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Camila Ciberi

Autor

Jornalista, brasileira e produtora de conteúdos. Trocou o agito de São Paulo para viver nos arredores de Lisboa e não passa uma semana sem uma boa caminhada na praia. Quando mudou, encontrou um país bem diferente do que havia conhecido como turista e das pesquisas pela internet. Ciente dos obstáculos enfrentados pelos imigrantes, resolveu compartilhar suas experiências no Que Seja Portugal. Atualmente, resolveu empreender e é sócia da in-flua, agência de PR, Branding e Digital. Nas horas vagas, adora descobrir lugares novos por Portugal e testar receitas veganas.

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Produtos caros no Brasil mas baratos em Portugal
Portugal

Produtos caros no Brasil mas baratos em Portugal

Sempre que mudamos de país, nos deixamos levar pelas comparações, principalmente de preços. É claro que não é justo converter as moedas, o mais certo é se basear no poder de compra. Mas, ali, no mercado, na hora da compra, nós só conseguimos comparar os preços e com produtos que temos familiaridade. Então, confira no artigo a seguir, quais são os produtos caros no Brasil, mas baratos em Portugal. Conheça quais são os produtos caros no Brasil, mas baratos em Portugal A primeira impressão quando vamos às compras em Portugal é pensar como tudo aqui é barato. Muitos itens da cesta básica não chegam a custar 1€! É o que acontece com o arroz, o macarrão, a farinha e até mesmo o açúcar. Sem contar as frutas e legumes, que também chegam a custar centavos (ou melhor, cêntimos!) o quilo, dependendo da época do ano. É claro que, pela extensão do Brasil, fica difícil ter uma base de preço no país, já que os valores mudam e muito de região para região, coisa que não acontece em Portugal. Mas com 30€, conseguimos encher uma grande sacola com alimentos essenciais. E, se você souber ir atrás dos descontos, pode até levar um peixe nesse montante. Vamos ver o que eu consigo comprar com 30€ no mercado em Portugal? Produto Preço Arroz (1kg) 0,79€ Farinha de trigo branca (1kg) 0,42€ Açúcar branco (1kg) 0,69€ Feijão preto (1kg) 1,90€ Macarrão (1kg) 0,90€ Café (500g) 2,99€ Batata (1kg) 0,83€ Cenouras (5 unidades) 0,40€ Atum em lata (2 unidades) 1,78€ Ervilhas congeladas (1 pacote) 0,99€ Pão de forma (1 pacote) 1,05€ Manteiga (200g) 1,29€ Leite semi-desnatado (1l) 0,48€ Queijo (250g) 1,59€ Óleo de girassol (1l) 1,59€ Bolacha água e sal (1 pacote) 0,29€ Bolacha Maria (1 pacote) 0,39€ Banana (1kg) 0,99€ Laranja (1kg) 1,29€ Pescada congelada (1kg) 5,99€ Bolacha recheada (1 pacote) 1,29€ Total 29,72€ Considerando que 30€ representa 4,5% do salário mínimo em Portugal, que atualmente é de 665€, o que você conseguiria comprar na sua cidade com 4,5% do salário mínimo no Brasil, ou seja, R$ 49,50? Peixes são um dos produtos caros no Brasil, mas baratos em Portugal O peixe é um dos alimentos com uma diferença absurda do Brasil. Entendo ser uma comparação injusta, visto que Portugal tem a maior parte do seu território banhada pelo mar. Mar este que, devido a sua baixa temperatura, abriga espécies incríveis de peixes, crustáceos e moluscos. Um dos destaques vai para o bacalhau. E, a título de curiosidade: a pesca do bacalhau não é feita em Portugal, apenas a salga e o ultracongelamento para ser exportado e consumido. Em Portugal, o bacalhau é um alimento comum na mesa dos portugueses e o quilo do peixe seco e salgado costuma custar 8,99€. Já no Brasil, não se encontra bacalhau por menos de R$ 100/kg. Mas nem só de bacalhau se vive em Portugal. Um dos produtos que mais nos surpreendemos com o preço é o vinho português. Vinhos portugueses têm preços acessíveis Não tem como negar, Portugal respira vinho. Toda tasca em que entrarmos para comer oferecerá um bom e barato vinho da casa. E é, de fato, possível encontrar um vinho bom e, ao mesmo tempo, barato por aqui. Os chamados vinhos de mesa são aqueles que não custam mais do que 4€ a garrafa e que, muitas vezes, podem ser comprados na box de 5 litros. Neste caso, há preços bem distintos, mas já provei vinhos excelentes por 6€ a caixa. Enquanto aqui pagamos 5€ ou 6€ em um vinho excelente, no Brasil o mesmo pode até passar a faixa dos R$ 100. É ou não é para ficar de boca aberta? Sair para comer não impacta no seu orçamento E se você pensa que apenas o mercado oferece bons preços, está muito enganado! Comer fora em Portugal é um dos prazeres do país. Isso porquê, além de acessível, a gastronomia local é excelente. As tradicionais tascas portuguesas são aquelas que devem ser apreciadas, pois oferecem comida de verdade, com abundância e por um preço inacreditável. [caption id="attachment_95431" align="alignnone" width="830"] Mesa típica de uma tasca portuguesa: farta, deliciosa e por um bom preço[/caption] Normalmente, um menu fechado, com entrada, prato principal, vinho da casa e sobremesa, custa 10€ por pessoa. Se você for cliente assíduo, ainda ganha repeteco de entradas e de vinho. Ou seja, come-se e bebe-se muito