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Marcos Freire

Marcos Freire

Colunista

Marcos é jornalista e vive com a família em Ovar, uma pequena e simpática cidade que fica no meio do caminho entre Porto e Aveiro, desde 2017. Além da formação em Jornalismo, tem pós-graduação em Administração pela Fundação Getúlio Vargas e MBA pela Fundação Dom Cabral. Já viveu um período em Paris e rodou por mais de 20 países. Nesta nova etapa em Portugal, um dos grandes prazeres é cair na estrada e descobrir todos os encantos do país que adotou. E muita vezes sobre duas rodas, na bicicleta que o acompanha nas deslocações diárias e nos curtos trajetos pelas cidades e vilas vizinhas.

Localizações

Onde Nasceu?

Rio de Janeiro, Brasil

Onde mora?

Ovar, distrito de Aveiro, Portugal

Onde já morou?

São Paulo, Brasil

Paris, França

Parceiro Euro Dicas

Desde quando colabora com o Euro Dicas?

Formação

Pontifícia Universidade Católica (PUC) - SP

Jornalismo

FGV-SP/CEAG

Pós-graduação em Administração

Fundação Dom Cabral

MBA

Trabalhei em grandes empresas, como Unilever, Pepsico, Roche Farmacêutica, sempre à frente da área de comunicação, mas também em agências de comunicação e relações públicas, na Rádio Jovem Pan (SP) e nas secretarias de Estado da Educação e da Cultura, em São Paulo. Durante quase dois anos, fui professor de Comunicação na Gestão de Crises para alunos de pós-graduação da Universidade Anhembi Morumbi (SP)

Curiosidades

Tem filhos?

2

Tem pet?

0

Tem Cidadania Europeia?

Não

Clima preferido

Primavera

Mão dominante

Destro

Gosto muito de pedalar, desde pequeno. A bicicleta representa a liberdade, a possibilidade de descobrir lugares, de conhecer pessoas, de arejar – e não apenas literalmente, com a brisa no rosto - as ideias, de ampliar os horizontes. Não pedalo para competir, nem para chegar na frente de ninguém. Muitas vezes, inclusive, nem o destino final é tão importante. A viagem é o que conta.
Conteúdos recentes
Brasil e Portugal assinaram um acordo de combate ao racismo e à xenofobia
Notícias Portugal

Brasil e Portugal assim acordo de combate ao racismo e à xenofobia – saiba detalhes

