Está aberta a temporada das praias em Portugal! O país tem quase mil quilômetros de costa, com mais de 600 lindas praias, todas banhadas pelo Atlântico, além das maravilhosas praias fluviais. E apesar da água fria (os amigos tugas que me desculpem, mas ainda não acostumei com a temperatura, mesmo no Algarve), a paixão pela praia é a mesma que temos no Brasil.

Sempre muita gente, muita diversão e turistas vindos de vários outros países da Europa. Mas ao contrário da maior parte do Brasil, onde pode-se ir à praia em qualquer dia do ano, com a certeza de que o sol vai estar lá, a areia vai queimar os pés e a brisa do mar não vai congelar ninguém, aqui há épocas em que a praia é apenas uma paisagem. Quem encara um dia de praia no inverno, ainda que o sol esteja brilhando no céu?

Mas o mundo dá voltas em torno do astro-rei e chega a famosa “época balnear”, aquela em que as areias esquentam, o vento não congela e o mar (não para mim…) fica “encarável”. Então, vamos às bolas de Berlim!

Tudo começa com a abertura da época balnear

A chamada “Época Balnear” é o período do ano definido em Portaria publicada no Diário da República, o equivalente ao Diário Oficial da União no Brasil, e que aborda questões como qualidade das águas, segurança, além de temas ligados à concessão de serviços e a existência de nadador-salvador.

Em resumo, e repetindo o próprio texto da Portaria, trata-se “da qualificação das praias de banhos” (de águas balneares costeiras e de transição e de águas balneares interiores), isto é, aquelas que têm efetivamente assistência a banhistas”, nos termos do disposto na Lei n.º 44/2004.

O começo da época balnear e a avaliação das praias

A abertura da época balnear não acontece na mesma data em todas as regiões do país, mas é sempre nestes meses de maio e junho. Este ano, 594 praias terão vigilância e a presença dos nadadores salvadores, número levemente superior ao mesmo período de 2021.

Praia Fluvial em Portugal
Praia da Lomba, uma praia fluvial em pleno Rio Douro. Foto de Marcos Freire.

Entre essas quase 600 praias, algumas ainda recebem um reconhecimento adicional, a chamada Bandeira Azul. Serão 393 praias consideradas Bandeira Azul (50 delas são praias fluviais), ou seja, que cumprem também requisitos de qualidade ambiental, tanto na avaliação da água do mar (ou rio) quanto da areia, que deve apresentar níveis baixos de fungos e bactérias de forma consistente (a avaliação é feita de forma contínua e os dados obtidos refletem os resultados dos últimos 5 anos de testagem).

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Além disso, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) promete realizar, durante toda a época balnear, análises para avaliar se as águas continuam aptas para o banho. O fim da época balnear também será progressivo a partir do fim de agosto até 31 de outubro.

Claro que o acesso às praias não é proibido a partir desta data. Elas simplesmente deixam de ter vigilância e guarda-vidas (mas não custa avisar: ir à praia a partir desta data, principalmente no norte de Portugal, já é programa com direito a cachecol…).

Consulte as condições das praias em Portugal

Para quem quiser confirmar as condições das praias com antecedência, existe um aplicativo, o Info praia, que oferece informações sempre atualizadas sobre a qualidade das águas, nível de ocupação da praia, serviços disponíveis e muito mais.

O projeto é da própria Agência Portuguesa do Ambiente, que também usa dados de previsão meteorológica diária, fornecidos pelo serviço do IPMA – Instituto Português do Mar e da Atmosfera, e informação das marés, fornecida pelo Instituto Hidrográfico.

Outro site que vale a visita é o que traz informações específicas sobre as praias fluviais portuguesas (Aquopolis), sempre uma ótima opção. Aliás, por estarem mais no interior, as praias fluviais costumam ser abrigadas do vento e muito quentes, além de contarem com infraestrutura muito boas.

Piscina Rio Zezere, Portugal
Meu filho pulando na piscina montada no Rio Zezere. Foto: Marcos Freire

A época balnear em 2022 e a vida pós-Covid

Este ano, a época balnear é marcada pela “volta ao normal”, ou seja, a praia será quase aquela que tínhamos antes da pandemia, sem todas as regras e limitações impostas pela Covid.