mais pelo menos valor. No Brasil, especialmente nas capitais, comer fora é praticamente um luxo. Na maioria das vezes, gasta-se por volta de R$ 70 por pessoa (sem bebidas alcoólicas) e ainda pode ser que a comida não alcance a qualidade desejada. Depois das visitas às tascas portuguesas, eu sempre me surpreendo com a conta. Tanto que fico imaginando os valores de custo, dos ingredientes e as despesas do dono do restaurante para saber como é possível cobrar aquele valor. Roupas e calçados Mas não só de comida sobrevivemos, temos que nos vestir também. E Portugal possui algumas lojas bem baratas para roupas. Além disso, a época de saldos, como chamam as promoções aqui, é o melhor momento para comprar itens bons e com um super desconto. Afinal, os descontos em Portugal existem mesmo. Não são como no Brasil, em que lojas aumentam os valores para diminuírem uma semana mais tarde. Os descontos giram em torno dos 50% e ainda é possível encontrar peças ainda mais baratas. Por exemplo, uma blusa de lã custa por volta de 15€. Nos saldos, seu preço pode chegar até 5€. Já as camisetas e as calças jeans, que normalmente custam 15€, ficam por volta dos 5€ a 10€. Embora sejam um pouco mais caros, os tênis de marca são bem mais acessíveis do que no Brasil. Também encontramos em Portugal muitas opções em outlets com preços ainda mais atrativos. Conseguimos encontrar tênis Nike e Adidas por menos de 50€ nos saldos, e ainda mais em conta se garimpamos nos outlets. Outro lugar interessante para conseguir roupas a bons preços são os brechós, aqui chamados de segunda mão, artigos usados ou até feira da bagageira, onde as pessoas abrem os porta-malas e vendem tudo o que se possa imaginar. São muitos brechós espalhados pelo país e é muito comum em Portugal, assim como no restante da Europa, esse movimento de comprar itens bons, porém usados. Itens de casa Uma outra coisa que me surpreendeu em relação aos valores no Brasil foram os itens para casa: móveis, acessórios para cozinhar, roupa de cama e artigos de decoração. É verdade que a comparação é desleal, já que em Portugal podemos contar com a Ikea. Para quem não conhece, é uma loja sueca que vende desde móveis, artigos de cozinha, itens de decoração e até mesmo comida. Os valores são imbatíveis e faz os olhos dos brasileiros brilharem, principalmente quando chegam de mudança e precisam comprar tudo novo. Já pensou comprar copos por 0,50€, taças de vinho a 1€ e talheres por 5€? E o que é mais caro em Portugal? Mas nem tudo são flores, e o contrário também é válido. Há itens em Portugal bem mais caros do que no Brasil. Alimentos que nós brasileiros estamos acostumados como, por exemplo, mandioca, mamão, manga, limão tahiti, amendoim, guaraná, tapioca e muitos outros, acabam sendo bem caros por aqui, já que precisam ser importados. Então, se você pretende morar em Portugal, comece a se acostumar a ficar sem essas maravilhas brasileiras ou consumi-las bem ocasionalmente. Aliás, quase tudo que vem do Brasil é muito mais valorizado por aqui, como as Havaianas e os biquínis. [caption id="attachment_95432" align="alignnone" width="830"] Portugal oferece uma variedade incrível de queijos e os preços são acessíveis[/caption] Além disso, há itens que eu me surpreendi com o valor quando cheguei em Portugal, como os produtos de higiene oral. Ainda não entendi muito bem o motivo, mas pasta de dente e fio dental em Portugal custam muito caro, quando comparados a outros itens de consumo básico. Ainda no setor de alimentos, a carne de vaca é a mais cara em Portugal. Uma bandeja de 400g de carne moída, por exemplo, chega a custar 2,99€, enquanto o quilo da maminha custa por volta de 12,99€. Outros artigos com preços um tanto abusivos por aqui são os eletrônicos. Smartphones, tablets, computadores e até TVs são itens bem caros. Por isso, se pensa em vir a Portugal para comprar algum desses produtos, mude seus planos ou economize bastante. Serviços e mão-de-obra são escassos e caros no país Seja pela falta de pessoal especializado, seja pela escassez de serviços, o fato é que a maioria dos serviços por aqui são caros. Nem sempre é possível encontrar mão-de-obra qualificada para os mesmos, o que encarece bastante os trabalhos como assistência técnica, reparos de costura, manutenção de carros, reparos e reformas de casas, entre outros. Geralmente, Portugal tem um custo de vida barato, se comparado ao restante da Europa. Morar em um novo país requer adaptação, o que inclui experimentar novos alimentos, incorporar novos hábitos e abrir mão de produtos que estamos acostumados a consumir diariamente no Brasil. Agora que você já conhece os produtos baratos em Portugal, mas caros no Brasil, ficou com vontade de morar em Portugal? Para ajudar os nossos leitores, criamos o Programa Morar em Portugal. É um guia completo com 22 aulas em video + um ebook com 300 páginas explicando tudo o que você precisa fazer para organizar a sua mudança de país, desde a organização dos documentos até a chegada e adaptação ao país. Confira!