O governo brasileiro e o recém-criado Observatório do Racismo e Xenofobia, da NOVA School of Law, em Portugal, fecham acordo de combate ao racismo e à xenofobia e vão atuar em parceria para identificar ações mais efetivas para lutar contra a discriminação por questões raciais e de nacionalidade. A cooperação entre os dois países foi confirmada pela ministra brasileira da Igualdade Racial, Anielle Franco, que esteve em Portugal e visitou a universidade, em Lisboa. Acordo garante produção de informação No encontro, foram assumidos compromissos relacionados à produção de dados sobre a população negra em Portugal, considerando o contingente de imigrantes brasileiros e africanos. Além disso, os países pretendem unir esforços para pedir a inclusão da contabilidade da raça e etnia nos censos, cumprindo as boas práticas internacionais e fomentando políticas de integração. Portugal quer fazer uma reparação histórica Em recente jantar do presidente Marcelo Rebelo de Sousa com jornalistas estrangeiros, durante a celebração do 25 de abril, o tema que mais ganhou destaque foi o da necessidade de Portugal “pagar os custos” dos erros cometidos no período colonial. O assunto ganhou destaque na mídia por muitos dias e entre diferentes públicos. Agora, mais uma vez, a ministra brasileira retomou o assunto em entrevista para a Agência Lusa. Segundo ela, o Brasil estaria à disposição para apoiar Portugal na criação de ações concretas sobre este assunto. “A reparação é uma questão muito extensa e muito séria e o Brasil tem vários exemplos de reparações em curso, como a lei de cotas. É importante analisar o que mais pode ser feito”, declarou Anielle Franco. “Eu sou muito crítica quando se fala de reparações concretas, porque muita coisa que para o povo negro é concreto, para outras pessoas não é”, referiu a ministra. Combate ao racismo e a xenofobia esteve na pauta de outros ministérios A agenda da ministra incluiu encontros com outras autoridades portuguesas, sempre para abordar o tema da xenofobia e do racismo. Um destes encontros foi com a ministra de Juventude e Modernização de Portugal, Margarida Balseiro Lopes. A pasta da ministra é responsável pelo programa Tens Futuro em Portugal, com foco na juventude portuguesa e lançado em maio deste ano, que tem grandes similaridades com o Plano Juventude Negra Viva, do governo brasileiro. Os números aumentam e o medidas para combater o racismo e a xenofobia em Portugal se tornam cada vez mais necessários. A ministra esteve também com o Embaixador do Brasil em Portugal, Raimundo Carreiro, tratando igualmente dos assuntos ligados à questão racial no país. Xenofobia e racismo aumentam em Portugal Os números podem variar conforme a fonte e nem sempre refletem a realidade (acredita-se que há muitos casos não notificados), mas os episódios de racismo e xenofobia têm crescido em Portugal. Dados de uma das poucas fontes disponíveis — as estatísticas da Comissão para a Igualdade e Discriminação Racial (CCIDR) — trazem 409 queixas em 2022, contra 408 do ano anterior. No geral, a diferença é pequena, mas quando se separa por nacionalidade, os casos contra brasileiros pularam de 108 para 168, dentro deste mesmo intervalo de tempo. De acordo com outra fonte, a GNR (Guarda Nacional Republicana), foram 347 crimes de discriminação em 2023, um acréscimo de 38% frente ao ano anterior, divulgou a Agência Lusa. No início deste ano, um documento assinado por diversas entidades, entre associações de imigrantes, comitês e núcleos partidários, foi entregue na embaixada brasileira em Lisboa. A carta, que já havia sido enviada ao presidente do Brasil, reforça a preocupação dos imigrantes brasileiros com a discriminação. Trecho do documento é direto ao abordar a violência. “É importante que o Governo brasileiro tome conhecimento dos casos de discriminação e violência que estão ocorrendo contra brasileiras e brasileiros em Portugal e que nosso presidente e nossos ministros expressem repúdio a esses ataques”. O embaixador brasileiro Raimundo Carreiro se mostrou solidário, mas lamentou que só sabe dos casos por meio da imprensa. “As pessoas precisam efetuar denúncias, para também termos dados e estatísticas, porque neste momento não chega a nós”. O embaixador falou da importância das vítimas procurarem a polícia e outras autoridades para apresentar queixa. No documento entregue ao governo brasileiro, as entidades signatárias afirmam que houve um aumento de mais de 500% nos casos de violência e racismo, entre os anos de 2017 e 2021. Brasil também planeja criar um Observatório Ainda como parte da parceria entre os dois países, foi acordado o desenvolvimento de um protocolo de cooperação com universidades portuguesas e brasileiras, para ser criado um observatório semelhante no Brasil. “Este acordo é um potente instrumento na luta contra o racismo, xenofobia e outras discriminações. Com esta assinatura, oficializamos a troca de conhecimentos e o desenvolvimento de ações conjuntas que irão beneficiar a população brasileira, principalmente aqueles que residem em Portugal”, afirmou a ministra brasileira. Segundo informação do jornal Público, a cooperação institucional anunciada prevê também a criação do Prêmio Marielle Franco, que irá reconhecer o trabalho de pesquisadores que tratem do racismo e xenofobia.

