Lidar com a imigração de um filho costuma ser uma experiência difícil e que provoca mudanças nas relações familiares. Em muitos casos, as famílias não estão preparadas para a separação. Afinal, há um processo de luto em relação ao convívio e proximidade que se tinha antes da partida.

No entanto, é importante lembrar que seu filho também está passando por muitas mudanças e pode estar se sentindo sozinho e inseguro. Por isso, é necessário encontrar formas de proporcionar a ele o suporte necessário — sem ignorar os próprios sentimentos nesse contexto.

A seguir, vamos abordar algumas questões que poderão ajudá-lo(a) a lidar melhor com esse processo.

A resistência dos pais

Há famílias que apoiam a decisão de seus filhos de morar no exterior, enquanto outras se opõem por inúmeras razões.

Algumas dessas famílias acreditam que essa será uma experiência boa para seus filhos, ampliando seus horizontes e oferecendo novas oportunidades.

Já outras se preocupam mais com questões como segurança, saúde e estabilidade financeira. Por isso, têm dificuldade em ver esse movimento como algo positivo. Em vez disso, preferem mantê-los perto de casa ou até mesmo sob o mesmo teto pelo máximo de tempo possível.

Por que os pais resistem?

Essa atitude pode estar ligada a uma falta de confiança. Alguns pais não confiam que seus filhos possam cuidar bem de si mesmos ou tomar decisões boas por conta própria.

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Isso pode ocorrer por diversas razões. Por exemplo, por acharem que seus filhos ainda são muito jovens e precisam de orientação ou pela preocupação com os perigos que veem em determinadas situações.

O resultado disso pode ser uma tendência dos pais a tentar controlar diferentes aspectos da vida dos filhos. Inclusive, em oposição a planos de morar fora do país.

Porém, tanto as famílias mais resistentes quanto aquelas que apoiam a decisão são impactadas pela mudança dos filhos para outro país.

Como encarar a separação?

Então, seu filho decidiu se mudar de casa e morar em um país estrangeiro.

Você pode estar sentindo tristeza, preocupação e até mesmo raiva, dependendo da situação. Por mais doloroso que isso possa ser, é importante lembrar que essa é a vida do seu filho e que ele tem o direito de tomar suas próprias decisões.

Ter um diálogo aberto sobre suas preocupações e sentimentos é crucial para o bem-estar de pais e filhos. Deixe claro para seu filho que você está presente e disposto(a) a conversar sobre qualquer coisa que o esteja incomodando.

Também dê tempo para ele se adaptar. É fundamental ter paciência com o seu filho enquanto ele tenta se adequar à nova rotina, cidade, casa etc. Cada um tem o seu tempo para se sentir confortável e em segurança em um novo ambiente.

Respeite o seu filho

Lembre-se do quanto é crucial respeitar as escolhas do seu filho. Entenda que ele poderá tomar decisões e seguir caminhos diferentes daqueles que você idealizou. Respeitar escolhas é permitir que seu filho explore uma nova cultura de uma maneira mais leve e autêntica.

A tentativa de controle, na maioria dos casos, acaba por afastar as pessoas. Não deixe que isso ocorra em uma situação já marcada pela distância física.

A importância de uma boa comunicação

É importante manter as linhas de comunicação sempre abertas com o seu filho, mesmo nos momentos ruins. Assim, você saberá o que se passa com ele e não irá amplificar suas preocupações.

Algumas dicas podem ajudar nesse sentido:

1. Use a tecnologia a seu favor

Seja por meio de chamada por vídeo, telefonemas ou mensagens de texto, manter o contato ajudará você a se sentir conectado(a) ao seu filho.

Conversa online pelo computador
Aproveite a tecnologia para manter o contato com o seu filho.

2. Compartilhe fotos e histórias

Mesmo à distância, é possível compartilhar momentos e impressões em família. Não deixe de mandar notícias — e demonstre interesse pela nova vida de seu filho.

3. Planeje visitas

É claro que nem sempre isso é possível, por diversos motivos. No entanto, se tiver condições de visitar seu filho, converse com ele a respeito e planeje-se para isso.

4. Não exagere

Ao se mudar para outro país, seu filho passará por muitas experiências novas — principalmente, no começo. Então, evite cobranças exageradas em relação à comunicação por parte dele.

Em muitos casos, a comunicação entre pais e filhos passa a ter mais ruídos com o tempo. E isso é natural. Afinal, novas vivências podem provocar diversas mudanças de mentalidade, ideias e valores.

