Nos últimos anos, a Alemanha vem se destacando como um dos países mais procurados por quem deseja morar fora e está em busca de novas oportunidades de trabalho ou uma melhor qualidade de vida. Cada vez mais, profissionais qualificados e estudantes estão deixando o Brasil para vir para cá, mas será que o imigrante brasileiro é bem recebido na Alemanha?
A Alemanha recebe bem os brasileiros?
A resposta rápida é: sim.
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TORNE-SE CIDADÃO ALEMÃO→Os alemães tendem a gostar bastante da nossa cultura, gastronomia e demonstram interesse em entender os motivos que fizeram a gente trocar um país tropical e tão divertido pelo frio e silêncio da Alemanha.
Depois de quatro anos e meio morando na Alemanha e após ter ouvido e visto a experiência de muitos outros brasileiros imigrantes que chegaram para morar por aqui, acredito que nós somos muito bem recebidos.
A região do país muda a percepção da receptividade com o brasileiro?
Não percebo que aqui a receptividade dos alemães em relação aos brasileiros seja diferente devido à nossa nacionalidade. O que acontece é que a Alemanha ainda é um país que tem diversos problemas com imigrantes e, por isso, muitos estrangeiros acabam sofrendo preconceito em algumas regiões ao leste do país. Mas isso não tem nenhuma relação pela nacionalidade direta.
Por outro lado, existem muitas cidades da Alemanha que são mais abertas a estrangeiros e, por causa disso, acabam se tornando também as mais amadas pelos brasileiros que decidem migrar para cá.
Cidades com mais brasileiros na Alemanha
Berlim, por exemplo, é a décima metrópole europeia com maior presença de brasileiros, contando com aproximadamente 60 mil residentes provenientes do Brasil.
Até o final de 2023, o número total de imigrantes brasileiros na Alemanha ultrapassava os 160 mil, conforme os dados compilados pelo levantamento do Ministério das Relações Exteriores.
Logo após Berlim, cidades como Frankfurt, Colônia, Munique e Düsseldorf são as mais procuradas pelos brasileiros. Por isso, se você pretende mudar para cá, meu conselho é pesquisar bem as melhores cidades da Alemanha para morar, encontrar brasileiros que já moram naquela determinada área e perguntar como eles se sentem morando ali.
Vale a pena buscar mais informações de quem já tem experiência.
Existe xenofobia na Alemanha?
Sim. Um estudo feito pelo Departamento de Pesquisa Statista, publicado em 2024, mostrou que 16,2% dos entrevistados na Alemanha tiveram atitudes xenófobas. Esse é um aumento significativo em comparação com pesquisas anteriores.
Entre as afirmações, frases como “os estrangeiros só vêm para cá para tirar proveito do nosso estado de bem-estar social” e “a Alemanha é perigosamente estrangeira demais por causa dos muitos estrangeiros” entraram em concordância entre os entrevistados.
É específica com brasileiros ou com os imigrantes em geral?
A xenofobia na Alemanha pode acontecer com qualquer estrangeiro que viva no país. Infelizmente, já conheci brasileiros que sofreram algum abuso verbal ou físico, seja pela nacionalidade, raça ou gênero.
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Cotar Agora →Assim como existem alemães simpáticos, educados e respeitosos, também existem alemães preconceituosos e xenofóbicos.
Existe diferença quanto ao gênero na Alemanha?
Na Alemanha, ao contrário de outros países, quase não existem diferenças na percepção de mulheres e homens. A igualdade de gênero e os debates associados são geralmente vistos de forma positiva pela população alemã.
Além disso, na minha percepção, os preconceitos baseados no gênero não encontram muito espaço. E uma grande parte das pessoas considera que ambos os gêneros são igualmente adequados para cargos importantes na política, nos negócios, nas forças armadas ou no cuidado de crianças.
Segundo o governo federal, o país está comprometido com a igualdade de gênero a nível internacional. Direitos iguais, obrigações iguais, oportunidades iguais e poder igual para mulheres e homens são objetivos explícitos da política de desenvolvimento alemã.