Em 2021, com a obrigação do distanciamento obrigatório, as praias também foram classificadas de acordo com a lotação permitida. Ao todo, a capacidade das praias portuguesas foi de praticamente 850 mil no ano passado, sendo pouco mais de 60 mil pessoas nas praias fluviais (a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, recebe, em média, quase 3 milhões de pessoas no réveillon!).

Para esta época balnear de 2022, não há qualquer indicação de limite máximo de pessoas nas areias, mas o número grande de novos casos de Covid ainda deve fazer com que as pessoas não se aglomerem, espera-se. Mas se já não há a obrigação do uso de máscara ou de distanciamento obrigatório, por exemplo, algumas orientações seguem cada vez mais importantes.

Atenção com o lixo na praia

É o caso do descarte correto do lixo e, principalmente, das beatas, o nome dado às bitucas ou guimbas de cigarro, um dos maiores vilões das praias portuguesas.

Ah, ainda prefere usar máscara? Sem problema, mas não esqueça de trazer seu saquinho de lixo para não deixar a sua proteção jogada pela areia ou nos acessos à praia. Ou pelo menos leve sempre o seu lixo aos contentores corretos.

Vale dizer que o item lixo e a presença de locais adequados para o descarte são critérios de avaliação das praias e podem retirar a indicação de local indicado para o banho.

Um dia normal na praia

Um ponto importante que diferencia as praias portuguesas das brasileiras é a (quase) ausência de vendedores ambulantes na areia. Temos, no máximo, os vendedores de bolas de Berlim, aquele doce que se parece muito com o “sonho” brasileiro, um bolinho fofo, coberto com açúcar e recheado com creme. Os doces são anunciados aos gritos de “bolinha! bolinha!”.

Como não há ambulantes na areia, é muito comum ver as pessoas chegando com suas sacolinhas de comida e bebida. E não há qualquer problema em fazer uma boa “farofa” na areia. Ao contrário, na verdade. Um bom pic nic na areia é quase uma marca registrada das famílias portuguesas.

Um dia normal na praia tem… vento

Mas não só.

Há um item que também aparece por aqui, não importa em qual praia vá: os tapa-ventos, ou para-ventos e corta-ventos, como dizem em algumas regiões. Trata-se, como diz o nome, de uma barreira de tecido, como uma pequena parede, com pouco mais de 2 metros de comprimento, presa com estacas na areia. Arrisco dizer que há mais destes equipamentos do que de chapéus-de-sol (o nosso guarda-sol) e cadeiras.

E não é pra menos: o vento nas praias portuguesas costuma ser forte e frio, mesmo no verão. A famosa “nortada” é um vento forte de norte ou de noroeste que sopra na costa ocidental de Portugal continental, sobretudo durante as tardes de verão.

Para-vento na praia
Eu, minha mulher e o indispensável para-vento. Foto de Marcos Freire.

Para quem quer um pouco mais de privacidade e comodidade, as praias daqui também alugam barracas na areia, aquelas tradicionais com paredes de lona coloridas ou listadas, por períodos curtos (algumas horas, por exemplo) ou mesmo para toda a temporada. Há muitas bem disputadas, alugadas com antecedência como quem escolhe e aluga apartamento por temporadas.

As barracas ficam em áreas oferecidas em concessão, por períodos específicos, que obrigam o concessionário a disponibilizar, como contrapartida, uma série de serviços aos banhistas. O mesmo acontece com os bares e cafés na beira da praia, que também são explorados pela iniciativa privada de acordo com uma série de obrigações definidas em edital.

Tendas listradas de praia em Portugal
As barracas listradas são opção para quem quer mais privacidade. Foto: Marcos Freire

A paixão pela praia é a mesma

Diferenças à parte, a paixão do povo português pela praia é tão grande quanto à nossa. E como o número de meses em que se pode ir à praia por aqui, com o calorão que começa a dar as caras, é menor do que no Brasil, essa época balnear é esperada com muita ansiedade.

Então, hora de tirar os fatos de banho, nome dado aos nossos calções e maiôs, das gavetas, pegar os chinelos (aqueles mesmos, que tanto sucesso fazem no Brasil), o tapa-vento e preparar a marmita!