior na Emilia-Romagna. Os dados do último levantamento apontam que 428 mil pessoas vivem em áreas de alto perigo, 2,3 milhões de pessoas em áreas de médio perigo e menos de 300 mil em áreas de pelo menos baixo perigo.

Como a Itália está lidando com essa emergência?

Atualmente mais de mil viaturas estão operando, com cerca de 4.900 homens e mulheres dos Corpos de Bombeiros, Guarda Costeira, Forças Policiais, Forças Armadas e organizações voluntárias de proteção civil e colunas móveis regionais trabalhando para garantir os serviços essenciais à população.

A eles se somam as centenas de técnicos, funcionários dos Municípios, Províncias e Prefeituras, de outros órgãos territoriais e da estrutura de proteção civil da Emilia-Romagna.

No entanto, o que fica claro diante de uma catástrofe como essa é a necessidade de maior prevenção. Por isso, o ministro da Proteção Civil, Nello Musumeci, anunciou uma proposta em acordo com outros ministérios que até o primeiro semestre de 2024 levará a intervenções direcionadas, desde a construção de novas barragens à eliminação do desperdício de água.

Será um novo plano nacional sobre a instabilidade hidrogeológica, face às alterações climáticas em Itália.

A resiliência do povo italiano

O que se vê por aqui, apesar de toda a dor provocada pelas tragédias ocasionadas pelas chuvas, é uma gente unida, resiliente, que não se deixa abater. Muito semelhante a nós, brasileiros.

Durante esses dias, os italianos não só encontraram forças para refazer suas casas e reconstruir suas cidades, como vem fazendo isso com otimismo e bom humor. É uma coisa muito bonita de se ver.

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Roberta Simoni

Roberta é ítalo-brasileira. Escritora, roteirista e jornalista. Nascida no litoral do Rio de Janeiro, hoje experimenta as dores e as delícias da vida de imigrante na Itália. Trabalhou durante anos para a TV Globo, escreveu peças teatrais, é autora do livro “A vida é curta demais para tomar café em canecas ordinárias” (lançado em 2022, no Brasil) e compartilha seu olhar atento e sensível sobre o cotidiano della dolce vita italiana.

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