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Roberta Schmoi

Roberta Schmoi

Colunista

Roberta Schmoi escreve sobre viagens desde 2007. Já passou e regressou por mais de 50 países e e é autora, entre outros, do livro "Mamãe Outdoor: viagem e aventura com crianças". Morou em 5 países, com destaque para a Alemanha, onde viveu por 12 anos e Portugal, onde vive agora com sua família.

Localizações

Onde Nasceu?

Rio de Janeiro, Brasil

Onde mora?

Ovar, Portugal

Onde já morou?

Nova York, EUA

Florença, Itália

Berlim, Alemanha

Parceiro Euro Dicas

Desde quando colabora com o Euro Dicas?

Formação

Pontifícia Universidade Católica (PUC) - Rio de Janeiro

Bacharelado em Comunicação Social e domínio adicional em Empreendedorismo

BTU Brandenburg Cottbus-Senftenberg

Mestrado em Artes - World Heritage Studies

Senac Brasil

Pós Graduação em Design Instrucional

Uma profissional multidisciplinar, Roberta trabalha com a escrita em diversos meios há 20 anos, trabalhou também por 7 anos como fotógrafa e já passou por diversas partes do setor de turismo. Foi pioneira em levar o conceito de free tour para o Brasil com sua agência de viagens, criou tours para empresas, criou um podcast sobre o patrimônio de Berlim e por anos guiou passeios especializados pelo Muro de Berlim. Hoje trabalha com comunicação e acessibilidade no cinema para uma film-tech alemã.

Curiosidades

Tem filhos?

2

Tem pet?

0

Tem Cidadania Europeia?

Não

Clima preferido

27 graus é meu clima

Mão dominante

Destro

Adoro podcasts e sou voluntária da Sea Shepherd Brasil.
Conteúdos recentes
O céu azul é o que tem me feito feliz em Portugal.
Brasileiros na Europa Portugal

O que tem me feito feliz em Portugal? Ah, são tantas coisas!

