Longe de seu país de origem e da família, as mulheres podem encontrar grandes desafios ao ter filhos. Ser mãe em um país onde a cultura e as tradições são diferentes das nossas, pode ter alguns percalços. Mas, essa experiência também pode ser surpreendente e muito positiva em diversos aspectos. Conversei com algumas mulheres sobre como é ser mãe na Holanda, desde a gravidez até a criação dos filhos. Se você quer saber um pouco mais sobre essa vivência, não deixe de ler este artigo.

Os desafios de ser mãe na Holanda

De acordo com as mães que conversei, a gestação já começa diferente com o teste gravidez. Ao atrasar a menstruação, a mulher faz um teste de farmácia e dando positivo, não existe o costume de fazer o exame de sangue para confirmar.
“Assim que testei positivo, liguei para marcar uma consulta com o médico de família (huisarts). Queria fazer um exame de sangue para confirmar a gravidez e ver se estava tudo bem. Para minha surpresa, a secretária informou que não era de uma consulta com o médico que eu precisava, que seria necessário uma clínica de midwifes e que quanto ao teste, deu positivo. Recebi um ‘parabéns você está grávida’, conta Barbara Bork Scol, que vive em Amsterdam.

Barbara Bork Scol grávida
Imagem da gravidez de Barbara – acervo pessoal

Todas as gestações na Holanda são acompanhadas pelas midwifes, ou verloskundige em holandês. Além de parteiras, são obstetras e possuem uma formação de quatro anos em obstetrícia. Apenas alguns casos são acompanhados por ginecologistas. A midwife faz todo o pré-natal, com uma média de 11 consultas durante os 9 meses de gestação. A primeira consulta normalmente ocorre por volta da 10ª semana de gravidez.

Diferenças durante o acompanhamento pré-natal

Nesta ocasião, é feito um ultrassom para determinar a previsão do parto.
“Desde a primeira consulta, percebi que a gravidez é tratada de uma forma linda e natural. As mulheres continuam andando, às vezes até com mais de um filho, na mesma bicicleta até o fim da gestação.
Nas consultas, conversava com a midwife, ela sentia o coração, mexia na minha barriga para medir o bebê com as mãos e ver a posição. Também conversava com meu marido para saber como estava sendo para ele. São mulheres extremamente experientes e atenciosas. Me deixaram muito calma, confiante e a gravidez foi ótima”, avalia Barbara.
Caso a gravidez seja de risco, a obstetra encaminha a mãe para um hospital para fazer ultrassons extra.

Um e-book sobre a maternidade na Holanda

Também conversei com a Fernanda Roman, que mora em Rotterdam e é mãe da Alma Dora. Ela criou uma página no Instagram para falar sobre maternidade (@momdernist) e também é autora do e-book “Tendo filhos na Holanda: um guia sobre gravidez, parto e primeiros meses dos bebês na terra das flores”.

Bárbara Skol grávida
Foto do acervo pessoal de Fernanda Roman

Fernanda contou um pouco sobre ser mãe na Holanda, além de compartilhar sua experiência de gestação.
“Aqui você só verá um médico caso necessite de mais acompanhamento durante a sua gravidez, como em caso de parto gemelar. Se tudo estiver bem com você e com o bebê, não verá um médico e está tudo bem. Outra grande diferença é que aqui não se vai à parteira todo mês e nem se faz ultrassom em todas as visitas. O comum é fazer três ultrassonografias durante toda a sua gravidez”.

O parto na Holanda

Em uma gestação normal e sem riscos, a escolha de ter um parto normal ou cesárea é da mãe. Legalmente falando, é possível ter um parto em casa e 25% das gestantes conseguem tê-lo. Considerando que metade das mulheres que optam por ter seus bebês em casa de fato conseguem, a outra metade acaba tendo que ir ao hospital por diferentes motivos como ausência de dilatação ou qualquer outra complicação.
Essa decisão não precisa ser tomada na primeira consulta com a midwife. Apenas por volta da trigésima semana acontece uma conversa, dando bastante tempo para pensar e decidir o que é melhor para cada caso.
Caso a mãe opte pelo parto no hospital, pode haver custos, dependendo do seu plano de saúde. Essa taxa também não é abusiva e gira em torno de 400€. O plano pode cobrir os custos se o parto no hospital for uma recomendação médica, como foi o caso da Barbara.
“Muitas mulheres optam por ter parto em casa, é bem comum aqui. Inclusive, o plano de saúde só cobre o parto hospitalar se tiver alguma indicação médica para isso. Eu tive por conta de um medicamento que tomo”.

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Parto em casa ou no hospital?

