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PEDIR MEU CARTÃO →Ao falar sobre minha mudança para a Europa, eu sempre penso naquela música do Milton Nascimento. “Tem gente que chega pra ficar / Tem gente que vai pra nunca mais / Tem gente que vem e quer voltar / Tem gente que veio só olhar / Tem gente a sorrir e a chorar”. Me identifico principalmente com a primeira frase. Eu vim para ficar e a cada dia tenho mais certeza do porquê não quero voltar para o Brasil. Nesta coluna eu te conto os motivos.
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Eu já não “moro num país tropical”, mas continuo achando que ele é “abençoado por Deus e bonito por natureza”, como diz o Jorge Ben Jor.
Continuo me sentindo “brasileira, com muito orgulho, com muito amor”. Amo nossa culinária, nossa música (deu pra notar?), nossa língua, a resiliência do nosso povo e até nossos jeitinhos (com algumas exceções neste último caso).
Ao mesmo tempo, tem coisas que eu não gosto no Brasil. E posso te dizer o mesmo sobre a Espanha, tem coisas que amo e outras que não gosto. Na minha opinião, todos os países (e tudo na vida) tem pontos positivos e negativos. E o que pode ser positivo para uma pessoa pode ser negativo para outra. Sabe como é isso das opiniões.
A questão é considerar suas prioridades e o peso que têm no seu dia a dia e na sua vida cada um desses pontos. Colocar na balança e analisar racional e emocionalmente. No momento, ao fazer essa análise, minha conclusão é: eu não quero voltar para o Brasil.
Vou começar a te contar minhas razões para não querer mais morar no Brasil com um ponto que pode parecer banal: o transporte público. Mas aí eu te pergunto: quantas horas por dia você passa no transporte público?
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Cotar Agora →Ok, talvez você tenha carro e não tenha esse “problema”. Tive carro por um tempo, mas quando fiquei sem, em Floripa, passava umas 3h/dia no ônibus, sem contar os tempos de espera. E, na verdade, desde que me mudei para o país, eu acho que ter um carro na Espanha é (quase sempre) um desperdício.
Uma das justificativas dessa opinião é a qualidade do transporte público espanhol. Em geral, os veículos são modernos e confortáveis. A disponibilidade e a frequência são grandes, sem longos períodos de espera. Há vários tipos de transportes e os preços são bem acessíveis. Não digo que seja perfeito, mas acho que é melhor do que o brasileiro.
Devido a essa qualidade, depender do transporte público na Espanha, normalmente, não é um “problema”. Aliás, essa dependência, muitas vezes, é menor, já que há outras alternativas viáveis para se deslocar pela cidade.
Uma das razões para isso é o tamanho das cidades espanholas (e europeias, de forma geral), bem menor do que o das brasileiras. É possível chegar a vários pontos caminhando, pedalando ou com patinete.
Além disso, essas alternativas também me parecem mais seguras por aqui. E esse é outro ponto que conta na minha decisão de não querer voltar para o Brasil.
Outro dia, conversando com minha irmã, ela me perguntou:
“Mana, você sai à noite aí?”
“Claro. Saio, sim. Por quê?”, perguntei de volta.
“Quero saber se você sai sozinha, se não é perigoso”.
Fiquei um pouco intrigada com a pergunta. Tem questões que a gente não pensa se não são um problema e fazia tempo que eu não pensava sobre a questão da segurança. Mesmo nas vezes que saí sozinha de noite, não pensei sobre isso.
Resolvi dar uma olhada nas estatísticas. Segundo o Índice Global da Paz, do Instituto para Economia e Paz (IEP), a segurança na Espanha é muito boa! Em 2023, o país foi considerado o 32º país mais seguro do mundo. O Brasil, por sua vez, aparecia na posição 132 desse ranking.
De toda forma, acho que isso é um pouco relativo. Acredito que, no Brasil (e em qualquer país), há alguns lugares mais seguros que outros. E para falar a verdade, eu nunca fui assaltada nem sofri nenhum tipo de violência em meus mais de 30 anos de terras tupiniquins. Ainda assim, também é verdade que eu me sinto mais segura por aqui, seja na rua ou no trânsito, de dia ou de noite.
Já faz alguns anos que eu não tenho plano de saúde e dependo dos serviços da saúde pública na Espanha. Resumidamente, o que posso dizer é que, assim como o transporte público, não é perfeito, mas me parece melhor do que no Brasil.
