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Psicologia para Expatriados

Nessa categoria você irá encontrar artigos de psicólogos especializados no atendimento a brasileiros expatriados que ajudam no preparo psicológico para sair do Brasil bem como nas questões enfrentadas pelos brasileiros imigrantes.

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Escolher morar fora pode ser uma oportunidade de se reinventar
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Morar fora pode ser uma oportunidade de se reinventar: saiba porque

Morar fora pode ser uma oportunidade de se reinventar e é uma experiência única que proporciona muitos aprendizados pessoais. É uma chance de se afastar do que é familiar para explorar um mundo totalmente novo. A maneira como cada pessoa lida com as consequências da vida pode influenciar sua relação com a imigração. É importante não romantizar esse processo, reconhecendo os desafios de ser estrangeiro, mas também não devemos ignorar a perspectiva positiva e enriquecedora de morar no exterior, que pode trazer mais significado e valor à sua jornada. Ao nos envolvermos com uma nova cultura, podemos nos conectar com a liberdade de descobrir quem somos e quem queremos ser. A liberdade da vida no exterior Viver no seu país de origem envolve seguir regras e características que nos são impostas desde o nascimento. Não escolhemos nossa família, nossa casa ou nossa sociedade. Embora isso não seja necessariamente um problema, aprendemos a lidar com os nossos desejos e consequências de nossas escolhas à medida que crescemos, moldando nosso futuro e individualidade. Quando decidimos mudar de país, aceitamos, também, todas as consequências que envolvem essa decisão, tanto as boas quanto as ruins. Uma das grandes lições que a vida no exterior pode oferecer é o amadurecimento e o autoconhecimento. Cada pequena decisão do dia a dia impacta diretamente você, tornando essencial conhecer suas próprias necessidades e se libertar das expectativas dos outros. Uma característica comum dos brasileiros é a preocupação excessiva com a opinião da sociedade sobre quem somos e sobre as nossas decisões. Por conta disso, estar longe do seu país pode proporcionar uma sensação de liberdade; em um lugar onde ninguém te conhece, você pode sentir que pode fazer escolhas sem ser julgado. Essa experiência pode ser transformadora e nos ensinar que é possível sentir essa liberdade também ao retornar ao Brasil para uma adaptação reversa. A liberdade promove o autoconhecimento, permitindo-nos ouvir nossas próprias necessidades e desejos sem a interferência das opiniões alheias. O questionamento leva ao crescimento pessoal Se conhecer verdadeiramente é muito mais difícil dentro da sociedade em que você foi criado. Ao se distanciar do que é familiar, você amplia sua visão sobre o mundo e, consequentemente, sobre si mesmo. É uma oportunidade de perceber como o mundo pode ser diferente da sua bolha ou da sua zona de conforto, levando-o a novos questionamentos sobre aquilo que sempre considerou simples ou imutável. Desafiar o que sempre foi óbvio para você é como confrontar sua própria zona de conforto e isso pode gerar uma insegurança emocional no início. No entanto, é através dos questionamentos que se alcança o amadurecimento e o autoconhecimento, permitindo construir uma relação mais forte consigo mesmo, por isso, morar fora pode ser uma oportunidade de se reinventar. Aprecie sua própria companhia Ao se mudar para um lugar novo, é essencial ter autoconhecimento e uma boa relação com sua própria companhia. Compreender suas emoções e suas necessidades pode ajudá-lo a ter mais carinho e compaixão por si mesmo. Embora você possa construir uma rede de apoio no exterior, estar feliz consigo mesmo faz uma grande diferença. Ter amigos e familiares por perto pode te oferecer muito suporte, mas ninguém pode substituir sua própria companhia. Isso facilita nos momentos para tomar uma decisão importante e se adaptar a elas, tornando a vida mais leve em qualquer lugar. Mesmo que o processo de adaptação cultural seja longo, você poderá encontrar refúgio ao lembrar das suas escolhas e sentimentos. [caption id="attachment_173323" align="alignnone" width="750"] Sair da zona de conforto e aprender a apreciar a sua própria companhia é fundamental para quem vive no exterior.[/caption] Na vida, não podemos controlar o resultado de nossas escolhas, precisamos primeiro viver para depois aprender com elas. Morar no exterior é desafiador e não há garantias de sucesso, mas certamente traz grandes aprendizados. Entre eles, a redescoberta de novas possibilidades, a coragem de mudar para outro lugar ou retornar ao Brasil, e o reconhecimento de uma nova versão da sua identidade. Celebre cada conquista Durante a adaptação no exterior, muitas pessoas podem encontrar dificuldades para focar nos aspectos positivos da experiência, especialmente no início, quando os desafios são mais intensos. Por isso, é importante praticar pensamentos positivos e se lembrar de seus objetivos. Frequentemente, é mais fácil notar nossos fracassos e dores, esquecendo das pequenas conquistas e das coisas boas do dia a dia. Valorizar essas vitórias é essencial para manter uma vida emocional mais saudável e reduzir o estresse e a ansiedade. Dicas para exercitar os pensamentos positivos Reserve alguns minutos do seu dia para refletir sobre quem você era antes da imigração e quem você se tornou agora. Isso pode ajudar a exercitar pensamentos positivos e, gradualmente, trazer mais equilíbrio para sua rotina. Os desafios da adaptação continuarão existindo, mas a forma como os encaramos pode mudar. Outra dica é reservar um tempo para realizar atividades prazerosas. Com a correria e as responsabilidades da vida adulta, é fácil esquecer de cuidar de si mesmo e de fazer coisas que gostamos, e não apenas aquelas que são obrigatórias. Dessa forma, você poderá se conectar mais consigo mesmo e trazer mais leveza para sua rotina. Morar fora pode ser uma oportunidade de se reinventar, mas é essencial reconhecer seus limites e o momento de buscar ajuda. Se estiver enfrentando dificuldades sérias ou questões emocionais graves, considere a possibilidade de fazer terapia. Todos temos facilidades e dificuldades ao longo da vida, e lidar com mudanças equilibradamente pode ser desafiador para algumas pessoas. Os processos individuais podem afetar diretamente a vida emocional. Questões mal resolvidas do passado podem dificultar que imigrantes lidem de forma saudável com certos desafios no exterior. Nesses casos, um terapeuta intercultural pode ajudar a acolher e entender seus sentimentos, e encontrar maneiras úteis de melhorar a qualidade de vida da sua rotina.

Mudei para a Europa e não me sinto mais pertencente ao Brasil
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Imigrei e não me sinto mais pertencente ao Brasil: como lidar?

