Quando nos tornamos imigrantes, é comum nos questionarmos sobre qual lugar pertencemos, já que criamos laços profundos com dois países diferentes. Essa situação pode nos deixar com a sensação de não pertencer totalmente a nenhum dos dois lugares, o que pode gerar conflitos emocionais em relação à identidade do estrangeiro. Você pode até pensar: “não me sinto mais pertencente ao Brasil”.

Mudei para a Europa e não me sinto mais pertencente ao Brasil
Índice Pertencimento e identidade Percebendo as mudanças Como aceitar as mudanças? Buscando informação

É fundamental compreendermos como equilibrar nossos sentimentos em relação ao país onde nascemos, que representa a nossa história, e o novo país onde estamos construindo o nosso futuro. Encontrar esse equilíbrio pode ser desafiador, mas pode tornar a jornada no exterior mais leve e clara.

Pertencimento e identidade

O sentimento de pertencimento se refere a nossa conexão, identificação e inclusão em uma determinada comunidade ou lugar. À medida que crescemos, é natural nos sentirmos mais conectados com que é familiar e que faz parte da nossa rotina, isso é o que molda nossa identidade dentro desse ambiente.

Esse processo de construção de identidade acontece gradualmente desde o nascimento sendo influenciado por eventos significativos ao longo da vida. Quando enfrentamos grandes mudanças, como mudar para uma nova casa ou um novo país, é comum sentirmos um certo estranhamento em relação a nós mesmos.

Isso ocorre especialmente depois de passar muito tempo em um mesmo lugar, pois sair da zona de conforto pode gerar insegurança devido ao desconhecido.

O processo de adaptação ao novo país

Ao iniciar uma jornada em um país diferente, é natural passar por um longo período de adaptação e de não identificação.

No entanto, muitos imigrantes não estão cientes de que, ao retornarem ao Brasil, seja permanentemente ou como turistas, provavelmente também experimentarão uma sensação semelhante ao não pertencimento.

Isso significa que até mesmo aqueles imigrantes que se reconhecem completamente como brasileiros, ao visitar seu país de origem, podem começar a questionar a sua própria identidade, pois sentem que não pertencem a lugar nenhum.

Percebendo as mudanças

Alguns imigrantes criam grandes expectativas ao visitar sua terra natal, principalmente na primeira vez que voltam. É importante que essas expectativas sejam realistas, na minha coluna sobre as expectativas na imigração, você pode ler um pouco mais sobre esse tema.

A saudade pode fazer com que queiram reviver momentos do passado que já não correspondem à realidade atual. Essa diferença entre expectativas e realidade pode fazê-los sentir-se ainda mais desconectados com o Brasil.

O sentimento de estranhamento é natural, especialmente quando o imigrante passa muitos anos longe do Brasil.

Durante sua jornada no exterior, eles passam por diversas transformações em sua maneira de pensar, ver o mundo e até mesmo em seus valores. Essas mudanças ocorrem à medida que eles se adaptam às novas circunstâncias e necessidades, desenvolvendo novas habilidades para se relacionar com o país onde estão vivendo.

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Fazer novas amizades na Europa
Fazer novas amizades e construir uma rede de apoio no novo país ajuda muito a se sentir acolhido e em casa.

Por exemplo, uma pessoa introvertida pode sentir a necessidade de estabelecer uma nova rede de apoio no exterior. Embora seja um grande desafio, ela pode aprender a desenvolver novas estratégias para se socializar, como participar de grupos online de brasileiros que vivem no exterior, algo que talvez não considerasse enquanto vivia no Brasil.

É fundamental compreender e aceitar que as transformações são uma parte inevitável da vida, inclusive para aqueles que permanecem no Brasil. Portanto, devemos ter cuidado com nossas expectativas e estar abertos a reencontrar pessoas queridas, ao mesmo tempo, em que respeitamos suas mudanças, que são parte integrante da jornada de cada indivíduo.

Como aceitar as mudanças?

É natural que nós, imigrantes, carregamos conosco nossa história e raízes, pois são elas que moldaram quem somos hoje. Porém, é importante não ficarmos presos somente ao passado, pois isso pode nos impedir de avançar e realizar nossos sonhos individuais.

Ao retornar ao Brasil, devemos buscar criar novas memórias em vez de reviver o passado exatamente como era, compartilhando momentos especiais com pessoas queridas em lugares significativos.

Ao mesmo tempo em que devemos valorizar nossas raízes, é essencial nos conectar com a nova cultura e criar uma harmonia entre ambas. É comum não se sentir pertencente, pois é necessário tempo para nos integrarmos completamente.

O novo país não substituirá o Brasil

Devemos buscar um equilíbrio para que as duas culturas coexistem dentro de nós. É crucial entender que o sentimento de pertencimento é gradual e pode ser compartilhado entre mais de uma nação, isso faz parte da nossa identidade como imigrantes.

É importante compreender e aceitar que as mudanças como parte fundamental da vida, que contribuem para nosso crescimento e capacidade de enfrentar momentos difíceis. A vida de um imigrante é repleta de desafios, e encará-los com sabedoria pode aliviar o peso e proporcionar aprendizados valiosos para seguir em frente no exterior com mais força e conhecimento.

Buscando informação

É fundamental conhecer seus próprios limites e buscar informações sobre o que esperar durante essa fase de transição para encontrar paz interior. Compreender de onde vêm e por que surgem dúvidas sobre identidade e pertencimento pode prepará-lo melhor para lidar com elas, evitando ser pego de surpresa.

Estar informado pode ajudá-lo a reconhecer quando é necessário buscar auxílio profissional para lidar com questões pessoais e internas. Isso pode ser feito através da leitura das diversas colunas de sites, como o Euro Dicas ou conversando com outros imigrantes.

Em casos mais graves, buscar a orientação de um terapeuta intercultural é uma excelente opção. Os profissionais de saúde mental estão disponíveis para auxiliá-lo a compreender seu próprio processo individual e fornecer apoio emocional para lidar com os desafios individuais que surgem.

Além disso, são uma fonte valiosa para esclarecer dúvidas sobre questões técnicas relacionadas à saúde emocional e ao processo de imigração. Portanto, não hesite em buscar ajuda, pois manter uma saúde emocional equilibrada é essencial para enfrentar a migração com mais leveza, tranquilidade e suporte.