França

Como acertar no relacionamento com franceses? Da amizade ao amor

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Para começar bem qualquer relacionamento com franceses, a  palavra-chave é bonjour. Não importa se a ideia é viver na França ou somente passar alguns dias fazendo turismo. Símbolo de boa conduta social, no relacionamento com franceses, nada começa sem ela. Diga o famoso bom dia mesmo se a intenção é apenas pedir a informação.

Então, agora que já estamos de posse do ‘abre-te sésamo”,  comecemos a falar do relacionamento com franceses. Apesar do diploma em sociologia, quem sou eu para ditar regras! Porque no relacionamento com franceses, e com quem quer que seja, há sempre dois lados a considerar. E, portanto, só posso falar de uma experiência muito pessoal, mas que talvez possa ser um pouquinho transferível a quem nos lê agora. Pois, esta costuma ser uma questão que pesa bastante na balança na hora de decidir se vale a pena viver na França.

Amizade: bom começo na França

Comecemos pelas amizades. Um dos maiores best-sellers é um livro chamado “Como fazer amigos e influenciar pessoas”, que eu “carinhosamente” costumo chamar de “guia do psicopata”. Isso porque o manual baseia-se no princípio (verdadeiro) da vaidade humana e sustenta que basta elogiar, elogiar – e elogiar – que você terá sucesso nas conquistas. Então, a meu ver, parece um pouco manipulador.

E aqui na França tenho a impressão de que o autor morreria de fome. Críticos até o topo da boina vermelha, os franceses desconfiam dos elogiosos em excesso. Quer acertar no relacionamento com franceses e plantar uma sementinha de amizade? Elogiar a comida, uma peça de decoração da casa ou o vocabulário do francês. Diga que aprendeu com ele algo. Isso é o suficiente para uma aproximação polida e pode gerar futuros convites para um “copo” ou uma “soirée” – a “reuniãozinha lá em casa” dos cariocas.

Porque no relacionamento com franceses, acostume-se com as frequentes correções do seu modo de falar ou escrever a língua de Molière. Eles o fazem para “o nosso bem”, dizem. Mas irrita. Prepare-se para ser infantilizado pelo interlocutor quando houver dificuldade em colocar as devidas preposições ou conjugar os verbos irregulares. E não importa seu diploma de doutorado na Sorbonne: errou o gênero da palavra, volte seis casas e prepare-se para ser considerado menos inteligente do que é.

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O jeitinho francês de ser

Em tempo: não se espante ao ser corrigido até pela atendente da padaria. E lembre-se sempre: francês adora um bate-boca. No meu começo por aqui, levava cada susto. Do nada, começava uma disputa. Um debate mais acalorado que pode começar com um simples “ei, não pode estacionar aí” e o outro responde “pode sim porque pela lei tal tal e tal “…. e por aí vai.

No meu carioquês, é barraco mesmo.

No começo me ressentia, ficava arrasada. Agora aprendi: responda. Como outro dia entrando numa loja e meu guarda-chuva pingou. A atendente me chamou atenção dando três bufadas e de uma forma nada polida. Eu respondi de forma forme, porém, gastando todo meu tempo verbal na condicional: “caso quisesse manter sua loja seca, madame, deveria colocar um porta-guarda-chuva na entrada, não acha?”. Cabeça erguida e Bescherrelle na mão, meus amores. Ao encarar o relacionamento com franceses no dia a dia, não deixe-se abalar pelo famoso mau humor dos gauleses.

Conheça alguns expressões úteis para morar na França.

Relacionamento com franceses tem idade?

Em termos de relacionamento com franceses, quando o papo é amor e sexo, acho sempre interessante. Minha experiência é a visão de uma mulher cis-heteronormativa. E, nesse caso, estou muito mais satisfeita do que estive no Brasil. Primeiro por uma questão, que deveria ser a norma, mas surpreende qualquer mulher brasileira: é possível “estar na pista” aos 40, 50, 60, 70 e até 80 (sim, a mãe de um ex-namorado, viúva, foi pedida em casamento aos 82 anos). O povo aqui curte um acasalamento e, em geral, atraem-se mutualmente dentro da mesma faixa-etária.