Quando nos tornamos imigrantes, é comum nos questionarmos sobre qual lugar pertencemos, já que criamos laços profundos com dois países diferentes. Essa situação pode nos deixar com a sensação de não pertencer totalmente a nenhum dos dois lugares, o que pode gerar conflitos emocionais em relação à identidade do estrangeiro. Você pode até pensar: “não me sinto mais pertencente ao Brasil”. É fundamental compreendermos como equilibrar nossos sentimentos em relação ao país onde nascemos, que representa a nossa história, e o novo país onde estamos construindo o nosso futuro. Encontrar esse equilíbrio pode ser desafiador, mas pode tornar a jornada no exterior mais leve e clara. Pertencimento e identidade O sentimento de pertencimento se refere a nossa conexão, identificação e inclusão em uma determinada comunidade ou lugar. À medida que crescemos, é natural nos sentirmos mais conectados com que é familiar e que faz parte da nossa rotina, isso é o que molda nossa identidade dentro desse ambiente. Esse processo de construção de identidade acontece gradualmente desde o nascimento sendo influenciado por eventos significativos ao longo da vida. Quando enfrentamos grandes mudanças, como mudar para uma nova casa ou um novo país, é comum sentirmos um certo estranhamento em relação a nós mesmos. Isso ocorre especialmente depois de passar muito tempo em um mesmo lugar, pois sair da zona de conforto pode gerar insegurança devido ao desconhecido. O processo de adaptação ao novo país Ao iniciar uma jornada em um país diferente, é natural passar por um longo período de adaptação e de não identificação. No entanto, muitos imigrantes não estão cientes de que, ao retornarem ao Brasil, seja permanentemente ou como turistas, provavelmente também experimentarão uma sensação semelhante ao não pertencimento. Isso significa que até mesmo aqueles imigrantes que se reconhecem completamente como brasileiros, ao visitar seu país de origem, podem começar a questionar a sua própria identidade, pois sentem que não pertencem a lugar nenhum. Percebendo as mudanças Alguns imigrantes criam grandes expectativas ao visitar sua terra natal, principalmente na primeira vez que voltam. É importante que essas expectativas sejam realistas, na minha coluna sobre as expectativas na imigração, você pode ler um pouco mais sobre esse tema. A saudade pode fazer com que queiram reviver momentos do passado que já não correspondem à realidade atual. Essa diferença entre expectativas e realidade pode fazê-los sentir-se ainda mais desconectados com o Brasil. O sentimento de estranhamento é natural, especialmente quando o imigrante passa muitos anos longe do Brasil. Durante sua jornada no exterior, eles passam por diversas transformações em sua maneira de pensar, ver o mundo e até mesmo em seus valores. Essas mudanças ocorrem à medida que eles se adaptam às novas circunstâncias e necessidades, desenvolvendo novas habilidades para se relacionar com o país onde estão vivendo. [caption id="attachment_171632" align="alignnone" width="750"] Fazer novas amizades e construir uma rede de apoio no novo país ajuda muito a se sentir acolhido e em casa.[/caption] Por exemplo, uma pessoa introvertida pode sentir a necessidade de estabelecer uma nova rede de apoio no exterior. Embora seja um grande desafio, ela pode aprender a desenvolver novas estratégias para se socializar, como participar de grupos online de brasileiros que vivem no exterior, algo que talvez não considerasse enquanto vivia no Brasil. É fundamental compreender e aceitar que as transformações são uma parte inevitável da vida, inclusive para aqueles que permanecem no Brasil. Portanto, devemos ter cuidado com nossas expectativas e estar abertos a reencontrar pessoas queridas, ao mesmo tempo, em que respeitamos suas mudanças, que são parte integrante da jornada de cada indivíduo. Como aceitar as mudanças? É natural que nós, imigrantes, carregamos conosco nossa história e raízes, pois são elas que moldaram quem somos hoje. Porém, é importante não ficarmos presos somente ao passado, pois isso pode nos impedir de avançar e realizar nossos sonhos individuais. Ao retornar ao Brasil, devemos buscar criar novas memórias em vez de reviver o passado exatamente como era, compartilhando momentos especiais com pessoas queridas em lugares significativos. Ao mesmo tempo em que devemos valorizar nossas raízes, é essencial nos conectar com a nova cultura e criar uma harmonia entre ambas. É comum não se sentir pertencente, pois é necessário tempo para nos integrarmos completamente. O novo país não substituirá o Brasil Devemos buscar um equilíbrio para que as duas culturas coexistem dentro de nós. É crucial entender que o sentimento de pertencimento é gradual e pode ser compartilhado entre mais de uma nação, isso faz parte da nossa identidade como imigrantes. É importante compreender e aceitar que as mudanças como parte fundamental da vida, que contribuem para nosso crescimento e capacidade de enfrentar momentos difíceis. A vida de um imigrante é repleta de desafios, e encará-los com sabedoria pode aliviar o peso e proporcionar aprendizados valiosos para seguir em frente no exterior com mais força e conhecimento. Buscando informação É fundamental conhecer seus próprios limites e buscar informações sobre o que esperar durante essa fase de transição para encontrar paz interior. Compreender de onde vêm e por que surgem dúvidas sobre identidade e pertencimento pode prepará-lo melhor para lidar com elas, evitando ser pego de surpresa. Estar informado pode ajudá-lo a reconhecer quando é necessário buscar auxílio profissional para lidar com questões pessoais e internas. Isso pode ser feito através da leitura das diversas colunas de sites, como o Euro Dicas ou conversando com outros imigrantes. Em casos mais graves, buscar a orientação de um terapeuta intercultural é uma excelente opção. Os profissionais de saúde mental estão disponíveis para auxiliá-lo a compreender seu próprio processo individual e fornecer apoio emocional para lidar com os desafios individuais que surgem. Além disso, são uma fonte valiosa para esclarecer dúvidas sobre questões técnicas relacionadas à saúde emocional e ao processo de imigração. Portanto, não hesite em buscar ajuda, pois manter uma saúde emocional equilibrada é essencial para enfrentar a migração com mais leveza, tranquilidade e suporte.

Brasileiro que decidiu voltar para o Brasil
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Quando os planos não saem como se espera: voltar para o Brasil