Alta do euro pode atrapalhar quem está de mudança para Europa.
Notícias Europa

Sobe e desce do euro: saiba como pode impactar na vida do imigrante

Analisar as variações do valor do real em relação à alta do euro é uma tarefa que deve considerar inúmeras variáveis: o ambiente político europeu, como as recentes eleições na França; o ambiente político no Brasil; os conflitos na Europa e em Gaza; as taxas de juros brasileiras, europeias e norte-americanas e por aí vai. Sem contar, claro, que o sobe e desce da moeda é muitas vezes motivado por percepções, ou seja, se o mercado achar que algo não está bem — mesmo que nem sempre haja qualquer evidência comprovada — então não está bem mesmo. E é o suficiente para os indicadores balançarem na gangorra. Para tentar entender o que poderá acontecer daqui para a frente, trouxemos algumas das análises do mercado financeiro, que podem dar pistas sobre os próximos valores do euro em relação ao real, além das variáveis que mais podem impactar a flutuação do câmbio. Mercado investidor movimenta a alta do euro De maneira muito simplista, o câmbio é livre e segue o velho conceito da oferta e da procura. Ou seja, quanto mais gente quer comprar o real, mais cara fica a moeda. No sentido oposto, quanto maior a oferta, isto é, quanto mais dinheiro está disponível para vender e menor é a procura, o preço tende a cair. A dinâmica aqui foi bastante simplificada, mas permite entender como funciona o mercado. São muitos os fatores que vem movimentando a alta do euro e até o momento os especialistas não estão otimistas. Assim, quanto mais investidores estrangeiros, por exemplo, quiserem levar seus dólares para “comprar” reais e aplicar no Brasil, mais deste “dinheiro” (dólar, no exemplo) estará disponível no mercado e o preço tende a cair. Ou seja, o real sendo mais procurado, mais caro fica em relação ao dólar. No sentido contrário, acontece o mesmo: quando os investidores decidem que não querem converter seus dólares ou euros para investir no Brasil, esse dinheiro estrangeiro sai do país e, com a menor oferta, tende a ficar mais caro. Outros fatores influenciam na flutuação da cotação Mas há variáveis que podem interferir neste processo. Os bancos centrais dos países podem, por exemplo, colocar algum dinheiro no mercado (dólar ou euros, por exemplo) e ajudar a equilibrar a balança. Desta forma, o Banco Central no Brasil consegue, numa situação em que haja uma “fuga” grande de dólares do país, colocar um pouco do seu estoque da moeda estrangeira no mercado para aumentar a oferta da moeda e tentar equilibrar o preço em relação ao real. E vale sempre lembrar que a alta do euro/dólar pode ser ruim para quem vai viajar para Europa (ou qualquer outro continente) ou fazer compras no exterior, mas pode ser bom para quem está vendendo seus produtos para o exterior, por exemplo. Achar esse equilíbrio é o desafio de quem faz a gestão das contas públicas ou privadas, dos balanços de pagamentos e coisas assim. Alta do euro pode dificultar a vida de quem sonha em mudar para Europa O sobe e desce do real em relação ao euro é realmente um problema e pode atrapalhar bastante os planos de quem pensa em viver na Europa. Como fazer uma estimativa em reais de quanto eu vou precisar para pagar minhas contas e honrar meus compromissos em euros? Aquele planejamento que considerava, por exemplo, um aluguel de 1.000€ por mês (12.000€ ao ano) podia custar R$ 64.800 ao ano (com euro a R$ 5,40) ou R$ 72.000 ao ano (com euro a R$ 6). São poucos centavos de diferença na cotação de 1€, mas que pode chegar a R$ 7.200 neste exemplo ao longo dos 12 meses. E esse é apenas um dos gastos — talvez o mais importante, é verdade — dos que são impactados pela variação cambial de quem se organiza para a mudança de país. Por isso, o melhor cenário, quando possível, é ter