No começo de 2021 Portugal realizou o censo e os primeiros dados do estudo já foram publicados. Neste artigo vamos mostrar a você as informações mais atualizadas sobre a população de Portugal. Vamos ver?

A população de Portugal continua encolhendo?

Sim. Segundo os dados preliminares do Censo 2021, divulgados pelo INE (Instituto Nacional de Estatística), a população de Portugal diminuiu na última década.

Atualmente o país tem 10.347.892 residentes, o que representa uma diminuição de 2% da população, em comparação com os números do último censo, realizado em 2011. A população do país é formada por 52% de mulheres (5.430.098) e 48% de homens (4.917.794).

Até então a diminuição da população portuguesa não era uma tendência. Essa queda só tinha sido registrada há quase 50 anos, entre os anos de 1960 e 1970.

Dados da população de Portugal nos últimos anos

Foi em 1864 que Portugal realizou o primeiro recenseamento conforme as regras estabelecidas internacionalmente pelas orientações do Congresso Internacional de Estatística.

Nos censos feitos até hoje, os índices da população verificados no país foram:

Ano do censo População registrada
2021 10.347.892
2011 10.562.178
2001 10.356.117
1991 9.867.147
1981 9.833.014
1970 8.611.125
1960 8.889.012
1950 8.502.030
1940 7.752.561
1930 6.812.369
1920 6.080.135
1911 5.999.146
1900 5.446.760
1890 5.102.891
1878 4.701.004
1864 4.285.920

A imigração não foi suficiente para frear queda populacional

Com os dados iniciais, já é possível saber que nem mesmo o fluxo de imigração nos últimos anos foi suficiente para compensar a redução da população de Portugal.

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Conforme o INE, foi registrado um aumento de 35.780 imigrantes, mas a população do país perdeu 250.066 pessoas nos últimos dez anos. Ainda assim, considerando a imigração, Portugal perdeu 214.286 residentes.

Causas da diminuição da população de Portugal

A principal explicação para a redução da população, conforme o presidente do INE, Francisco Lima, é a diferença entre o número de nascimentos e de mortes registrados na última década.

Queda nos nascimentos

Como dito pelo presidente durante a apresentação dos dados preliminares, a redução do número de nascimentos influenciou na queda da população. Os dados sobre o número de nascimentos relativos ao Censo 2021 ainda não foram divulgados. Mas o Instituto já tinha publicado que nos últimos meses o número de nascimentos vinha diminuindo no país.

Em 2020 nasceram 84.426 crianças em Portugal, uma queda de 2,5% em relação ao número de nascimentos registrados em 2019.

Já em 2021, até maio, nasceram 31.061 crianças e estima-se que o país pode registrar menos de 80.000 nascimentos até o fim do ano. Segundo o INE, parece se confirmar a tendência dessa diminuição dos nascimentos, que começou a ser registrada em 2020.

Envelhecimento populacional

O envelhecimento da população também contribui para esses índices. Os dados oficiais do censo também não foram publicados, mas em 2020 o INE já havia divulgado que o índice de envelhecimento no país tem aumentado.

Segundo as previsões, até o ano de 2080, a população idosa de Portugal (pessoas com mais de 65 anos) deve crescer consideravelmente, passando de 2,2 milhões de idosos para 3 milhões.

O órgão estima que o índice de envelhecimento quase duplicará. Deve passar de 159 para 300 idosos para cada 100 jovens. O número mais elevado de idosos deve ser atingido por volta de 2050.

Onde está concentrada a população portuguesa?

Os dados também indicam que boa parte da população de Portugal mudou-se para as regiões litorâneas. Separamos alguns detalhes preliminares sobre a distribuição da população pelo país, veiculados pelo Jornal Observador. Veja:

População de Portugal por região

Pelos dados preliminares já é possível saber que mais da metade da população se concentra em apenas duas regiões: Norte e Área Metropolitana de Lisboa. Juntas, elas somam 6.459.834 moradores.

