Brasileiros sem autorização de trabalho são presos em Londres

Brasileiros sem autorização de trabalho foram presos em operação policial Londres

Entre os dias 16 e 21 de abril, o governo do Reino Unido elaborou uma operação policial para impedir o trabalho ilegal. Com a operação Crackdown, 60 motoristas de aplicativo de entrega foram presos na região de Londres. A maioria dos detidos era de brasileiros que trabalhavam ilegalmente na Inglaterra.

Entenda como aconteceu a operação e quais devem ser as consequências para os trabalhadores e empregadores.

Brasileiros que trabalham em aplicativos de entrega de comida foram presos em Londres

Uma operação policial realizada entre os dias 16 e 21 de abril de 2023, na região de Londres, prendeu 60 motoristas de aplicativo de entrega em situação irregular no Reino Unido. As prisões foram divulgadas apenas no dia 24 de abril e as empresas mais afetadas foram Deliveroo, JustEat e UberEats.

Os detidos não possuíam autorização de trabalho na Inglaterra e, alguns deles, também carregavam documentos falsos. Entre eles, 44 estavam em condição irregular de residência no país ou estão com o visto vencido, e estão aguardando remoção do Reino Unido, e outros 16 foram liberados após o pagamento de fiança.

Brasileiros são maioria dos detidos

O governo britânico não divulgou o número exato de detidos por nacionalidade. No entanto, o Home Office, órgão que também é responsável pelas políticas migratórias no Reino Unido, apontou que a maioria são brasileiros, seguidos de indianos e de argelinos.

Como aconteceu a operação da polícia

Para a realização da ação, o serviço de inteligência do Ministério do Interior mapeou os locais de grande concentração de entregadores em diversas regiões londrinas. Então, os agentes policiais realizaram as prisões nos locais monitorados. Foram abordados 132 trabalhadores, dos quais 60 foram detidos.

O sindicato, que representa os trabalhadores com contrato zero horas da indústria, criticou a ação alegando que não é papel da polícia fazer verificações de imigração nas ruas.

O que deve acontecer a seguir

As 44 pessoas em condição irregular de permanência no Reino Unido estão aguardando a deportação para seus países de origem. O Ministério do Interior afirmou que espera que os detidos aceitem a saída voluntária do Reino Unido.

É importante reiterar que trabalhar ilegalmente no Reino Unido é crime e leva à prisão, sendo a pena máxima de:

51 semanas na Inglaterra e no País de Gales;
6 meses na Escócia e na Irlanda do Norte.

Também deve haver consequências para os empregadores porque eles têm a responsabilidade de impedir o trabalho ilegal.

Dessa forma, os empregadores podem ser presos por até cinco anos e pagar multa ilimitada se forem considerados culpados de empregar alguém que conheciam, ou tinham “motivos razoáveis para acreditar”, que não tinha o direito de trabalhar no Reino Unido.

Vale apontar que, em 2021, o Tribunal de Apelação decidiu que os pilotos da Deliveroo são autônomos, e não empregados. Dessa forma, os empregadores não devem ter que pagar a multa de até £20 mil por trabalhador ilegal.

Reino Unido tem trabalhado para não permitir a permanência de imigrantes ilegais

Essa operação faz parte da política de tolerância zero adotada pelo governo do Reino Unido, que trabalha contra a permanência de imigrantes ilegais. O projeto de lei “Stop the boats”, de 2023, visa impedir que imigrantes ilegais entrem no país e impõe regras mais duras para os imigrantes ilegais.

Ainda, a lei estipula que quem entrar ilegalmente no Reino Unido será permanentemente proibido de retornar ou buscar a cidadania britânica no futuro.

Recomendamos sempre a imigração legal e planejada

Dessa forma, nós sempre recomendamos a imigração legal e planejada, não só para o Reino Unido como para qualquer país.

A imigração legal garante que a pessoa tenha acesso a direitos e benefícios previstos na lei do país de destino, como trabalho, saúde, educação e proteção social.

Por outro lado, a imigração ilegal pode resultar em consequências graves, como detenção, deportação e impedimento de entrada em outros países no futuro. Além disso, a pessoa pode enfrentar problemas para ter uma vida com dignidade no país estrangeiro, como dificuldades em obter acesso a serviços básicos, como saúde, educação e emprego.

Por fim, sempre faça um planejamento bem feito e organize sua imigração com todos os documentos necessários, incluindo permissão para trabalhar.

Andrea Côrtes

Andrea é jornalista e também tem formação em Linguística. Apesar de nascida em Curitiba, não demorou muito tempo para seu coração ganhar o mundo. Começou a trabalhar com agronegócio, área que a fez ganhar gosto para trabalhar fora do escritório, com pessoas de culturas e lugares diferentes. Com uma câmera na mão, desbravou inúmeras cidades e nunca mais parou. Decidiu unir a paixão pela profissão e pelas viagens e fez disso sua vida. Viajou por todos os cantos do Brasil e também se aventurou pelos Estados Unidos, sete países da África e Ásia. Ao lado do filho já morou no Sri Lanka e no Vietnã. Desde 2018 vive na Inglaterra e divide seu tempo entre a maternidade, produção de conteúdo e viagens pelo Reino Unido e Europa.