O processo de adaptação na vida de um imigrante requer tempo, passando por vários ciclos de desafios e aprendizados até que ele se sinta completamente integrado a uma nova cultura. No entanto, nem todos dispõem desse tempo, alguns vão viver temporariamente no exterior e têm um período limitado antes de retornarem ao Brasil.
Essa experiência pode ser bastante enriquecedora e, em alguns aspectos, até mais segura, já que sabem que eventualmente voltarão ao seu país de origem. Contudo, até esse momento chegar, muitos desafios surgirão, e um dos principais é como se adaptar a um país onde a permanência é temporária.
Imigrante ou expatriado?
Ao contrário do imigrante, o expatriado se muda para outro país por um período determinado, para cumprir um objetivo específico, seja ele profissional, acadêmico ou financeiro, e depois retorna ao seu país de origem.
Embora possa parecer sutil, saber se a mudança é temporária ou definitiva faz uma grande diferença na rotina de quem vive no exterior.
Ao chegar em um novo país, tanto o imigrante quanto o expatriado costumam passar pela fase da “lua de mel”, onde tudo é novo, fascinante e diferente. No entanto, à medida que essa fase inicial vai desaparecendo e surgem os desafios de viver em outro país, as diferenças entre ser imigrante e expatriado começam a se tornar mais evidentes.
O que muda perante os desafios?
Conflitos e desafios são inevitáveis para qualquer pessoa que passe um tempo significativo em uma cultura diferente. Porém, o que distingue as experiências são os sentimentos e emoções que surgem a partir desses desafios.
Enquanto o imigrante aprende e se adapta com cada dificuldade que enfrenta, o expatriado pode se sentir mais confuso e perdido. À medida que se adapta e se conecta ao novo país, ele pode começar a sentir um distanciamento maior do Brasil. Esse afastamento emocional do país de origem pode gerar medo e insegurança sobre o momento de retornar.
A identidade do expatriado
É crucial que o expatriado reconheça e aceite seus sentimentos para alcançar um equilíbrio emocional entre as duas culturas que coexistem dentro dele. É natural que, em alguns momentos, ele se sinta mais conectado ao país de origem e, em outros, ao novo país. Embora isso possa causar confusão e uma sensação de não pertencimento, faz parte do processo de adaptação do expatriado.
Essa oscilação entre o sentimento de pertencimento a dois países ensina ao expatriado que é possível ser feliz no exterior e ainda se sentir conectado ao Brasil, assim como também é possível ser feliz no Brasil e sentir gratidão pela experiência vivida no exterior.
Dessa forma, ele aprende a se relacionar com duas culturas simultaneamente e a entender que é possível ter carinho e afeto por mais de um país.
A identidade do expatriado é justamente essa: mesmo após um período fora, ele continua sendo brasileiro. É natural que, ao retornar ao Brasil, ele passe por uma adaptação reversa, o que pode gerar conflitos em relação à sua personalidade.
Pode parecer estranho enfrentar dificuldades para se readaptar à própria cultura, e muitos expatriados não imaginam que isso possa acontecer, acreditando que, ao voltar para casa, tudo será como antes.
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Cotar Agora →Mesmo após meses ou anos fora do Brasil, sempre voltamos diferentes. Ao viver temporariamente no exterior, vivemos novas experiências e aprendemos muito, o que nos faz crescer e evoluir como indivíduos. Isso é positivo, e a mudança faz parte da vida de todo ser humano.
Assim, ao retornar ao Brasil, podemos ter a sensação de que o país mudou, mas, na realidade, quem mudou fomos nós.
Por isso, é importante dar-se o tempo necessário para aceitar suas transformações e viver esse processo de readaptação. Você não será menos brasileiro por não se sentir totalmente pertencente o tempo todo.
O retorno ao país de origem faz parte do processo de expatriação, sendo preciso tempo para assimilar e acomodar todas as experiências e aprendizados antes de se sentir completamente adaptado emocionalmente ao Brasil.
Equilibre o presente e o futuro
A expatriação exige que o estrangeiro equilibre sua atenção entre o futuro e o presente. O retorno ao Brasil eventualmente acontecerá, mas mesmo voltando para um país conhecido, esse novo futuro pode trazer incertezas, especialmente quanto à readaptação.
Em meio a tantas preocupações, é importante não deixar de aproveitar o presente, especialmente para o expatriado que sabe que esses momentos no exterior são temporários. Viver o presente é um exercício diário, e para o estrangeiro, pode ser um desafio, pois o presente pode ser repleto de novas descobertas e entusiasmo, mas também de medos e inseguranças.
É importante encontrar um equilíbrio entre aproveitar a nova cultura e ter a resiliência necessária para enfrentar os desafios da adaptação. Uma maneira de praticar essa abordagem é manter uma visão mais ampla do seu processo ao viver temporariamente no exterior, reconhecendo que haverá tanto momentos felizes quanto estressantes, e que isso é natural.
Respeite as particularidades da sua experiência
Morar fora é diferente para cada pessoa e a expatriação acontece de forma única. Embora possamos passar por situações semelhantes, sempre haverá particularidades que nos diferenciam. Por isso, é essencial considerar sua individualidade, pois ela pode tornar o processo de adaptação mais fácil ou mais difícil.
É fundamental avaliar suas condições pessoais e reconhecer quando você precisa de apoio, seja de amigos, familiares ou, em alguns casos, de ajuda profissional. Conectar-se profundamente com uma cultura diferente pode ser desafiador devido às inúmeras mudanças e emoções que surgem ao mesmo tempo.
Portanto, é importante cuidar da sua saúde mental. A ajuda de um terapeuta especializado em questões interculturais pode tornar o processo mais leve e tranquilo, além de ajudar a enfrentar as adversidades que podem aparecer no caminho.