O Reino Unido impõe quarentena de 14 dias para quem chega do exterior. Desde segunda-feira (8), quem chega ao país, seja britânico ou estrangeiro, precisa cumprir duas semanas de auto isolamento.
Por que o Reino Unido impôs quarentena de 14 dias para quem chega do exterior? Entenda
A decisão de impor o auto isolamento a quem chega ao Reino Unido por 14 dias foi uma decisão do governo do primeiro-ministro Boris Johnson a fim de evitar uma segunda onda de contágio pelo coronavírus. A promessa é que o protocolo seja revisado a cada três semanas, de acordo com os novos casos reportados.
Segundo o ministro da Saúde, Matt Hancock, ao canal Sky News:
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INICIAR MINHA JORNADA →“Introduzimos esta quarentena porque, como o número de infecções diminuiu no Reino Unido, a proporção de infecções procedentes do exterior tende a aumentar”
O Reino Unido, um dos países mais afetados pela pandemia, registrou até a data em que começou a valer a nova resolução 40,542 mil mortes por Covid-19 e 287 mil casos de contágio.
Vale dizer que as viagens dentro do país ainda são desaconselhadas pelo governo. E apenas viagens essenciais devem ser realizadas.
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O que pode acontecer a quem desobedecer a quarentena?
Para cumprir a quarentena, os viajantes devem se auto isolar por duas semanas, com saídas apenas para a compra de itens essenciais. Também não devem receber visitas.
Quem desobedecer os 14 dias de isolamento poderá ser multado em mil libras – o equivalente a 1,266 mil dólares ou 6 mil reais.
Para aplicar as multas, o governo fará contatos telefônicos e fiscalizações aleatórias nos endereços indicados pelos viajantes – ao desembarcar no país, todos passam a ser obrigados a indicar o local em que cumprirão a quarentena.
Quem está isento da quarentena?
Profissionais da área de transportes, da saúde, trabalhadores rurais e pessoas procedentes da Irlanda ficam isentas da necessidade de quarentena.
O governo prometeu estudar também a viabilidade de liberar em breve da quarentena pessoas provenientes de localidades onde o Covid-19 já está sob controle, criando o que se chamou de “ponte-aérea” com áreas livres de risco.
Britânicos impossibilitados de planejar férias
Além de afastar turistas que trariam dinheiro ao país, a medida frustra também a expectativa dos próprios britânicos em planejar férias. “Mesmo as pessoas que vivem no país e pensariam em viajar em julho ou agosto estão desistindo de fazer reservas. Isto porque ninguém sabe quanto tempo esta regra da quarentena irá durar”, afirmou John Strickland, diretor da JLS Consulting em Londres, para a Bloomberg.
“Ficar trancado em casa por duas semanas após uma viagem de férias é algo que muitas pessoas não podem se dar ao luxo de fazer”, disse.
Companhias aéreas questionam a quarentena
Os setores econômicos mais diretamente afetados pela decisão da quarentena foram as companhias aéreas e o turismo.
As companhias aéreas British Airways, EasyJet e Ryanair assinaram um comunicado conjunto, classificando de “desproporcional e injusto” o protocolo do governo britânico.
Elas alegam que já foram fortemente impactadas pela crise decorrente das medidas de distanciamento social e fechamento de fronteiras para conter o vírus. E, agora, seriam ainda mais penalizadas.
Em comunicado, afirmaram:
“Apelamos ao governo britânico para remover esta quarentena ineficaz, que vai ter um efeito devastador na indústria do turismo e vai destruir ainda mais milhares de empregos”
Quarentena frustra retomadas das aéreas
Antes de começar a valer a quarentena aos viajantes, a British Airways planejava retomar 40% de seus voos em julho. A EasyJet projetava retomar os voos domésticos no Reino Unido a partir de 15 de junho, e retomar 75% de suas operações internacionais até o final de agosto. E a Ryanair planejava retomar 40% de suas operações também em julho.
O aeroporto de Heathrow, em Londres, já anunciou que pode ter que cortar um terço de seus 7 mil funcionários se o governo não indicar em breve quando planeja relaxar a regra da quarentena.
A Easyjet afirmou que terá que cortar mais de 4,5 mil postos de trabalho para se manter em funcionamento. Atualmente, a empresa conta com 15 mil funcionários. A empresa alega:
“Acreditamos que há evidências suficientes e um forte argumento para que a quarentena seja contestada nos tribunais”, disse Johan Lundgren, executivo-chefe da EasyJet, à SkyNews. “Foi uma medida apressada. Não é proporcional”.
Em um comunicado ao governo, o International Airlines Group (IAG), proprietário da British Airlines, afirmou que a quarentena imposta aos viajantes não pode ser mais rígida do que aquela aplicada aos infectados pela doença. Disse ainda que as isenções a quem vive na Irlanda e aos trabalhadores que se deslocam entre os demais países europeus tornará a medida ineficaz. “Na nossa opinião, o governo falhou em justificar o regulamento”, alega a empresa.
O peso do setor turístico no país não é pouco. O Reino Unido é um dos dez principais destinos turísticos do mundo e atraiu mais de 35 milhões de visitantes em 2019, que movimentaram mais de US$ 50 bilhões na economia.
Demais países europeus estão retomando turismo
A decisão de Johnson também vai na contramão do que os demais países europeus estão fazendo quanto ao turismo.
Com os níveis de infecção por vírus em declínio na Europa, os governos têm facilitado as restrições de viagens, e as praias estão abrindo em lugares como Grécia, Espanha e Portugal.
Com isto, governos, turismo e companhias aéreas estão tentando salvar a temporada de verão, quando milhões de pessoas tiram férias na Europa.
A Itália abriu fronteiras e liberou a entrada sem quarentena entre viajantes da União Europeia. A Alemanha fará o mesmo no próximo dia 15 de junho.
Veja como será viajar pela Europa pós coronavírus nesse artigo.
Posicionamento do governo
A secretária do Interior do Reino Unido, Priti Patel, justificou a ação do governo à Bloomberg, afirmando que a quarentena de 14 dias é fundamental para evitar uma segunda onda de contágio, que poderia sobrecarregar os hospitais e ser ainda mais prejudicial à economia. Em depoimento disse:
“Todos queremos voltar ao normal o mais rápido possível, mas isso não pode ser feito à custa de vidas. Espero que a maioria das pessoas faça a coisa certa e cumpra a quarentena. Mas tomaremos medidas coercivas contra a minoria que optar por colocar em risco a segurança de outras pessoas”.
James Slack, porta-voz do primeiro-ministro Boris Johnson, também informou, segundo a reportagem da agência de notícias, que está em análise uma isenção de quarentena para viajantes vindos de localidades em que, comprovadamente, as taxas de infecção estejam baixas. A possível medida seria anunciada em breve pelo governo. A conferir.