Morando em Portugal em tempos de coronavírus
Portugal

Morando em Portugal em tempos de coronavírus: saiba como é

Em tempos de pandemia, fomos pegos de surpresa pela necessidade de confinamento e isolamento social necessários para conter a proliferação do vírus. Mesmo depois dos meses iniciais, ainda precisamos da conscientização a respeito da doença que ainda não tem cura. Se você mora na Europa, ou planeja uma mudança para terras lusitanas, saiba tudo com quem está morando em Portugal em tempos de coronavírus. Confira no artigo a seguir. Como é estar morando em Portugal em tempos de coronavírus Nunca imaginei ter que usar máscara para passear na rua ou ter a liberdade de ir e vir comprometida. Muito menos imaginei passar por uma pandemia. Fui surpreendida, fomos todos pegos de surpresa. Imaginei 2020 como um ano de recomeço. Afinal, era para ser o meu recomeço, a nova fase da minha vida depois da mudança de país e depois da adaptação. Deveria ser o ano em que as coisas começam a dar certo. Mas, ao invés disso, o mundo parou e fazia apenas um ano desde que cheguei em Portugal. O primeiro confinamento em Portugal No começo da pandemia, lá para fevereiro, não acreditei que isso iria nos afetar tão diretamente. Depois que o primeiro confinamento foi decretado, no dia 13 de março, confesso que fiquei abalada. Fiquei com medo não do vírus em si, mas das consequências dele. Fui às compras de máscara, luvas, casaco e munida de uma lista para não ter que sair de casa tão cedo. Não fiz estoque de alimentos, mas fiz compras para um mês, algo que geralmente não acontece na minha rotina. Morar em Portugal em tempos de coronavírus me deu uma certa segurança. Vi um país preparado, uma população respeitosa às regras e um número baixo de vítimas. A sensação de estar em Portugal foi de estar mais protegida ao vírus. Porém, foi uma das poucas vantagens de estar confinada durante dois meses. A distância da família ao morar em Portugal Enquanto eu sabia que estava segura em um país com poucos casos e com a pandemia relativamente controlada, estava longe da minha família e dos meus amigos no Brasil. E, claro, sofri por eles. A saudade é algo constante no dia a dia de quem muda de país e viver no meio de incertezas faz com que ela aperte a cada dia mais. Todos ficaram bem, estavam se cuidando e protegidos como podiam, mas estar longe me deixou aflita. Nesse momento, eu preferiria estar ao lado da minha família, mesmo sabendo que a situação no Brasil era dez vezes pior do que em Portugal. Ainda mais com as fronteiras fechadas e a impossibilidade de viajar, caso fosse necessário. Mas, por incrível que pareça, nesta época consegui estar mais próxima de todos, já que encontros virtuais ganharam espaço e, pelo menos assim, eu pude estar junto. Mais um ponto positivo para o confinamento. Uma luz no fim do túnel E assim passaram-se dois meses, como num piscar de olhos. Dois meses lavando embalagens, dois meses trocando a roupa ao chegar da rua, dois meses se exercitando na sala. Lá fora, as árvores floresciam anunciando a primavera e eu torcia pelo início do verão, que diziam ser a estação de menor propagação do vírus. Os números baixaram, os passeios foram liberados gradualmente e já não havia filas nos mercados. [caption id="attachment_92236" align="alignnone" width="830"] Distanciamento social nas praias em Portugal[/caption] Lembro até hoje de quando vi o mar e senti o vento no rosto, depois desse curto e intenso período. Eu já não estava mais aflita