Uma dica que pode ajudar nesse processo é buscar aprender sobre o novo país, cultura e modo de vida em que seu filho está inserido. Assim, você poderá compreender melhor o que se passa com ele. Isso poderá diminuir sua angústia e facilitar o entendimento entre vocês.

Situações comuns

Cada indivíduo tem impressões, sentimentos e experiências distintas em relação à vida em outro país. Ainda assim, algumas situações são comuns a muitas pessoas que vão morar no exterior — e pode ser que seu filho passe por elas.

Ele pode se sentir infeliz

É natural que seu filho enfrente uma sensação de perda e deslocamento ao se mudar para um novo país. Ele pode não se sentir feliz no começo, principalmente. Por isso, é importante dar tempo para ele se ajustar e se adaptar ao novo lar.

Ele pode querer voltar

Pode ser que seu filho fale em voltar para casa logo nos primeiros meses. Isso é normal. Afinal, ele pode estar sentindo falta da família e dos amigos, além de estar passando por outras dificuldades.

Nessa hora, é importante manter a calma — a sua e a do seu filho. Explique que esse é um processo que leva tempo e que você ajudará no que for possível.

Ele pode não querer voltar

Depois de se estabelecer em sua nova vida, seu filho pode não querer voltar. Se esse não era o plano inicial, pode ser especialmente difícil para os pais aceitarem. Mas você deve estar preparado(a) para isso.

Como lidar com a saudade

É natural sentir falta de um filho que vai morar em outro país. Mesmo que vocês não tivessem uma convivência tão marcante, o aumento da distância traria um sentimento de separação.

Apesar de natural, não é fácil conviver com esse sentimento. Então, se você tem dificuldades para lidar com a tristeza e a solidão, aqui estão algumas dicas que podem ajudar:

1. Fale sobre seus sentimentos

Conversar com alguém sobre o que você está sentindo pode ajudar a liberar emoções reprimidas. Além disso, é bom saber que você não está sozinho(a). Em muitos casos, você encontrará um suporte importante.

Então, seja um amigo, um familiar, um psicólogo ou outra pessoa em quem você confia — entre em contato e fale sobre o que está acontecendo.

2. Faça coisas que te deixem feliz

É importante se concentrar em cuidar de si mesmo(a) quando estiver se sentindo para baixo. Reserve algum tempo para atividades que o(a) deixem feliz e o(a) ajudem a relaxar. Pode ser qualquer coisa, como ler, ouvir música, viajar ou passar tempo com amigos e familiares.

3. Seja paciente

As pessoas lidam de formas diferentes com cada situação. Não há maneira “certa” ou “errada” de encarar o que a vida nos traz. Seja paciente consigo mesmo(a) e permita-se o tempo e o espaço de que precisa para elaborar o que está acontecendo em sua vida.

Familiares se abraçando
Lembre-se de que o momento do reencontro com seu filho será de felicidade.

4. Procure ajuda profissional

Preste atenção na intensidade e na duração da sua tristeza. Procure entender de que forma esses sentimentos estão interferindo no seu dia a dia. Principalmente, se você não estiver conseguindo realizar suas atividades diárias e/ou aquilo que gosta. Dependendo do caso, considere procurar ajuda profissional.

O processo de terapia irá ajudá-lo(a) a lidar com seus conflitos internos e a compreender melhor suas motivações. Também pode oferecer uma perspectiva diferente sobre você mesmo(a) e sobre as suas relações com os outros, incluindo o seu filho.

Para quem vive fora do país, o fim de ano de ano pode ser de angústia e alegria. Confira algumas dicas para passar bem por esse período.

Cuide de si — e ajude seu filho

Quanto melhor você entender suas próprias motivações e medos, mais fácil será comunicá-los ao seu filho. E essa comunicação é fundamental para ambos. Ela pode fazer com que você enfrente melhor essa mudança, além de deixar seu filho mais confortável e confiante no processo de migração.

Lembre-se que é comum sentir-se culpado quando se muda para um novo país. Afinal, a pessoa que emigra está deixando para trás sua casa, família, amigos e muitas coisas mais. Ou seja, são muitas as questões que podem passar pela cabeça do seu filho.

Ser capaz de compartilhar sentimentos sem que eles soem apenas como cobranças pode fazer um mundo de diferença. Não tenha medo de se abrir com seu filho. Nem de se abrir com outros sobre essa falta.