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Economia de Portugal: cenário e perspectivas para 2024

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A economia de Portugal enfrenta atualmente um cenário econômico complexo de crescimento moderado e desafios estruturais. O momento é de ponderação.

Nos últimos anos, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ficou abaixo da média da União Europeia (UE). A produtividade também não foi tão alta. Isso significa que há menos dinheiro disponível para investimentos e que as empresas estão se endividando mais.

Nesse cenário, é fundamental entender o que está influenciando a economia portuguesa e quais as expectativas para o futuro. Este artigo não é uma análise fria de números. A ideia é oferecer uma visão completa e fácil de entender do panorama econômico atual, destacando os pontos que estão moldando o desempenho do país e analisando o futuro para que você se informe e planeje.

Economia de Portugal: qual o cenário atual?

A economia portuguesa está em uma fase positiva, mas um pouco instável no momento. É como um veleiro navegando em águas agitadas.

Em 2023, o PIB cresceu 2,3%, superando as expectativas e se tornando um dos maiores da União Europeia. Isso mostra que Portugal vem se destacando em relação à maioria dos países europeus. Mas o que está por trás desse cenário?

  • Exportações em alta: Portugal está vendendo mais produtos para outros países, o que impulsiona a economia;
  • Investimento estrangeiro: empresas de outros países estão apostando em Portugal, o que gera mais empregos e oportunidades.

No entanto, o país ainda enfrenta alguns desafios:

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  • Instabilidade política: mudanças frequentes no governo podem afetar a economia;
  • PIB per capita baixo: a renda média dos portugueses ainda é menor do que em outros países europeus;
  • Desenvolvimento tecnológico: para ser mais competitivo, Portugal precisa investir mais em tecnologia;
  • Risco de pobreza: é um problema significativo com 17% da população em risco, conforme dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Principais indicadores da economia em Portugal

É preciso entender quais são os principais indicadores da economia de Portugal para saber como anda a “saúde” financeira do país e da população. Assim como também é importante acompanhar esses indicadores, sobretudo, se você está pensando em morar em Portugal.

PIB

O Produto Interno Bruto é como uma radiografia da economia, revelando se ela está em ascensão ou não. Ele engloba tudo o que o país produz em um ano, desde um simples pão até um carro de luxo.

Nos últimos anos, o PIB português tem flutuado abaixo da média da União Europeia. Essa situação exige uma análise cuidadosa. A produtividade, embora não tenha atingido altos patamares, é um fator crucial. Imagine um quebra-cabeça: as peças estão lá, mas ainda não formam uma imagem completa.

Em 2023, o PIB cresceu, superando a maioria dos países europeus. O Ministro das Finanças, Fernando Medina, continua otimista. Ele acredita que em 2024 veremos um crescimento de 1,5%, mesmo com a agitação na economia global. No final de 2023, a economia portuguesa já havia expandido em 0,8%, escapando de uma quase recessão. Isso se deu em grande parte pelo aumento do consumo, o que é positivo tanto para as empresas quanto para o país.

Apesar das incertezas mundiais, o Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta que Portugal terá um desempenho superior à maioria dos países europeus em 2024. Isso é positivo, mas ainda há muito a ser feito.

Dívida pública

A dívida pública é como um empréstimo que o governo faz para financiar suas atividades. É crucial manter essa dívida sob controle, pois pode se tornar um fardo para o país.

Em 2023, a dívida pública portuguesa atingiu o menor nível em 14 anos, ficando em 98,7% do PIB, abaixo da marca de 100% pela primeira vez desde 2009. Isso indica que o governo vem administrando suas finanças de maneira responsável.

No entanto, nem tudo são flores. Em janeiro de 2024, a dívida aumentou em 7,6 bilhões de euros, interrompendo uma sequência de cinco meses de queda. Pode ser um sinal de alerta, mas ainda é cedo para tirar conclusões.