Após nove meses no país, o período de uma gestação, já tenho bastante clareza sobre o que tem me feito feliz em Portugal. É claro que tudo depende do ponto de partida. Se tivesse chegado aqui saída do Brasil, imagino que fatores como segurança, ensino público e acesso à cultura estariam no topo da lista. Porém, após viver por 12 anos na Alemanha, o que tem me feito feliz em terras lusitanas inclui principalmente coisas que eu não dava tanto valor quando morava no Brasil. Vem conferir a lista! 1. Sorrisos Na minha lista do que tem me feito feliz em Portugal, certamente a coisa principal são os sorrisos. E são esses sorrisos que me lembram o nosso Brasil. Aqui é fácil arrancar sorrisos, brincar com alguém na padaria ou na fila no banco. Do meu ponto de vista, a vida é leve em Portugal porque aqui se compartilha muitos sorrisos diariamente. 2. Carinho com as crianças Uma das coisas mais difíceis na minha experiência alemã, foi a maneira tão diferente que as crianças são tratadas e criadas por lá. Então o que tem me feito feliz em Portugal é observar como meus filhos são tratados no espaço público aqui. Não há uma pessoa que se atreva a repreendê-los por serem crianças com necessidades de criança. Carinho, amor, brincadeiras e sorrisos são oferecidos aos meus filhos em toda e qualquer situação. Eles são acolhidos e amparados como são no Brasil e isso é um presente que valorizo muito. Pequenas demonstrações de afeto cotidianas são mais importantes para mim do que poderia imaginar. 3. Troca genuína Na minha experiência até então, percebo os portugueses muito abertos a trocar experiências e a abrirem o seu mundo para o outro. Reconheço que também trazemos muita alegria e diversão a qualquer país em que chegamos, mas nós brasileiros somos muito mais profundos e capazes de refletir sobre nossas emoções e sentimentos que várias outras culturas. Neste sentido, vejo os portugueses também muito abertos para esta partilha de perspectivas de vida, conversas que vão além, o que tem me feito feliz em Portugal. É um acalento poder conversar sobre experiências com uma pessoa nova sem ser excêntrico por isso. Outro dia, a perita do seguro da minha casa passou três horas batendo papo. 4. Céu azul, natureza e história O clima de Portugal com o seu azul do céu é um pouco como o céu de outono do Rio de Janeiro, onde vivia no Brasil. É um azul especial. Além disso, é um azul presente também no inverno. Vivo em uma região do país onde há uma época de chuvas intensas, mas isso não me incomoda porque, mesmo com as chuvas, o azul vem dar as caras. [caption id="attachment_170553" align="alignnone" width="750"] O contato com a natureza é um dos pontos de destaque que tem me feito feliz em Portugal. Foto: Roberta Schmoi[/caption] Além de olhar para cima e me sentir feliz, adoro a diversidade da natureza e dos monumentos históricos em Portugal. O Vale do Côa, Gerês, Algarve, Gruta Santo António e Alvados, Serra da Estrela, os muitos passadiços, castelos de Portugal e pegadas de dinossauro. O país tem algo para todo mundo e é tudo bem pertinho. 5. Inverno ameno O inverno de Portugal também tem me feito feliz. É um inverno ameno, como os meus outonos morando na Alemanha, mas com mais chuva. Sigo indo à praia no inverno e acho um absurdo quando as pessoas reclamam do frio. O inverno no país luso é um momento onde realizo mais projetos, mas também consigo aproveitar o lado de fora com prazer. 6. O mar O mar é um grande benefício e o que tem me feito feliz em Portugal. Passei treze anos morando longe do mar e não recomendo. Para uma carioca como eu, o mar faz muita falta. Sinto que lugares tocados pelo mar me tranquilizam. Mas não se enganem: me tornei muito mais rata de praia depois que passei uns anos longe dela. Antes eu quase não ia. [caption id="attachment_169822" align="alignnone" width="750"] Morar perto da praia é o que me faz mais feliz em Portugal em qualquer época do ano. Foto: Roberta Schmoi[/caption] É que a presença do mar para quem vem da areia age quase que como uma música de fundo zen. Aquela presença segura e por isso reconfortante no dia a dia que nem sabíamos o quanto poderia fazer falta. 7. O idioma As diferenças entre português brasileiro e português europeu me fazem rir demais. É muito divertido e alegre trocar estas figurinhas com os portugueses. Por exemplo, um grupo de crianças são canalhas. Fora isso, é bom poder usar a minha língua materna. Ainda sou estrangeira, mas me sinto menos estrangeira aqui. Posso ser a minha versão quase original e não me sinto tão apagada. Usar as mesmas piadas e resolver problemas em português me torna mais livre e mais feliz. O que tem me feito feliz em Portugal, talvez não tenha o mesmo efeito em você. A verdade é que a nossa bagagem de vida e nossos objetivos para o futuro que determinam o que faz nosso coração sorrir em um lugar novo. Criei algumas expectativas, pesquisei bastante, mas arriscar foi parte fundamental no processo de descobrir o que me faz feliz neste país. E aí, também tem vontade de viver em terras lusitanas e ser feliz? Dá uma olhada no Programa Morar em Portugal do Euro Dicas. Ele vai te ajudar a organizar o planejamento e fazer uma mudança com responsabilidade!

