A vida no exterior pode ser um grande desafio para aqueles que possuem muito apego à família, tomar a decisão de viver longe de pessoas especiais é uma das escolhas mais difíceis de um imigrante. Nesse mês de julho é comemorado o Dia dos Avós, e por isso aproveito para falar sobre os impactos que uma mudança de país pode gerar nas relações entre imigrantes e seus avós.

A família representa o nosso legado e a nossa história, ao nos conectarmos com os membros mais velhos, temos a oportunidade de conhecer nossas origens e tradições. Ao compartilharem sua sabedoria e experiências, os avós possibilitam que os netos compreendam melhor a sua própria identidade, e por isso essa relação pode ser tão especial e significativa.

Dia dos Avós para os imigrantes

Viver datas comemorativas, como o Dia dos Avós, no exterior pode ser um período delicado na vida de um imigrante. E momentos que costumavam ser de alegria, podem gerar tristeza e mais saudade. É comum também que o imigrante se sinta mais reflexivo e sensível nesses períodos.

Essas dores fazem parte do contexto dos processos migratórios, uma vez que, esses sentimentos tornam a distância mais real e trazem questionamentos, como, por exemplo, como celebrar o Dia dos Avós sem seus avós?

Esses pensamentos nos fazem refletir e nos levam a valorizar coisas simples, bem como todas as transformações inimagináveis que permeiam a vida do imigrante.

Prepare-se para viver a mudança

É importante ter consciência de que, ao optarmos por viver no exterior, estamos renunciando certas coisas, e aceitar esse processo pode ser profundamente doloroso. Portanto, cuidar da nossa saúde mental se torna essencial.

É fundamental reconhecer, prever e aprender a lidar com esses sentimentos, a fim de desenvolver a resiliência necessária para acolher nossas tristezas de maneira adequada e superar momentos desafiadores.

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Tecnologia e a terceira idade

O avanço da tecnologia trouxe uma nova forma para os estrangeiros se sentirem mais próximos do seu país de origem, porém manter contato com os seus avós pode não ser tão simples, por serem de uma geração que não é familiarizada com esse tipo de comunicação.

É fato que a tecnologia nos aproxima, mas ainda assim é necessário investir energia e comprometimento, pois no dia a dia, para alguns, pode ser facilmente esquecido.

O contato virtual é diferente do presencial, acredito que seja impossível substituirmos um pelo outro, mas podemos usar as redes sociais para amenizar a saudade e nos dar força para continuar caminhando em direção ao sonho de viver no exterior.

Explore novas formas de comunicação

É essencial que o imigrante aprenda uma nova forma de se comunicar, principalmente com aqueles que não estão acostumados a mexer com a tecnologia.

Para as pessoas mais idosas, como nossos avós, ter paciência é fundamental, lembrar de encontrar maneiras mais simples de ensiná-los a usar as plataformas que eles já estejam mais familiarizados e ter calma para explicar como esse tipo de contato funciona.

As gerações mais jovens cresceram em um mundo dominado pela tecnologia e, consequentemente, ela se tornou parte do seu dia a dia, mas para muitos idosos, aprender sobre isso pode ser bastante frustrante e desanimador.

Imigrantes podem manter contato com os avós pela internet
Aproveite a tecnologia e tenha um pouco de paciência. Vale a pena para estar mais próximo dos seus avós e manter o contato

Em alguns casos eles podem até se sentir inúteis por não conseguirem realizar tarefas simples. No entanto, é possível ajudá-los encontrando estratégias que os auxiliem a lembrar e aprender a usar certas funções passo a passo.

Em casos específicos pode ser necessária a ajuda de terceiros, alguns idosos já não possuem celulares ou não tem condições de se manterem conectados sem suporte. Por isso ter uma rede de apoio no Brasil para fazer esse papel de intermediação pode ser fundamental.

O luto e a importância desse processo

A aproximação do envelhecimento dos avós também pode intensificar o medo da perda de entes queridos. Para o imigrante costuma ser complexo experienciar o processo de luto, principalmente por conta da distância.

Ele pode se sentir culpado e inútil por não estar perto da família em um momento difícil. Infelizmente, nem sempre é possível para aqueles que vivem no exterior se prepararem para uma despedida ou planejar uma viagem de última hora para estar presente no Brasil.

Lidar com o luto é crucial para a saúde mental de um imigrante, esse processo é uma resposta natural a uma grande perda. Negar ou suprir essas emoções pode trazer um impacto negativo na qualidade de vida ao longo prazo.

Segundo a psiquiatria, cada ser humano vive o processo do luto de forma individual, enfrentar esse momento é o que nos ajuda a aceitar a perda e a lidar com as emoções intensas que surgem com ela, como tristeza, raiva ou culpa. Também é o que nos permite reconstruir nossa identidade e nos ajustar à nova realidade.

Ao enfrentar o luto, o imigrante pode encontrar significado e crescimento pessoal, e evitar complicações na saúde mental, como ansiedade, depressão ou transtorno de estresse pós-traumático.

A distância do estrangeiro em relação ao país de origem pode dificultar que esse luto aconteça da forma adequada. Para viver o processo de forma saudável é necessário entrar em contato com a dor e, somente assim, ser capaz de aceitar a sua perda.

Como enfrentar o luto?

Cada imigrante tem a sua religião e suas crenças, é comum vivermos rituais relacionados à morte, que possuem o objetivo de nos ajudar a compreender e trazer uma sensação de finalização. Porém, quem vive esse período longe da sua família e do seu país, pode se afastar desses momentos simbólicos e por isso não digerir de maneira eficaz a sua perda.

Nesses casos, é extremamente importante que o imigrante busque se aproximar desses rituais e do que fizer sentido para ele viver uma despedida, mesmo que simbólica e à distância.

A sensação de luto é frequentemente apontada como uma das dores mais intensas relatadas por estrangeiros, e enfrentar essa dor pode ser extremamente desafiador. Por isso, estar perto da sua rede de amigos ou familiares que também vivem no exterior pode proporcionar um apoio significativo.

A terapia também pode ser uma aliada durante esse período, uma vez que lidar com o luto não é fácil. Contar com o suporte de um profissional pode te ajudar a acolher os seus sentimentos, seja diante de um luto real ou do medo de viver um luto que ainda não aconteceu.

Se você estiver vivendo um momento como esse, não se esqueça de que está tudo bem se sentir triste e angustiado, tire um tempo para digerir os seus sentimentos, e o mais importante, não tenha medo e nem vergonha de buscar ajuda.

Veja dicas para lidar com o preparo psicológico da família antes de mudar de país.