Países do continente europeu costumam ser destaque quando o assunto é desenvolvimento, mas como está a economia da Europa em 2022? Quais são os países europeus com mais e menos inflação no momento? Por que a economia europeia é forte? Vamos responder a essas e a outras questões neste artigo. Confira!
Índice do artigo
Como está a economia da Europa em 2022?
Conforme explica o site Euro News, teoricamente, 2022 deveria ser o ano em que a União Europeia (UE) superaria, definitivamente, os reflexos econômicos negativos causados pela pandemia da Covid-19, para, assim iniciar um novo capítulo de recuperação e prosperidade.
Mas, na prática, não foi bem assim, pois o presidente da Rússia, Vladimir Putin, decidiu invadir a Ucrânia.
Assim, apesar de ser conhecida como desenvolvida e industrializada, a economia da Europa está passando por uma fase de previsão de diminuição de crescimento de 4% para 2,7%, segundo a Comissão Europeia e inflação recorde (dados de maio de 2022, publicados no Brasil de Fato).
E, segundo a fonte, o principal fator é a instabilidade gerada pela guerra na Ucrânia. Além disso, as medidas de restrição contra a Covid-19 na China também tiveram influência na estimativa menor de crescimento.
Inflação na Europa
A tendência de alta na inflação na Zona do Euro teve início em novembro de 2021, e, desde então, a cada mês estabelece um novo recorde da série histórica. Acompanhe o crescimento da inflação no continente de fevereiro a julho de 2022:
Fevereiro de 2022
A notícia divulgada pelo site Observador teve destaque, pois, em fevereiro de 2022, a inflação foi de 6,2% na União Europeia e de 5,9% na Zona do Euro, conforme dados da Eurostat.
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Ver Cotação →Esses valores não eram vistos desde 1997, tanto na União Europeia, quanto na Zona do Euro. Segundo o site, o setor da energia foi o que apresentou uma maior taxa de inflação homóloga* (32% face aos 28,8% de janeiro), seguido pelo dos alimentos não transformados (6,1%). Tal recorde (até então) foi impulsionado pela guerra na Ucrânia.
*Inflação homóloga é o preço do “cabaz completo” em determinado mês, comparado com o seu preço no mesmo mês do ano anterior. É importante dizermos que a inflação dos preços ao consumidor na Zona do Euro é calculada mensalmente pela agência de estatísticas Eurostat.
Maio de 2022
Já no dia 31 de maio de 2022, a Veja publicou a notícia: “Inflação na Europa atinge recorde e põe em xeque estratégia do BC europeu”.
Foram quebradas as expectativas de desaceleração na alta de preços na Europa. A Eurostat aponta para um aumento recorde na inflação de maio, que chega a 8,1% na média anual dos 19 países da Zona do Euro.
Dessa forma, o aumento nos custos dos alimentos e da energia, impulsionados pela guerra na Ucrânia, ocasionaram o maior percentual de inflação desde 1999, quando o euro, moeda única europeia, surgiu.
De acordo com o relatório da Eurostat, divulgado no dia 31 de maio de 2022, é estimado um aumento de 37,5% para 39,2% no setor de energia (isoladamente) em maio, na taxa anual. Depois, vem o setor de alimentos, álcool e tabaco, que aumentou de 6,3% em abril para 7,5% em maio.
Aumento da taxa de juros
O Banco Central Europeu (BCE) esperava um percentual de inflação de 7,7% em maio (mas foi de 8,1%), depois que os preços atingiram alta de 7,4% em abril, outro recorde.
Com resultados negativos (e sucessivos), a instituição decidiu, no dia 9 de junho de 2022, aumentar a taxa de juros. Essa foi a primeira alta depois de 11 anos – em julho de 2013, o BCE diminuiu as taxas de juros de 0,75% para 0,5% ao ano. Desde então, esse percentual nunca mais voltou a subir.
Os objetivos do aumento da taxa de juros são: conter os efeitos da guerra e da expansão monetária (informação baseada na matéria da Isto É, de 10 de junho de 2022).
Junho de 2022
Em junho, a inflação na Zona do Euro atingiu 8,6% de acordo com dados publicados em 1 de julho pela Eurostat (agência de estatísticas da União Europeia).
Entre os itens com maior alta, estão:
- Energia (41,9% em junho ante 39,1% em maio);
- Alimentação, álcool e cigarro (8,9% em junho ante 7,5% em maio);
- Bens industriais não energéticos (4,3% em junho ante 4,2% em maio).
Julho de 2022
E um novo recorde foi atingido agora em Julho de 2022: a taxa de inflação subiu para 8,9% na Zona do Euro segunda as estatísticas da Eurostat divulgadas no Euro News.
Os maiores aumentos de preço estão ainda no setor de energias e alimentação.
Para os brasileiros em Portugal, a inflação assusta: em Julho o IPC (Índice de Preços no Consumidor) chegou a 9,1% face aos 8,7% em junho, o valor mais alto desde novembro de 1992, de acordo com informações do INE (Instituto Nacional de Estatísticas).