e relembrei dos motivos que haviam me feito tomar a decisão de mudar de país. Aos poucos, parecia que as coisas estavam se ajeitando e Portugal se preparava para o verão. Com os cuidados necessários, distanciamento social, limite de pessoas por metro quadrado e novas regras para, finalmente, curtir o tão esperado verão. O novo normal morando em Portugal em tempos de coronavírus Mesmo os números do coronavírus estarem estáveis, preferi não abusar. Não estive em aglomerações, não frequentei muitos locais fechados e estive em contato apenas com pessoas mais próximas. O meu município disponibiliza testes sorológicos gratuitos para todos os residentes. A qualquer momento, é possível agendar e saber se você já teve contato com o vírus. Porém, como não tive nenhum sintoma ou desconfiança, ainda não o fiz. Antes da volta às aulas, todos os professores também puderam ser testados. Além disso, o resto do país teve um bom apoio do Sistema Nacional de Saúde para as suspeitas e casos confirmados de coronavírus. Há um aconselhamento pelo telefone e, se necessário, o encaminhamento e realização de testes. Por outro lado, os atendimentos regulares da área da saúde, como consultas preventivas e exames ficaram comprometidos, já que foram adiados e muita gente ainda está com medo de sair para locais de maior risco. Saiba o que mudou em um ano de pandemia em Portugal. A segunda onda em Portugal Apesar dos esforços para controlar a pandemia, Portugal não escapou ileso à segunda onda. O Sistema de Saúde não teve tempo suficiente para se preparar e nem para remarcar tantos atendimentos perdidos durante a primeira fase. Agora, sinto que o medo do vírus em si passou. Não só o meu, mas dos portugueses no geral. A preocupação maior não é mais com a saúde, mas sim com o sustento. A primeira onda deixou sequelas irreparáveis na economia de Portugal. Foi triste ver pessoas morrendo, mas também foi triste ver negócios fechados, empresas falidas e muitos desempregados. Embora haja apoio do governo, a crise do coronavírus já chegou e essa preocupação é muito visível, não só em Portugal, como em toda a Europa. Novas medidas restritivas são fundamentais O mês de novembro e a chegada de dias mais frios trouxeram novas medidas restritivas para o país. É preciso andar de máscara a qualquer momento, mesmo ao ar livre, salvo quando for possível o distanciamento. Retornamos ao estado de emergência, com dever cívico de permanecer em casa, sair apenas quando necessário e não estar em grupos com mais de 5 pessoas. [caption id="attachment_92032" align="alignnone" width="830"] Uso de máscara obrigatório em ambientes externos em Portugal[/caption] Todo o comércio deve fechar às 22h, mas restaurantes podem ficar até 22h30. Porém, tudo está aberto e as escolas ainda estão com aulas presenciais. Apenas o teletrabalho é obrigatório, em trabalhos que tenham essa oportunidade. Neste novo cenário da segunda onda, vejo o governo português menos preparado do que antes. Muitas medidas restritivas não fazem sentido, agora que conhecemos um pouco mais sobre como o vírus se comporta. O desagrado da população é notável. O governo não prevê um novo confinamento, mas só vejo isso acontecer se as pessoas colaborarem. Cada um precisa fazer a sua parte dentro do todo para sairmos sem consequências mais desastrosas do que a primeira onda. Hoje, sinto as pessoas esgotadas, cansadas e ansiosas para que tudo volte ao normal. Leia a história do Maurício, que mudou para Portugal durante a pandemia.

