Brasileiros na Europa

Brasileiros preservam o sotaque ao morar na Europa?

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“Você sabe o que é um sotaque estrangeiro? É um sinal de bravura”. Eu li essa frase, da escritora americana Amy Chua, pela primeira vez há alguns meses e ela ressoou na alma, trazendo até mesmo um sentimento de orgulho por tudo o que tenho vivido desde que saí do Brasil em 2016. E eu acredito que ela também traz os mesmos sentimentos em cada brasileiro que mora em outro país.

Quando alguém mora no exterior, seu sotaque se torna um elo com suas raízes, uma expressão única da sua identidade cultural. A gente se reconhece mesmo ao falar outra língua, é algo incrível! A gente passa por situações inusitadas e histórias engraçadas. Vivemos momentos de dificuldade, mas que nos fazem mais fortes, certamente.

E nada melhor do que ouvir as histórias das nossas redatoras, espalhadas pela Europa, para entender um pouco melhor sobre os sotaques das brasileiras no exterior. Preparados?

Sotaque pode atrapalhar a comunicação?

Alguém já passou por algum problema ou situação inusitada ao falar o idioma do país onde mora devido ao sotaque? Pois a Giovanna Mauro, brasileira que vive na Itália, acredita que sua pronúncia a acompanha nas mais diversas situações, até entre amigos.

Giovanna, que mora na Itália, afirma que o sotaque brasileiro dificultava a pronúncia correta de algumas palavras.

A pronúncia de nomes de coisas ou lugares era a minha maior inimiga! Eu sempre precisava repetir o meu pedido em um restaurante, por exemplo, por pronunciar o nome dos pratos ou bebidas com o meu sotaque brasileiro.

Já para Ana Carolina Lisboa, que atualmente mora na Alemanha, afirma que o sotaque não chegou a atrapalhar. “Acho que me faço entender bem, apesar das pronúncias bastante suspeitas”.

Para Bianca Alves, que mora na Espanha, o peso do sotaque apareceu na hora de arranjar emprego. “Eu sou jornalista, com mestrado em marketing. Para trabalhar na área, eu tinha que escrever e falar tão bem quanto um espanhol”, explica.

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Eu conquistava as vagas por falar outros idiomas e, a partir disso, tinha que ganhar a confiança dos chefes para que eles me dessem os trabalhos em espanhol. Não acho que isso acontecia porque eu não falava bem, mas, na minha área, quando se tem muito sotaque, você acaba passando uma menor credibilidade.

Aqui na Inglaterra eu, Andrea, não consigo lembrar de alguma situação na qual tive problemas por conta do sotaque brasileiro, mas aprendi o jeito “Harry Potter” de falar inglês quando morei na Cidade do Cabo e achei que fosse morrer de sede porque ninguém entendia o meu pedido por “water”.

Isso porque, eu tinha o sotaque totalmente americano, e em Cape Town fala-se com a pronúncia britânica. Então pedir água virou uma missão quase impossível nos primeiros dias.

Andrea, que mora na Inglaterra, explica que apesar de não ter dificuldade com o sotaque brasileiro, tem aperfeiçoado a pronúncia de algumas palavras com o filho.

Agora, o que acontece com certa frequência é meu filho de 8 anos, que está sendo alfabetizado em inglês desde os 5, corrigir o meu sotaque nos momentos em que preciso falar algo em inglês com ele. Certamente é meu maior desafio, mas minha maior fonte de aprendizado.

Sotaque vs. fluência no idioma estrangeiro

Conforme a nossa vivência em um país e a experiência com a língua vão aumentando, perdemos também um pouco do sotaque brasileiro.

“No meu caso, acho que ainda não perdi totalmente o sotaque abrasileirado, mesmo após anos na Itália”, conta Giovanna. A Ana Carolina também acredita que no caso dela ainda não, mas notou essa mudança em outras brasileiras.

Ana Carolina revela que mulheres que moram há anos na Alemanha ainda preservam o sotaque brasileiro.

Participo de um grupo de brasileiras aqui na Alemanha, e notei que várias mulheres há mais de 5 anos no país têm um leve sotaque quando falam. Isso é mais comum principalmente entre aquelas que têm filhos em idade escolar e maridos alemães.

Bianca, por outro lado, perdeu grande parte do sotaque brasileiro após morar na Espanha, contudo, por conta da área onde atua, acredita que, de certa forma, ganhou um pouco mais de respeito.

Eu não o fiz porque não queria que as pessoas percebessem as minhas origens, pelo contrário, tenho muito orgulho delas! O meu objetivo era crescer na minha profissão e fazer com que as pessoas me levassem mais a sério.

Nathane Costa, que já morou na França e hoje vive na Alemanha, gostaria de pegar um pouco mais do sotaque estrangeiro, mas acredita que com o tempo essa mudança deve acontecer. “Quando eu estudava inglês, minha professora enfatizava que todo mundo tinha sotaque e o importante era me comunicar. Levei isso ao pé da letra”, completa.

Viver em outro país transforma o modo como falamos nossa própria língua?

Viver em outro país pode, sim, transformar o modo como falamos nossa própria língua. Por exemplo, podemos incorporar palavras ou expressões do idioma do país onde vivemos, aquela famosa salada mista.