uma fonte de renda em euros. Não é uma realidade possível para quem recebe aposentadoria no Brasil. Para esses, cada centavo a mais na relação real x euro é um pouco menos de dinheiro europeu na carteira. O mesmo vale para quem tem alguma fonte de renda no Brasil, como aluguéis, e transfere o dinheiro para Europa. Com o euro caro, os reais vão comprar cada vez menos “dinheiros” europeus. Quem recebe e paga contas em euro sente menos a flutuação do câmbio em relação à moeda brasileira. Por outro lado, quem já consegue ter fonte de renda em euros (seja por ter contrato de trabalho ou empreender no país europeu onde vive) a cotação da moeda em relação ao real perde bastante relevância. Os olhos, neste caso, voltam-se muito mais para a inflação do país onde vive. Se o dólar ou o euro subirem no Brasil, pouca diferença fará nas contas de luz, água, gás ou na conta do supermercado. Sempre vale lembrar: quem vive na Europa, vive em euros. Fazer comparações com o real, para saber se determinado produto ou serviço é mais barato aqui, ou lá, é um exercício relativamente inútil. As referências devem ser os preços em euros, as comparações devem ser feitas entre lojas, mercados e prestadores de serviço que cobram em euros. A alta do euro não afeta tanto quem a vida de quem viaja a turismo Pode parecer meio óbvio, mas não custa lembrar. Para quem vem a passeio, para passar algumas semanas na Europa, a alta do euro não é o fim do mundo. Das duas, uma: ou a pessoa desiste da viagem e espera a cotação melhorar, ou avança e já sabe o que irá encontrar pela frente, em matéria de gastos. Os hotéis provavelmente já estarão reservados e os preços (em euros) são conhecidos, a passagem já decidida e talvez já paga. Já terá feito também uma pesquisa de quanto vai gastar com alimentação, com passeios e eventuais compras. Se pôs tudo numa planilha e estima gastar 5.000€ nas férias, esse é o valor que precisa ter, sem surpresas A diferença é que os 5.000€ poderão custar R$ 27.000 com euro a R$ 5,40 ou R$ 30.000 com o euro a R$ 6. Pronto. Agora analise: a diferença cabe na carteira? Vale pelo sonho da viagem? Então está feito. Seria melhor com o euro menos valorizado? Claro que sim. Quem vai viajar, acaba gastando mais do esperado com a alta do euro, mas não é motivo de desistência. Morar, por outro lado, exige realmente um planejamento mais elaborado, principalmente para quem depende dos reais, o que é comum para quem chega sem trabalho e tendo que começar a vida do zero. Um bom exemplo é o caso real da Paula (ela pediu para não usar o nome verdadeiro, apesar de as demais informações serem reais) que conversou com a gente. Ela veio para a Europa no início de 2018, quando o euro valia pouco menos de R$ 4. Tinha um aluguel no Brasil de R$ 4 mil, o que lhe garantia algo como 1.000€ por mês. Chegou com uma poupança razoável em torno de 10.000€, para as despesas iniciais, aluguel, carro e coisas assim. O dinheiro que trouxe foi saindo com cauções e pagamentos adiantados do aluguel, com alguns móveis e utensílios que foi obrigada a comprar e até com um carro barato. E ela confiava nos 1.000€ certos todos os meses. Mas o contrato de aluguel venceu, o apartamento começou a dar despesas de condomínio e IPTU, e um novo inquilino acabou entrando por um valor abaixo do que ela tinha antes. E, claro, o euro já não é mais R$ 4 há muito tempo. Com isso, aqueles 1.000€ que pareciam “garantidos” no planejamento da Paula passaram ser, na verdade, pouco mais de 600€ (aluguel mais barato e euro mais caro). Rendimentos em euros foram a solução E a Paula não estava de passagem. A ideia era ficar (e ela ficou), mesmo com as dificuldades de um câmbio que passou a ser bastante desfavorável (lembrando que rondou os R$ 7 em 2021). Mas só deu certo porque a Paula começou a ter rendimentos em euros, o que até