coisas que você tem que abrir mão para viver no exterior
Europa

7 coisas que você tem que abrir mão para viver no exterior

Se você pensar em morar em outro país, tenho certeza que já pensou nas inúmeras vantagens que isso pode trazer pra você e pra sua família. Qualidade de vida, segurança e acesso a uma educação de qualidade são alguns dos fatores que fazem os brasileiros procurarem recomeçar a vida em outro lugar. Mas não esqueça: também existem coisas que você tem que abrir mão para viver no exterior. Saiba mais no artigo a seguir. Coisas que você tem que abrir mão para viver no exterior: minha experiência Mudar de país é uma das decisões mais importantes que já tomei na vida. Foram muitos prós e contras antes de bater o martelo. Claro que os prós ganharam, senão não estaria vivendo em Portugal hoje. É muito fácil se decidir, fazendo um planejamento com antecedência e considerando as inúmeras vantagens de morar fora do Brasil. São diversos pontos a favor que não vivenciamos nas cidades grandes brasileiras, como a segurança e a liberdade de sair na rua sem o medo de ser assaltado. Com isso, criamos esse sonho da vida no exterior e as vantagens de morar fora estão sempre pesando mais na balança, em comparação às desvantagens. Mas é preciso considerar esses contras também, já que eles podem voltar a te assombrar quando as coisas não vão de acordo com o que planejamos. Pensando nisso, trouxe 7 coisas que você tem que abrir mão para viver no exterior. 1. Rede de Apoio Para mim, essa é a principal renúncia que fiz e tive que abrir mão quando me mudei para Portugal. É incrível como uma rede de apoio faz falta, principalmente nos primeiros meses de adaptação. E, o que eu quero dizer com rede de apoio, é quando temos a família e os amigos por perto para ajudar. É alguém que pode te indicar um médico, é a mãe que pode ficar com seu filho para você resolver burocracias, é o amigo que está ali para te dar um abraço quando as coisas não vão bem. Construir uma rede de apoio leva tempo e passar o período de adaptação sem uma pode ser um grande desafio. Por isso, é bom estar preparado para ter que se virar sozinho em muitas situações, até mesmo quando quiser comprar um pão artesanal e não saber onde procurar. 2. Perda das referências Pegarei o exemplo do pão para exemplificar este tópico. Na cidade onde você morava, tenho certeza que conhecia tudo. Sabia que o melhor pão artesanal era do Seu Silva, na padaria que ficava virando a esquina da farmácia. Quando mudamos para o exterior, perdemos as referências. Não sabemos mais qual é o mercado preferido, nem onde fica a farmácia mais próxima. Precisamos ligar os aplicativos de GPS até mesmo para andar a pé nos primeiros meses. A falta de referências dá uma sensação de não pertencimento. Você fica perdido e leva tempo até tudo se encaixar com sua nova rotina. 3. Sensação de Pertencimento Pertencer a algum lugar é muito mais do que físico. Há as referências físicas que citei no exemplo acima, mas também é muito voltado ao emocional. Há quem tenha essa sensação de pertencer logo de cara quando se muda e é algo inexplicável. Mas, para a maioria dos imigrantes, não funciona assim. Então, como ter essa sensação em um lugar que ainda não conhecemos bem? Só o tempo irá dizer. E durante essa espera e nesses meses de adaptação, é possível que haja um vazio dentro de você, que não conseguirá ser preenchido nem com uma reunião virtual com a família e os amigos. 4. A falta da presença da família e dos amigos Hoje em dia, com a facilidade da internet e das redes sociais, é muito mais fácil estar próximo de quem ficou longe. As tecnologias permitem isso e devemos usar e abusar de todas elas. Mas, ter a família e amigos por perto, é uma das coisas que mais sinto saudades morando em Portugal. E não me refiro à rede de apoio. É apenas tê-los ali para jogar conversa fora, para tomar um café, para almoçar no domingo, para ganhar um cafuné ou até mesmo para compartilhar o silêncio. Quando mudamos para o exterior, nossa vida social fica comprometida. Fazer novos amigos é ainda mais difícil em um país que não conhecemos. É preciso estar aberto a conhecer novas pessoas. Nem todas vão continuar ao seu lado na jornada, mas as que derem aquele "match", ou seja, as pessoas que causarem empatia e combinarem com você, podem formar a sua nova rede de apoio e contatos no futuro. Também é preciso abrir mão de pertences e esse processo é logo no início, saiba como arrumar as malas para morar no exterior. 