A vida no exterior, muitas vezes, é vista como perfeita, e se tornar estrangeiro parece uma grande conquista, sinônimo de sucesso. Mas, após emigrarmos, logo percebemos que a realidade é diferente; viver fora do nosso país é desafiador e nem todos conseguem se adaptar. E o que acontece quando o imigrante percebe que essa vida não é para ele e decide voltar para o Brasil? Essa decisão certamente não é fácil. Em alguns casos, é mais difícil retornar ao país de origem do que deixá-lo. É esse tema que explorarei nesta coluna. Conheça os seus desejos Quando começamos uma nova vida em um país diferente, é comum passarmos por uma fase chamada 'lua de mel'. Neste período, ficamos encantados com a nova rotina e animados por ver um sonho se concretizar. No entanto, essa fase chega ao fim quando percebemos que nem tudo é perfeito, existem desafios e problemas em qualquer lugar do mundo. Este é um momento crucial, quando surgem pensamentos como: será que esta vida não é para mim? Devo persistir um pouco mais? Essas dúvidas podem perdurar por meses ou até anos, já que é uma decisão que afetará profundamente a vida do imigrante. Todos esses questionamentos podem gerar medo, insegurança e ansiedade, dificultando a aceitação dos próprios desejos. Além dos medos internos e pessoais, existe também o medo do julgamento de outras pessoas. Como há essa romantização da vida no exterior, familiares ou amigos podem interpretar esse retorno ao Brasil como um fracasso ou uma falha dessa jornada migratória. Lidar com julgamentos e medo de voltar para o Brasil Este julgamento aumenta ainda mais os sentimentos de insegurança e indecisão. Assim, o medo de ser julgado pode levar o imigrante a persistir na vida no exterior, mesmo não sendo feliz, pois a angústia pelo desconhecido é maior que o sofrimento atual. Para tomar uma boa decisão, é essencial separar seus próprios desejos das expectativas que os outros têm sobre você. Uma maneira de fazer isso é imaginar como seria sua vida se voltasse ao Brasil sem que ninguém soubesse, e então entender o quanto as expectativas externas estão influenciando nas suas escolhas. E ao descobrir o seu desejo, o próximo passo é aceitá-lo. A importância da aceitação A aceitação é reconhecer e validar uma situação ou emoção, que envolve uma confirmação para lidar com a realidade em vez de resistir ou negá-la. É um ato de amor-próprio, essencial para o bem-estar emocional e para se adaptar a situações difíceis. Para um imigrante, aceitar o desejo de voltar a viver no Brasil pode gerar sofrimento, pois envolve confrontar sentimentos íntimos e confusos. Por exemplo, sentir tristeza pela falta da família no Brasil e, ao mesmo tempo, frustração por não se adaptar ao país estrangeiro. É comum querer negar a existência desses sentimentos, por serem extremamente desconfortáveis. Porém, é ao enfrentar esse desconforto que alcançamos a aceitação. Somente ao reconhecer nossas emoções podemos encontrar maneiras de lidar com elas. Embora o processo possa ser doloroso, também nos liberta. Quando nos encontramos diante de uma decisão difícil, é como se ficássemos paralisados e incapazes de avançar em qualquer direção. A incapacidade de decidir nos mantém presos em um estado de incerteza, em que parece que não estamos escolhendo lugar nenhum. No entanto, é importante entender que toda escolha implica em sacrifícios e ganhos, e é através dessas escolhas que nossa vida avança e ganha direção. Sua felicidade pode estar no Brasil A verdade é que não existe um lugar perfeito no mundo para morar, o melhor é onde você se sente feliz. Muitas vezes, o imigrante busca qualidade de vida, porém, se essa nova realidade causa ansiedade ou tristeza em excesso, ou não atende as expectativas, talvez não valha a pena. A qualidade de vida está ligada aos desejos e objetivos pessoais, e cada pessoa tem suas próprias necessidades e expectativas. É fundamental que o imigrante conheça os seus limites e saiba o que é negociável ou não para si. Seus valores e metas de vida são importantes e não há nenhum problema em ir atrás deles, mesmo que estejam no Brasil. [caption id="attachment_168896" align="alignnone" width="750"] Seja honesto com você mesmo e com seus sentimentos, avalie onde você se sente mais feliz e pertencente.[/caption] É preciso coragem para se mudar para o exterior, mas mais ainda para reconhecer seus limites e respeitar seu desejo de voltar para sua terra natal. Depois de viver fora por um tempo, podemos aprender a valorizar mais nosso país de origem. Há coisas que só percebemos serem importantes quando nos afastamos. Poder voltar e desfrutar de momentos simples com pessoas queridas ou sentir-se pertencente ao lugar onde crescemos ganha um novo significado, e essas pequenas coisas podem ser exatamente o que você precisa. Quero voltar para o Brasil! E agora? Planejar esse retorno envolve muitas questões, como preparação financeira, emocional e familiar. Por isso, nem sempre é possível voltar imediatamente. É importante estar atento aos seus sentimentos e ter paciência com o processo, pois pode ser um momento emocionalmente delicado. Então, não deixe de buscar suporte, se for necessário. Comunicar-se de forma clara e sincera com aqueles que compartilham esse retorno é essencial. Pode ser um momento tenso para toda a família, e uma boa comunicação pode evitar mal-entendidos e proporcionar apoio mútuo. Cerque-se de apoio Além disso, ter uma rede de apoio te esperando no Brasil pode ajudar a ter com quem compartilhar seus sentimentos e facilitar a reintegração à nova rotina, tanto nas questões burocráticas quanto em momentos de lazer. Esse movimento de retorno é um processo singular e pode afetar cada imigrante de forma diferente, devido às suas experiências individuais. Nestes casos, o acompanhamento terapêutico pode ser muito útil para tomar decisões importantes de maneira consciente, compreender as suas próprias emoções e ter um suporte durante o processo de mudança e a readaptação ao Brasil.

Como lidar com as expectativas na imigração
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Expectativas na imigração: como entender e lidar com elas