“Certo dia, ao fazer a lista de compras do mercado com meu marido, que também é brasileiro, listamos o “basílico”, em francês se fala basilic e em alemão basilikum. E ficamos tentando lembrar de como era em português, porque descobrimos depois que não era basílico. Tivemos que recorrer ao Google para encontrar a palavra manjericão. Acho que esse foi o maior lapso da língua portuguesa que tive morando fora. Mas com certeza não será o último”, conta Nathane.

Eu também já passei por situações parecidas, em que simplesmente falei uma palavra em português que sequer existia porque fiz uma tradução literal do inglês. Ao conversar com uma amiga, comentei que precisava marcar um “apontamento” no médico. Na hora eu percebi que algo tinha soado realmente muito estranho, mas não consegui perceber o que era.

Acho que foi apenas no dia seguinte que me dei conta do que tinha falado. Na verdade, eu queria ter falado agendamento, mas saiu “apontamento” porque em inglês a gente fala que vai marcar um “appointment”. Aliás, não é incomum a gente esquecer algumas palavras em português, especialmente quando a gente não usa com muita frequência.

Para Bianca, brasileira que mora em Madrid, é quase inevitável não misturar o português com o espanhol ou outro idioma.

“Quando se vive num idioma com o qual você não é nativo, é impossível não misturar uma coisa ou outra. Em especial porque o português e o espanhol são muito parecidos, principalmente na hora de escrever”, explica Bianca.

Português com sotaque estrangeiro

Assim como os estrangeiros, também podemos mudar a nossa pronúncia do português ou o sotaque porque nos adaptamos aos sons ao idioma do país onde vivemos.

“Na primeira vez que voltei para o Brasil após ter passado a morar na Itália, todos os meus amigos comentavam que eu estava falando de uma forma diferente. A coisa que eu mais ouvia era que eu tinha perdido o sotaque da cidade do interior no Brasil que eu moro e que estava falando português com um sotaque italiano”, comenta Giovanna.

Nathane comenta que após morar 1 ano e meio na França e se mudar para a Alemanha, onde está aprendendo alemão, ela “já nem sabe mais em que idioma está falando”.

Nathane, brasileira que morou na França e hoje mora na Alemanha, confessa que morar no país transforma a maneira como falamos o português.

“Quando a gente mora no Brasil acha que isso é prepotência de quem mora fora, como uma forma de mostrar que fala mais de uma língua, mas a verdade é que tudo se embaralha em nossa mente mesmo”, reafirma.

Eu particularmente não consigo perceber se falo português com algum sotaque inglês, mas o que eu noto é que as palavras em inglês perderam a pronúncia abrasileirada.

Agora o mais engraçado mesmo é ouvir meu filho, que fala 100% do tempo em inglês, soltar algumas palavras em português. O sotaque de “gringo” é extremamente puxado, ao ponto de ele sentir dificuldade em pronunciar o meu próprio nome.

Falar um idioma estrangeiro com sotaque brasileiro

“Eu nunca enxerguei o meu sotaque brasileiro como um problema. Acredito que ser fluente em um idioma não significa deixar de ter um determinado sotaque. Para mim, ele representa uma parte de quem eu sou e também um lembrete das minhas origens. Sempre vou carregá-lo com muito orgulho”, afirma Giovanna.

Eu concordo com a Giovanna, meu sotaque representa parte de quem eu sou! Eu não acredito que vá perder totalmente o sotaque brasileiro, mas obviamente meu jeito britânico de falar inglês vai ficando cada vez mais forte com a vivência.

Inclusive, me lembro bem de uma viagem que fiz para Amsterdam e, ao encontrar com uma amiga da Suíça, ela comenta após cinco minutos de conversa sobre o meu sotaque britânico.

Para Ana Carolina, o mais importante é conseguir se fazer entender.

Especialmente na Alemanha, percebo que os nativos valorizam muito nosso esforço em tentar nos comunicar em sua língua. Então, pouco importa se o seu sotaque é forte ou não. Afinal, eles nunca perdem a oportunidade de trocar algumas palavras em português conosco, sempre com aquele simpático e bem-humorado “Olá, tuto bom?”.

E a gente não poderia deixar de finalizar com uma verdade que nos enche de orgulho:

“Da mesma forma que perder o sotaque brasileiro, ter um sotaque carregado não significa que você fala melhor ou pior! O sotaque também é sinônimo da coragem de imigrar, de mergulhar no desconhecido, de aprender e se adaptar”, finaliza Bianca.

Portanto, independente de sotaque, tenha certeza que realmente precisamos nos orgulhar de tudo o que conquistamos morando no exterior e das nossas batalhas do dia a dia!

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Andrea Côrtes and Ana Carolina Lisboa and Bianca Alves and Giovanna Mauro and Nathane Costa

Andrea é jornalista e também tem formação em Linguística. Apesar de nascida em Curitiba, não demorou muito tempo para seu coração ganhar o mundo. Começou a trabalhar com agronegócio, área que a fez ganhar gosto para trabalhar fora do escritório, com pessoas de culturas e lugares diferentes. Com uma câmera na mão, desbravou inúmeras cidades e nunca mais parou. Decidiu unir a paixão pela profissão e pelas viagens e fez disso sua vida. Viajou por todos os cantos do Brasil e também se aventurou pelos Estados Unidos, sete países da África e Ásia. Ao lado do filho já morou no Sri Lanka e no Vietnã. Desde 2018 vive na Inglaterra e divide seu tempo entre a maternidade, produção de conteúdo e viagens pelo Reino Unido e Europa.

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Andrea Côrtes and Ana Carolina Lisboa and Bianca Alves and Giovanna Mauro and Nathane Costa

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