Países com maior inflação na Europa
Conforme mostra o relatório da Eurostat, citado pela Veja, seis países já têm mais de 10% de inflação, considerando o acúmulo anual:
- Grécia;
- Letônia;
- Lituânia;
- Eslováquia;
- Holanda;
- Estônia.
Países com menos inflação na Europa
Segundo o EuroNews, os países europeus com a inflação mais baixa devem ser a Finlândia, a França e Malta.
No caso da Finlândia e da França, tal fato se deve a um “mix energético mais diversificado”. E, pelo fato de Malta, que depende do gás importado de outros países, um acordo de fornecimento de muitos anos com o Azerbaijão ajudou o país a manter os preços estáveis.
Uma leitura interessante sobre a inflação global é a reportagem da Forbes, que explica a diferença entre a alta de preços no Brasil, nos EUA e na Europa.
Histórico da economia europeia na última década
Para entender como anda a economia em 2022, cabe a gente lembrar do histórico da economia europeia da última década.
Europa pré-pandemia
Durante séculos, a Europa foi um dos maiores centros econômicos do mundo, principalmente por conta da sua condição geográfica – por estar localizada entre a África e a Ásia, a região europeia tornou-se um ponto de passagem obrigatório, facilitando a absorção e propagação dos conhecimentos, tecnologia e comércio dos dois continentes.
Isso permaneceu até o século XX, quando a Europa “perdeu espaço” para as potências econômicas Estados Unidos, Japão e, posteriormente, para a China.
A Primeira e a Segunda Guerras Mundiais, no seu território, assim como a falta de energia suficiente, de petróleo, e uma grande rivalidade entre a população do continente, acarretaram perda de liderança econômica da Europa. Mas, mesmo assim, de acordo com dados oficiais da UE, a União Europeia, a China e os Estados Unidos são os três maiores interventores mundiais no comércio internacional.

Impacto da pandemia
Os primeiros registros oficiais de Covid-19 na Europa ocorreram no final de janeiro de 2020. Já em março de 2020, a Europa tornou-se o epicentro da pandemia, com a Itália, a Espanha e a França com mais casos da doença.
Mortes por Covid-19 e queda do PIB
Conforme explica o jornal Nexo, a grande crise sanitária acarretou nas primeiras medidas de isolamento social. Com a circulação restrita de pessoas, houve uma paralisação parcial da economia europeia, levando a uma queda considerável do PIB no continente já no primeiro trimestre de 2020 – a economia teve queda de 3,7% em relação ao último trimestre de 2019.
O pico de casos diários em 2020 na União Europeia veio em novembro, com 218 mil novas infecções diárias, o que representou mais de sete vezes o pico da primeira onda da doença, no início de abril, quando o número não chegava a 30 mil novos casos diários.
As mortes por Covid-19 foram um dos grandes impactos da pandemia – o pico na União Europeia foi no final de novembro, foram mais de 3.500 óbitos diários, em média, o que fez com que muitos países, que tinham afrouxado algumas medidas de isolamento, voltassem a adotá-las.
Dessa forma, a economia na Europa sentiu novamente o choque negativo do avanço da Covid-19 e das medidas de isolamento. O PIB europeu caiu, principalmente, por conta do setor de serviços, como o hoteleiro e de restaurantes, pois o movimento nesses locais diminuiu consideravelmente.
Desabastecimento e a alta da inflação
Apesar do choque na economia da Europa devido à pandemia da Covid-19 em 2020, em 2021, a Comissão Europeia já havia identificado sinais de recuperação. E, com base em um relatório do órgão em fevereiro de 2022, houve um crescimento de 5,3% na economia europeia no final de 2021.
A Comissão Europeia analisou, ainda, que todos os seus estados-membro fossem chegar ao nível pré-pandêmico até o final de 2022. Mas, na ocasião, o órgão já considerava alguns contratempos na economia do continente europeu devido aos resquícios e os desmembramentos da Covid-19.

A desaceleração da economia um pouco maior do que o esperado ao final de 2021 estava entre os problemas mencionados. Isso por conta do aumento de casos da variante Ômicron, bem como o aumento desenfreado dos preços da energia e a falta de fornecimento de alguns produtos, tendo como consequências o desabastecimento e a alta da inflação.
Apesar desse contexto, a Comissão Europeia ainda tinha uma postura otimista em relação ao cenário da economia da Europa. Segundo o órgão, os efeitos da última onda da doença na economia europeia deveriam ser de curto prazo e a atividade econômica iria retomar o crescimento. Para isso, seria necessário que as ofertas dos produtos fossem normalizadas e que medidas de políticas inflacionárias fossem adotadas.
Alguns países europeus ainda não conseguiram retomar o PIB pré-pandemia
Mas, de acordo com dados da Austin Rating, muitos países europeus ainda não conseguiram reverter os efeitos da pandemia da Covid-19 e retomar o seu PIB de 2019 (de antes da pandemia).