hoje ajuda a compor o orçamento ao lado da quantidade — cada vez menor — de euros que ela consegue comprar com os reais que ainda recebe no Brasil. Confira algumas dicas de como comprar euro mais barato. Especialistas apontam incerteza, mas há maior probabilidade de alta do euro Para o consultor econômico da Remessa Online, André Galhardo, “parte deste péssimo desempenho (do real) pode e deve ser associado aos problemas domésticos. A incerteza quanto ao cumprimento da meta fiscal, a incerteza em relação à troca de comando no Banco Central”. Para Galhardo, o real fraco também impacta a credibilidade do país. “Se eu tenho uma desvalorização da minha moeda, eu praticamente perco credibilidade mundial. O Brasil, na hora de importar produtos, vai importar produtos mais caros. O poder de compra do brasileiro começa a piorar, a moeda começa a perder credibilidade no mercado internacional.” Em entrevista para a BBC, o economista-chefe da XP, Caio Megale, diz que os mercados estão muito sensíveis porque, com os dados disponíveis no momento, é muito difícil prever o que vai acontecer nos próximos meses, porque não há uma tendência clara à vista. “Pode haver um alívio nas tensões internas e domésticas que levem o dólar próximo ao patamar de R$ 5,10. Ou pode haver agravamento em ambos os cenários que levem o real a desvalorizar ainda mais”. Um dos gestores ouvidos pela imprensa no Brasil, Alfredo Menezes, ex-Bradesco, afirmou que “devemos ver o dólar batendo a máxima do ano no último trimestre, a não ser que o governo mude o discurso”. Se não mudar, o dólar pode ir a R$ 6 facilmente”. Outro especialista, o economista André Perfeito, apontou, também para a BBC, que há um ataque especulativo contra o real em andamento. “É óbvio que a situação do Brasil está melhor que anos atrás, temos empresas públicas dando lucro, estabilidade de preços e o Banco Central tem independência”, afirmou. “Como diria um banqueiro, enfiamos o nariz num copo d'água e estamos achando que estamos nos afogando no meio do Pacífico”, finalizou. Apesar da alta acumulada do euro ao longo das últimas semanas — chegou a estar por volta de R$ 5,73 em 11 de junho e saltou para mais de R$ 6 nos primeiros dias de julho — o valor do real se manteve relativamente estável na semana de 9 de julho, com um aumento em torno de 0,3% em relação ao valor de 7 dias antes. “O maior movimento de preço em 24 horas ocorreu em 10 de julho, com um aumento de 0.835% no valor”, aponta relatório da empresa Wise (antiga Transferwise). Real é uma das moedas que mais perdeu valor Segundo a análise da Austin Rating, agência de classificação de risco, o real foi a quinta moeda que mais perdeu valor neste ano, numa avaliação que considerou 118 moedas em todo o mundo. Segundo o estudo, a moeda brasileira havia desvalorizado 11,4% até meados de junho frente ao dólar. O pior desempenho ficou com a moeda da Nigéria, que já desvalorizou 41,3% este ano. O fenômeno, porém, não é exclusivo do real. “Mais de 70 moedas se desvalorizaram em relação ao dólar. É um fenômeno global”, afirmou o economista-chefe da Austin Rating. Na avaliação dos especialistas, um dos principais motivos das desvalorizações são os juros que subiram muito nos Estados Unidos e tem permanecido ao nível elevado. Num cenário como esse, os investidores preferem levar seus recursos para os títulos norte-americanos, tradicionalmente mais seguros, do que deixar aplicados no Brasil, por exemplo. Além disso, conflitos como os da Rússia e Ucrânia e Israel e Hamas ajudam a tornar as economias mais instáveis, com efeito direto no valor das moedas. O representante da agência de risco explica que “em momentos de crise, como a crise de confiança, os investidores retiram recursos do Brasil e levam para economias mais seguras, tais como os Estados Unidos, Europa, entre outras”.

