Muita gente já ouviu falar da taxa de câmbio, porém nem todo mundo entende como ela funciona exatamente. Se você está com viagem marcada ou viajou recentemente, com certeza a taxa de câmbio fez parte do seu planejamento – para o bem ou para o mal.

Justamente por ser uma parte tão importante do planejamento de uma viagem, neste artigo, vamos explicar todos os detalhes que envolvem a variação dos valores das moedas e das taxas de câmbio e tentar, de alguma forma, acabar com os mistérios que envolvem esse tipo de transação comercial. Vamos lá?

O que é a taxa de câmbio?

A taxa de câmbio é a relação entre as moedas correntes de dois ou mais países, porém ela também informa sobre as transações comerciais e relações de troca entre as nações.

Além disso, a taxa de câmbio é expressa por um preço, um valor que é diferente na hora da compra e da venda.

Assunto muito amplo, é comum que alguns termos lhe sejam familiares, como taxa de câmbio fixa, flutuante ou atrelada. E, acredite, qualquer detalhe sobre esse tema é de extrema importância não só pra você que vai viajar, mas para toda a economia mundial.

Taxa de câmbio fixa, flutuante e atrelada

Pode parecer um bicho de sete cabeças, mas uma vez compreendendo o conceito desses termos, você não terá mais problemas para entender o funcionamento, vantagens e desvantagens de cada tipo de câmbio.

Fixa

Em termos práticos, o câmbio fixo é aquele em que o valor da moeda estrangeira (quase sempre o dólar) é determinado pela autoridade monetária nacional — no caso, o Banco Central.

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Para manter essa taxa, o governo compra e vende sua própria moeda no mercado de câmbio ao preço fixado. Esse regime costuma ser utilizado com o intuito de estabilizar o valor de uma moeda, e tem como algumas vantagens eliminar o risco cambial e evitar a alta da inflação.

Quanto às desvantagens: o governo precisa ter reservas internacionais suficientes e podem haver falhas, resultando em alocação ineficiente de recursos pelo mundo, além de um excesso de oferta ou demanda.

Flutuante

Aqui, o governo não interfere no mercado cambial e permite que a taxa de câmbio seja estabelecida pelo mercado, por meio da lei de oferta e procura. Apesar de existente, é importante ressaltar que essa modalidade não costuma ser “pura”.

Isso porque, ao menos no Brasil, o Banco Central interfere para evitar variações bruscas ou influenciar taxas de câmbio.

Esse sistema em sua forma pura é recomendado apenas para países econômica e politicamente estáveis — o que não é o nosso caso. Entretanto, essa é a taxa adotada pelo Brasil.

Atrelada

Também conhecida como Banda Cambial, nesse sistema a autoridade monetária do país (Banco Central, no caso do Brasil) influencia no câmbio. Entretanto, essa interferência consiste exclusivamente em permitir a variação das taxas dentro de um determinado limite, mínimo e máximo. Esse intervalo é chamado de banda cambial.

Para que esse sistema funcione, é necessário que o Banco Central tenha reservas internacionais suficientes para compra e venda de moeda — mesmo em tempos de crises. Entre 1995 e 1998, o Brasil adotou esse sistema de câmbio atrelado com o dólar.

Qual a taxa de câmbio hoje?

Você pode conferir o valor da cotação do euro ou de qualquer outra moeda no Google. Basta digitar “cotação da moeda x” e o buscador vai te mostrar.

Para facilitar a compra do seu câmbio, no nosso comparador de envio de dinheiro para a Europa, você obtém, em tempo real, as taxas e câmbio praticados por diferentes plataformas de envio de dinheiro.

Assim, você pode comparar os serviços e taxas e descobrir qual delas oferece o melhor custo-benefício para você.

Notas de 100 sendo trocada no câmbio
Está planejando comprar outra moeda? Então fique atento à taxa de câmbio do dia

Taxa de câmbio real e nominal

Esse é um tópico um pouco mais difícil de ser explicado. Mas, em termos gerais, a taxa de câmbio nominal é aquela que indica o preço do ativo financeiro, enquanto a taxa real aponta o preço relativo entre duas moedas.

Ou seja, a taxa nominal consiste numa relação direta entre duas moedas. Por exemplo, considerando que hoje a taxa de câmbio diz que precisamos de R$ 5,39 para comprar um dólar, essa relação é chamada de nominal, e é aplicada nos bancos e casas de câmbio.