Quando passamos por uma grande mudança, é natural criar expectativas, tanto boas quanto ruins. Isso também acontece quando estamos nos mudando para outro país, que muitas vezes pode ser a realização de um sonho. E as expectativas na imigração fazem parte desse processo. Porém, é importante saber diferenciar uma expectativa saudável de uma exagerada, pois isso pode influenciar bastante na forma como lidamos com essa transição. Entenda a sua expectativa Uma expectativa exagerada pode nos fazer imaginar fatos que não condizem com a realidade da vida no exterior, o que, aos poucos, pode se transformar em ansiedade ou frustração constantes. Por outro lado, uma preocupação realista nos ajuda a nos preparar para as partes boas e também para os desafios que virão nessa jornada. A romantização do exterior Essa romantização é algo que muita gente faz quando idealiza como seria viver num país diferente. Isso acontece quando imaginam que nesse país tudo seja perfeito e maravilhoso. Um dos motivos principais dessa romantização é a ideia de que fora do Brasil há mais oportunidades e sucesso, e que pode trazer reconhecimento e admiração. Para algumas pessoas, romantizar também é uma forma de escapar das pressões e limitações da vida no país de origem, especialmente quando estão insatisfeitas com sua situação atual. Parece que no exterior não existem problemas, mas, na verdade, os problemas não resolvidos podem nos seguir para qualquer lugar. Essa romantização pode gerar expectativas irreais sobre como será a vida em outro país. E quando a realidade não corresponde à fantasia, pode levar a desilusões. Por isso, é importante distinguir entre a romantização e a realidade, para que os imigrantes possam se preparar melhor para os desafios e oportunidades que encontrarão ao se mudarem para um país estrangeiro. Diferenciando as idealizações e a realidade As expectativas irrealistas surgem quando há uma diferença entre o que era esperado e o que acontece na realidade. Muitos imigrantes sentem a pressão de corresponder às expectativas de suas famílias, comunidades de origem ou até de si mesmos, o que acaba sendo mais uma sobrecarga emocional. Essas expectativas podem gerar emoções como decepção, frustração, estresse e ansiedade, o que pode fazer com que o estrangeiro considere voltar a viver no Brasil. Esses sentimentos podem ser interpretados como um fracasso na mudança, mas, na verdade, podem ser apenas o resultado de expectativas desalinhadas com a realidade. Por outro lado, ter uma visão mais realista do que esperar permite que os imigrantes se preparem mentalmente para os altos e baixos da transição. Isso pode motivá-los a enfrentar os desafios da imigração com mais confiança e determinação. A importância do equilíbrio em todo o processo Encontrar um equilíbrio entre a idealização e a realidade pode ajudar os imigrantes a reduzir o estresse e a ansiedade, permitindo que lidem melhor com os obstáculos que podem surgir, como barreiras linguísticas, diferenças culturais e desafios de integração. Além disso, expectativas realistas auxiliam os imigrantes a permanecerem com os pés no chão enquanto exploram oportunidades no novo país. Ao estabelecerem metas alcançáveis, podem trabalhar de forma mais eficaz para atingi-las, aumentando assim a sensação de controle sobre suas vidas. [caption id="attachment_165417" align="alignnone" width="750"] Avaliar o que sente e manter suas expectativas reais vai fazer o processo de imigração ser um pouco mais tranquilo.[/caption] Portanto, é essencial que os imigrantes reconheçam e gerenciem suas expectativas de maneira saudável. Isso pode incluir ajustá-las para algo mais realista em relação aos desafios que podem surgir na imigração, o que pode ajudar na sua adaptação e a manter a saúde mental mais equilibrada. Como criar expectativas reais? Viver no exterior como imigrante é uma jornada cheia de emoções e desafios, mas pode ser uma experiência enriquecedora e maravilhosa se você souber se organizar adequadamente. Ter paciência e entender o máximo possível esses desafios pode ajudá-lo a se preparar melhor, evitando surpresas desagradáveis e sentimentos de insegurança. Para se preparar para essa mudança e manter expectativas realistas para uma adaptação mais fácil e leve, há algumas estratégias importantes a serem consideradas. Aqui estão algumas dicas para os imigrantes desenvolverem expectativas saudáveis ao viver no exterior: 1. Conheça o país Antes de se mudar, pesquise bem sobre o país para onde está indo. Saiba mais sobre a cultura, tradições, clima e fuso horário, sistema de saúde, custo de vida, oportunidades de emprego e outros aspectos importantes. Essa pesquisa ajudará a ter uma visão mais realista do que esperar. 2. Converse com outros imigrantes Troque ideias com outros imigrantes que já vivem no país. Eles podem compartilhar conselhos valiosos baseados em suas próprias experiências, incluindo os desafios enfrentados e dicas para uma adaptação mais suave. Isso pode ajudar a ajustar suas expectativas com base em experiências reais. 3. Esteja aberto a desafios Mantenha em mente que viver no exterior pode apresentar desafios, como barreiras linguísticas, diferenças culturais, solidão e mudanças no estilo de vida. Estar mentalmente preparado para enfrentar esses desafios pode ajudá-lo a lidar melhor quando eles surgirem. Estar aberto a novas experiências pode facilitar a sua integração e reduzir sentimentos de estresse. 4. Defina metas realistas Estabeleça metas que sejam alcançáveis e realistas para sua vida no exterior, seja em termos de carreira, estudos, vida social, aprendizado de idiomas, entre outros aspectos. Metas realistas ajudam a manter o foco e a motivação. Lembre-se também de ser gentil consigo mesmo durante o processo de adaptação, pois é normal sentir-se cansado ou frustrado às vezes. 5. Crie uma rede de apoio Você pode construir uma rede de apoio local participando de grupos de expatriados, clubes, atividades comunitárias ou conhecendo colegas de trabalho. Ter um sistema de suporte pode ajudá-lo a enfrentar os desafios e compartilhar experiências com outras pessoas na mesma situação, além de te ajudar a se sentir mais pertencente e menos sozinho em sua nova cultura. 6. Busque ajuda profissional se necessário Se você sentir que está enfrentando dificuldades emocionais, não hesite em procurar ajuda profissional. Psicólogos, terapeutas ou conselheiros podem oferecer suporte e orientação para lidar com questões emocionais durante a transição. Não sinta vergonha de cuidar da sua saúde mental, pois isso pode ser o principal obstáculo em sua jornada. Ao manter expectativas realistas e uma abordagem equilibrada, os imigrantes podem desfrutar ao máximo da experiência e enfrentar os desafios com resiliência. É importante lembrar que cuidar da sua saúde mental é essencial para ajudá-lo a realizar o sonho de viver no exterior. Mesmo com diversos desafios, a vida no exterior pode ser maravilhosa e encantadora se você estiver aberto e tiver coragem para aceitar que ela não precisa ser perfeita.

Mulher pendurando quadro na casa nova
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Sua casa é onde você está: como fazer do novo país seu lar?

