O Partido dos Socialistas da Catalunha (PSC) ganhou as eleições na Catalunha no último dia 12 de maio, após décadas de maioria dos separatistas. O mais votado foi Salvador Illa, ex-ministro da Saúde do governo de Pedro Sánchez, que conseguiu garantir ao seu partido 42 lugares no Parlamento, um importante acréscimo em relação à bancada anterior, com 33 representantes.

Vitória não garante maioria no Parlamento

Mais de 5,7 milhões de eleitores foram chamados para as eleições deste ano. E um fato diferente marcou o domingo de votação: um roubo de fios de cobre paralisou parte da rede de transportes ferroviários em Barcelona, dificultado o acesso dos eleitores às urnas.

Alguns partidos pediram para que o encerramento da votação fosse adiado, mas ao final, após avaliação pontual das juntas eleitorais da Catalunha, manteve-se o horário original para o fim das votações. A abstenção este ano ficou acima dos 40%.

Apesar de ter vencido as eleições, o Partido dos Socialistas da Catalunha não formou a maioria no Parlamento e precisará negociar o apoio das demais forças políticas. Para os principais analistas políticos, o fiel da balança deverá ser a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), que perdeu 13 deputados nestas eleições, mas manteve ainda uma bancada com 20 representantes.

Confira o resultado e o comparativo com a eleição anterior:

Gráfico apresenta resultados das eleições na Catalunha.
Resultados das eleições na Catalunha não garante maioria no Parlamento. Fonte: Jornal El Periódico

Caso apoiem as propostas do novo governo, os 20 votos do ERC podem ser decisivos. Ao lado do Comuns, que garantiu 6 deputados nesta eleição e que deverá também se posicionar como apoio ao governo, o PSC teria, potencialmente, 68 votos (42 do próprio PSC, 20 do ERC e 6 do Comuns).

Vale lembrar que o Parlamento catalão possui o total de 135 lugares e a maioria é garantida com 68 votos.

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Guinada contra o movimento separatista

Uma das principais marcas desta eleição foi a derrota do bloco separatista, que perdeu a maioria dos deputados pela primeira vez desde 1980. Agora, os partidos da frente separatista têm apenas 61 deputados, considerando a soma dos eleitos pelo Juntos pela Catalunha, ERC e Candidatura de Unidade Popular (CUP).

Em entrevistas para a imprensa da Espanha, o líder do Juntos pela Catalunha, Carles Puigdemont, afirmou que seu partido teve um bom resultado nas eleições (ganhou mais 3 deputados).

“Fomos a única força pró-independência que aumentou o número de votos e de assentos, mas infelizmente não foi o suficiente para compensar os resultados negativos dos outros partidos separatistas”.

O CUP perdeu 5 deputados nestas eleições.

Primeiro-ministro parabeniza vencedores

O primeiro-ministro e líder do Partido Socialista Espanhol (PSOE), Pedro Sánchez, parabenizou a vitória do PSC. Em seu perfil em uma das redes sociais, celebrou o que considerou um resultado histórico. “Os socialistas voltaram a ser a primeira força”.

“A Catalunha está preparada para concretizar um novo futuro e para viver um tempo de esperança”, finalizou, em catalão, o primeiro-ministro.

Acordos e negociações iniciam no Parlamento catalão

A vitória sem ter uma maioria garantida abre a necessidade de muitas negociações e acordos a partir de agora. Apesar de o líder Salvador Illa se mostrar confiante, com um discurso de que “a Catalunha decidiu abrir uma nova era”, há um caminho longo de conversas com as demais lideranças.

A ala mais à direita do Parlamento mostrou resultados importantes também: o Juntos ganhou 3 lugares, o PP passou de 3 para 15 assentos, o Vox manteve a sua representação e o partido independentista de extrema-direita Aliança Catalana entrou no Parlamento com 2 deputados.

Segundo os analistas políticos, o resultado destas eleições é visto como um indicativo de que a sociedade estava farta de anos de polarização e paralisia institucional, com quatro eleições, quatro presidentes, uma tentativa de quebra da Constituição e a suspensão do autogoverno.

Por outro lado, o crescimento de algumas forças mais extremas à direita acaba reforçando o discurso anti-imigração, por exemplo. A entrada da Aliança Catalana, partido ultranacionalista, é, de alguma forma, um sinal de que as mensagens xenófobas continuam encontrando eco em parte da sociedade.