Um exemplo: no ano passado tive que fazer uma cirurgia. Como não era um procedimento de emergência, tive que esperar uns bons meses por uma vaga. Em compensação, quando chegou a minha vez, eu pude comprovar a qualidade dos serviços.
Um sinal disso é que, por ser uma cirurgia simples, não estava prevista minha internação. Mas como o procedimento acabou sendo tarde e acordei meio grogue, me deixaram internada até o dia seguinte em um quarto particular. Meu marido, inclusive, dormiu comigo, no sofá de visitas do quarto.
Uma amiga de Floripa outro dia me disse:
“Amiga, vou ter que colocar o DIU. Descobri que tenho um monte de miomas”.
“Menina, que coincidência. Eu também.”
No caso de quem tem miomas (como eu e minha amiga), a indicação médica é o DIU com hormônios (não o de cobre). A diferença é que, por aqui, tanto o procedimento como o próprio DIU foram gratuitos. E minha amiga me contou que precisou pagar porque no sistema público só colocavam o de cobre.
Mais um ponto para a Espanha na minha análise para saber se compensa ou não voltar para o Brasil.
Na coluna sobre o funcionamento das Eleições da Espanha, eu já comentei sobre a tentativa de igualdade de gênero nesse processo. O Congresso espanhol é um dos mais paritários da Europa, com mais de 40% de deputadas. E no Executivo nacional, atualmente, a paridade é total: são 11 ministras e 11 ministros.
Essa imagem governamental é uma boa representação dos esforços feitos pela igualdade de gênero. Digo esforços porque a situação ainda não é perfeita. A brecha salarial entre homens e mulheres na Europa (e não só na Espanha), por exemplo, ainda persiste.
De toda forma, os esforços continuam. Desde a Lei Integral contra a Violência de Gênero, de 2004, até a Lei para a Igualdade Efetiva entre Mulheres e Homens, de 2007. Vale citar também a Lei da saúde sexual e reprodutiva e da interrupção voluntária da gravidez, de 2010, reformada em 2023.
Um colega de trabalho do meu marido acabou de ser pai. Em uma visita ao recém-nascido, me surpreendeu descobrir que, por aqui, a licença paternidade é igual a de maternidade. Desde 2021, tanto o pai quanto a mãe têm direito a 4 meses de licença.
Um exemplo prático dos esforços para promover a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres. E esse empenho pela igualdade que existe por aqui, é outro fator que me faz querer ficar e não voltar para o Brasil.
Como comentei na coluna sobre como escolher um novo país, um dos motivos que me trouxe à Espanha foi a ideia de mudar de profissão. Eu queria deixar de ser redatora publicitária para me tornar jornalista e escritora.
Por isso, um dos fatores que contam na minha decisão sobre voltar para o Brasil ou não é o hábito de leitura. Quer dizer, o público de potenciais leitores que posso ter em língua portuguesa e em língua espanhola.
Então, vale mais uma estatística. Segundo a Lectupedia, os brasileiros leem, em média, 2,5 livros ao ano. Enquanto isso, os espanhóis leem 9,9 livros ao ano. E isso é visível no dia a dia. Tem gente lendo nos trens, nas praças, nos parques… Sem falar que o espanhol é o quarto idioma mais utilizado no mundo, o que amplia ainda mais esse público potencial.
Como deu para perceber, os principais fatores que me motivam a não querer voltar para o Brasil são referentes à qualidade de vida que tenho na Espanha. Mas é claro que a minha análise se aplica às minhas experiências e cada pessoa vive diferentes situações.
Longe de mim fazer uma imagem desiludida do Brasil e uma imagem romantizada de morar na Espanha (ou de qualquer país europeu). Cada país tem seus prós e contras. Além disso, ao mudar de cidade, estado ou região, num mesmo país, muitos fatores podem variar.
Voltando à música do Milton Nascimento que citei no início, eu acredito que todas as opções são legítimas. É válido vir e decidir voltar para o Brasil, vir só para olhar ou vir para ficar, como foi (e segue sendo) o meu caso. Aliás, acho que também é positivo reavaliar essa opção de vez em quando e, se for o caso, inclusive, mudar de ideia.
De toda forma, escrever esta coluna me deu ainda mais certeza de que, ao menos de momento, eu não quero voltar para o Brasil.
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