Psicologia para Expatriados

Preparo psicológico para expatriados – parte 3: preparação familiar

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Em meus artigos anteriores, expliquei o quanto se adaptar a um novo ambiente demanda maior cuidado de si mesmo, pois requer uma reorganização da estrutura psíquica. Agora, em preparo psicológico para expatriados parte 3, veremos como isso implica, também, preparar quem estará junto nessa jornada.

Afinal, é importante ter atenção ao impacto que essa mudança pode ter nos filhos, no(a) companheiro(a) ou em outros familiares.

Ao mesmo tempo, é importante considerar aqueles que permanecem no Brasil. É responsabilidade de quem imigra preparar emocionalmente aqueles que ficam? Como fornecer apoio e atenção aos familiares que permanecem no Brasil?

Essas são questões relevantes que evidenciam a importância de estender o cuidado psicológico àqueles que nos cercam. A imigração pode afetar uma família de muitas maneiras, e a decisão de partir nem sempre é lógica ou simples de explicar.

Quem parte…

Antes de iniciar o processo de imigração, você deve considerar cuidadosamente seus objetivos de vida e seus valores pessoais. No entanto, um debate interno não é suficiente quando você está acompanhado(a) nessa jornada.

É importante que todos possam se questionar, independentemente do motivo que levou você e os demais a tomar essa decisão. Além disso, todos devem ser capazes de questionar uns aos outros.

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No amor e na dor?

Vejamos o exemplo de quem viaja com um(a) parceiro(a), por exemplo. Com essa classificação, estou me referindo a diferentes formas ou estágios possíveis em um relacionamento. Ao mesmo tempo, o contexto pode variar. Vocês podem ser:

  • Casados(as) no papel, com ou sem filhos;
  • Pessoas que vivem juntas há bastante tempo, mas nunca oficializou a relação;
  • Namorados(as) que terão a primeira experiência vivendo juntos;
  • Um casal em crise ou buscando reavivar a relação;
  • Recém-casados(as) que desejam começar uma nova vida fora do país;
  • E assim por diante…

A fase da relação, as expectativas que vocês têm sobre essa relação e o que vocês já viveram juntos — tudo isso e mais um pouco pode influenciar a experiência que vocês terão enquanto casal morando no exterior.

Além das burocracias, os casais precisam refletir e conversar sobre os planos e expectativas no novo país.

Por isso, é importante pensar a respeito e se preparar para algumas questões que vocês possam vir a enfrentar. Vamos pensar em dois casos típicos.

Casais que nunca moraram juntos, por exemplo, vão lidar com uma espécie de mudança dupla — não apenas para outra casa/país, mas também em sua vida íntima. Esse processo pode ser complicado, em alguns casos. Inclusive, pelo risco de, inconscientemente, associarmos à outra pessoa as dificuldades passadas na condição de imigrante.

Já as pessoas que vivem sob o mesmo teto há mais tempo costumam ter rotinas de casal mais estabelecidas antes de imigrar. Isso tende a se alterar com a mudança de país. Vocês podem acabar passando mais ou menos tempo juntos(as), por exemplo. E isso pode trazer novas questões à tona.

Reservem um tempo para refletir e se preparar

Antes da viagem, com o foco em trâmites burocráticos ou em metas financeiras, nem sempre pensamos nessas questões.

No entanto, refletir a respeito é essencial, tanto individualmente quanto nas conversas com o(a) parceiro(a), para que vocês estejam conscientes e mais bem preparados para lidar com os desafios da vida a dois no exterior.

Um olhar para os filhos

A imigração é uma jornada compartilhada e requer uma comunicação aberta e honesta entre os membros da família. É fundamental que todos os envolvidos tenham a oportunidade de expressar suas dúvidas, preocupações e expectativas, independentemente do motivo que levou à decisão de migrar. E isso, claro, deve incluir os filhos.

Dependendo da idade e da fase de desenvolvimento em que seu filho ou filha se encontra, essa transição pode ser desafiadora. É importante prepará-lo(a) emocionalmente, fornecendo informações sobre o novo país, incluindo:

  • Cultura local;
  • Idioma;
  • Escola/faculdade;
  • Estilo de vida;
  • Atividades de lazer locais.

É difícil descrever tudo isso em detalhes ou com um alto grau de certeza antes de emigrar. Por isso, compartilhe o que você sabe e trate tudo com o máximo de leveza possível.

Se não souber alguma informação, você pode simplesmente admitir isso e dizer que irá pesquisar — ou mesmo incentivar seu filho a fazer isso. Franqueza não é sinal de fraqueza.

É necessário criar um ambiente de apoio e segurança emocional. Toda criança ou adolescente deve se sentir à vontade para expressar sentimentos e fazer perguntas. E os pais devem estar preparados para lidar com as reações emocionais dos filhos, que podem incluir ansiedade, tristeza, raiva — ou mesmo entusiasmo!

Integrar as crianças nas atividades de organização da mudança é uma forma de fazê-las se sentirem parte do processo.