Portugal precisa continuar reduzindo sua dívida para garantir a saúde de sua economia. Embora o governo tenha feito progressos, ainda há muito trabalho pela frente. Isso sem falar que a situação econômica global pode influenciar a capacidade de Portugal de diminuir sua dívida nos próximos meses.

Inflação em Portugal

Entender como a inflação mexe nos preços em Portugal é uma dica valiosa para quem está pensando em se mudar para cá. Isso te dá uma ideia melhor de como os custos dos produtos e serviços podem mudar com o tempo, ajudando você a planejar seu dinheiro com mais tranquilidade.

Os primeiros dados de 2024 trazem um panorama interessante. Por um lado, a queda na taxa de inflação para 2,1% em fevereiro, comparado ao mês anterior, é uma boa notícia, sugerindo que os preços estão se estabilizando. Por outro lado, o aumento nos preços da energia pode ser um problema para os consumidores, especialmente se essa tendência persistir.

Na zona do euro, a inflação caiu para 2,6% em fevereiro, segundo a Eurostat. Essa taxa está bem abaixo do pico de 10,6% em outubro de 2022, causado pelo corte nos suprimentos de gás natural pela Rússia e pelo aumento nos preços da energia.

Taxa de inflação indica estabilização dos preços em Portugal, mas momento é de cautela.

Com a inflação desacelerando, o Conselho do Banco Central Europeu (BCE) já considera a possibilidade de reduzir as taxas de juros, sugerindo uma possível mudança na política monetária para lidar com o processo de desinflação.

Segundo o governo português, a tendência de queda nos preços continua. No segundo semestre de 2023 e no início de 2024, as pressões inflacionárias começaram a diminuir, especialmente as vindas de outros países.

No entanto, as pressões internas, como as do mercado de trabalho e da demanda, têm sido persistentes e continuam afetando os preços dos serviços para os consumidores. Mesmo assim, em janeiro de 2024, o volume de negócios no comércio aumentou 0,6% comparado com dezembro de 2023.

Taxa de juros de empréstimos

As taxas de juros dos empréstimos têm um papel importante nos investimentos, sendo fundamental entender seu impacto, especialmente se você está pensando em comprar casa em Portugal ou realizar qualquer tipo de investimento no país.

E aqui, as notícias não são tão animadoras inicialmente. No primeiro trimestre de 2024, os juros para empréstimos caminham para atingir o ponto mais alto dos últimos oito anos. Recentemente, observamos um aumento constante nos juros para financiamento habitacional em Portugal, resultado das políticas do Banco Central Europeu (BCE) para conter o consumo e controlar a inflação.

A subida dos juros é como uma maré que sobe rapidamente, afetando o custo do crédito e a capacidade de famílias e empresas tomarem empréstimos.

Com a desaceleração do crescimento econômico no terceiro trimestre de 2023 e a inflação se aproximando das metas estabelecidas pelo BCE, a pressão para reduzir as taxas de juros ao longo de 2024 só tem aumentado. Espera-se uma queda nas parcelas dos empréstimos imobiliários de taxa variável.

Redução das taxas

Portugal tem mostrado apoio à redução dessas taxas de juros na União Europeia para estimular o crescimento econômico. Apesar da desaceleração nos mercados imobiliários europeus desde meados de 2022, temos visto um aumento significativo nos preços das casas em Portugal desde 2010.

Essa tendência de crescimento contínuo dos preços é observada em vários Estados-membros, incluindo Portugal, o que sugere que ainda podemos esperar pressões persistentes nos preços da habitação nos próximos meses.

Taxa de desemprego em Portugal

A taxa de desemprego também é um indicador chave para entender o estado do mercado caso você esteja pensando em trabalhar em Portugal. Atualmente, Portugal está na nona posição entre os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com uma taxa de 6,6% de desemprego, referente ao quarto trimestre de 2023.

A Espanha lidera o ranking de desemprego na UE, seguida pela Grécia e Suécia.