Trajetória da Vida profissional na Alemanha
Alemanha Brasileiros na Europa

Vida profissional na Alemanha: o meu caminho como imigrante

A vida profissional na Alemanha (ou em outro país) como imigrante costuma ser uma montanha-russa. Quando saímos do nosso país e entramos em contato com novas formas de se viver e ver o mundo, mudamos. Morar na Alemanha por 12 anos me deu uma perspectiva completamente diferente sobre trabalho e carreira do que tinha antes de me mudar para o país. Quando cheguei a Berlim em 2011, nunca poderia imaginar o rumo que a minha trajetória profissional como imigrante tomaria. Planos mudam, mas não dão necessariamente errado Cheguei para morar em Berlim em 2011 com a intenção de fazer um mestrado em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Estudaria alemão por um ano e depois me candidataria para o mestrado. No início, morava em frente a um albergue onde me hospedei durante as minhas duas primeiras semanas em Berlim e recebia quem chegava no meio da noite em troca do aluguel do apartamento. Este foi meu primeiro trabalho na Alemanha. Além do interesse em temas relacionados ao meio ambiente, eu também gosto muito de viajar. Quando pintou um trabalho para o Brasil como colaboradora de um guia de viagens sobre a Europa, eu não pensei duas vezes. Lá fui eu deixar o curso de alemão para viver este sonho por um tempo. [caption id="attachment_169975" align="alignnone" width="750"] Adorei fazer o mestrado na Alemanha, e por muitos anos trabalhei como guia turística. Foto: Roberta Schmoi[/caption] A primeira mudança na vida profissional na Alemanha Eu já estava em Berlim há quase um ano quando me deparei com o curso de mestrado em Patrimônio da Humanidade no diretório do DAAD. Eu teria 10 dias para traduzir todos os documentos para alemão, conseguir cartas de recomendação e escrever a minha candidatura, mas valeria a pena. E foi assim que o curso de meio ambiente e sustentabilidade foi por água abaixo. Eu já era outra e seguir uma trajetória profissional na Alemanha mais rentável deixou de ser prioridade. Os estudos foram ótimos, mas carreira me fez refletir O mestrado na Alemanha foi genial, gostei tanto que achei que a minha carreira seguiria certamente uma carreira acadêmica. Na época eu trabalhava como assistente de realocação para uma empresa local. Acompanhava profissionais de TI importados por grandes empresas em todo o processo burocrático alemão. Não consegui bolsa para o doutorado na Alemanha, as opções para pesquisa em Humanas para estrangeiros que já estão há mais tempo no país eram escassas, por isso mantive meu trabalho. Durante o doutorado, também trabalhei como assistente de pesquisa por uma pequena bolsa de estudo da universidade. A trajetória profissional na Alemanha, mesmo a dos mais privilegiados como eu, costuma envolver se dobrar nos quinhentos. "A coisa começou a apertar e foi quando comecei a perder meu cabelo (!) que parei para refletir o que era uma carreira e se eu realmente queria uma". Outra perspectiva sobre o papel do trabalho Os alemães veem o trabalho de uma maneira diferente. Bom, pelo menos em Berlim é assim. O trabalho é apenas um trabalho. Ninguém pergunta “o que você quer ser quando crescer?” ou “o que você é?”. Ser e trabalhar são verbos bem distintos e quando comecei a interiorizar essa premissa, me senti mais livre para ser. [caption id="attachment_169983" align="alignnone" width="750"] Trabalhar sem perder a qualidade de vida é muito libertador. Foto: Roberta Schmoi[/caption] Deixei o doutorado. Já sabia que não queria voltar para o Brasil para lecionar e a minha pesquisa tinha tomado um caminho muito mais teórico do que eu gostaria. Passei a me perguntar que tipo de coisa gostaria de passar o dia fazendo. Este é um privilégio dos países mais ricos, é verdade. Como a maioria tem o suficiente, carreira não é sinônimo de status social. Ao morar na Alemanha tive o luxo de rever conceitos e passei a cogitar treinamentos em padaria e floricultura, além de herbalismo. Sim, na Alemanha quase toda profissão exige um treinamento formal que não precisa ser universitário. Apenas profissões teóricas exigem ensino universitário, mesmo que este cenário esteja começando a mudar desde que o país passou a participar do Tratado de Bolonha que unifica o sistema educacional europeu. Últimas transformações No Brasil, trabalhei por alguns anos como fotógrafa de comida e eventos e, durante a minha primeira licença maternidade, me dei conta que gostaria de voltar para a fotografia. Passei a trabalhar primeiramente como fotógrafa de famílias. Fiz isso por cinco anos e fui muito feliz assim. Trabalhava apenas o suficiente, pois a carreira já não precisava ser uma prioridade. Escrevi um livro bem prático sobre o que queria passar no meu doutorado e passei a dar passeios guiados exclusivos sobre o Muro de Berlim, meu estudo de caso principal na Academia. Fiz isso por sete anos. Também voltei a escrever sobre viagens e pude me dedicar a muitos hobbies. [caption id="attachment_169978" align="alignnone" width="750"] Por muitos anos, o meu trabalho em Berlim, foi de guia de turismo e tenho ótimas recordações. Foto: Roberta Schmoi[/caption] Porém, com a pandemia muita coisa mudou e decidi me arriscar em um caminho que envolvesse um trabalho mais tradicional, com uma remuneração mais segura. Hoje trabalho para uma empresa de tecnologia em tempo parcial, faço voluntariado para projetos nos quais acredito e escrevo para o Euro Dicas, Euro Dicas Turismo e outras publicações. Acredito que a minha trajetória profissional na Alemanha me ajudou a quebrar paradigmas e a viver uma vida mais autêntica. Espero que tenha te inspirado a tentar também!