Diferente da Barbara, a experiência da Fernanda com o parto não foi tão positiva. “Meu parto foi bem diferente do que eu gostaria. Me preparei para ter um parto em casa, mas minha filha não queria nascer. De toda forma, fui respeitada em esperar o tempo que quis. No final, iniciamos a indução de parto com 42 semanas e dois dias, ela nasceu com 42+4.
Infelizmente, mesmo morando na Holanda, berço do parto humanizado, sofri violência obstétrica. Um mês após o parto, escrevi ao hospital uma carta narrando minha epopeia e eles me chamaram para uma conversa. Após isso, minha relação com a minha experiência começou a melhorar, uma vez que eles assumiram que a conduta foi imprópria. Tirando meu parto em si, não tenho do que reclamar sobre o sistema holandês de saúde“.

A escolha é da mãe

Para quem opta por ter o filho no hospital, não é possível escolher em qual local será. Você pode apresentar preferências para onde gostaria de ir, mas só se sabe o local no momento do parto, pois depende da disponibilidade da região. Ou seja, não há reservas para partos. De acordo com a Fernanda, o local do parto não é tão importante, e sim o acompanhamento da parteira que te acompanhou durante a gravidez.
Também existem algumas diferenças no parto do hospital em relação ao Brasil, como o tempo de permanência de mãe e filho. “Como meu parto foi feito por ser indução, teve que ser realizado por um médico do hospital. Honestamente, preferia que tivesse sido realizado pela minha parteira. Acredito que a estrutura do quarto seja parecida com a do Brasil. O que difere é o tempo que se passa no hospital. Você normalmente só dá entrada quando seu trabalho de parto já está bem evoluído. E, caso tenha corrido tudo bem com você e com o bebê, tem alta em algumas horas após o parto”.

O pós-parto na Holanda

Uma coisa muito positiva de ser mãe na Holanda é que você recebe ajuda na primeira semana de vida do bebê. “As kraamzorgs são enfermeiras que vêm na sua casa todos os dias te ajudar com tudo que for necessário. Isso vai desde fazer comida e lavar as roupas até te ensinar a dar banho no bebê (esse último no caso de ser mãe de primeira viagem, como eu). Ela examina diariamente a mãe e o bebê, ajuda com amamentação, checa peso, as fraldas, tudo mesmo. O último dia delas em casa foi bem triste. Tive duas kraamzorgs, pois uma estava em treinamento”, conta Barbara.
Caso o parto tenha ocorrido em casa, a kraamzorg estará presente durante o nascimento e pode auxiliar a obstetra. Se a mãe teve o bebê no hospital, ela vai assim que voltam para casa. Existem diversas empresas que oferecem esse serviço, que está incluso no seguro de saúde básico. É aconselhável se inscrever em uma empresa de kraamzorg logo no início da gestação.

Bárbara Skol grávida
Barbara Scol e seu filho – acervo pessoal

A visita da kraamzorg

Por volta de 32 semanas de gravidez, a gestante recebe uma visita de uma kraamzorg para uma entrevista. A partir das necessidades da mãe, a profissional faz um planejamento e indica as horas de serviço. A assistência oferecida pelo plano de saúde costuma ser de 49h durante oito dias, o que significa mais ou menos 6h de ajuda diária.
Entre as funções desta enfermeira estão os cuidados com a mulher (medindo a temperatura, conferindo seus pontos e ajudando a se alimentar e tomar banho se necessário), cuidados com o bebê (pesando-o, cuidando de seu umbigo, ensinando a mãe a dar banho), a instrução familiar e ajuda na integração do bebê na casa, cuidados higiênicos e tarefas domésticas.
De acordo com as mães com quem conversamos, a ajuda da kraamzorg é muito bem-vinda, já que a mãe pode passar os primeiros dias um pouco debilitada, fraca e cheia de emoções.

Os direitos das mães na Holanda

Mulheres grávidas na Holanda têm proteção contra despedimento ou não-contratação por preconceito. Por isso, uma mulher não precisa responder em qualquer entrevista questões relacionadas à gravidez ou desejo de ser mãe. As funcionárias de uma empresa têm direito a receber subsídios por doenças e os empregadores têm o dever de assegurar um ambiente de trabalho estável e seguro para gestantes, devendo dispensá-las com remuneração caso isso não seja possível.
As gestantes também têm direito a um lugar apropriado para descansarem nas pausas do trabalho. As mulheres grávidas na Holanda ainda têm direito à licença-maternidade pré-parto, que pode ser usufruída entre 6 e 4 semanas antes do parto.

O que é preciso para ser beneficiada com os direitos?

Para a gestante ter direito ao subsídio e às ausências justificadas pela licença-maternidade, é preciso que o médico ou parteira faça uma declaração atestando a gravidez. Essa declaração deve conter a data prevista do parto.
É importante que o empregador seja informado o quanto antes, com ao menos três meses de antecedência, do período no qual a gestante deseja começar sua licença.