Você já pensou que sua casa é onde você está? Ao chegar a um novo país, as ruas podem ser intimidadoras. Lidar com pessoas, idiomas e regras diferentes pode ser desafiador, e é comum que a casa do imigrante seja o refúgio onde buscam conforto e paz. Transformar uma casa em lar pode demandar tempo, especialmente no exterior, onde tudo é novidade. Algo que muitos estrangeiros desconhecem é que a nossa casa pode ser um reflexo da nossa mente. Em outras palavras, se ela está desorganizada ou incompleta, pode ser um momento oportuno para refletir se sua mente está na mesma condição. Por que é importante construir um lar? Na minha última coluna, clima e fuso horário, falei sobre como lidar e se adaptar com as diferenças e abordei como o ambiente externo pode afetar na saúde mental dos imigrantes. Mas é importante ressaltar que os ambientes internos também têm esse efeito. É essencial para o imigrante explorar novos lugares e culturas para se integrar a um novo país. No entanto, para vivenciar completamente a experiência da imigração, é fundamental que o seu lar acompanhe esse processo, proporcionando uma harmonia entre o sentimento de pertencimento tanto nas ruas de um novo país quanto nos momentos individuais da sua rotina em casa. Para aqueles imigrantes que não se sentem adaptados à nova cultura, seu lar pode refletir esse sentimento de não pertencimento. É comum que, sem perceber, o estrangeiro evite se estabelecer em sua casa, pois isso significa a concretização da mudança e ele pode se sabotar, sentindo-se culpado por abandonar suas raízes. Nesses casos, é válido reconhecer a importância de se sentir pertencente e acolhido em sua própria residência. Gradualmente, isso pode estimular o sentimento de pertencimento em outras áreas da vida, como no trabalho, círculos de amizade ou atividades fora de casa. Crie um ambiente acolhedor, invista em itens que transmitam conforto e tranquilidade, mesmo as pequenas decorações, como almofadas, plantas ou porta-retratos, podem fazer uma grande diferença. As necessidades de cada perfil Existem diversos perfis de imigrantes, e a maneira com escolhem conduzir sua jornada pode afetar sua adaptação. Cada um enfrenta dificuldades e facilidades específicas, por isso reconhecer suas necessidades individuais é essencial. Vou falar sobre os principais perfis de estrangeiros e trazer algumas sugestões que podem ajudar a transformar suas casas em verdadeiros lares. Estudantes ou intercambistas Esses são casos bastante comuns em que os estudantes precisam compartilhar acomodações com pessoas desconhecidas, às vezes de diferentes nacionalidades. A falta de intimidade e os espaços partilhados, geram frequentemente a sensação de viver em um ambiente estranho, quando, na verdade, a casa é de todos. Esse sentimento pode levar o estudante ao isolamento social ou a se sentir excluído dentro do seu próprio lar. A limitação de espaço pode tornar esse processo mais desafiador. Por isso, é crucial investir nos espaços, mesmo que sejam pequenos. Sugestões para melhorar a sua casa enquanto estudante Por exemplo, se você tem apenas uma cama, é importante garantir que ela seja confortável. Se houver uma parede vazia, pendure fotos suas ou de pessoas especiais para você. Tente trazer objetos pessoais e simbólicos que o ajudem a se reconectar com a sua própria identidade. Outro aspecto importante é estar aberto a conhecer e conviver em harmonia com os seus companheiros de casa. Estabelecer regras claras e investir em uma comunicação efetiva pode ser essencial para evitar mal entendidos, já que a responsabilidade pela casa deve ser de todos. Além disso, os colegas de casa podem proporcionar uma oportunidade para socializar, e obter apoio de pessoas que estão passando por situações semelhantes. Imigrantes solo Nesses casos, é comum que o objetivo do imigrante seja viver de forma independente, sem compartilhar sua casa com outras pessoas, podendo ou não ter tido essa experiência no Brasil. No entanto, as dinâmicas podem ser diferentes no exterior. O sentimento de solidão pode ser mais intenso, e a falta de conexão com a cultura pode se estender para a sua própria residência, já que não há ninguém para compartilhar suas emoções e fortalecer os vínculos com seu país de origem. [caption id="attachment_163939" align="alignnone" width="750"] Se gosta de plantas, tê-las em casa pode criar um ambiente acolhedor e o cuidado com elas, pode ser uma boa terapia.[/caption] Ter companhia durante o processo de imigração pode alterar a perspectiva que se tem da sua casa. Isso ocorre porque as pessoas contribuem para transformar sua residência em um lar. Você pode compartilhar suas preocupações no seu próprio idioma, receber apoio nos momentos difíceis e celebrar as alegrias com alguém. Sugestões para melhorar a sua casa morando sozinho Quando se emigra sozinho, é fundamental que a sua casa proporcione acolhimento, mesmo que você seja o único ocupante. Nesses casos, você tem mais liberdade para decorar o espaço, trazendo objetos que lhe tragam conforto e reflitam sua personalidade. Também é importante valorizar sua própria companhia e se sentir confortável em estar sozinho, especialmente em um ambiente que tenha esse propósito. Naturalmente, é importante buscar momentos de socialização também. Outra sugestão é convidar pessoas para visitar sua casa, sejam visitantes do Brasil ou amigos que vivem no exterior. Isso pode criar uma sensação de movimento em sua residência, mostrando que além de acolher a si mesmo, você também pode acolher os outros. Casal de imigrantes Nesses casos, o casal que decide emigrar junto conta com a companhia um do outro, porém é essencial aprenderem sobre o seu papel na relação. Os dois podem enfrentar muitas situações estressantes juntos, e por isso, é crucial saber como ser o suporte um do outro para evitar transformar o lar em um ambiente mais estressante ainda. Construir ou decorar uma casa juntos pode proporcionar a sensação de companhia, porém, é possível se sentir solitário mesmo na presença de seu parceiro. Além disso, é importante ter cuidado para não sobrecarregar um ao outro, pois na maioria das vezes eles são suas únicas companhias. Sugestões para melhorar a casa do casal imigrante Casais que estão pensando em viver a experiência da imigração devem cuidar para evitar que tragam os problemas que já existem no Brasil para o exterior. Ao chegar no novo país, também é essencial evitar misturar o que é da relação entre os dois e o que é pessoal de cada um. Quando a convivência se torna intensa demais, sua casa pode se tornar apenas um local para despejar problemas, em vez de um verdadeiro lar. Para um casal, a sua casa representa o espaço onde escolheram compartilhar e construir suas vidas em conjunto; por isso, é tão importante cuidar dela. Quando o casal está em harmonia, isso se reflete no ambiente doméstico, tornando-o um lugar agradável para continuarem juntos na jornada migratória e do casamento. Famílias com filhos Pais de crianças pequenas ou adolescentes, passam por grandes adversidades na imigração. Lidar com a própria adaptação já é um grande desafio, e somar isso à preocupação com a adaptação dos filhos torna tudo ainda mais complexo. No início da mudança é comum que os filhos tenham dificuldade em compreender o sentido dessa transição e os altos e baixos do processo. Isso pode resultar em grande frustração e afetar a dinâmica familiar, influenciando na percepção da criança sobre onde é o seu verdadeiro lar, no Brasil ou na casa nova. Sugestões para melhorar a casa da família É crucial que a família seja paciente durante esse processo, e sempre que possível, envolva os filhos em atividades que promovam a conexão entre eles. Por exemplo, permitir que a criança tenha autonomia para decorar seu novo quarto, escolhendo alguns móveis ou decorações, isso ajudará a criar uma maior afinidade com esse novo ambiente. [caption id="attachment_164245" align="alignnone" width="750"] Se há crianças no processo de mudança, é importante envolvê-las nas atividades para a construção do novo lar.[/caption] Além disso, pode ser útil trazer para a residência objetos ou brinquedos que tenham significado para a criança, para que ela associe a nova casa. Reproduzir atividades familiares que costumavam fazer em sua casa antiga, como noite de jogos ou sessões de filmes em família, pode proporcionar mais segurança para a criança, e consequentemente para toda a família. Tenha paciência com o tempo da mudança Há diversas maneiras de viver a imigração, e diversas formas de como transformar a sua casa em um lar. É importante reconhecer que cada indivíduo possui as suas próprias necessidades. Essas dicas podem te oferecer um direcionamento e estimular a refletir sobre esse processo, mas é essencial incluir o autoconhecimento para determinar se essas sugestões são suficientes para que você se sinta em casa na nova cultura. Esse é um processo lento e desafiador, que pode exigir paciência, mas alcançar o senso de pertencimento em sua casa deve ser um dos maiores objetivos do processo de adaptação do imigrante. Se você estiver enfrentando dificuldades significativas, não hesite em buscar ajuda, seja de uma terapia psicológica ou da comunidade de brasileiros que vivem no seu país. Compartilhar experiências em um ambiente seguro com pessoas que enfrentam situações semelhantes pode ajudá-lo a se sentir mais integrado, tornando sua adaptação mais leve e reduzindo a sensação de solidão. Leia também a coluna Não sou mais o mesmo depois que mudei de país e entenda os motivos que fazem os imigrantes mudarem os seus comportamentos e valores.