Mulher escolhendo o esmalte para fazer unhas de gel
Alemanha Brasileiros na Europa

Cuidados de beleza em Portugal e na Alemanha: diferença gritante

Eu sempre fui uma pessoa cheirosa, mas isso mudou depois de alguns anos em Berlim. Veja bem, não estou dizendo que fiquei fedida nem suja. Nós brasileiros somos os maiores tomadores de banho do mundo e não é uma mudança de país que vai afetar um hábito ancestral desses, mas é fato que a cultura dos cuidados de beleza em Portugal e na Alemanha (na Europa em geral) são diferentes. Ainda assim, Portugal é bem diferente da Alemanha. Tendo vivido em Berlim por 12 anos, pouco a pouco deixei o perfume de lado, o amaciante, o sabão e o desodorante cheirosos, os substituindo por opções orgânicas sem cheiro nem corante, que eram o mais usual por lá. Cultura de cuidados de beleza no eixo Rio x Berlim Quando cheguei para morar em Berlim, além de ser a mais cheirosa do pedaço, era também a mais preocupada com as unhas, as sobrancelhas e a depilação em dia. Tenha em mente que o ano era 2011 e muita coisa mudou no Brasil de lá para cá, mas na época a imposição de corpos padronizados não abria espaço para nenhuma diferença. No fim da minha jornada alemã, eu já não encanava com quase nada e isso foi libertador. A cultura dos cuidados de beleza era outra. Fazia quando dava e não me preocupava muito com isso. A cultura do corpo é estrutural na cabeça dessa carioca, mas deu para me livrar de muita noia. No Brasil, já deixei muitas vezes de ir à praia se estivesse acima do peso e não tinha nem chance de ir se não estivesse depilada. Andava sempre maquiada, tinha muitos saltos altos e fiz diversas dietas malucas. Ao morar na Alemanha abandonei os saltos depois do primeiro ano. A maquiagem com o tempo passou a dar as caras apenas em eventos especiais ou festas à noite, mas sempre por uns dias depois que voltava de viagem do Brasil. Mudanças no eixo Berlim x Portugal Já mais coroa, menos insegura e um pouco mais madura, me mudei para morar em Portugal. Vivo em uma cidade pequena onde todo domingo o povo se arruma para desfilar seus looks terrosos de catálogo à beira-mar ou na igreja. Unhas muito bem feitas, cabelos pintados, cílios falsos e maquiagem nude constituem a cultura dos cuidados de beleza em Portugal. As faces ainda não são harmonizadas e, os narizes e seios ainda são de todos os formatos e tamanhos, então, sei que não estou em Ipanema. Não vejo muitos saltos pela calçada de pedra portuguesa, mas não sei como são as baladas em Portugal. Sei que há mais abraços que na Alemanha e estes têm cheiro de amaciante, xampú e perfume suave. Muitas unhas de gel e cabelos pintados cortados em salão. O centro da minha cidade, aliás, tem muitos salões de beleza e foi difícil conseguir um horário para fazer as unhas. Pois é, acho que só fiz as unhas em um salão em Berlim para a minha festa de casamento, mas depois de seis meses em Portugal, lá estava eu marcando minha unha em gel. [caption id="attachment_165239" align="alignnone" width="750"] Fiz as unhas em gel, mas negociei no salão para não serem muito compridas. Perdi a negociação. Foto: Roberta Schmoi.[/caption] E não foi só isso. Duas semanas antes, para meu aniversário, marquei luzes. Nunca havia aderido à febre loira, mas resolvi tentar algo diferente para a minha vida mais solar. Admito que estou me encontrando por aqui ao regatar muito do que é compartilhado na cultura de cuidados de beleza entre Portugal e Brasil. Também já comentei sobre o que tem me feito feliz em Portugal. Vale a pena conferir! O que ficou das diferentes culturas de cuidados de beleza Não é bem que eu vá voltar aos saltos e passar a me vestir exclusivamente na Zara. Gosto da simplicidade que Berlim me deu. Menos roupas que são coringas e também práticas, além de roupas de segunda mão são alguns dos valores que carrego para a vida. Acho que todos os lugares em que vivemos, assim como as pessoas que convivemos, nos deixam uma marca que ressignificamos com o tempo. Às vezes incorporamos risadas, sabão neutro, assim como às vezes deixamos para trás medos, inseguranças e invisibilidade. [caption id="attachment_166707" align="alignnone" width="750"] Cabelo loiro, mas sem maquiagem e com uma das minhas 5 camisetas pretas. Foto: Roberta Schmoi.[/caption] Há outros aspectos da cultura de cuidados de beleza que ficaram comigo depois da Alemanha. Até mesmo o look outdoor alemão para (quase) qualquer ocasião está incrustado em mim. Adoro minha jaqueta impermeável da Decathlon e não uso mais guarda-chuva. Também não me vejo com vontade de usar maquiagem todos os dias, mas acredito que há uma beleza em pintar o rosto, um ritual que tem seu lugar desde que não seja um lugar de obrigação. E o não-cheiro? Ah, essa é uma parte que deixo para trás. Roupa cheirosa foi o meu primeiro decreto de imigrante em Portugal. Agora só preciso encontrar meu perfume! *A opinião dos colunistas não reflete necessariamente a opinião do Euro Dicas.