Licença-maternidade das mães na Holanda

A licença-maternidade tem a duração de 16 semanas, mas é preciso tirar pelo menos 4 destas semanas antes do bebê nascer e as restantes após o nascimento. A licença-maternidade é remunerada mas, para que seja concedida, é necessário que a gestante informe devidamente ao seu empregador. Após o período de 16 semanas, pode ser acrescentada uma licença parental não remunerada, partilhada entre a mãe e o pai nos primeiros 6 meses de vida da criança.
A lei holandesa também prevê que depois de voltar ao trabalho, a mãe tenha horários especiais e pausas extras para amamentação. As mulheres costumam achar que a licença-maternidade da Holanda não é suficiente. “Aqui a gestante tem direito a 16 semanas de licença-maternidade, sendo 4 semanas antes do parto e o restante após. Essas semanas anteriores são ótimas para terminar a preparação para a chegada do bebê, mas apenas 12 semanas após o parto é muito pouco. Acredito que isso mude em breve. A licença-paternidade mudou esse ano, de 5 dias para 1 mês, porém não é inteiramente remunerada”, destaca Fernanda.

Os costumes relacionados à ser mãe na Holanda

Além de ser mãe na Holanda ter algumas diferenças cruciais do que no Brasil, também há costumes bem diversos quanto ao nascimento do bebê, como conta Barbara. “Ninguém pergunta o sexo do bebê e os pais também não falam o nome antes dele nascer. Quando nasce, você coloca o nome na janela, manda um cartão para os amigos e assim as pessoas sabem que um bebê chegou na casa. É fofo, fizemos desta forma aqui”.
Acompanhamento médico na Holanda
Enquanto no Brasil as pessoas visitam a criança ainda na maternidade, na Holanda o anúncio do nascimento do bebê vem junto com as visiting hours (horários de visitação).
“Claro que a família próxima normalmente vem logo conhecer o rebento, mas amigos e colegas são apenas esperados após algumas semanas. Inclusive, é uma recomendação médica, já que, como o bebê ainda não conhece cheiros e sons, é muito importante que ele passe as primeiras semanas apenas em companhia de sua gezin, que é o nome dado à sua pequena família. Pois é, temos distinção de família com apenas pai, mãe e filhos. A família estendida consiste nos avós, tios e primos”, conta Fernanda.
O nome do bebê e os horários de visitação são anunciados nos Geboortekaartjes, que são cartões de nascimento, literalmente. Nesse cartão, anuncia-se o nome do bebê, gênero biológico, data de nascimento, peso e altura, além das já mencionadas visiting hours.
Existem várias empresas que imprimem esse cartão e é possível fazê-lo online em diversos sites, pedindo amostras para ver como ficam impressos.

A tradição dos biscoitos

Como nós temos as lembrancinha no Brasil, na Holanda é tradição servir os beschuit met muisjes para as visitas que vão conhecer o novo bebê. Beschuit met muisjes significa biscoito com ratinhos e esse nome é dado por causa do formato das sementes de anis que vão em cima do biscoito. “As sementes têm rabinhos que lembram o formato de um ratinho. O biscoito é, na verdade, uma torrada em que você passa margarina e depois joga os ratinhos, como se fossem granulados”, conta Fernanda.

A adaptação das crianças na escola

Um assunto que preocupa muitas mães e pais que vivem em outro país é a escola. Na Holanda, as creches são muito caras e não há creches públicas. Por isso, muitos pais optam por ficar com seus filhos até terem idade para a vida escolar. As crianças começam a frequentar a escola básica quando completam quatro anos.
No caso da brasileira Mara Coimbra, que vive em uma vila no sul da Holanda, havia apenas uma escola na região. “Tiramos a sorte grande, pois a escola é ampla por dentro e por fora, os professores são muito atenciosos e os alunos têm aula de inglês desde o primeiro ano. Eram alguns dos meus requisitos”, conta.
Assim como a Fernanda, a Mara escreve para uma plataforma chamada “Mães mundo afora” e você pode conferir os artigos escritos pela Mara no site. Ela conta que a adaptação de sua filha na escola aconteceu aos poucos, já que o primeiro ano pode ser um pouco cansativo. Por isso, as crianças estrangeiras que estão passando por este período de adaptação têm flexibilidade para sair mais cedo ou faltar a aula. “Quando eu percebia que a Olivia estava cansada, ela ficava em casa”.

