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Abrir Conta Agora →A situação da saúde irlandesa está crítica em 2024, semelhante a um paciente que respira com a ajuda de aparelhos. Os hospitais estão lotados e os pacientes enfrentam longas esperas por atendimento de emergência. A crise no sistema da saúde da Irlanda, remonta aos anos 1980 e, apesar dos esforços do governo, a administração desta crise tem sido uma batalha contínua.
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A falta de profissionais, os baixos salários e o longo tempo de espera nos hospitais são algumas das questões que ressaltam a importância de uma reforma no setor de saúde da Irlanda, algo que tem sido amplamente discutido pelo governo há vários anos.
A superlotação dos hospitais também é um desafio especialmente durante os invernos rigorosos. Há muitas pessoas esperando por leitos e por atendimento emergencial. Isso afeta diretamente a qualidade dos cuidados de saúde oferecidos.
Desde o final de 2023, o HSE (Health Service Executive) tem divulgado diariamente os números alarmantes da superlotação. Entre 400 e 500 pacientes aguardam por leitos a cada dia no país, com muitos deles enfrentando esperas de mais de 24 horas, inclusive os idosos.
Há hospitais, como o Hospital Universitário de Limerick (UHL), Hospital Universitário de Galway e Hospital Universitário de Cork (CUH), que sofrem regularmente com superlotação. Esses locais têm diariamente mais de 100 pacientes em macas, uma situação que parece estar fora de controle e que, para muitos, é inimaginável para um país de primeiro mundo.
As circunstâncias são ainda mais complicadas com pacientes que estão prontos para serem transferidos para instalações mais apropriadas, mas não conseguem devido à falta de espaço. Cerca de 377 pessoas por dia, em média, ficam nessa situação, deixando claro que ainda há muito a ser feito para melhorar o fluxo de pacientes e a gestão hospitalar.
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Cotar Agora →O número de pessoas que falecem antes mesmo da chegada da ambulância aumentou significativamente nos últimos oito anos, conforme dados do HSE. Em 2023, foram registrados 1.108 casos em que a pessoa já estava sem vida quando a ambulância chegou, representando um aumento de 70% em comparação com 2016.
É ainda mais chocante perceber que desde 2009, as taxas de suicídio aumentaram em 24% na Irlanda, segundo dados da World Health Organization (WHO). Isso é um reflexo preocupante de desafios sociais e de saúde mental que precisam ser enfrentados com urgência.
Além disso, há uma diferença de seis anos na expectativa de vida entre os grupos mais ricos e mais pobres, destacando a profunda desigualdade de acesso aos cuidados de saúde e outros recursos vitais.
A falta de investimento na área afeta principalmente os trabalhadores com baixos salários, agravando ainda mais essa disparidade e colocando em risco o bem-estar de muitos cidadãos.
A sobrecarga do sistema público de saúde da Irlanda impulsiona a busca por alternativas privadas. Quase metade da população irlandesa (47%) possui plano de saúde particular, um aumento de 44% desde 2019, segundo dados da Health Insurance Authority (HIA).
Os planos de saúde privados oferecem acesso mais rápido a cuidados terapêuticos, além de mais opções de escolha de médicos e hospitais. No entanto, geralmente são caros, e nem todos os irlandeses podem pagar por eles.
O anúncio do Ministro da Saúde, Stephen Donnelly, sobre a abertura de 147 leitos hospitalares adicionais em 2024 é um passo na direção certa, mas continua longe de ser o suficiente para lidar com a superlotação e reduzir os tempos de espera nos hospitais.
Especialistas do Instituto de Pesquisa Econômica e Social (ESRI) sugerem que são necessários imediatamente mais 1.000 leitos hospitalares, além de 330 leitos adicionais por ano para atender à demanda crescente.
As medidas recentes do governo não apenas falharam em melhorar os padrões de saúde, mas também criaram novos problemas, como o aumento dos preços dos planos de saúde privados.
Muitos irlandeses ficaram sem a cobertura adequada, evidenciando a necessidade de investimentos em um Serviço Nacional de Saúde universal e gratuito.
O Waterford University Hospital (WUH) adotou medidas eficazes para lidar com a superlotação, dando prioridade ao atendimento de emergência e cancelando cirurgias planejadas conforme necessário.
Embora essas ações tenham reduzido o número de pacientes em macas, elas também resultaram em procedimentos adiados e listas de espera mais longas.
Assim como em uma sala de emergência onde a prioridade é “não deixar o paciente morrer”, o sistema de saúde na Irlanda enfrenta um desafio semelhante de “não deixar o sistema de saúde morrer”.
Apesar dos esforços contínuos para lidar com a superlotação nos hospitais irlandeses, o desafio persiste, colocando em risco a qualidade e a segurança dos cuidados prestados.
Embora soluções parcialmente eficazes, como as implementadas pelo WUH, tragam benefícios, é crucial buscar uma abordagem abrangente e duradoura para garantir que todos os cidadãos tenham acesso a cuidados de saúde de qualidade na Irlanda.
O porta-voz da HSE disse, em entrevista em fevereiro de 2024, a busca por soluções persiste:
“Novos acordos regionais estão em vigor para garantir que todos os serviços comunitários e hospitalares sejam integrados. Melhorias adicionais no processo estão sendo buscadas”.
Há uma grande diferença entre o funcionamento do sistema de saúde brasileiro e o irlandês. Não há no país um sistema público de saúde gratuito. Isso significa que todos os procedimentos médicos exigem pagamento, inclusive para os próprios irlandeses.
Algumas exceções são feitas para cidadãos que possuem o Medical Card, que oferece benefícios como tratamentos e exames gratuitos para cidadãos desempregados da União Europeia que comprovem não poder arcar com as despesas. Isso também se aplica a crianças com até 6 anos e idosos aposentados.
No sistema de saúde irlandês, embora seja necessário pagar por procedimentos médicos, o acesso ao sistema público é aberto a todos, incluindo estrangeiros. No entanto, os custos são consideravelmente menores em comparação com o sistema privado.
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