Homem acessando documento do programa econômico
Notícias Portugal

Governo português lança pacote com 60 medidas para acelerar a economia – conheça as principais

O governo de Portugal anunciou na primeira semana de julho um pacote de medidas para dar um novo fôlego à economia local. Trata-se do programa “Acelerar a Economia - Crescimento, Competitividade, Internacionalização, Inovação e Sustentabilidade”, com medidas fiscais e econômicas voltadas a 20 desafios para acelerar o crescimento da economia. A maioria das medidas ainda precisa passar pela aprovação da Assembleia da República, o que gera ainda muita imprevisibilidade sobre o que será aprovado e quando as iniciativas entrarão em vigor. Pacotão da economia é focado em cinco áreas O Programa, resultado da articulação com diversos ministérios, está alicerçado nestes 5 grandes vetores: Escala, consolidação e capitalização; Financiamento; Empreendedorismo, inovação e talento; Sustentabilidade; Clusterização. O “Acelerar a Economia” é fruto do trabalho inicial de três meses do novo governo, período em que foram ouvidas entidades públicas e privadas — empresas, instituições e organizações — além de pessoas físicas representativas das suas áreas de atuação. Em linhas gerais, o programa do governo pretende: Promover o aumento da Escala das empresas portuguesas, a sua Consolidação e Capitalização; Desenvolver novos mecanismos de Financiamento e dinamizar os existentes; Fomentar o Empreendedorismo, potencializar a Inovação e o Talento; Garantir a Sustentabilidade e circularidade da Economia. Reduzir as alíquotas do Imposto de Renda das empresas Entre as 60 medidas, algumas trarão maior impacto (direta ou indiretamente) para a maioria da população portuguesa. É o caso das mudanças no IRC, Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas, aplicado no lucro das empresas em Portugal que tenham atividade principal comercial, industrial ou agrícola. A proposta do governo com esta medida, incluída no pilar da “escala, consolidação e capitalização”, é reduzir gradualmente a taxa de IRC em 2 pontos percentuais por ano até 15% no final da legislatura, visando impulsionar o crescimento econômico e o investimento, estimular a capacidade de investimento das empresas e melhorar salários. No caso das pequenas ou médias empresas, a redução gradual da taxa em três anos será de 17% para 12,5%. “O objetivo é facilitar a vida das empresas para que elas possam criar mais riqueza e, por via disso, pagar melhores salários”, declarou o primeiro-ministro, Luís Montenegro, para a imprensa portuguesa. Novo regime para atrair talentos e investir em inovação No campo do apoio à atração de talentos, outra das medidas é a regulamentação do IFICI, um incentivo fiscal voltado para a pesquisa e inovação. O Incentivo Fiscal à Investigação Científica, Inovação e Capital Humano deverá abranger um conjunto mais amplo de profissões qualificadas e empresas. Será aplicada uma taxa reduzida de 20% sobre os rendimentos do trabalho, o que irá potencializar o crescimento das empresas portuguesas e a captação e retenção de talentos. Além disso, está previsto o reforço de programas de incentivo à integração de doutorados nas empresas, com a abertura de linha para cofinanciamento e incentivos financeiros específicos para o recrutamento de profissionais com títulos de doutor para as empresas. Fundos de investimento Ainda na área de pesquisa e inovação, o governo anunciou o lançamento de um fundo para investimento em startups construídas com base em descobertas científicas tangíveis e com capacidade disruptiva em vários mercados. O foco serão aquelas empresas que se caracterizam por um modelo de negócios baseado em inovações de alta tecnologia e/ou avanços científicos, que implica ciclos de desenvolvimento longos, dificultando, portanto, a captação de investimento pelos meios tradicionais. Será dada especial atenção às tecnologias inovadoras sustentáveis que contribuam para a descarbonização da economia de Portugal. Benefícios substituem o Regime de Residente Não Habitual A decisão do governo de apoiar a atração dos talentos serve, também, como maneira de estabelecer algo como um novo RNH, o benefício fiscal dado a residentes não habituais. O RNH, no modelo estabelecido pelo governo anterior, teve seu fim anunciado sob a alegação de que não fazia mais sentido, para a economia do país, manter essa redução na alíquota do IRS. Agora, o novo governo, propõe a volta do benefício, mas com menor abrangência. Ou seja, o governo definiu a regulamentação de um novo regime inspirado no RNH, mas voltado para os trabalhadores qualificados que vêm do exterior e poderão se valer de uma taxa de 20% de imposto de renda sobre os seus rendimentos. Os demais rendimentos, como dos aposentados em Portugal, por exemplo, não poderão se beneficiar deste regime fiscal, como noticiou o portal Eco. Foco na industrialização sustentável Dentro do programa, o governo definiu também como objetivo de criar uma visão estratégica e um plano de ação da política industrial nacional para os próximos 20 anos, que posicione o país como um importante ator no movimento global de reorganização das cadeias de valor. Com isso, espera-se que Portugal passe a ter um papel ativo na política industrial da União Europeia. Segundo o programa do governo, a reindustrialização