5. Rede de Contatos O famoso networking é algo que abrimos mão quando mudamos para o exterior. O mundo é um tal de "o amigo do amigo que faz aquilo que estou precisando", e por aí vai. Há sempre uma indicação de alguém na manga. Quando vivemos no exterior, essa é uma das renúncias que fazemos e um dos contras que devemos considerar, já que ter uma rede de contatos é muito importante. Seja ela para indicações pessoais ou até mesmo profissionais. 6. Planos de carreira Aliás, a parte profissional é algo que devemos levar considerar bastante quando mudamos para o exterior sem um trabalho previamente acordado. A primeira ideia é dar continuidade à carreira que tínhamos, mas nem sempre isso é possível. Mudar de país também significa estar preparado para atuar em uma área profissional diferente ou mesmo em empregos temporários até tudo se ajeitar. Por outro lado, você pode ter melhores condições de fazer um curso de especialização na sua área ou acabar ingressando em uma nova profissão, que até então não tinha cogitado. Vale ressaltar que alguns países da Europa tem certa dificuldade no mercado de trabalho, onde a demanda profissional não é suficiente. É importante considerar esse fator e conhecer melhor seu ramo no país onde deseja morar. 7. Conforto e comodidades Pode até parecer besteira, ser algo supérfluo ou até mesmo apego material. Mas a verdade é que, na maioria das vezes, acabamos deixando para trás muitos itens materiais, como casa, carro, móveis e utensílios. É claro que isto não é essencial para seguir a vida, mas foram conquistas que você alcançou ao longo da sua trajetória. O fato é que abrimos mão do conforto e também de algumas comodidades não materiais como, por exemplo, ser amiga de anos do seu médico e poder contar com ele quando precisar. Ou até mesmo do vizinho que sempre te empresta o saca-rolhas que você nunca lembra de comprar. As conquistas materiais podem ser reconquistadas, mas no começo é difícil ter que se adaptar a essa nova realidade. Praticar o desapego é fundamental e você deve começar quanto antes, para não sofrer com isso depois. Estas são apenas algumas desvantagens que lhe farão ponderar: será que eu fiz a escolha certa? Fiz a coisa certa ao mudar de país? A dúvida vai persistir por um bom tempo, principalmente quando as coisas começarem a sair do planejado ou a darem errado. É quando as vantagens de viver no exterior vão acabar descendo, para que os contras ganhem espaço e façam você desistir do seu sonho. Quando isso acontecer, pare e respire. Relembre de tudo o que você passou para chegar até aqui e todos os motivos que o levaram a tomar essa decisão. Ter anotado em um papel os seus motivos e as vantagens de viver no exterior pode ser uma boa ideia para quando a dúvida bater. Por outro lado, essas renúncias são muito difíceis de serem planejadas. E, mesmo sabendo que elas existem, na prática o seu comportamento pode ser diferente do esperado. É algo que não conseguimos controlar. Pode ser que você não consiga viver sem sua rede de apoio, sem sua família e amigos por perto e tudo bem. Não tenha vergonha de mudar os planos quando as desvantagens pesarem na balança. Só você pode saber o que é melhor para o seu bem-estar. Agora que já sabe as coisas que você tem que abrir mão para viver no exterior, me diga, acha que vale a pena para você? Se você tem o sonho de embarcar para o Velho Continente, o nosso Livro O Sonho de Viver na Europa pode ser a inspiração que você precisa! Nele, brasileiros que fizeram a jornada de mudar para diversos países europeus contam o seu processo, passando pelas coisas boas e também pelos desafios encontrados. Confira! Ao morar em Portugal, provavelmente você vai precisar enviar dinheiro do Brasil para o país, ou de Portugal para o Brasil. Nós indicamos usar a plataforma Wise para fazer as transferências de forma segura, rápida e econômica, confira aqui nosso artigo de avaliação da Wise.

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