Como brasileira, vejo a sociedade aqui muito esforçada em oferecer direitos iguais para todos. Cada um tem seu espaço e papel.
Imigrantes brasileiros qualificados x não qualificados: tem diferença na recepção do país?
Na minha experiência, há, de fato, uma distinção na forma como os imigrantes qualificados e não qualificados são recebidos na Alemanha, embora essa diferença não se restrinja exclusivamente aos brasileiros.
Para entender melhor, é preciso lembrar que, ainda em 2024, um dos maiores problemas que o país enfrenta é a escassez de profissionais qualificados para muitas áreas profissionais como saúde e educação.
Essa escassez gera uma alta demanda por mão de obra, abrindo as portas para estrangeiros migrarem para o país. Isso não só proporciona oportunidades vantajosas para aqueles que desejam trabalhar na Alemanha se estabelecer no país, mas também cria espaço para muitos outros imigrantes não qualificados ou desinteressados em trabalhar, que acabam apenas se beneficiando do sistema.
E, nos últimos anos, essa situação tem causado bastante desconforto entre os alemães.
Extrema-direita na Alemanha
Além disso, regiões como o Leste da Alemanha, que abrange os estados da antiga Alemanha Oriental – Brandemburgo, Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, Saxônia, Saxônia-Anhalt e Turíngia – são conhecidas por ter uma população mais reticente em relação a esses exemplos de imigrantes.
Nessas regiões, também é comum observar o crescimento do sentimento anti-imigração influenciado por partidos de extrema-direita, como o partido nacionalista Alternativa para a Alemanha (AfD), que no início de 2024 foi alvo de vários protestos devido ao plano de “remigração” de estrangeiros e “cidadãos não assimilados”.
Em um dos debates, o representante da AfD no estado de Brandemburgo, René Springer afirmou:
“Vamos devolver os estrangeiros à sua terra natal. É uma promessa. Para mais segurança, mais justiça e para preservar a nossa identidade. Para a Alemanha”.
O partido de ultradireita alcança 30% de popularidade no leste do país e lidera as pesquisas para as eleições de setembro.
Dá para se sentir em casa na Alemanha?
Tem dias que sim e outros que não. Demorei um ano e oito meses para realmente reconhecer a Alemanha como a minha casa e ter certeza que gostaria de ficar aqui. Principalmente no inverno, essa incerteza é escancarada. O frio e os dias mais escuros mexem com a nossa saúde mental e a saudade do Brasil aperta.
Na minha visão, acredito que o primeiro ano morando fora vem cheio de dificuldades com a adaptação e o idioma. Já no segundo ano, as coisas começam a melhorar e o seu psicológico está mais estável. É aqui que a grande maioria já encontra um trabalho, um apartamento, começa a entender mais o idioma e já sabe como se locomover sem precisar de ajuda.
Como imigrante, acho que tem um período dessa vida de estrangeiro onde a situação controla mais a gente do que o contrário. A parte boa é saber que isso muda depois. Por isso, meu conselho é não se desesperar no início. É difícil, mas uma hora tudo se desenrola e passa a ser mais fácil.
Diferenças culturais que mudaram meu jeito de ser
É natural que após a adaptação, a gente aprenda a conviver e viver como os alemães. Coisas que no início eu via e achava loucura, hoje sou completamente a favor, como, por exemplo, o “Sonntagsruhe”, que é uma lei que proíbe barulhos ou incômodos à vizinhança aos domingos.
Em geral, o horário de “silêncio dominical” se aplica da meia-noite à meia-noite. Nenhuma perturbação da paz pode emanar das residências durante esse período. Isso significa que festas, trabalhos barulhentos, mudanças e atividades semelhantes devem ser evitados na residência durante os domingos.
Outro exemplo de um costume alemão que aprendi é abrir as janelas do apartamento para trocar o ar, mais conhecido por aqui como “Frischluft”. Pode ser inverno ou verão, hoje eu abro minhas janelas pelo menos uma vez ao dia para refrescar o ambiente.
Apesar dessas diferenças culturais, eu me adaptei na Alemanha. Gosto bastante de morar aqui e acredito que você também vai se sentir bem morando na terrinha da batata.