Outra questão interessante do ponto de vida amoroso no relacionamento com franceses é uma observação muito minha, a qual até já escrevi quando era colunista do jornal O Globo e assumi meu deslumbramento inicial com o relacionamento com os franceses. No meu blog Crônicas de Paris, minha tese foi a seguinte: homem francês é tudo “viado” que gosta de “perereca”. Explico: mesmo o homem heteroafetivo na França vai cozinhar, curtir decoração, ser ligado em moda, cuidar das crianças, participar da vida em família, ter sensibilidade.

Quando o quesito é sexo, no relacionamento com os franceses, para o meu gosto, também vamos bem, obrigada. Questão de gosto? Talvez, mas em um país que também é machista, a França ganha no seguinte: trata-se de um lugar onde o sexo com consentimento é tratado com mais naturalidade por homens e mulheres.

Ser um homem feminino

Lembro do meu primeiro namorado francês. Saímos do cinema rumo ao restaurante. Ele parou em frente a uma vitrine de roupas. Isso já achei estranho. De repente ele olha, me aponta um echarpe e manda “bonito aquele amarelo lá, não?”. Ainda em choque, aponto outro como meu preferido. O francês não hesita: “ah, não… esse azul é de outono, preciso de um para a primavera”. Morri.

Tem, claro, muitos choques culturais. Falamos alto para o gosto francês. Eles parecem frios quando, na verdade, são blasés. Mas uma coisa é inegável no relacionamento com franceses: gostam de dialogar, gostam de terem companheiras ou companheiros. Gostam de fazer as refeições juntos (sobre esse tema, dá para escrever 5 colunas). E mesmo se o rolê é de uma noite só, a gente recebe uma mensagem bacana no dia seguinte.

Aliás, outra regra fundamental para o relacionamento com franceses: seja amigo, colega de trabalho ou crush, ligue ou mande mensagem de agradecimento quando foi o convidado de algum e evento.

Saiba como é a imagem do Brasil na França.

Liberté, égalité, diversité

O lema francês o mundo inteiro conhece: liberdade, igualdade, fraternidade. No jogo de palavras do intertítulo, troquei a última por diversidade. A França é um país diverso. Mas a maior parte dos brasileiros nem imagina. Lamartine Babo, o mestre das marchinhas de carnaval, por exemplo, cantava aos quatro ventos sobre Paris “com lindas mulheres de olhos azuis, tu és a cidade Luz!”.

Aí um dia o amigo viajante desembarca pela primeira vez na capital francesa e manda. Surpreso, solta a frase: “Gente! Olha a quantidade de negros! Estou me sentindo em Salvador!” (E ele disse isso em tom muito positivo, que fique bem claro). Talvez seja uma questão geracional pensar na França como um país com a cara da Catherine Deneuve, quando o maior star atual é Omar Sy. Mas esses dois exemplos, acrescentando uma boa porção de Zidane, ilustram bem a mistura étnica de um país mais parecido com o Brasil do que um brasileiro desavisado imaginaria.

Obviamente, como tratado nos parágrafos anteriores, há traços culturais marcantes. Há sempre vantagens e desvantagens em morar na França. Entender os códigos pode demorar. Lidar com eles no dia a dia pode cansar. Mas nada diferente de viver em nosso próprio país. Lembremos sempre: seres humanos são territórios sensíveis e convém pisar “nesse chão devagarinho”, como recomenda o samba lindamente cantado por Dona Ivone Lara – e que a carioca aqui trouxe para a vida além-mar e usa como se fosse um patuá.

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Ana Paula Cardoso

Ana Paula Cardoso é jornalista, formada em filosofia e sociologia pela Université Paris 1 – Panthéon Sorbonne e mestranda em RH & Responsabilidade Social de Empresas (SER) pela IAE Paris 1 - Sorbonne Business School. Carioca da gema e parisiense de corpo e alma há 7 anos, é também cronista do site Crônicas de Paris.

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