permitirá: “Consolidar a espinha dorsal da economia portuguesa, tornando-a mais competitiva e ativa no esforço de autonomia estratégica da Europa, substituindo importações e acoplando ainda uma série de serviços agregados de alto valor acrescentado”. E o foco não será apenas nas grandes empresas ou indústrias, mas também nas PMEs (pequenas e médias empresas), para as quais serão criados mecanismos fomentar a inovação em áreas estratégicas, como planejamento, gestão estratégica, liderança, inovação e internacionalização, tendo como pano de fundo as competências ao novo perfil de negócios sustentáveis. Uma das formas de estímulo, por exemplo, será a inclusão de critérios ESG (do inglês Environmental, Social, and Corporate Governance) no acesso a incentivos e contratos públicos. Ou seja, empresas com boas práticas e conjunto de padrões que a definam como socialmente consciente, sustentável e corretamente gerenciada, terão avaliação mais positiva por parte do governo. Investimento na promoção do turismo sustentável Outra importante frente do programa é a criação de um plano de ação para a “marca Portugal”, um conjunto de iniciativas e políticas que posicionem o país como um nome forte e uma referência em diversas frentes. O conceito deve englobar todos os setores econômicos do país, de maneira a afirmar os seus produtos e serviços com maior valor acrescentado nas cadeias globais. O plano irá considerar as dimensões do conhecimento, da inovação, da segurança, da criatividade, da qualidade e da sustentabilidade. Na esteira do investimento em Portugal como uma “marca”, não poderia deixar de ser considerado o foco no turismo. Serão criadas linhas de crédito para apoiar o desenvolvimento do turismo sustentável dos territórios e gerar maiores níveis de atratividade turística, além de promover a dinamização social e econômica das diversas regiões portuguesas. O pacote de medidas também vai apoiar iniciativas que beneficiem o turismo no interior do país. Umas das formas consideradas para demonstrar o impacto positivo nas comunidades locais, será o apoio ao desenvolvimento de campanhas de promoção do pequeno comércio tradicional e de proximidade; bem como da sua relevância turística, promovendo a autenticidade e história do comércio local, dirigida às populações locais e aos turistas. O governo planeja construir um novo referencial estratégico para o turismo (Turismo 2035), que considere os desafios que o setor enfrenta. Em especial ao que se refere ao envolvimento e proximidade com as comunidades locais, com a escassez de recursos humanos, com a introdução de novas tecnologias, como a inteligência artificial, ou com a maior relevância global do tema da sustentabilidade e do seu impacto na atividade turística. Governo quer envolver e integrar imigrantes e refugiados no setor do turismo O programa prevê ainda iniciativas para a maior integração e formação de imigrantes e refugiados no setor do turismo, proposta alinhada com o objetivo do governo de ter as empresas como fator integrador de tal público. A ideia é acolher profissionais ou não profissionais, para um projeto de formação, visando contribuir para a melhoria das condições de integração dos refugiados e dos imigrantes em Portugal e prepará-los para atuação no setor do turismo. Pretende-se estabelecer políticas de cooperação para a capacitação de pessoas e empresas de todo o mundo, através da criação de um campus de formação em turismo que permita posicionar Portugal como líder na formação e nas melhoras práticas em turismo internacionalmente. Qualificar mão de obra para atender o setor do turismo é uma das medidas para atender imigrantes e refugiados. Atenção especial será dada para os países da CPLP, apoiando localmente os países da comunidade na qualificação dos seus jovens, com o estabelecimento de parcerias estratégicas e a definição de padrões que passariam a ser reconhecidos pelo Turismo de Portugal. Desta forma, o país estaria apoiando a melhoria das condições de vida das populações da CPLP por meio da integração no mercado de trabalho. Críticas ao programa de governo O anúncio do programa para acelerar a economia chegou com críticas vindas de todos os setores da sociedade. Em diversas entrevistas para a imprensa portuguesa, empresários e representantes de ONGs e outras instituições não deixaram de apontar o dedo para o que consideram falhas nos planos. A Confederação do Turismo de Portugal (CTP) avaliou o programa como muito positivo, mesmo entusiasmo declarado pela Confederação Empresarial de Portugal (CIP), que considera que a iniciativa “traduz um esforço evidente no sentido de colocar Portugal na rota do crescimento sustentado”. Por outro lado, a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) afirmou que o projeto “constitui uma grande desilusão e é praticamente omisso com um setor que é grande empregador em Portugal”. O executivo à frente da Confederação das Micro, Pequenas e Médias Empresas também se manifestou. Para ele, o programa não beneficia a maioria do parque empresarial português, não traz nenhuma novidade. “O governo anunciou, por exemplo, que planeja reduzir o prazo de pagamento dos seus contratos para até 30 dias, mas o mais importante seria, por exemplo, quitar todas as grandes dívidas que ainda tem com a maior parte das nossas empresas”, finalizou.