Festas de aniversários no Brasil e na Europa são bem diferentes.
Alemanha Brasileiros na Europa

Aniversários no Brasil e na Europa: diferenças nas festas infantis

A maneira como comemoramos aniversários no Brasil e na Europa pode ser bem diferente. Mesmo dentro da Europa, há diferenças que vemos, especialmente quando se trata das festas infantis. Como meus filhos são pequenos, eu estou mais a par das comemorações para esta faixa etária. Acho que para as crianças maiores e pré-adolescentes é diferente. Portanto, hoje compartilho a minha experiência com festas para crianças de até seis anos. Comemoração digna de festa no Brasil No Brasil há uma expectativa enorme em torno das festas de aniversário infantis. Há sempre um tema refletido na parafernália decorativa da festa. Pratos, cenários atrás do bolo, o bolo em si, os enfeites do brigadeiro, pratinhos e copos, todos estampados com algum tema. Lá, temos as casas de festas infantis que custam uma pequena fortuna, mas oferecem animação, a decoração completa, comida e ainda uma estrutura incrível para brincadeiras com pula-pula, piscina de bolinhas e escorregas. Há até algumas que oferecem parede de escalada e a visita de atores vestidos como personagens dos programas de TV favoritos das crianças. Sempre há um jeito para comemorar Quem não pode (ou não quer) bancar as casas de festas, faz a festa no play. Há sempre música alta, caça ao tesouro e muita diversão em qualquer lugar que o brasileiro decida fazer uma festa de aniversário. Há também muito brigadeiro que só pode ser tocado depois dos parabéns e a festa dura várias horas. Além disso, no Brasil convidamos a família inteira para a festa, a turma inteira da escola, os vizinhos e todo mundo que conhecemos. É um mega evento anual que considero bem insustentável, mas adoro ser convidada. Comemoração tímida na Alemanha Na Alemanha, as festas infantis são bem diferentes. Quando há festa para as crianças de até 3 anos, ela costuma ser um lanche em casa ou no parque com um bolinho saudável sem açúcar. Não há música e apenas três ou quatro crianças no máximo são convidadas. Muitas vezes o convite vem com o pedido de não trazer irmãos e de que apenas um dos pais compareça. Cantam-se parabéns no fim de aproximadamente uma hora e meia e aí acaba e os convidados ajudam com a limpeza antes de ir embora. Em alguns casos, seguem para um parquinho próximo de casa. Eu nunca presenciei uma festa infantil com música nos 12 anos que morei na Alemanha. Com quatro anos, algumas brincadeiras são preparadas. Corrida do saco, caça ao tesouro, essas coisas. Com cinco anos, os pais já começam a deixar os filhos e a buscarem só mais tarde. Os convidados costumam ser em torno de cinco crianças e muitas destas festas são feitas em parques de diversão que oferecem pacotes de aniversário para no máximo 10 crianças com bolo e suco. [caption id="attachment_164740" align="alignnone" width="750"] Na Alemanha, as comemorações são menores, mais rápidas e bem mais simples.[/caption] Gosto muito de festas ao ar livre com brincadeiras e gosto muito do modelo alemão de não ter pressão para ter um tema caro e fazer do aniversário um mega evento para todos os que conhecemos e sim para a criança. Com uma das minhas crianças fazendo aniversário no inverno, tive que adaptar e comemorar em um lugar fechado para dez crianças que era o máximo permitido. O que não gosto nas festinhas alemãs é a parte em que apenas algumas crianças de um mesmo grupo da escola são convidadas. Me doía muito ver meu filho contar as festas para as quais foi e não foi convidado e escutar histórias de uma criança que nunca havia sido convidada para nenhuma. Por isso, no fim do meu período na Alemanha comecei a ajustar o que queria levar para mim da cultura alemã