O câmbio real, por sua vez, é aquele que estabelece uma relação de preços entre produtos e serviços nacionais e estrangeiros.

A taxa real tem seu cálculo baseado também na taxa de inflação, seja do mercado nacional ou internacional. Para obter esse valor, é necessário multiplicar a taxa de câmbio nominal pela inflação estrangeira, e então dividir esse valor pela inflação no mercado nacional.

Taxa de câmbio valorizada e desvalorizada

Apesar de parecer claro para muitos, o conceito de valorização e desvalorização da taxa de câmbio pode ser um tanto quanto confuso.

Isso porque um câmbio desvalorizado é bom para os preços dos produtos internos, com relação aos externos. Já o câmbio valorizado reduz custos de insumos e equipamentos importados.

Câmbio valorizado

Em outras palavras, o real “forte” perante ao dólar, torna mais caras as exportações e perde a competitividade no mercado internacional (já que as importações, por sua vez, barateiam). As consequências dessa valorização se refletem na redução do volume de produção, menor receitas fiscais e, inclusive, o desemprego.

Câmbio desvalorizado

Quando a moeda nacional se desvaloriza, as exportações são beneficiadas por meio do barateamento e competitividade. Por outro lado, atua negativamente sobre as importações e culmina no aumento dos preços — não somente importados, mas também nacionais.

Outras consequências da desvalorização incluem o desestímulo a novos investimentos (principalmente por parte de estrangeiros) o aumento no custo de produção da indústria (devido ao maquinário e a matéria prima importada, por exemplo), anulando a vantagem competitiva das exportações.

Novas regras das taxas de câmbio

No apagar das luzes de 2022, entrou em vigor a Lei 14.286/21, que define o novo marco cambial. Em linhas gerais, a lei regula o mercado de câmbio nacional, o capital brasileiro no exterior, os recursos que entram no país e, por fim, a prestação de informações ao Banco Central.

As novas regras passaram a valer para viajantes, expatriados, investidores e casas de câmbio. Confira, a seguir, quais são elas:

Câmbio entre pessoas físicas

Para pessoas físicas, a principal mudança é que agora é possível vender ou comprar até 500 dólares – ou o equivalente em outras moedas – de outra pessoa física sem nenhum problema de estar operando contra a lei. Apesar de a prática já ser bastante comum antes, era ilegal.

Novo limite do dinheiro vivo em viagem

Antes das mudanças, só era possível fazer viagens portando até 10 mil reais – ou o equivalente em outra moeda. Com as novas regras das taxas de câmbio, no entanto, o viajante pode portar até 10 mil dólares – ou o equivalente em outra moeda – tanto para sair do Brasil como para voltar.

Carteira com dinheiro e cartão internacional
Com as novas regras das taxas de câmbio, viajantes podem entrar e sair do país com até 10 mil dólares

Vale ressaltar, ainda, que qualquer valor acima de 10 mil dólares, será necessário portar o e-DVB (Declaração Eletrônica de Bens de Viajantes).

Conta em moeda estrangeira no Brasil

Com as novas regras das taxas de câmbio, o Banco Central passará a permitir que instituições financeiras abram diretamente contas em outras moedas.

Vale ressaltar que abrir conta em moeda estrangeira no Brasil ainda não é permitido para pessoas físicas. No entanto, a nova lei abre caminho para que o Banco Central aprove isso futuramente.

Hoje, para quem quer ter conta em dólar, euro ou outra moeda, é preciso abrir uma conta no exterior. É o caso da empresa Wise, que fornece este tipo de serviço por tarifas bastante atrativas.

Menos burocracia em valores até 50 mil dólares

Por fim, a última mudança importante é que partir de agora a burocracia diminuiu para qualquer remessa internacional de até 50 mil dólares.

Isso facilita processos tanto para clientes que querem enviar dinheiro para o exterior, como para as casas de câmbio, que ficam menos atoladas em burocracias.

Quer entender mais sobre as novas regras da taxa de câmbio? Então, confira o vídeo a seguir, do canal Câmbio Inteligente:

Como é determinado o preço de venda da moeda?

O preço de venda da moeda é determinado por um banco ou casa de câmbio levando em consideração a taxa que estes agentes cobram por disponibilizarem a moeda estrangeira que você pretende comprar.