Nos últimos seis meses, houve um aumento no número de desempregados, mas os economistas indicam não haver razões para preocupação, pois isso está ligado à desaceleração econômica que já começou. O governo português está otimista, esperando que a taxa de desemprego caia para 5,7% até o final de 2024.

Onde acompanhar os indicadores da economia portuguesa?

Para acompanhar os indicadores da economia portuguesa e as previsões futuras, deve acompanhar os sites oficiais do Banco de Portugal e do Gabinete de Estratégias e Estudos (GEE) do Ministério da Economia e Mar.

O Instituto Nacional de Estatística de Portugal (INE) e o Pordata também estão sempre divulgando relatórios sobre os indicadores da economia do país luso. Além disso, acompanhar os jornais de Portugal é sempre uma boa maneira de se manter atualizado e você consegue ver tudo pela internet. Conheça alguns deles:

O impacto dos imigrantes na economia de Portugal

Portugal tem se mostrado um destino cada vez mais comuns para imigrantes, o que é refletido no aumento de residentes estrangeiros que ultrapassou 781 mil em 2022, conforme o SEFStat. Isso inclui tanto os que já estão com a situação regularizada quanto os que ainda estão em processo.

Desde 2019, o saldo migratório de Portugal tem sido geralmente positivo, indicando que mais pessoas estão se mudando para cá do que saindo. Os número de brasileiros indica que é o maior grupo de imigrantes, seguidos por cidadãos do Reino Unido, Cabo Verde, Itália, entre outros.

Estamos falando de pessoas que vivem legalmente no país, trabalhando, investindo, estudando ou vivendo de renda própria. Todos pagando os seus devidos impostos e contribuindo para a economia de Portugal.

Contribuição para a Segurança Social

Em 2022, os imigrantes contribuíram com 1.861 milhões de euros para a Segurança Social, enquanto receberam apenas 257 milhões de euros em prestações sociais. Isso significa que o valor das contribuições é sete vezes superior ao das prestações. A fonte dos dados é o Observatório das Migrações.

A imigração, portanto, tem sido benéfica para Portugal, ajudando a revitalizar a população, aumentar a força de trabalho e fortalecer a economia do país.

“Verifica-se, assim, que globalmente a população estrangeira residente em Portugal tem um papel importante para contrabalançar as contas do sistema de Segurança Social, contribuindo para um relativo alívio do sistema e para a sua sustentabilidade”, afirma o relatório da OM.

Os imigrantes representam 7,5% da população total e 13,5% dos contribuintes da Segurança Social. Em 2022, as contribuições por parte dos imigrantes garantiram um saldo positivo de 1.604,2 milhões de euros entre receitas e despesas. Mais do que números, são pilares que sustentam o sistema.

Previsões para a economia de Portugal em 2024

Olhando adiante, o que esperar? A economia portuguesa enfrenta uma encruzilhada. Como encontrar o equilíbrio entre crescimento e sustentabilidade?

Com o crescimento econômico moderado, surge uma questão: onde está o dinheiro? Investimentos são essenciais para impulsionar a economia, mas a disponibilidade de recursos é limitada. As empresas, por sua vez, enfrentam o desafio de se endividar para financiar suas operações e inovações.

O boom turístico de 2022/2023 foi uma alavanca importante para a economia portuguesa, mas há preocupações com as exportações. No início do ano de 2024, há mais dinheiro circulando devido ao aumento dos rendimentos, mas é importante considerar os efeitos da inflação.

O Banco de Portugal também indica que a economia do país deve crescer mais devagar em 2024. As expectativas de crescimento foram ajustadas de 2,4% para 1,2%. O freio nas expectativas não acontece só em Portugal; é algo que se espera em toda a Europa, como se pode ver no vídeo abaixo publicado pela Euronews.

O FMI confirma o crescimento mais lento na Zona Euro em 2024. A organização prevê que, apesar de Portugal crescer acima da média, a desaceleração será significativa, como mostra a reportagem da Euronews.

O que causa a desaceleração na economia?