Dificuldade com o idioma

De acordo com Mara, a recepção das crianças na escola foi incrível e todas queriam praticar inglês com a Olívia. “Minha maior preocupação foi a língua. Olivia falava português e inglês, mas nunca teve contato com holandês. Deixei isso claro para as professoras, que começariam conversando com ela em inglês e aos poucos mesclando com a língua holandesa. Fiquei bem mais tranquila. Tive apoio e compreensão total das professoras em relação à isso. Sempre foram muito pacientes, me dando feedbacks depois da aula de como Olívia estava se desenvolvendo no holandês”, conta Mara.
Uma história parecida com a da Mara é a da Carol Medeiros, uma das fundadoras do “Mães Mundo afora”. Você também pode encontrar os artigos da Carol no site. Quando Carol foi para a Holanda, sua filha estava começando a ser alfabetizada no Brasil e teria que se adaptar a uma realidade completamente nova. “Minha preocupação não era tanto a adaptação, pois ela sempre demonstrou força e facilidade surpreendentes nas momentos de transição. E criança, como se sabe, aprende rápido. Mas isso não significa que seja fácil para elas”, conta Carol.

Carolina e filha
Carol e filha – acervo pessoal

Conhecendo o sistema de ensino holandês

Desde o começo, Carol optou por inserir sua filha na sociedade holandesa. “Chegamos a um consenso de que o melhor para ela seria que aprendesse o quanto antes o idioma local e, assim, decidimos matriculá-la em uma escola holandesa. O colégio escolhido, como outros na Holanda, tem um programa especial de imersão criado pelo governo para crianças de outras nacionalidades recém-chegadas ao país, chamado de schakelklas ou nieuwkomersklas.
As crianças têm aulas de Matemática, Ginástica, Música, Meio Ambiente, Cultura, Ciências, Geografia, Artes. Tudo em Holandês. E, claro, aulas intensivas do idioma com práticas de escrita, oralidade e leitura. Assim que estiver fluente, passa definitivamente para a turma regular seguindo o currículo padrão por aqui (que inclui o ensino de outras línguas), o que pode acontecer entre seis meses e um ano”, conta.
Carol se surpreendeu com a rápida adaptação da filha. “Três meses depois do início das aulas, ela já era amiga de todos da sala, entendia muitas coisas, recebia adesivos de parabéns das professoras, pulou para o segundo nível do curso, lê com uma pronúncia espetacular e nos corrige o sotaque quando arriscamos o holandês. Ainda é tímida para falar na nossa frente. Mas essa é ela sendo ela e eu tento controlar a minha ansiedade e respeitar o seu jeito. No seu tempo, quando estiver segura, ela se soltará”.

Como é ser mãe na Holanda?

Muitas pessoas consideram a Holanda um excelente local para construir uma família, principalmente para ter filhos. Isso pelo fato de que a dinâmica laboral do país permite administrar a carreira por self-management, que significa baseada em resultados e não horários. Isso quer dizer que as pessoas têm que ficar menos tempo no trabalho e podem fazer um acordo com as empresas, durante os primeiros anos de vida dos filhos, para terem um dia de folga semanal não remunerada para estar com a família.
Saúde do bebê na Holanda
Na questão cultural, algumas coisas podem ser estranhas para nós brasileiros, como a forma que os holandeses estimulam as crianças a terem independência desde muito cedo.
Porém, outros pontos também são admiráveis, como conta a Barbara. “Meu filho está com 10 meses e, em tão pouco tempo, já nos deparamos com várias diferenças culturais. Uma quantidade enorme de pais cuidando dos bebês sem as mães. No parquinho, no pediatra, no carrinho, no sling, na bike. Bebês recém-nascidos já saindo com os pais para fazer tudo, bebês no frio, na chuva. Livres, na grama, na areia. Ainda estou me adaptando a tudo isso. São muitas as diferenças, mas gosto bastante delas e não temos intenção de sair daqui. Nossa experiência tem sido muito boa até agora e espero que continue assim”.

Educação é ponto forte de ser mãe na Holanda

Fernanda também elogia alguns fatores na forma de educar dos holandeses. “O que percebo é que eles incentivam as crianças a serem crianças. Não tem aquela cultura da lição de casa, como temos no Brasil. Aos 12 anos, as crianças fazem uma prova de bicicleta para poderem pedalar sozinhas para a escola. Acredito que essa segurança seja o maior diferencial na educação por aqui. As crianças podem ser quem são, com liberdade e inocência. Coisa que infelizmente, é escasso no Brasil e isso é problema do sistema, e não da escola em si”, avalia.
Essas foram algumas impressões de como é ser mãe na Holanda de acordo com nossas entrevistadas. Assim como em qualquer lugar do mundo, existem pontos negativos e positivos de ter filhos no país. Porém, de forma geral, as mães brasileiras têm boas experiências com a maternidade na Holanda.
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