A população se distribui dessa forma nas regiões portuguesas:

Região População
Alentejo 704.934
Algarve 467.495
Área Metropolitana de Lisboa 2.871.133
Centro 2.227.912
Norte 3.588.701
Ilhas dos Açores 236.657
Ilha da Madeira 251.060

Regiões que mais ganharam população

As duas regiões que tiveram aumento de moradores foram o Algarve, com um crescimento de 3,7% (16.489 moradores a mais) e a Área Metropolitana de Lisboa, com um aumento de 1,7% (49.257 novos habitantes).

Cidades que mais ganharam população

As 5 cidades que mais viram a população aumentar na última década foram:

  1. Odemira (Alentejo): 13,3%;
  2. Mafra (Área Metropolitana de Lisboa): 12,8%;
  3. Palmela (Área Metropolitana de Lisboa): 9,6%;
  4. Alcochete (Área Metropolitana de Lisboa): 9%;
  5. Vila do Bispo (Algarve): 8,8%.

Regiões que mais perderam moradores

A região que teve a maior queda em termos de população foi o Alentejo, com uma diminuição de 6,9% (menos 52.368 moradores). A seguir, aparece a Ilha da Madeira, com uma redução de 6,2% (saída de 16.725 habitantes).

Cidades que mais perderam moradores

Já os 5 municípios que tiveram maior queda no número de residentes são:

  1. Barrancos (Alentejo): 21,8%;
  2. Tabuaço (Norte): 20,6%;
  3. Torre de Moncorvo (Norte): 20,4%;
  4. Nisa (Alentejo): 20,1%;
  5. Mesão Frio (Norte): 19,8%.

Cidades mais populosas

As 10 cidades portuguesas que têm a maior concentração de residentes são:

Cidade População
Lisboa 544.851
Sintra 358.954
Vila Nova de Gaia 304.149
Porto 231.962
Cascais 214.134
Loures 201.646
Braga 193.333
Almada 177.400
Matosinhos 172.669
Oeiras 171.802

Juntas essas cidades somam 2.570.900 moradores, o que representa quase 25% da população total de Portugal.

O Censo 2021 também já identificou que aproximadamente metade dos habitantes de Portugal vivem em 31 cidades. O dado é muito interessante, já que o país tem 308 municípios. Isso significa que metade da população está concentrada em apenas 10% das cidades portuguesas.

Impacto da migração em Portugal

A migração é um dos fatores capazes de alterar os índices populacionais de um país. Em Portugal essa é uma característica marcante, tanto a emigração (portugueses que saem para viver em outro país), como a imigração (estrangeiros que decidem morar em Portugal).

A emigração dos portugueses

De acordo com dados do Observatório da Emigração há, pelo menos, 2,6 milhões de portugueses emigrados (números referentes a 2019). Nos últimos anos, em média, 80 mil portugueses deixam o país anualmente.

Mais da metade (57%) emigrou para outros países da Europa, 40% para países americanos e outros 3% para África, Oceania e Ásia. Os 5 principais destinos são Reino Unido, Espanha, Suíça, França e Alemanha.

Boa parte dos que vão embora, tomam essa decisão motivados pela busca de oportunidades de emprego e de melhores salários em outros países.

Importância da imigração estrangeira

Levando todas estas questões em consideração, a imigração pode ser uma das chaves para reduzir a queda do índice populacional e do envelhecimento da população de Portugal.

A situação não é recente. Ainda em 2018, o presidente da Cruz Vermelha, Francisco George, destacou a importância dos imigrantes, ao comparar a situação do envelhecimento em Portugal com a Alemanha. Segundo ele, a chegada de imigrantes pode deixar o país “com um perfil demográfico absolutamente diferente”.

População de Portugal censo 2021

O primeiro-ministro António Costa também defende a imigração em Portugal como uma solução para o envelhecimento e a diminuição demográfica, destacando a importância de políticas de entrada e integração de cidadãos estrangeiros.

As zonas do interior do país, por exemplo, têm perdido muitos moradores nos últimos anos. Programas como o Emprego Interior MAIS têm o objetivo de influenciar que pessoas migrem das maiores cidades para o interior de Portugal.