Vários fatores estão em jogo:

  • Conflito na Ucrânia/Faixa de Gaza: estes conflitos têm gerado incerteza no mercado global, afetando os preços dos combustíveis e outros produtos;
  • Inflação: com a inflação em alta pelo mundo, o dinheiro compra menos do que antes.
  • Taxas de juros: para controlar a inflação, os bancos centrais estão elevando as taxas de juros, o que encarece o crédito para empresas e famílias.

O que Portugal pode fazer para dar um gás na economia?

Os especialistas sugerem algumas estratégias:

  • Aproveitar fundos europeus: usar o dinheiro da União Europeia para investir em infraestrutura, educação e inovação;
  • Diversificar exportações: vender uma variedade maior de produtos e serviços para outros países, não dependendo tanto de setores como o turismo;
  • Diminuir a dívida pública: com menos dívidas, o governo tem mais liberdade para investir em áreas cruciais para o futuro do país.

Eleições portuguesas e os desafios na economia

Em 2024, Portugal passa por um novo momento político com as Eleições Legislativas. Essas eleições foram antecipadas devido à instabilidade política e à dificuldade em aprovar o orçamento, e desempenham um papel crucial na determinação do futuro do país.

A Aliança Democrática, liderada por Luís Montenegro, venceu as eleições. Durante a campanha, o partido prometeu promover o crescimento da economia através do estímulo à iniciativa privada.

Especialistas acreditam que a economia que Montenegro deve receber do atual governo ajuda a tornar governabilidade mais suportável.

Com o atual cenário da economia de Portugal, vale a pena investir no país?

Sim, apesar do momento de maior precaução, Portugal está em pleno desenvolvimento e está se destacando como um destino atrativo para investidores, especialmente com a crescente presença de empresas de tecnologia. O país vem se consolidando como um verdadeiro polo de inovação. Mesmo em tempos de cautela, Portugal brilha como um farol para o investimento.

O Banco de Portugal projeta um contínuo crescimento nos investimentos, apesar do aumento dos custos de financiamento. Espera-se um crescimento de 2,3% em 2023, com uma média de 4,7% prevista para os anos de 2024 e 2025.

Portugal continua a se beneficiar dos fundos da União Europeia e do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), um programa destinado a ajudar o país a se recuperar dos impactos da pandemia. Além disso, o governo português oferece diversas vantagens para os investidores, tais como:

  • Facilidade na obtenção de visto para Portugal;
  • Possibilidade de adquirir cidadania após 5 anos;
  • Dedução de lucros retidos;
  • Incentivos fiscais.

Antes de investir, no entanto, é crucial realizar uma pesquisa de mercado e elaborar um plano de negócios sólido. Isso é fundamental em qualquer tipo de investimento, mas torna-se ainda mais importante ao investir em um país com uma economia em desenvolvimento, mesmo que o governo esteja prevendo um crescimento sólido.

Quais os melhores setores para investimento?

Portugal oferece diversas oportunidades para quem quer investir. Se você busca um lugar para colocar seu dinheiro e ter um bom retorno, aqui estão algumas áreas que estão em alta no país:

  • Construção civil e imóveis: o mercado imobiliário português está aquecido, com alta demanda por casas e apartamentos. Se você investir nesse setor, as chances de ter um bom retorno são grandes.
  • Turismo: Portugal é um dos destinos turísticos mais populares da Europa, e a indústria está crescendo ano após ano. Investir em hotéis, restaurantes ou outros serviços relacionados ao turismo pode ser uma ótima opção.
  • Tecnologia: Portugal vem se consolidando como um polo de inovação e tecnologia na Europa, com empresas de todo o mundo se instalando no país. Se você investe em startups de tecnologia ou em empresas já estabelecidas, pode ter um retorno muito alto.
  • Energias renováveis: Portugal está comprometido com a sustentabilidade e investe em fontes de energia limpa, como solar e eólica. Apostar nesse setor pode ser uma boa opção para quem busca um investimento com impacto positivo no meio ambiente.
  • Outras áreas: além dos setores mencionados acima, há outras áreas com potencial para investimento em Portugal, como agricultura, saúde e educação.

