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Eleições legislativas em Portugal: direita vence e extrema-direita surpreende

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As eleições legislativas em Portugal foram acirradas, com o partido de centro-direita, Aliança Democrática (AD), emergindo como o vitorioso, embora com uma margem muito frágil.

Enquanto o Partido Socialista (PS) saiu enfraquecido, a verdadeira surpresa veio da legenda de extrema-direita Chega, cujo aumento expressivo de votos pode triplicar sua representação no Parlamento.

Como nenhum partido alcançou a tão almejada maioria absoluta, o país se depara agora com um cenário de incertezas quanto à formação do próximo governo. A turbulência está longe do fim.

Portugal teve eleições legislativas no último domingo

As eleições em Portugal, inicialmente agendadas para 2026, foram antecipadas, ocorrendo em meio a um clima de crescente instabilidade no país.

A coligação AD, composta pelo Partido Social Democrata (PSD) e pelo Centro Democrático Social (CDS), apareceu como vencedora das eleições, mas com uma margem estreita em relação ao PS, conforme mostra o infográfico do Jornal Público:

Quantidade de deputados eleitos conforme o resultado das eleições legislativas do último domingo. Fonte: Jornal Público.

O líder da AD, Luis Montenegro, que deve ser o novo primeiro-ministro, assegurou que o partido agirá com responsabilidade. Contudo, permanece incerto se a coalizão de centro-direita buscará uma aliança com a extrema-direita.

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Montenegro destacou a importância de respeitar a vontade expressa nas urnas e fez um apelo às demais forças políticas para proporcionarem condições de governabilidade ao país.

Durante o discurso, comprometeu-se a lançar “um programa de emergência” na área da saúde nos primeiros 60 dias de mandato.

Enquanto isso, o líder do PS reconheceu a vitória da AD. Pedro Nuno Santos enfatizou o significado do resultado das urnas, especialmente o expressivo desempenho do Chega, ressaltando que isso reflete a insatisfação de uma parcela da população.

O presidente Marcelo Rebelo de Sousa vai ouvir os partidos vencedores e avaliar se há chance de um acordo que garanta a governabilidade. Por enquanto, o primeiro-ministro António Costa continua no comando, mas com seus poderes reduzidos até que o novo governo seja empossado, o que deve ocorrer em abril.

Diferença entre AD e PS foi menor do que as pesquisas apontavam

Dias antes do pleito, as pesquisas revelavam que a AD liderava as intenções de voto, com 27%. Isso representava uma vantagem de cinco pontos sobre o PS, que tinha 22%. O Chega já se destacava como a terceira força política, mas com 13%.

Ao longo das últimas décadas, Portugal foi regido por governos moderados: o PS, de orientação centro-esquerda, e a coligação AD, de inclinação centro-direita.

Na prática, as eleições do domingo marcaram uma guinada à direita, mas a vitória da AD ficou aquém das expectativas.

O que é esperado do governo da Aliança Democrática?

Ao contrário do Brasil, o voto nas eleições legislativas em Portugal é direcionado para um partido, não para um candidato específico. A legenda que conquistar a maioria dos votos pode assumir o controle do Legislativo, caso alcance um número mínimo de assentos no Parlamento. Operando sob um sistema semipresidencialista, o país conta com um presidente e um primeiro-ministro.

Nas eleições de 2022, o PS garantiu 117 das 230 cadeiras no Parlamento, assegurando uma maioria absoluta para governar sem depender de alianças.

No entanto, diante da atual situação, a AD, como vencedora das eleições, precisa buscar parcerias com outras siglas para atingir o número mínimo de assentos necessário para governar. Isso pode implicar na escolha do primeiro-ministro entre os partidos aliados.

AD poderá se unir ao Chega?

Apesar das promessas feitas antes das eleições de não formar uma coalizão com o Chega, a AD pode se ver obrigada a considerar essa opção para garantir a governabilidade. A Aliança Democrática só conseguirá alcançar a maioria se se unir ao Chega.