Adaptação ao clima e fuso horário é algo que todo imigrante precisa passar
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Clima e fuso horário: como lidar com as diferenças e se adaptar

O processo de adaptação de um imigrante a um novo país tem inúmeras camadas, é um processo longo e intenso, que envolve não apenas mudanças internas e emocionais, mas também os aspectos externos e ambientais, como a adaptação ao clima e ao fuso horário. Esses elementos têm um papel fundamental nos desafios enfrentados diariamente pelos imigrantes e na maneira como percebem o tempo e o espaço em sua rotina. Compreender a complexidade desse processo de adaptação é essencial para o planejamento eficaz da mudança, considerando que o nosso ambiente pode impactar diretamente a saúde mental. Efeitos do clima na saúde mental As variações climáticas podem ter um impacto significativo na vida dos imigrantes, especialmente no que diz respeito à saúde mental e física. Lidar com mudanças drásticas dessas condições, como temperaturas extremas, umidade variada, ou estações do ano distintas, pode gerar desconfortos diários que dificultam a adaptação do imigrante. É frequente que o nosso corpo reaja às mudanças no ambiente e assim, podendo aumentar a ocorrência de sintomas como gripes ou dificuldades respiratórias. Inicialmente, esses sintomas podem parecer insignificantes, mas ao longo do tempo, podem deixar o imigrante mais cansado, irritado e com a imunidade mais baixa. Antes de estabelecer uma rotina, o imigrante precisa enfrentar diversas burocracias, e, portanto, lidar com sintomas físicos e mentais pode dificultar ainda mais esse período que demanda bastante energia. O inverno pode impactar na saúde mental A saúde mental também pode sofrer impactos, especialmente em regiões com invernos longos e dias mais escuros. Essas condições climáticas podem provocar mudanças de humor e, indiretamente, influenciar nas atividades sociais. O clima muitas vezes limita o estrangeiro em realizar atividades recreativas, levando-o ao isolamento social e impedindo a participação em atividades cotidianas ao ar livre. Em casos mais graves, pode ocorrer a depressão sazonal, um tipo de transtorno relacionado às mudanças sazonais durante o ano. Esses sintomas são mais comuns durante os meses de outono e inverno, quando há uma redução na exposição à luz solar. Acredita-se que a falta de exposição à luz do sol tenha um papel crucial no desenvolvimento da depressão sazonal. Isso porque a falta da luz natural pode causar um desequilíbrio na produção da serotonina e melatonina, substâncias fundamentais para regular o humor e o sono. Os principais sintomas desse transtorno são: Sentimentos persistentes de tristeza; Perda de interesse ou prazer e atividades que costumavam ser agradáveis; Baixa energia ou fadiga; Alterações no sono; Alterações no apetite; Dificuldades em se concentrar em tarefas ou tomar decisões; Pensamentos negativos sobre si e sobre o futuro; Sentimentos de desesperança e desamparo. Como se adaptar às condições climáticas? A adaptação às mudanças climáticas pode ser um desafio adicional para os imigrantes, mas existem estratégias que podem facilitar esse processo. Conheça algumas: Informação e conscientização climática Antes de mudar para outro país é crucial obter informações detalhadas sobre o clima local. Isso permite uma preparação mais eficiente para a transição, sendo útil também ficar atento às variações de temperatura e estações ao longo do ano durante a rotina no novo ambiente. Rede de apoio Buscar ajuda de familiares e de outros estrangeiros na mesma comunidade oferece a oportunidade de compartilhar experiências, conselhos e estratégias de adaptação. Isso promove um senso de pertencimento para o imigrante e estimula sua vida social, ao se envolver em atividades novas e fora de casa. Acesso a recursos Para um imigrante recém-chegado, pode ser confuso preparar sua habitação para climas diferentes. Saber como adequar sua moradia ao clima local e as suas necessidades é essencial para viver em condições confortáveis. Ajuda especializada Fazer terapia online para quem mora fora (ou presencial) vai ajudar a lidar com as questões emocionais. Elas variam individualmente entre os imigrantes, em alguns casos, a busca de um profissional da área da saúde mental pode ser fundamental para compreender sobre suas emoções e identificar fatores que facilitam ou dificultam a adaptação. Em casos de suspeita de depressão sazonal é aconselhável procurar ajuda terapêutica ou psiquiatra para uma avaliação detalhada e um diagnóstico correto. O tratamento mais utilizado envolve exposição controlada à luz solar por meio de luzes artificiais. Além disso, o acompanhamento de profissionais da saúde tem o objetivo de verificar a evolução do cliente e a qualidade de vida emocional. Efeitos do fuso horário a saúde mental Outro desafio que pode dificultar a adaptação do imigrante é a mudança de fuso horário. A falta de sincronia entre o relógio biológico e o novo ambiente pode resultar na desregulação do sono. A longo prazo, isso pode aumentar o estresse e prejudicar a saúde mental. Os distúrbios mais comuns incluem insônia, sonolência excessiva, terror noturno, bruxismo, sonambulismo, narcolepsia, apneia do sono, entre outros. Isso ocorre porque os processos fisiológicos que regulam os padrões de sono podem ser perturbados pela mudança abrupta no fuso horário. Essa desregulação pode impactar o equilíbrio dos hormônios e dos neurotransmissores, contribuindo para o estresse e impactando o humor. [caption id="attachment_162206" align="alignnone" width="750"] Noites de insônia são muito comuns no processo de adaptação, mas estabelecer horário para dormir pode ajudar na regulação.[/caption] É natural que nos primeiros momentos em um novo país, o estrangeiro tenha mais dificuldade de se adaptar ao fuso horário, e espera-se que essa sensação se ajuste ao longo dos dias. No entanto, para algumas pessoas, isso pode ser extremamente desafiador e trazer consequências para sua rotina, como: Fadiga e sonolência durante o dia; Dificuldades de concentração devido ao cansaço; Maior probabilidade de desenvolver problemas da saúde mental, como ansiedade ou depressão; Prejudicar a performance ou desempenho no trabalho; Conflitos de relacionamentos devido às variações de humor; Irritabilidade e estresse. Como se adaptar ao fuso horário? Uma estratégia para enfrentar o estresse da adaptação em um novo país é manter uma conexão sólida com a família no Brasil. No entanto, devido ao fuso horário, isso pode se tornar um desafio adicional. Portanto, é crucial estabelecer horários regulares para a comunicação ou explorar formas de interação que não exijam que as pessoas estejam online simultaneamente. Essa prática ajuda a manter laços fortes mesmo à distância, e proporcionando apoio emocional da família quando necessário. Essa abordagem também pode ser utilizada para auxiliar aqueles imigrantes que trabalham no exterior. Nesses casos, encontrar um equilíbrio entre reconhecer os seus limites pessoais e suas obrigações profissionais é fundamental. A comunicação clara sobre as suas necessidades e flexibilidades ajuda a estabelecer uma vida pessoal e profissional saudável e em harmonia. Tenha paciência com a adaptação A adaptação a um novo fuso horário é uma questão de tempo, que exige paciência enquanto o corpo se ajusta gradualmente a novos hábitos. Criar uma rotina consistente, com horários específicos para dormir, acordar, comer e trabalhar, facilita a regulação do relógio biológico. Evitar cochilos prolongados durante o dia e fazer atividades físicas regularmente contribuem para melhorar a qualidade do sono e reduzir o estresse diário. No processo de adaptação, é fundamental reconhecer que leva tempo para resolver todos os desafios. Permita-se tempo para as coisas se ajustarem. Além disso, não deixe de se expor à luz natural sempre que for possível. Morar fora não é um conto de fadas, mas estabelecer uma rede de apoio, incluindo amigos, familiares e profissionais da saúde mental, é essencial, especialmente em momentos mais difíceis. Buscar ajuda quando necessário pode fazer toda a diferença no processo de adaptação do imigrante.

