A variação da inflação no último mês em Portugal ficou 0,8% abaixo da registrada no mês anterior, fechando março em 7,4%. É a quinta redução consecutiva. O índice divulgado pelo INE (Instituto Nacional de Estatística) ainda é um dado prévio, mas não se esperam alterações.  A queda nos preços dos combustíveis, energia e alimentos são os principais fatores para a desaceleração da inflação.

Comparação com 2022

Os dados divulgados são as chamadas variações homólogas, ou seja, aquelas em que se comparam os valores atuais com os do mesmo mês do ano anterior. Isso quer dizer que março de 2023 teve inflação (IPC – Índice de Preços no Consumidor) de 7,4% quando comparado com março de 2022, enquanto fevereiro de 2023 teve inflação de 8,2% na comparação com fevereiro de 2022.

É essa diferença, quando se analisa os mesmos meses do ano atual e do anterior, que vem caindo pela quinta vez consecutiva. Ao longo dos últimos meses, as variações homólogas confirmam a tendência de queda:

Mês Variação homóloga 2023-2022
Janeiro 8,4%
Fevereiro 8,2%
Março 7,4%

Alimentos, energia e combustível puxam a queda

A desaceleração da inflação, porém, deve ser vista com algumas ressalvas, uma vez que são comparados meses com comportamentos atípicos: em março de 2022 houve uma grande subida nos preços, especialmente nos combustíveis e nos produtos alimentares, o que não ocorreu, na mesma proporção, em março deste ano.

Por outro lado, a variação homóloga dos preços da energia para o consumidor teve importante impacto nos índices de março: passou de um acréscimo de 1,9% (fevereiro de 2023 contra fevereiro de 2022) para um decréscimo de 4,4% (março de 2023 em comparação com março de 2022).

Houve queda também no índice dos produtos alimentares não industrializados, que passaram de 20,1% (variação homóloga de fevereiro) para 19,3% (variação homóloga de março), segundo a estimativa do INE.

Redução também na comparação com o restante da União Europeia

Outro dado divulgado na prévia do INE é o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português, indicador que permite comparar a evolução da inflação em Portugal com os restantes países da União Europeia. Neste caso, a variação homóloga, ou seja, a inflação de março de 2023 em Portugal ficou 0,6% abaixo do apontado em fevereiro na zona do Euro.

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Ao longo dos últimos meses, estes indicadores tem se mantido praticamente alinhados, ao contrário do que aconteceu principalmente ao longo de 2021, quando Portugal apresentava inflação abaixo do restante da Europa, como mostra o gráfico abaixo:

Gráfico Inflação Portugal segundo o INE
Gráfico do Instituto Nacional de Estatísticas de Portugal

IVA zero para atacar a inflação

Apesar do abrandamento do ritmo de crescimento dos preços, a inflação ainda tem pesado no custo de vida dos cidadãos, principalmente na lista do supermercado. Para tentar reduzir este impacto, o governo anunciou a redução do IVA (algo como o ICMS), que hoje é de 6% para alimentos de primeira necessidade para zero.

A expectativa é que o IVA zero seja aplicado no ponto de venda ainda no mês de abril e se mantenha até o mês de outubro. De acordo o primeiro-ministro Antonio Costa, porém, a redução obtida com a isenção do imposto não é uma garantia de que os preços se manterão em baixa e estáveis.

“Ninguém sabe quanto tempo esta guerra vai prosseguir e enquanto ela se prolongar há o risco de os custos de produção aumentarem mais”, declarou o primeiro-ministro

Fazem parte da cesta básica com zero de impostos produtos como pão, batata, arroz, frutas, verduras, legumes, laticínios, ovos, óleos, carnes e peixes.

O canal do Youtube da República Portuguesa fez uma transmissão ao vivo da Assinatura do Pacto para a Estabilização e Redução dos Bens Alimentares. Você pode acompanhar o vídeo completo abaixo:

Inflação total do ano deve ser superior à previsão

A Comissão Europeia estima que Portugal deverá fechar 2023 com inflação de 5,4%, acima, portanto, do projetado pelo governo português de 4%. De acordo com os dados recém divulgados pela Comissão, a projeção é que a taxa de inflação fique em 2,6% em 2024.

Os índices estão em linha com o que se espera para a União Europeia: inflação média de 6,4% em 2023 e 2,8% em 2024.

A Comissão Europeia prevê que a inflação em Portugal desacelere em parte graças à baixa dos preços da energia e à evolução prevista para os mercados das matérias-primas. Aponta ainda que as fortes chuvas registradas na Península Ibérica nos últimos meses deverão também apoiar a trajetória “desinflacionista” tanto no mercado energético como alimentar, invertendo em parte os efeitos negativos da seca que atingiu o país até setembro do ano passado.

Índices ainda distantes dos registrados nos últimos anos

No ano fechado de 2022, o IPC foi de 7,8% em Portugal, o que já coloca 2023 em alguma vantagem, mesmo que se considere a inflação prevista pela Comissão Européia (5,4%) e não os índices mirados pelo governo (4%). Mas as duas alternativas ainda estão longe da inflação registrada em 2021 (1,3%) e 2020, ano que o índice foi considerado nulo.

Vale ressaltar que desde 2013 os aumentos médios anuais de preço não chegaram a passar de 1%, com exceção de 2017 (1,4%). Em alguns anos, ao longo da última década, registrou-se variação negativa. Você pode conferir a variação da taxa de inflação em Portugal diretamente no site do Pordata.