de aniversários e o que não abriria mão da nossa cultura. Existe diferenças nos cuidados de beleza em Portugal e na Alemanha? Confira minhas impressões. Uma semelhança entre Portugal e Brasil A minha experiência com aniversário infantil em Portugal ainda não é vasta, estou no país há pouco tempo. Moro em uma cidade pequena de Portugal, localizada no norte do país e meus filhos frequentam uma escola particular, então realmente só posso comentar dentro desta experiência restrita. Descobri que até os três anos, não se costuma fazer festas de aniversário para as crianças. Nesta fase, os aniversários são comemorados em casa com a família. A partir dos 4 anos começam as festas e em Portugal existem muitos serviços dedicados às festas infantis. Todas as crianças da sala da criança são convidadas. Há casas de festa propriamente ditas e há também serviços que trazem a festa para o local desejado. Aluguel de castelos insufláveis, trampolins, karaokê e serviços de pintura facial, palhaços e mágica são algumas das atividades oferecidas. Muitas empresas incluem bolo, decoração temática e convite. É como se fosse o que via no Rio de Janeiro, mas três níveis antes do que vemos hoje em dia. [caption id="attachment_162368" align="alignnone" width="750"] Diversão indoor é uma opção para os aniversários infantis em Portugal. Foto: Roberta Schmoi.[/caption] Confesso que gosto bastante. E há música, bastante música! Outra particularidade é que as festas infantis são só para as crianças. Os pais não podem ficar. Me explicaram que é por isso que só fazem festa a partir dos quatro ou cinco anos. As festas infantis em Portugal duram sempre duas horas e o horário vem impresso no convite. Minha mistura de aniversários no Brasil e na Europa Há muitas diferenças entre como comemoramos aniversários no Brasil e na Europa, mas estas foram as que mais me marcaram. Fiz vários testes com meus filhos até ajustar e chegar em algo que se encaixe em nossa realidade, que me faça pertencer e acolher. Houve anos que convidamos gente de menos devido à influência alemã e me arrependo muito disso. Porém, foi também graças a esta influência que tivemos muito menos pressão em relação ao que uma festa infantil deveria ser. Fizemos muitos piqueniques, decoramos mesas e incluímos gente. A sacolinha de brinde de festa, presente tanto em Portugal quanto no Brasil — nas nossas festas na Alemanha também estiveram presentes com brinquedinhos e porcarias. Fizemos pinhatas quase todos os anos. [caption id="attachment_164534" align="alignnone" width="750"] Festa brasileira-alemã em Portugal com brigadeiros já comidos, criança de pé sujo, cerveja e bolo. Foto: Roberta Schmoi[/caption] Acredito que comemorar datas especiais é importante. Criamos tradições, relembramos o que vivemos e, no caso dos aniversários, mostramos a alguém que esta pessoa é realmente especial. Há muitas formas de se fazer isso e todas são maravilhosas, mas a necessidade de convidar todo mundo que conheço para a festa dos meus filhos não é algo que eu identifique como sendo o melhor para a minha família. Quando vivenciamos outras culturas, temos a chance de incorporar o que mais faz sentido nas nossas próprias tradições. A partir das diferenças que nossa família viveu em aniversários no Brasil e na Europa, decidimos convidar as pessoas especiais para as crianças. Da escola, convidamos todos da turma. Para mim, este é o melhor da cultura portuguesa e brasileira de aniversários infantis. Convidamos também outras crianças queridas com as quais eles tenham contato e amigos com filhos, além de outros adultos que sejam especialmente amados por eles. Há também música e o brigadeiro está liberado a qualquer hora. É festa, não é?

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