Agora, se você quiser vender alguma moeda estrangeira, o valor muda e muda porque o banco ou casa de câmbio é que determina quanto pretende pagar pelos valores que você está disponibilizando.

Como calcular a taxa de câmbio?

Para se calcular a taxa de câmbio, geralmente o dólar americano serve como padrão de referência, especialmente no mercado brasileiro.

Você já deve ter percebido que, nos telejornais, sempre é anunciado o valor do dólar e euro turismo e comercial. O turismo é o de uso mais comum pelas pessoas físicas em viagens; já o comercial é de maior interesse aos negócios relacionados a importações e exportações.

Veja qual é a diferença entre o euro comercial e turismo e o que é levado em consideração na hora de calcular a taxa.

Qual a função econômica da taxa de câmbio?

A taxa de câmbio é uma das variáveis macroeconômicas mais importantes que existe. Isso porque é ela quem rege as relações financeiras e comerciais entre países.

Além disso, a taxa de câmbio também influencia internamente um país, mais especificamente, no poder de produção e na inflação de uma nação.

Câmbio Comercial

O câmbio comercial consiste na taxa de referência do mercado. Essa taxa é utilizada para pagar ou receber recursos relativos às importações e exportações, sejam elas de bens ou serviços, do Brasil para o mundo.

Basicamente, o câmbio comercial acontece quando não existe troca da moeda em dinheiro físico, é o caso de algumas plataformas de remessa de dinheiro internacional.

Câmbio Turismo

Como o nome sugere, o câmbio turismo está atrelado a operações de venda e compra de dinheiro estrangeiro para viagens ao exterior. A taxa é aplicada sobre a cotação comercial de cada moeda, com relação ao real.

Para calcular essa taxa, é necessário incluir no valor do câmbio comercial impostos, custos administrativos, de importação, de segurança, logística, estoque de moeda, dentre tantos outros. Devido a esses custos, inerentes ao papel-moeda, o câmbio turismo é razoavelmente superior ao comercial.

O que influencia a taxa de câmbio?

Tudo. Tudo exerce influência na taxa de câmbio, especialmente os assuntos relacionados a política e a economia.

Quando o Brasil passa por um momento de instabilidade política muito grande, por exemplo, toda a economia acaba sendo afetada e a variação da taxa de câmbio pode impactar bastante no planejamento da compra de moeda estrangeira.

Carteira com dinheiro em espécie
Dentre os principais fatores que influenciam na taxa de câmbio, estão a política e economia

Por isso, se você vai viajar, especialmente no médio e longo prazo, vale ficar de olho nas variações ao longo do tempo e aproveitar as baixas da taxa de câmbio para comprar seus euros – ou qualquer que seja a moeda do seu destino.

Como é que a taxa varia?

Já dissemos anteriormente que são muitos os fatores que podem influenciar na variação da taxa de câmbio, sendo os principais motivadores os assuntos políticos e econômicos de um país.

Agora, se você está precisando comprar moeda estrangeira ou realizar qualquer outra operação no exterior, deve ficar atento a outros fatores que incidem sobre a taxa determinada.

De acordo com as informações fornecidas pelo Banco Central, uma taxa de câmbio pode variar de acordo com a origem da operação, com a forma em que a moeda estrangeira será entregue (papel-moeda, remessa internacional, etc), custos administrativos, valor da operação, cliente, prazo de liquidação, dentre inúmeros fatores.

É bom lembrar que as taxas geralmente divulgadas pelas fontes oficiais se tratam de médias, permitindo que tenha ao menos um valor de referência para futuros planejamentos e operações.

Qual a relação com a inflação?

Como você já pode ter percebido a essa altura, a taxa de câmbio nada mais é que um preço, portanto, totalmente influenciada pela lei da oferta e demanda. Não existe estabilidade em lugar algum do mundo.

A inflação, por sua vez, tem como definição primária o aumento dos preços, que culmina também no aumento dos custos de produção tanto para quem importa quanto para quem exporta. E com base nisso, há de se observar que a inflação não somente existe no Brasil, mas também Estados Unidos, países europeus, asiáticos e outros — algo que deve ser considerado na hora de analisar as taxas de câmbio.

Como a taxa de câmbio afeta a economia?

Para a grande maioria dos economistas, a taxa de câmbio é tudo. Afinal, ela afeta principalmente a inflação e todos os preços dentro da economia nacional — inclusive bens de consumo produzidos dentro do país ou por pequenos produtores rurais.

