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Europa enfrenta epidemia de obesidade: veja comparativo com o Brasil

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O sobrepeso e a obesidade atingiram proporções epidêmicas na Europa, especialmente na fase da infância, apontou o último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com os dados, 1 em cada 3 crianças em idade escolar vive com sobrepeso ou obesidade, taxas que vêm aumentando em muitos países. Entre os adultos, cerca de 60% da população apresenta peso acima do indicado, muitas sujeitas aos enormes riscos da obesidade.

A obesidade aumenta o risco de muitas doenças não transmissíveis, incluindo câncer, doenças cardiovasculares, diabetes mellitus tipo 2 e doenças respiratórias crônicas. Estima-se que a obesidade seja responsável por pelo menos 200 mil novos casos de câncer por ano na União Europeia.

Entre as crianças, números piores entre os meninos

Em termos gerais, 29% das crianças de 7 a 9 anos vivem com sobrepeso ou obesidade. A prevalência maior é entre os meninos (31%) do que entre as meninas (28%). Chipre e Grécia são os países com os maiores índices gerais, com sobrepeso e obesidade ultrapassando os 40% nesta faixa etária da população.

Dados mostram que na faixa etária abaixo, até os 5 anos de idade, 7,9% de todas as crianças (4,4 milhões) na região sofrem com o sobrepeso ou obesidade.

Crianças de 7 a 9 anos com sobrepeso ou obesas

País Meninos Meninas
Chipre mais de 40% Entre 35% e 40%
Grécia mais de 40% Entre 35% e 40%
Itália mais de 40% Entre 35% e 40%
Espanha Entre 35% e 40% Entre 35% e 40%
Croácia Entre 35% e 40% Entre 35% e 40%

Na adolescência, o problema é menos grave

Na adolescência, a prevalência da obesidade desce para 25%, mas as taxas já foram muita mais baixas: entre 1975 e 2016, os números do excesso de peso e da obesidade triplicaram entre os rapazes com até 19 anos de idade e mais do que duplicaram entre as meninas da mesma idade, aponta a OMS.

O relatório aponta ainda que alguns fatores das sociedades altamente digitalizadas como as da Europa moderna também são impulsionadores da obesidade infantil. A referência não se baseia apenas no marketing digital de produtos alimentícios não saudáveis ​​para crianças, mas principalmente na proliferação de jogos online sedentários.

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A Organização Mundial da Saúde tem uma iniciativa específica para avaliar a situação das crianças, com levantamentos em 33 países da União Europeia, desde 2007. O mais recente relatório da Iniciativa de Vigilância da Obesidade Infantil (COSI, na sigla em inglês) recolheu dados de mais de 400 mil crianças, entre 2018 e 2020.

Números alarmantes em todas as faixas etárias

Além do levantamento específico para obesidade infantil, o último relatório geral da obesidade na Europa (2022) indica que, na média, 59% dos adultos têm excesso de peso ou vive com obesidade. É a região com um dos maiores índices, perdendo apenas para as Américas.

Entre os adultos, a obesidade aumentou 138% entre 1975 e 2016. Só entre 2006 e 2016, o aumento foi de 21%. Os índices são mais alarmantes entre os homens (63%, chegando a 70% em alguns países) do que entre as mulheres (54%).

Quando se separa apenas os indicadores de obesidade, a média é de cerca de 23% dos adultos, com prevalência maior para as mulheres obesas (24%) do que para os homens obesos (22%):

País Adultos com sobrepeso ou obesos / ambos os sexos
Turquia mais de 65%
Malta mais de 65%
Israel Entre 60% e 65%
Reino Unido Entre 60% e 65%
Andorra Entre 60% e 65%

E Portugal e Espanha?

Portugal, o país mais escolhidos pelos brasileiros para chamar de lar na Europa, possui taxa de obesidade entre adultos abaixo da média da União Europeia. Portugal está em 35º lugar no ranking de obesidade ou sobrepeso entre os 54 países (ou grupos de países) analisados.