Pessoas com perfil para morar no exterior
Psicologia para Expatriados

Perfil para morar no exterior: será que existe um ideal?

Se você é imigrante ou está pensando em emigrar, é possível que já tenha pensado se existe um perfil ideal para morar no exterior. Contudo, traçar esse perfil não é uma tarefa simples, pois os seres humanos reagem de maneiras imprevisíveis, especialmente quando se trata de uma das situações mais estressantes que podemos viver: a imigração. No entanto, algumas habilidades podem facilitar a adaptação de quem planeja mudar de país. Essas habilidades podem nascer conosco ou então serem desenvolvidas ao longo da vida, possibilitando uma experiência migratória mais fácil e leve. Habilidades para se tornar imigrante Certas pessoas têm mais facilidade para enfrentar o processo de imigração. Geralmente, esse perfil se caracteriza por adaptação fácil a novos ambientes e boa comunicação com diferentes tipos de pessoas. Alguns já possuem essa habilidade desde a infância, demonstrando curiosidade para conhecer o mundo e uma inclinação para sair da zona de conforto e buscar novas experiências. Ao longo dos acontecimentos da vida, essas aptidões podem ser intensificadas de acordo com o ambiente ao qual alguém é exposto. Por exemplo, uma pessoa que já passou por diversas mudanças e precisou se adaptar a inúmeros lugares, pode fortalecer ainda mais essa característica. Vivenciar uma transição semelhante à mudança de país, mesmo que em pequena escala, pode auxiliar com que ela se sinta mais preparada e consiga antecipar possíveis cenários, acumulando assim mais experiência e segurança. Características que facilitam a adaptação Abaixo, estão algumas características que compõem o perfil de uma pessoa com habilidades facilitadoras no processo de adaptação a uma nova cultura: Flexibilidade cultural: ter a capacidade de se adaptar a novas situações e mudanças na rotina é crucial para lidar com as diferenças culturais, como, as regras, normas, comportamentos e valores; Boa comunicação: isso pode te ajudar a se expressar com mais clareza e entender a sua nova cultura com mais facilidade, proporcionando uma maior integração; Resiliência: ter a capacidade de lidar melhor com os desafios e superar obstáculos é uma característica essencial para viver no exterior em um ambiente cultural diferente; Respeito à diversidade: é fundamental para construir relacionamentos positivos e te auxilia a aceitar e compreender diferentes perspectivas culturais; Capacidade de networking: construir uma rede de apoio e de contatos locais pode ser vital para encontrar suporte durante os momentos difíceis; Autoconsciência: ter consciência de suas próprias emoções e reações podem te ajudar a lidar melhor com o estresse e desafios da imigração; Agir apesar do medo: o imigrante vai precisar sair constantemente da sua zona de conforto para alcançar os seus objetivos, o medo é natural, porém, é possível agir mesmo com esse sentimento. É crucial lembrar que durante esse processo, o imigrante pode enfrentar diversas questões pessoais e emocionais que fogem do seu controle. Por isso, se identificar com esse perfil pode trazer benefícios, porém, não é o único fator determinante para alcançar uma imigração bem-sucedida. Ter esse perfil é suficiente para emigrar? Além de fazer parte desse perfil, é importante que o imigrante desenvolva o autoconhecimento e um planejamento sólido para usar as suas habilidades ao seu favor. Ter essas aptidões sem saber como aplicá-las pode ser ineficaz. O ideal é que o estrangeiro combine essas habilidades de adaptação com um entendimento profundo de si mesmo para aumentar as chances de uma transição migratória de sucesso. [caption id="attachment_158570" align="alignnone" width="750"] Nem todo mundo tem naturalmente um perfil para morar no exterior, mas é possível se preparar para viver essa experiência.[/caption] O autoconhecimento é fundamental para compreender as suas forças e fraquezas, permitindo que você seja capaz de tomar decisões mais sábias com base nesses entendimentos. Isso facilita a antecipação dos momentos da imigração que podem gerar mais estresse ou insegurança, possibilitando assim uma preparação mais adequada para enfrentá-los. Nós podemos aprimorar a capacidade de autoconsciência ao longo da vida, através das nossas experiências e o que aprendemos com elas. Essa capacidade pode se fortalecer ou diminuir, dependendo do quanto estamos dispostos a explorar nosso interior, o que pode ser bastante desafiador, porém, traz inúmeros benefícios para a saúde emocional. É possível emigrar mesmo não se identificando com esse perfil? Eu não acredito que seja possível rotular pessoas e determinar quem pode ou não ter sucesso em sua imigração. Como seres humanos, somos diversos, e há situações na vida em que só descobrimos as respostas ao vivenciar uma experiência. Apesar de existirem aspectos que facilitam essa transição, ouvir os seus próprios desejos e respeitar a sua individualidade são fatores a se considerar ao tomar decisões relacionadas a imigração. Algumas pessoas enfrentam mais dificuldade para identificar os seus sentimentos e atingir o autoconhecimento. Como mencionei, essa é uma habilidade adquirida e nem todos têm a oportunidade de aprender sobre si mesmo. Um dos propósitos da terapia é justamente utilizar o autoconhecimento como ferramenta para promover o bem-estar emocional e qualidade de vida. Por isso, é um excelente espaço para se conhecer e estabelecer conexões consigo. Busque se conhecer cada vez mais Portanto, mesmo que você não se identifique com o perfil que tenha habilidades de adaptação, ainda é possível buscar o autoconhecimento por meio da terapia, aprendendo novas maneiras de ouvir suas emoções e lidar com elas. Durante o processo migratório, nos deparamos com inúmeras questões emocionais, e ter consciência delas pode ajudá-lo a fazer escolhas mais adequadas à sua individualidade e necessidades. Isso proporciona uma compreensão mais profunda do seu processo, tanto como estrangeiro quanto como indivíduo.