Economia da Espanha cresce em 2024 e as projeções são boas.
Notícias Espanha

Economia da Espanha cresce acima do esperado no primeiro trimestre de 2024 – veja dados

A economia da Espanha surpreende e cresce em 2024 registrando um aumento de 0,8% no primeiro trimestre deste ano, índice levemente superior às previsões para o período e acima também do quarto trimestre de 2023. Os dados são da Contabilidade Nacional, publicados pelo Instituto Nacional de Estatística da Espanha (INE). O crescimento, que ficou 0,1% acima do previsto para o trimestre, é o maior aumento do PIB em quase dois anos, segundo a série do INE, conforme comunicado do Ministério da Economia, Comércio e Negócios. Vale notar que o crescimento consolidado do PIB em toda a União Europeia ficou em 0,3% no primeiro trimestre de 2024, de acordo com dados preliminares divulgados pelo Eurostat. Em comparação com o mesmo período de 2023, a alta do PIB foi de 0,5%. Maior consumo das famílias e menor dívida pública Segundo o INE, os números relacionados às exportações e importações contribuíram com 0,5% para o crescimento do PIB. Os resultados positivos de consumo e de investimentos foram responsáveis pelos 0,3% restantes. Os dados do primeiro trimestre deste ano mostram que o consumo das famílias aumentou 0,4%, ou seja, 0,1% a mais que no trimestre anterior. Por outro lado, a despesa pública caiu 0,6%, marcando a sua primeira taxa trimestral negativa desde o segundo trimestre de 2022. [caption id="attachment_174465" align="alignnone" width="750"] O consumo dos espanhóis também registrou aumento, bem como o poder de compra.[/caption] O investimento, por sua vez, cresceu 2,6% entre janeiro e março, revertendo dois trimestres consecutivos de quedas e atingindo a maior taxa desde o primeiro trimestre de 2023. Comissão Europeia revê projeções de crescimento da economia espanhola A Comissão Europeia apresentou, em maio, uma nova projeção de crescimento da economia da Espanha, prevendo uma subida do PIB de 2,1% em 2024. A expectativa inicial, anunciada em fevereiro, era de uma alta de 1,7%. Ainda segundo a Comissão Europeia, a projeção para 2025 é de um crescimento menor do que em 2024, ficando em torno de 1,9%. Conforme a instituição, o crescimento neste ano e no próximo serão impulsionados pela procura interna e sustentada pela contínua resiliência do mercado de trabalho na Espanha. A implementação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) deverá sustentar o crescimento do investimento neste período. Também foram anunciadas as estimativas para a inflação, que deve manter a tendência de queda. A relação entre a dívida pública e o PIB apresentará igualmente uma redução gradual até 2025, passando para 104,8% (105,5% em 2024). Ano 2023 2024 2025 Crescimento do PIB 2,5% 2,1% 1,9% Inflação 3,4% 3,1% 2,3% Desemprego 12,2% 11,6% 11,1% Dívida pública (% do PIB) 107,7% 105,5% 104,8% Crescimento menor do que em 2023 Em 2023, o crescimento da economia espanhola foi de 2,5%, índice alcançado por desenvolvimentos robustos do mercado de trabalho que sustentaram o consumo privado, bem como pela contribuição das exportações líquidas e do consumo público. A fraca situação econômica nos principais parceiros comerciais da Espanha pode ser uma das variáveis que estaria limitando o dinamismo das exportações gerais e a contribuição para o crescimento da demanda externa este ano. Por outro lado, há a expectativa de desenvolvimentos positivos na atividade turística e na exportação de serviços não turísticos ao longo deste ano. Desemprego em queda e crescimento dos salários nominais Os bons resultados do mercado de trabalho no ano passado se repetem no início de 2024. A criação de postos de trabalho foi mais intensa nos dois primeiros trimestres de 2023 e ficou mais moderada no segundo semestre. A expectativa é que os indicadores continuem positivos ao longo de 2024. A taxa de desemprego, que caiu para pouco mais de 12% no ano passado, deve seguir a tendência de queda, ainda que ainda esteja alta, e chegar a 11,6% (11,1% em 2025). O ano de 2023 também apresentou uma forte recuperação do poder de compra das famílias e espera-se que os salários nominais cresçam ligeiramente acima da inflação em 2024 e 2025, ainda que a taxas mais moderadas. A inflação desacelera na Espanha Em 2023, a inflação geral caiu para 3,4%, favorecida principalmente pela desaceleração sustentada nos preços de energia. A projeção do Conselho Europeu é que a tendência de queda se mantenha e a inflação feche 2024 com variação geral de preços da ordem de 3,1%. O melhor resultado deverá ser atingido pelo alívio contínuo da pressão de preços de componentes não energéticos e alimentares, uma vez que, no sentido oposto, a eliminação gradual da maioria das medidas governamentais para mitigar o impacto dos altos preços de energia exerce pressão ascendente sobre a inflação.

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