Vale a pena morar em Portugal na atual situação econômica?

Sim. Contudo, depende da sua situação econômica.

O planejamento financeiro é essencial em qualquer mudança, seja ela de cidade, estado ou país. Mas diante de uma economia que tem se mostrado fragilizada no cenário atual e com a inflação ainda elevada, esse planejamento precisa ser ainda mais cuidadoso.

O custo de vida em Portugal tem aumentado bastante, sobretudo nas principais cidades que além da inflação, ainda enfrentam a bolha do mercado imobiliário com aluguéis extremamente altos e fora da realidade salarial da maior parte da população.

No atual cenário econômico e imobiliário, é fundamental fazer um rigoroso planejamento financeiro antes de mudar.

Ainda que a inflação esteja alta ultimamente e estejamos sentindo muito o aumento das contas mensais, se você busca um lugar para viver e desfrutar de uma boa qualidade de vida e segurança, Portugal vai valer a pena.

Porém, vale lembrar que o país não é e nem vende a imagem do “American Dream” (o sonho americano), ou seja, Portugal não é um país para ficar rico, principalmente diante da atual economia. Se o seu objetivo é esse, você precisa repensar e buscar outro país.

Se após analisar o seu objetivo, entender que o país luso é o que você busca, recomendo o Programa Morar em Portugal. Ele consiste em uma série de videoaulas e acompanha um ebook completo que passa por todos os passos que devem ser percorridos para fazer um planejamento cuidadoso e fazer a mudança de forma legal. Vale a pena conferir!

Quais os principais setores da economia de Portugal?

Os principais setores da economia de Portugal são:

  • Setor primário: as atividades ligadas a agricultura, silvicultura e pecuária;
  • Setor secundário: com destaque para a indústria transformadora e construção civil;
  • Setor terciário: com destaque para o turismo, que nos últimos 10 anos, vem se transformando em uma das principais bases econômicas de Portugal, principalmente nas grandes cidades. Nos dados de 2022 divulgados pelo Ministério do Turismo, as atividades turísticas movimentaram 21,1 mil milhões de euros (21,1 bilhões), movimentando 18% do PIB.

Produção e exportação portuguesa

O setor primário de Portugal é o responsável pela produção e exportação em Portugal. Segundo o site Visit Portugal (ligado ao Ministério do Turismo) o país é o maior produtor de cortiça do mundo, sendo responsável por 60% do volume da exportação mundial.

O ano agrícola 2021/2022 em Portugal foi muito quente e seco, sendo o mais quente desde 1931/32. Quase todo o território continental sofreu com seca severa e extrema em vários meses.

A produção de cereais de inverno em 2022 foi a pior já registrada, principalmente devido à falta de chuva. Além disso, em 2022, houve um aumento de 26,8% no número de incêndios rurais em Portugal em comparação com 2021.

Outros dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), mostram que em dezembro de 2023, as exportações aumentaram um pouco (+0,3%), mas as importações diminuíram bastante (-5,9%). Houve aumento nas exportações de fornecimentos industriais, especialmente medicamentos. Mas as importações de fornecimentos industriais e de combustíveis e lubrificantes diminuíram. A queda deve-se principalmente à queda no preço do gás natural.

Portugal produz cerca de 100 mil toneladas de cortiça todos os anos.

O Índice de Produção Industrial, que mede a quantidade de bens produzidos, apresentou uma variação negativa de -1,3%, em janeiro de 2024. Assim como um alpinista que reavalia sua rota antes de continuar a escalada, a indústria portuguesa está se ajustando para superar os desafios e alcançar novos patamares de crescimento.

Após um período de abandono e crise, a produção agrícola em Portugal tornou-se uma parte significativa das exportações e da balança comercial. Produtos como vinho, azeite, frutos vermelhos e legumes se destacaram no mercado internacional competitivo.