Imigrar sem apoio da família pode tornar a vida do imigrante mais difícil.
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Como imigrar sem apoio da família?

Uma das dores frequentes durante o processo migratório é lidar com a saudade dos entes queridos e amigos próximos. Mesmo com a distância, os impactos familiares podem influenciar significativamente a vida do imigrante. Não é possível deixarmos completamente para trás a vida que levávamos no Brasil, levamos conosco em nossas bagagens a nossa história, memórias e sentimentos diversos. Ainda assim, há quem precise imigrar sem apoio da família. O suporte ou a ausência desse apoio pode moldar a experiência de mudança de país, tornando mais fácil ou difícil a decisão e os sentimentos do imigrante. Por isso, é crucial considerar como preparar a família e compreender os possíveis impactos que essa decisão pode ter sobre você. Por que o papel da família pode influenciar a jornada do imigrante? O papel da família é fundamental em qualquer momento significativo de nossas vidas, e por isso não seria diferente no momento de início da imigração. A rede familiar frequentemente atua como um suporte emocional, proporcionando conforto, estabilidade e ajuda durante as fases de adaptação e transição. Além disso, as dinâmicas familiares podem influenciar a resiliência do imigrante, impactando de maneira positiva ou negativa o seu bem-estar psicológico. No entanto, é importante reconhecer que nem todas as famílias funcionam em perfeita harmonia. Como seres humanos, carregamos imperfeições e emoções complexas, o que pode levar a reações e comportamentos imprevisíveis. Conflitos familiares e falta de apoio podem representar desafios adicionais na vida de um estrangeiro. A família representa o nosso primeiro contato com o mundo, sendo a nossa base para a construção da nossa identidade, valores e relações sociais. A partir dela, desenvolvemos referências de como nos conectar com outras pessoas e construir laços com diferentes culturas. Para um imigrante, saber que pode confiar na família e manter uma relação harmoniosa, mesmo à distância, pode tornar o seu processo de adaptação cultural mais leve. Quais impactos isso pode gerar? É normal que os imigrantes se preocupem com o bem-estar dos seus parentes no Brasil, questionando se terão uma rede de apoio confiável e se dependem financeira ou emocionalmente deles, especialmente quando se trata de familiares mais velhos. Essa é uma preocupação comum, porém, uma família em desequilíbrio emocional pode se tornar um peso adicional na vida do imigrante, que já está enfrentando outros desafios. Apesar das incertezas que possam surgir ao morar no exterior, a família pode desempenhar um papel fundamental ao oferecer afeto e acolhimento, mesmo estando longe, servindo como uma válvula de escape, que encoraja o estrangeiro a continuar seguindo os seus sonhos. No entanto, quando a família não consegue fornecer esse apoio, pode gerar sensações de estresse e preocupação excessiva. Se essas emoções não forem devidamente processadas, podem afetar a saúde, causando consequências como: Problemas de sono; Mudanças de humor, incluindo ansiedade e irritabilidade; Dificuldade de concentração; Taquicardia; Alterações no peso; Dor crônica ou muscular; Imunidade baixa; Cansaço excessivo. Por esse motivo, é importante que o imigrante reflita sobre o estado da sua saúde emocional no Brasil, pois a mudança não garantirá a resolução dos seus problemas. Eles podem seguir em qualquer lugar do mundo. Se esse tema interessa a você, confira também a coluna “Vivo no exterior e me sinto preso emocionalmente ao Brasil: e agora?”. Como preparar a família para sua mudança? Antes de informar a sua família sobre a decisão de imigrar, é essencial ter clareza sobre o que espera deles: se busca pelo apoio ou simplesmente quer comunicar a decisão tomada. Se a intenção é obter apoio, um caminho interessante seria trabalhar uma abordagem de comunicação positiva e clara, explorando temas relacionados aos os seus desejos e sentimentos. É fundamental ser ouvido e também ouvi-los para garantir uma conversa produtiva, criando um espaço para que a família possa expressar como se sente em relação a sua decisão, possibilitando uma troca de afetos e fortalecimento de vínculos. Este pode ser um momento para ambas as partes refletirem sobre os seus receios e buscarem soluções para se adaptarem a essa nova dinâmica familiar. Mas para isso, é necessário comunicar claramente suas expectativas para a família, para evitar maus entendimentos. [caption id="attachment_157179" align="alignnone" width="750"] A família, mesmo que de longe, pode ajudar nos momentos difíceis e incentivar o sonho do imigrante.[/caption] Se o objetivo é simplesmente comunicar a sua escolha de se mudar sem permitir interferências ou imigrar sem apoio da família, é essencial demonstrar firmeza e estabelecer claramente os seus limites. É comum que pessoas próximas tentem influenciar em decisões desse tipo, e impor limites pode ser desafiador, isso demanda energia e pode gerar sentimentos desconfortáveis, como culpa ou tristeza. No entanto, em certas circunstâncias, é preciso cortar o cordão umbilical e desvincular-se emocionalmente da família para perseguir os próprios sonhos de forma independente. Isso é uma parte natural da vida e do crescimento do ser humano. Cortando o “cordão umbilical” Cortar o cordão umbilical implica em separar ou se libertar de uma dependência emocional ou financeira, geralmente em relação a sua família. Isso não significa romper os laços e viver isolado. Esse movimento é saudável, pois é quando reconhecemos nossa individualidade e capacidade de fazer escolhas, sem impedir que mantenhamos relações com quem amamos. É um período bastante doloroso e pode causar sentimentos conflitantes, mas ao optar viver no exterior é crucial aprender a se sustentar sozinho. Embora a família e os amigos possam nos oferecer suporte, na rotina do dia a dia é você quem enfrenta esse desafio. Esse processo de individualização é fundamental para o seu amadurecimento e construção de uma identidade em um novo país. Relacionamento consigo mesmo Ter bons amigos e o apoio da família é ótimo, porém, antes disso, é importante cultivar um relacionamento sincero e saudável consigo mesmo. Isso pode tornar a sua jornada de imigração mais leve, já que você sempre terá a sua própria companhia. Conhecer os seus sentimentos e a sua individualidade é essencial para alcançar as melhores formas de lidar com situações difíceis e estressantes. Enfrentar problemas familiares durante o processo de imigração pode ser extremamente desafiador, mas não deve ser impedimento para que você siga os seus sonhos. Se isso estiver impactando na sua saúde mental e qualidade de vida, não deixe de buscar ajuda profissional. Essas situações podem despertar sentimentos difíceis de compreender e, por isso, o espaço da terapia pode te trazer inúmeros benefícios. Pode ajudá-lo a equilibrar as suas necessidades individuais com as emoções relacionadas a sua família, permitindo que você viva de forma mais tranquila no exterior.

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