Isso pode acontecer devido a importação de maquinário, matéria prima e bens de consumo no país, em sua maioria cotados em dólar. Além disso, matérias primas como o milho, soja, petróleo e outros, também têm seus preços estabelecidos na moeda norte-americana. Se há pouca oferta, o preço sobe no exterior, e o Brasil precisa reajustar os valores.

Na indústria, quando o dólar sobe, os produtos nacionais barateiam e os importados ficam mais caros, o que é benéfico para nós. Por outro lado, quando há uma maior necessidade de importação, o cenário se inverte.

Lembrando ainda que o impacto sofrido pela indústria é muito mais evidente que em relação a economia. Na economia, os efeitos ocorrem a longo prazo, distribuídos em produtos nos supermercados ou na passagem do transporte público, por exemplo. Já na indústria, considerando que muitos dos componentes são importados, esse impacto é imediato.

A instabilidade afeta negativamente a taxa de câmbio

Se as notícias políticas forem boas, a taxa de câmbio pode descer, porém se o anúncio de algum líder político, em especial o presidente da República ou o Ministro da Fazenda, gerar alguma desconfiança dos investidores (bancos, grandes empresas privadas e estatais e governos) a taxa de câmbio pode subir e a variação em apenas um dia pode impressionar.

Tudo é dólar

Se você nunca se interessou muito por política ou economia, mas está de malas prontas para algum país fora do Brasil, é bom começar a dar mais atenção para estes assuntos.

Como já dito, as situações econômica e política de um país influenciam diretamente na taxa de câmbio. Um país que passe por quaisquer problemas nesse sentido, vai enfrentar inflação, já que com a alta da taxa de câmbio, todos os produtos importados sofrem elevação nos preços, que são atrelados à cotação do dólar.

O resultado de um cenário como esse é o aumento geral nos preços do supermercado, na padaria, nos postos de gasolina, em tudo, devido à alta do dólar.

Balança comercial e o câmbio

Você provavelmente já ouviu falar nela, mas talvez não saiba o que significa. Balança comercial é um termo usado para representar importações e exportações de bens entre países, e ela funciona, resumidamente, da seguinte forma:

  • Se um país exporta (vende) mais do que importa (compra), a balança comercial está favorável para ele;
  • Se um país importa (compra) mais do que exporta (vende), a balança comercial está desfavorável para ele.

Uma balança comercial positiva traz muitas vantagens ao país, como atrair moeda estrangeira e gerar mais empregos.

Qual o impacto da taxa de câmbio para quem quer morar fora?

Até certo ponto, o impacto da taxa de câmbio para quem quer morar fora do Brasil é direto, e começa na fase de planejamento, ainda no Brasil. Afinal, é com base na conversão do real para a moeda do país de destino que você poderá determinar o montante que terá de juntar para atingir seus objetivos lá na frente.

Notas e moedas em euro
Vai morar fora do Brasil? Então é fundamental acompanhar as oscilações das taxas de câmbio

Se você vai morar fora, mas vai deixar um imóvel para alugar no Brasil, a taxa de câmbio estará presente na sua vida todos os meses. Seja para receber o valor do aluguel, realizar reparos ou arcar com qualquer outra burocracia relativa ao imóvel.

Além desses fatores de quem manterá um vínculo com ambos os países, a taxa de câmbio e a inflação também existirão no país em que você for morar, e afetará o custo de vida de acordo com a economia e a política local — talvez mais e provavelmente menos que em terras tupiniquins.

Dica para conseguir uma boa taxa de câmbio

Se você está precisando comprar ou trocar moeda estrangeira no Brasil, recomendamos fortemente que fique de olho nas notícias da economia e da política. Mas, calma, que a nossa dica não é essa.

Nossa dica é que você planeje e tenha tempo suficiente para comprar a quantidade de moeda estrangeira que necessita para a sua viagem. Planeje com antecedência para aproveitar as baixas do câmbio e não sair no prejuízo.

Afinal, como dizem a pressa é inimiga da perfeição e quando o assunto é taxa de câmbio, comprar na correria pode significar prejuízos indesejados.

Ainda tem dúvida sobre a taxa de câmbio e outros assuntos financeiros que interessam muito quem vai se mudar para o exterior? Então confira outros artigos sobre o câmbio de moedas e esclareça todas as dúvidas.