Mas quando falamos da obesidade infantil e juvenil, Portugal já não se saiu tão bem.

  • Nas crianças até 5 anos: 11º no ranking;
  • Nas crianças entre 5 e 9 anos:  7º lugar no ranking;
  • Entre 10 e 19 anos:  9º lugar no ranking.

Já na vizinha Espanha, os adultos estão com maior sobrepeso e obesidade do que os portugueses. Os espanhóis estão em 9º lugar entre os países europeus mais obesos neste mesmo ranking. Entre crianças e adolescentes, a balança também está acima do adequado:

  • Entre 5 e 9 anos:  5º lugar no ranking;
  • Entre 10 e 19 anos: 6º lugar do ranking.

Uma epidemia com alto impacto na saúde e na economia

Estima-se que os problemas de saúde relacionados ao sobrepeso causem mais de um milhão de mortes anualmente na Europa, ou seja, o equivalente a mais de 13% de todas as mortes da região. A obesidade também é considerada a causa de pelo menos 13 tipos diferentes de câncer.

No Reino Unido, que ocupa as primeiras posições no ranking da obesidade na Europa, houve pouco mais de um milhão de internações hospitalares provocadas pela obesidade nos anos de 2019/2020, um aumento de 17% em relação ao período 2018/2019

Recente relatório do Banco Mundial mostra que, desde 1975, a obesidade quase triplicou em todo o mundo e é agora responsável por 4 milhões de mortes todos os anos em todas as regiões. Além disso, as doenças não transmissíveis relacionadas ao sobrepeso e obesidade estão entre as três primeiras causas das mortes no mundo.

A saúde e a economia brasileira também sofre com a obesidade

No Brasil, de acordo com o Banco Mundial, espera-se que os custos com saúde relacionados com a obesidade cheguem a pouco mais de 10 bilhões de dólares em 2050, quase o dobro do valor gasto em 2010. Dados de recente pesquisa indicam que quase 170 mil mortes por ano podem ser atribuídas a fatores ligados ao sobrepeso/obesidade no Brasil.

Pelos critérios da Organização Mundial da Saúde, o sobrepeso se caracteriza por Índice de Massa Corporal acima de 25, enquanto a obesidade tem IMC superior a 30.

Covid agravou a crise

Segundo o relatório da OMS, as pessoas com sobrepeso e as obesas foram ainda mais afetadas pelas consequências da pandemia da Covid-19. Houve mudanças desfavoráveis ​​no consumo de alimentos e nos padrões de atividade física, que exigirão esforços significativos para serem revertidas.

Além disso, como a obesidade era considerada um fator de risco para casos mais graves da Covid-19, as pessoas se isolaram mais em casa, com diversos aplicativos de entrega de comida à disposição, com mais acesso a alimentos com alto teor de sal, gordura e açúcar.

Um desafio global

O Impacto econômico do sobrepeso e da obesidade ultrapassará US$ 4 trilhões até 2035, o equivalente a quase 3% do PIB global, de acordo com recente publicação da Federação Mundial da Obesidade, o World Obesity Atlas 2023.

Pela estimativa da entidade, a maioria da população global (51%, ou mais de 4 bilhões de pessoas) viverá com sobrepeso ou obesidade nos próximos 12 anos. Destas, quase 2 bilhões serão obesas.

A obesidade infantil irá mais que dobrar até 2035 (na comparação com dados de 2020), principalmente entre as meninas. Vale ressaltar que a obesidade infantil tem crescido a taxas mais altas do que a dos adultos.