Outro exemplo de incentivo é o Programa Regressar, que dá suporte financeiro aos emigrantes e familiares que optam por voltar para Portugal ou iniciar uma nova atividade profissional no país.

Incentivo à imigração

Portugal tem um Plano Estratégico para as Migrações, com o objetivo de desenvolver estratégias que facilitem e incentivem a imigração. O Plano é baseado em 5 eixos:

  • Eixo I – Políticas de integração de imigrantes: visa integrar e capacitar os imigrantes, além de combater a discriminação;
  • Eixo II – Políticas de promoção da inclusão dos novos nacionais: criação de medidas para incluir descendentes e imigrantes que obtenham a nacionalidade portuguesa;
  • Eixo III – Políticas de coordenação dos fluxos migratórios: objetivo de destacar Portugal como um destino de migração;
  • Eixo IV – Políticas de reforço da legalidade migratória e da qualidade dos serviços migratórios: reforço da capacidade nacional de gerir as políticas de imigração com eficiência;
  • Eixo V – Políticas de reforço da ligação, acompanhamento e apoio ao regresso dos cidadãos nacionais emigrantes: acompanhamento e apoio aos emigrantes portugueses para que voltem a Portugal ou reforcem os seus vínculos com o país.

Dados sobre a imigração em Portugal

O último Relatório de Imigração, Fronteiras e Asilo divulgado pelo SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras) apontou que em 2020 Portugal tinha 662.095 imigrantes.

O número já vinha crescendo nos 5 anos anteriores:

  • 2019 – 590.348;
  • 2018 – 480.300;
  • 2017 – 421.711;
  • 2016 – 397.731;
  • 2015 – 388.731.

Os brasileiros em Portugal são maioria e representam 27,8% dos estrangeiros no país (183.993). Segundo o SEF, é o valor mais alto registrado desde 2012.

Logo a seguir, aparecem os imigrantes vindos do Reino Unido (7%), Cabo Verde (5,5%), Romênia (4,5%), Ucrânia (4,3%), Itália (4,3%), China (3,9%), França (3,8%), Índia (3,7%) e Angola (3,7%). Há ainda outros 31,5% de imigrantes de outras nacionalidades.

Nacionalidade portuguesa

Muitos imigrantes acabam solicitando a nacionalidade portuguesa, seja por tempo de residência, casamento ou outro motivo, dentre as várias possibilidades legais.

Entre 2015 e 2020 Portugal concedeu nacionalidade para 682.752 cidadãos estrangeiros. Somente em 2020 foram feitos 149.157 pedidos e 20.847 brasileiros que se tornaram cidadãos portugueses.

Em 2021, só até o dia 30 de abril, já foram concedidas mais 56.550 nacionalidades portuguesas para estrangeiros, o que indica que o ano pode superar as concessões feitas em 2020.

O que pode acontecer se a população de Portugal continuar em queda?

Se a população portuguesa continuar a diminuir, o país se tornará uma nação bastante envelhecida, segundo as estimativas do INE. Isso porque Portugal terá um crescimento da população idosa e uma redução da população em idade ativa.

Conforme uma das previsões divulgadas, caso siga a tendência de queda, em 2080 Portugal poderá ter cerca de 8,2 milhões de residentes. Esse número representaria uma diminuição de 21% da população. Além disso, somado ao envelhecimento, há a tendência de queda nos nascimentos.

Em relação à população em idade ativa (entre 15 e 64 anos) também pode acontecer uma redução drástica. Atualmente, são 6,6 milhões, e o número pode cair para 4,2 milhões até 2080. Ou seja, a população ativa de Portugal pode ser reduzida em 37%.

Essa é uma das razões para que o governo tenha destacado a importância da imigração nos últimos anos, como comentamos há pouco. Para diminuir a queda demográfica, o governo tem buscado criar políticas de incentivo e proteção à imigração, além de promover Portugal como um bom destino para aqueles que desejam iniciar uma nova etapa de vida em outro país.

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