Muitos pais têm uma visão autoritária da sua relação com os filhos. E isso pode aparecer na hora de mudar para outro país. No entanto, isso pode ser extremamente prejudicial para eles e para a relação familiar.

Oferecer suporte contínuo e incentivar o diálogo aberto é essencial para ajudar os filhos a se adaptarem ao novo ambiente. Envolvê-los nas decisões familiares permite que eles expressem suas opiniões e façam parte do processo de planejamento. Assim, todos se sentem mais unidos.

A grande família

Em alguns casos, há outros familiares que se mudam conosco para o exterior — por exemplo, nossos pais, um irmão ou irmã ou outros parentes próximos. E todos passarão por ajustes emocionais e psicológicos significativos ao enfrentar uma mudança tão grande em suas vidas.

Para os familiares que decidem se juntar a nós na jornada da imigração, é essencial considerar suas necessidades e expectativas individuais. Cada pessoa terá suas próprias razões para fazer essa escolha. Alguns objetivos comuns incluem:

Por exemplo, são frequentes os casos de pais que decidem se juntar aos filhos no exterior após a aposentadoria, para ficar perto dos netos ou simplesmente em busca de uma vida melhor. Situações parecidas podem ocorrer com outros familiares, para os quais você pode acabar sendo um elo importante na decisão de emigrar.

A conversa é fundamental

É importante envolver esses familiares nas discussões e decisões relacionadas à imigração. Permitir que eles expressem suas opiniões e preocupações, e incluí-los no planejamento da mudança, pode ajudar a fortalecer os laços familiares e criar um senso de coletividade.

Isso é especialmente importante quando vocês não vivem juntos no Brasil, mas passarão a morar sob o mesmo teto fora do país. Essa transição pode começar antes, com a atenção necessária e muito diálogo.

Também é importante ter atenção aos casos em que você já vive fora do país e se prepara para receber um familiar. Seja em sua casa, seja morando em outro lugar, essa pessoa certamente contará com você e precisará de algum suporte. Você deve estar ciente da responsabilidade que pode ou não tomar para si.

Leia também meu artigo sobre como imigrar sem apoio da família.

…e quem fica

Normalmente, também deixamos uma parte da nossa família para trás quando emigramos. Como preparar o outro para a distância e as mudanças que ocorrerão em suas vidas? Como oferecer suporte para que eles também possam lidar de maneira saudável com essa mudança desafiadora?

Segundo Jacques Lacan, “o amor é dar o que não se tem a alguém que não é“. Essa citação sugere que o amor não se limita apenas ao compartilhamento do que já possuímos, mas também envolve a capacidade de dar ao outro o que não temos em nosso poder.

Quando emigramos, podemos não ter a presença física constante ou a proximidade geográfica com nossos familiares. Também podemos sofrer a falta que a distância traz. Ainda assim, somos capazes de manter uma relação de compreensão e afeto.

É importante, nesse contexto, cultivar uma conexão significativa, compartilhando experiências, sentimentos e mantendo uma comunicação regular. Dessa forma, tanto você quanto seu(sua) familiar podem ter uma adaptação saudável à nova realidade.

O lugar do outro

Muitas vezes, evitamos falar sobre os nossos medos e inseguranças com a pessoa que irá migrar conosco. Pense que essa pessoa pode estar fazendo o mesmo. E que disfarçar os sentimentos dessa forma provavelmente cobrará um preço mais adiante.

Não são raros, por exemplo, os casos de casais que emigram (com ou sem filhos) devido a uma oportunidade de trabalho recebida por um dos indivíduos. Muitas vezes, também pode haver apenas o desejo de um dos dois.

Dificilmente ambos terão o mesmo grau de motivação e pensarão da mesma forma sobre a mudança para outro país. Ainda assim, devemos sempre nos mudar com alguém, e não por alguém. E ao sentirmos que há alguma questão conflitante — em nós ou no outro — em relação à migração, devemos trazê-la para a claridade.

Em relação aos filhos, isso pode ser mais complexo. Eles são menos independentes e, muitas vezes, veem a si próprios — ou são colocados — em uma posição submissa. No entanto, ainda podem sentir medo ou ficarem ansiosos com a mudança. E você deve encarar isso de uma forma natural, sem culpar seu filho ou fazê-lo se sentir mal.

Lembre-se que seus objetivos e expectativas não serão necessariamente os mesmos daqueles que viajam com você — tampouco de quem fica. Inclusive, todos podem estar empolgados, mas por razões diferentes. É preciso respeitar os diferentes sentimentos envolvidos em meio a um processo tão importante. E estar aberto(a) para falar sobre eles.

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Mel Rutkoski

Mel Rutkoski é psicóloga clínica e psicanalista de orientação lacaniana, além de especialista em Sociologia pela Universidade do Minho (Portugal) e mestre em Psicologia pela Universidade de Aveiro (Portugal). Como psicóloga imigrante que também escuta imigrantes, pesquisa as repercussões da condição de estrangeiro sobre a saúde mental de cada pessoa, especialmente em brasileiros expatriados.

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