Histórico da economia de Portugal

Conhecer e entender o contexto histórico da economia de Portugal é importante para entender o desenvolvimento do país e o seu impacto na população e nos negócios.

Para contextualizar, precisamos pegar três momentos históricos dos últimos anos: a crise mundial de 2008 desencadeada nos Estados Unidos; a crise mundial causada pela pandemia da Covid-19; e os mais recentes conflitos na Ucrânia e Faixa de Gaza, que vem impactando fortemente toda a Europa.

Crise de 2008 em Portugal

Em 2008, a falência do quarto maior banco de investimento dos Estados Unidos, o Lehman Brothers, teve um impacto mundial e Portugal não ficaria de fora. O país fechou o ano de 2009 com um PIB em queda de 3,1%, segundo os dados do Pordata. A taxa de desemprego na mesma época chegou a 9,4%.

A recessão econômica provocada em 2008, impactou fortemente o país luso nos anos subsequentes e provando a Crise Financeira em Portugal 2010 e 2014, atingindo o pico em 2012, quando registou a maior recessão em 40 anos com uma queda de 4,06% no PIB. Já a taxa de desemprego, alcançou a marca de 17,1% em 2013, segundo os dados do Pordata.

Durante esse período, houve cortes na educação, saúde, aposentadorias, congelamento de salários e aumento dos impostos, como uma forma de contornar a crise financeira. Ao final de 2014, o país havia conseguido equilibrar as contas e sair do “vermelho”, fechando o PIB em 0,79%, a menor dos últimos 45 anos.

Em 2015, o António Costa foi eleito Primeiro-Ministro e iniciou um pacote de medidas mais satisfatórias para a população, elevando o salário mínimo de Portugal, descongelando os salários do setor público, investindo fortemente no turismo e atraindo mão de obra estrangeira. E desde então, Portugal manteve as suas metas de déficit.

Crise da Covid-19 em Portugal

Em 2020, a Covid-19 pegou todo mundo de surpresa. Demissões em massa, falência de empresas que tiveram que fechar as suas portas durante o lockdown, insegurança no abastecimento alimentar e milhares de mortes. Portugal não ficou de fora do impacto e o turismo, uma das principais bases da economia portuguesa atualmente, foi uma das mais afetadas.

Muitos brasileiros trabalhavam em restaurantes, comércio, hotéis e alojamentos locais e nesta época onde o turismo estava completamente suspenso, infelizmente acompanhamos o retorno de muitos deles para o Brasil porque ficaram desempregados.

A situação na pandemia foi bem difícil não só para os brasileiros, mas para toda a comunidade estrangeira. E ainda pior para quem vivia em situação irregular no país, ou seja, não tinha autorização de residência em Portugal, pois dessa forma, não poderiam acessar o sistema público de saúde e nem mesmo recorrer aos subsídios oferecidos pelo governo português.

Voltando à economia de Portugal, o país até que enfrentou bem a crise e ainda contou com a ajuda financeira da União Europeia para o plano de recuperação. Em novembro de 2021, o Primeiro-Ministro António Costa ressaltou em um discurso no Congresso Nacional dos Economistas:

“Levaremos dois anos para recuperar o nível do produto interno bruto anterior à crise pandémica, quando foram necessários nove longos anos para recuperar o nível de PIB anterior à crise económica e financeira de 2008-2011”.

Apesar dos desafios enfrentados, a economia portuguesa está se recuperando, especialmente nos anos de 2022 e 2023. O país está se destacando positivamente em comparação aos anos anteriores, quando foi classificado como um dos países com pior desempenho econômico na zona do euro. A retomada do turismo desempenhou papel crucial na recuperação econômica contribuindo para recuperar o terreno perdido durante a pandemia.

Guerra da Ucrânia e o impacto em Portugal

Não bastasse o período de tensão da pandemia, logo vem a Rússia invadindo a Ucrânia e iniciando uma guerra. Como consequência, o impacto na economia chega na conta.