Brasil não é exceção

Os dados mais recentes no Brasil também são alarmantes e seguem a tendência global. A obesidade no país mais do que dobrou em cerca de 20 anos, como mostram os indicadores abaixo:

No caso da obesidade juvenil, os indicadores da Pesquisa Nacional de Saúde/2019 mostram que cerca de um quinto dos adolescentes de 15 a 17 anos estão acima do peso ou são obesos:

Os números também são altos para a faixa etária dos 5 aos 9 anos, com quase 13% das crianças acima do peso indicado. Pesquisa mais recente do Ministério da Saúde confirma esses dados e trazem um panorama completo, estado por estado, indicando que a tendência de crescimento também aparece no país, principalmente após a pandemia da Covid-19.

Capitais brasileiras com maior porcentagem de adultos obesos ou em sobrepeso

Homens Mulheres
1º. Aracaju (27,9%) 1º. Manaus (26,6%)
2º. Goiânia (26,7%) 2º. Recife (26,5%)
3º. Porto Velho (26,2%) 3º. Porto Velho (26,2%)

Veja os gráficos abaixo com os resultados gerais para homens e mulheres nas capitais brasileiras:

Obesidade nos homens das capitais brasileiras

Gráfico do relatório Vigitel Brasil 2021

Obesidade nas mulheres das capitais brasileiras

Gráfico do relatório Vigitel Brasil 2021

Sedentarismo, um dos vilões do excesso de peso

Mais de um em cada três adultos não atende às diretrizes de atividade física da OMS e quase metade (45%) relata que nunca se exercita ou pratica esportes na Europa. A informação faz parte do estudo recém divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Os dados são igualmente graves com os mais jovens, especialmente as meninas: menos de 20% dos meninos e apenas 10% das meninas atingem o nível de atividade física recomendado pela OMS para adolescentes, o que ajuda a explicar muito as taxas crescentes de obesidade infantil.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 150 minutos de atividade física de intensidade moderada por semana seria capaz de evitar mais de 10 mil mortes por ano nas faixas etárias de 30 a 70 anos. O sedentarismo pode levar a doenças cardíacas, obesidade, diabetes e outras doenças não transmissíveis.

Além disso, um novo relatório da OMS, com dados sobre atividades físicas e sedentarismo de 194 países, indica que até 2030 cerca de 500 milhões de pessoas desenvolverão doenças cardíacas, obesidade, diabetes ou outras doenças não transmissíveis devido à inatividade.

Brasil tem medalha de prata no sedentarismo

No quesito sedentarismo, o Brasil também não é um exemplo a ser seguido.Levantamento da empresa multinacional de pesquisa Ipsos feita em 29 países, em 2021, coloca o Brasil no segundo lugar entre os países com a população mais sedentária, perdendo apenas para o Japão.

Segundo o levantamento, quase um terço das pessoas disseram não dedicar nenhum tempo às atividades físicas, o que contrasta com países como Holanda (12,8 horas por semana), Alemanha (11,1 horas por semana) e Romênia (11 horas por semana).

Alguns outros indicadores, ainda que com pequenas variações, confirmam o sedentarismo de grande parte da população brasileira. Os dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, mostra que mais de 40% da população acima de 18 anos ou mais de idade foram classificados como insuficientemente ativos, ou seja, não praticaram atividade física ou praticaram por menos do que 150 minutos por semana.

Quando se olha para a fatia da população acima dos 60 anos, quase 60% das pessoas não pratica exercícios segundo a recomendação da OMS, apontou a mesma pesquisa.

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Marcos Freire

Marcos é jornalista e vive com a família em Ovar, uma pequena e simpática cidade que fica no meio do caminho entre Porto e Aveiro, há 5 anos. Além da formação em Jornalismo, tem pós-graduação em Administração pela Fundação Getúlio Vargas e MBA pela Fundação Dom Cabral. Já viveu um período em Paris e rodou por mais de 20 países. Nesta nova etapa em Portugal, um dos grandes prazeres é cair na estrada e descobrir todos os encantos do país que adotou. E muita vezes sobre duas rodas, na bicicleta que o acompanha nas deslocações diárias e nos curtos trajetos pelo cidades e vilas vizinhas.

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