Você pode não conhecer, mas há uma estratégia para adquirir passagens aéreas mais baratas que os passageiros mais experientes têm usado e que as companhias aéreas estão fazendo o possível para acabar com essa prática. Conhecida como "skiplagging", o truque conta com o desembarque em cidades consideradas “ocultas". Funciona da seguinte forma: suponhamos que uma pessoa queira voar de Boston para Houston, mas a passagem é muito cara.

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Índice Skiplagging: a prática virou notícia Empresas tentam diminuir número de passageiros que comprem passagens mais baratas para as "cidades ocultas" Dilema entre companhias aéreas e passageiros por causa do skiplagging Prática arriscada

Ela, então, compra uma passagem de Boston até Las Vegas, que faça escala em Houston, pois custa menos do que uma passagem aérea que vá direto para o seu destino. Assim, desembarca em Houston, sem usar o trecho final da passagem.

Ou seja: o passageiro não completa o trajeto que reservou e economiza dinheiro ao fazer isso. É válido ressaltar que esse procedimento só funciona para aqueles que não despacharam bagagem, pois esta pode ser retirada somente no destino final.

Skiplagging: a prática virou notícia

No início de 2019, essa prática virou notícia, quando a companhia aérea alemã, Lufthansa, processou um passageiro que poupou dinheiro ao “pular” um trecho de uma passagem de ida e volta.

As companhias aéreas são contra os passageiros que buscam maneiras de burlar o sistema. E, mesmo que processos como este tenham fracassado, a Lufthansa pede ao passageiro uma indenização de mais de US$ 2 mil.

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Empresas tentam diminuir número de passageiros que comprem passagens mais baratas para as “cidades ocultas”

As companhias aéreas visam conter a onda de passageiros que comprem passagens mais baratas com as chamadas “cidades escondidas”. Confira o que afirma o fundador da empresa de consultoria de viagens Atmosphere Research, Henry Harteveldt:

A emissão de bilhetes com ‘cidades ocultas’ é um problema que as próprias companhias aéreas estão criando. Entendo perfeitamente, como analista de companhias aéreas e empresário, por que as companhias aéreas tiram o máximo que podem onde têm vantagem. É disso que se trata o negócio. Mas quando uma companhia aérea coloca preços estúpidos e a tarifa em um hub [aeroporto] é absurdamente alta, é quase como se as empresas fizessem um convite às reservas com ‘cidade oculta’.

Dilema entre companhias aéreas e passageiros por causa do skiplagging

O diretor-executivo da empresa de pesquisa de aviação Air Intelligence e ex-economista-chefe da companhia aérea Qantas, Tony Webber, declara que o skiplagging tem impacto na receita das companhias aéreas na medida em que elas não conseguem aumentar ao máximo seus ganhos.

Dessa forma, a emissão de passagens para “cidades ocultas” diminui o lucro que a empresa teria por cada assento e dificulta o negócio com a margem reduzida.

Mas, até que ponto a prática do skiplagging pode ser questionada?

A companhia aérea ofereceu um assento por um valor e recebeu pelo serviço.

A coluna The Ethicist, que debate questões éticas no jornal americano New York Times, acredita não haver problema com o skiplagging. Nos comentários, os leitores dizem que fazer uma compra não lhe obriga a utilizar o produto.

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Prática arriscada

Esse tipo de negócio pode ser arriscado para o passageiro. Se ele tentar abandonar o voo em uma conexão, pode ser descoberto e impedido de sair do aeroporto.

Além disso, as companhias aéreas podem compartilhar os nomes dos passageiros que adotam esse sistema com seus parceiros ou bani-los.
Fonte: BBC

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