O abastecimento de grãos, matérias-primas e gás natural em toda a União Europeia tem sido difícil e vem dificultando ainda mais qualquer chance de crescimento nas economias. Em termos mundiais, segundo o presidente da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), estamos vivenciando a pior a crise energética desde a década de 70.

Em Portugal, a inflação disparou e fechou o ano de 2022 registrando a maior taxa desde 1992 — o Índice de Preços no Consumidor (IPC) chegou a 7,8%. A inflação vem preocupando os portugueses que se veem diante de taxas de juros mais altas e com gastos acima do esperado, sobretudo na alimentação.

Guerra de Israel impacta a economia portuguesa?

Já afetou mais.

Contextualizando: em outubro de 2023, o grupo palestino Hamas lançou um ataque surpresa contra Israel, resultando em mortes e a captura de reféns. Israel respondeu com uma ofensiva militar intensa, causando a morte de milhares de pessoas e a destruição de bairros inteiros na Faixa de Gaza.

O conflito se intensificou com ataques contínuos de ambos os lados, levando a uma crise humanitária grave, com quase dois milhões de palestinos deslocados e condições de vida deterioradas. A comunidade internacional, incluindo a ONU, tem apelado por um cessar-fogo imediato para evitar mais perdas e sofrimento.

Economistas apontam que, após enfrentar a pandemia e a guerra na Ucrânia, a economia mundial ainda está se recuperando, mas corre o risco de ser prejudicada por esse novo conflito. A incerteza em torno da duração e da amplitude pode levar ao adiamento de decisões de investimento e consumo, o que poderia diminuir o crescimento do PIB global.

Avaliação do FMI

O Fundo Monetário Internacional (FMI) avalia, no entanto, que o conflito teve, até então, um impacto limitado na atividade econômica europeia, incluindo Portugal.

Inicialmente, houve aumentos nos preços do petróleo e do gás natural na Europa, mas essas tendências foram revertidas. No entanto, ainda existem preocupações com possíveis riscos inflacionários decorrentes do contexto geopolítico, especialmente relacionados aos preços da energia.

Dependendo da duração da guerra no Oriente Médio, o aumento nos preços do petróleo pode afetar as exportações, o consumo e os investimentos em Portugal, levando potencialmente a uma recessão.

Perguntas frequentes

Agora que você já sabe como anda a economia de Portugal, separamos três perguntas frequentes dos nossos leitores para respondê-las aqui no artigo.

Qual a base da economia de Portugal?

A base da economia de Portugal é formada pela agricultura, silvicultura, a pecuária e pesca (setor primário); indústria transformadora e construção civil (setor secundário) e turismo (setor terciário).

Quem é o ministro da economia de Portugal?

O atual mistro da economia português é o consultor e gestor Pedro Reis, que tomou posse em abril de 2024 – após a eleição do novo governo.

Antes dele, o cargo era ocupado por António Costa Silva. Ele foi o responsável por criar a Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Econômica de Portugal 2020-2030, um documento de 142 páginas enquadrando as prioridades do país e contribuiu para desenhar o Plano de Recuperação apresentado a Comissão Europeia pós-pandemia.

Atenção que não é o António Costa, anterior Primeiro-Ministro de Portugal. Por terem o mesmo nome, muitos acabam fazendo confusão.

Quais os jornais de economia Portugal?

Acompanhar os jornais de Portugal é importante para se manter atualizado sobre o que acontece no país, assim como a sua economia. O Jornal Econômico é o especialista na área. Além dele, qualquer veículo de comunicação (jornais, rádios e TVs) também mantém a seção de Economia sempre atualizada.

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Lívia Tostes and Maurício Martins

Lívia Tostes é natural de Minas Gerais, produtora de eventos e jornalista. Tem sede de aprendizado e por esse motivo mudou-se para Portugal para fazer Mestrado em Ciências da Comunicação. Hoje, está sempre a postos para ajudar outros brasileiros que compartilham do desejo de emigrar e viajar para a Europa.

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