A responsabilidade de indicar um candidato para formar governo caberá ao presidente, o que pode se tornar uma tarefa complicada devido à falta de uma maioria clara no Parlamento.

Diante da incerteza sobre a governabilidade, já se admite a possibilidade de novas eleições, especialmente se o governo não conseguir aprovar o orçamento de Estado em outubro.

PS afirma que será oposição

O candidato do PS assumiu a derrota nas eleições legislativas, destacando a importância de uma “renovação interna do partido”.

Comprometendo-se a liderar uma “oposição construtiva”, Pedro Nuno Santos enfatizou a necessidade de trabalhar no futuro para reconquistar aqueles que estão descontentes. Admitiu uma diferença “tangencial” entre a Aliança Democrática e o Partido Socialista, um resultado surpreendente não refletido nas pesquisas.

Além disso, afastou a possibilidade de uma união dos partidos de esquerda, argumentando a falta de maioria para apresentar uma alternativa ao governo de direita.

Chega obteve votação expressiva

O partido de direita radical Chega teve um crescimento expressivo, consolidando-se como a terceira força política em Portugal e tornando-se crucial para a formação do governo. Convocou a AD para negociar uma possível maioria de um governo de direita em Portugal.

O líder do partido, André Ventura, celebrou a quantidade de votos de sua legenda e reivindicou o título de “grande vencedor da noite eleitoral”.

Com um discurso extremista, Ventura aborda sempre o tema da corrupção no país e defende questões comuns à direita radical, como o combate a uma suposta “ideologia de gênero”, críticas à imprensa, diminuição de impostos e uma posição contrária à imigração.

O ex-comentarista de futebol e professor universitário, que esteve próximo de se tornar padre, tem o hábito de fazer discursos inflamados, adotando o lema “Portugal precisa de uma limpeza”, prometendo “mão pesada” do Estado contra corruptos, bandidos, imigrantes ilegais e “subsidiodependentes”.

Taxa de abstenção foi a mais baixa dos últimos anos

As eleições legislativas de Portugal registraram uma grande quantidade de eleitores votando, algo que não era visto há muitos anos. Foi índice mais baixo de abstenção desde 1995. Isso indica um interesse renovado na política por parte da população.

Comparado com eleições passadas, mais pessoas se envolveram neste pleito, embora uma parte significativa, cerca de um terço, tenha optado por não votar.

Essa alta participação eleitoral pode ter impactado os resultados das eleições, especialmente para o partido Chega, que se beneficiou do aumento de eleitores indo às urnas.

Eleições foram realizadas depois da renúncia de António Costa

Nos últimos meses, a política portuguesa tem sido um verdadeiro turbilhão, com a renúncia do primeiro-ministro António Costa e eleições convocadas às pressas.

Costa renunciou ao cargo devido a uma investigação sobre possíveis irregularidades na condução de projetos de energia verde em seu governo. Isso levou o presidente Marcelo Rebelo de Sousa a antecipar as eleições. Assim, neste último domingo, aproximadamente 10,8 milhões de eleitores portugueses foram às urnas. Ele sempre negou qualquer envolvimento em irregularidades.

Pouco depois da renúncia, o Ministério Público admitiu um erro constrangedor: o acusado no caso de corrupção não era o primeiro-ministro, mas apenas alguém com o mesmo nome.

A instabilidade abriu espaço para o surgimento de novas forças políticas, como o Chega, e mudou o equilíbrio de poder no Parlamento.

Analistas deixam claro que a eleição não vai resolver a turbulência política em Portugal. Também sugerem que o resultado, com o crescimento da direita e da extrema-direita, pode ser um indicativo do que está por vir nas eleições para o Parlamento Europeu em junho.

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Maurício Martins

Nascido no Rio de Janeiro e com raízes portuguesas, o jornalista, redator e roteirista Mauricio Martins reside em Portugal desde 2020. Com mais de 25 anos de experiência, trabalhou em diversos veículos de comunicação. Possui pós-graduação em Marketing e Comunicação Empresarial. É apaixonado por tecnologia, viagens e boa música.

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