Segundo a pesquisa, a economia da Espanha tem o pior desempenho. Está 6,8% abaixo do nível necessário para conseguir reverter os impactos da pandemia. Já a Itália, por exemplo, está 3,2% abaixo do PIB de 2019, o Reino Unido, 2,6% abaixo e a Alemanha, 1,6% abaixo do patamar pré-pandemia.
Impacto da guerra na Ucrânia
Ao fazer a previsão econômica para o inverno de 2022 no dia 10 de fevereiro, a Comissão Europeia informou que a economia da Europa estava caminhando para a recuperação e para o crescimento, saindo da pandemia. Segundo o informado pelo site EuroNews, atualizado no dia 8 de junho de 2022:
As previsões de inverno projetavam que a economia da União Europeia e da Zona do Euro cresceriam 4% em 2022 e 2,8% em 2023 para a UE e 2,7% para a Zona do Euro. Previa também que a inflação seria de 3,5% na Zona do Euro e 3,9% na UE em 2022, e diminuiria para 1,7% na zona euro e 1,9% na UE em 2023.
No entanto, esse relatório saiu apenas duas semanas antes de a Rússia invadir a Ucrânia, o que não era esperado, e trouxe um cenário de incertezas para a economia do mundo, principalmente para Europa. Por isso, esses números foram revistos na previsão da primavera feita pela Comissão Europeia no dia 16 de maio de 2022. Segundo o site:
As previsões da primavera apontam para um crescimento reduzido tanto para a UE como para a Zona do Euro para 2,7% em 2022 e 2,3% em 2023. A previsão da inflação foi aumentada para 6,8% na UE antes de descer de novo para 3,2% em 2023. Para a Zona do Euro prevê-se 6,1% antes de descer para 2,7% em 2023.

Aumento no custo de alimentos, de outros bens, de serviços básicos e da inflação
Dessa forma, a Comissão Europeia informou que as novas sanções aplicadas pelo bloco europeu contra a Rússia vão impactar na economia do país, mas seus membros também sofrerão as consequências, que já podem ser vistas, como:
- O grande aumento no preço de commodities: a Ucrânia e a Rússia produzem quase 1/3 do trigo e da cevada do mundo e são grandes exportadores de metais;
- O aumento no custo da energia, que já estava alto: essa é uma grande preocupação para a Europa, pois depende do gás russo;
- Como consequência, é possível também que haja um aumento (recorde) da inflação na Zona do Euro devido ao cenário atual.
Perspectivas para a economia da Europa
Conforme esclarece o site EuroNews, os rumos da economia da Europa continuarão incertos e as perspectivas permanecerão com riscos elevados enquanto a guerra da Rússia na Ucrânia continuar.
Assim, apesar de a economia europeia crescer em 2022 e em 2021, esse crescimento será bem mais moderado do que o que era esperado antes da guerra.
Quais são as principais atividades da economia europeia?
A economia da Europa é bastante diversificada. O continente europeu é um grande centro de produção e de consumo de bens industrializados. A maioria dos países da Europa tem:
- Setor primário desenvolvido, com a agropecuária com alta produtividade;
- Setor secundário ancorado na produção de bens de valor agregado elevado, com indústrias de transformação e de bens de tecnologia;
- Setor terciário baseado nos serviços, como redes de transportes e de telecomunicações, além de bens de consumo, como carros, celulares e alimentação), e no turismo (com infraestrutura de hotéis, restaurantes e lazer).
O setor terciário é o que mais contribui para a economia da Europa.
Quais são as maiores economias da Europa?
Alemanha, França, Itália e Reino Unido são as quatro maiores economias da Europa, sendo a Alemanha o país mais rico da Europa e a quarta maior economia do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, da China e do Japão.
A economia da Alemanha é tão forte não somente pela qualidade de vida no país, mas pela gestão e pelo planejamento de qualidade que exerce.
Por que a economia europeia é forte?
Porque a economia da Europa é madura e sólida, principalmente depois que o continente conseguiu superar a crise econômica na Grécia, que, na época, poderia “contaminar” todo o bloco.
A Europa possui uma moeda oficial forte: o euro. Além disso, o continente europeu possui diversos países ricos, com recursos disponíveis, além de planos concretos do Governo e do Banco Central para conter crises.
O BCE possui condições de reserva e, mesmo com riscos, visa garantir estabilidade e segurança na moeda – neste momento de inflação, por exemplo, a instituição vai aumentar a taxa de juros para frear os efeitos da guerra na Ucrânia.
A relevância do euro para a economia europeia
Conforme o site da União Europeia, o euro oferece muitas vantagens para os cidadãos, as empresas e as economias dos países que o utilizam, como:
- Estabilidade dos preços;
- Facilidade de comparar os preços entre os países, estimulando a concorrência e beneficiando os consumidores;
- Facilidade de realizar as compras e vendas na Zona do Euro e com o restante do mundo, maior segurança na moeda única, maior estabilidade e crescimento econômico;
- Maior integração entre os mercados financeiros e, consequentemente, maior eficiência;
- Maior influência na economia mundial.
Segundo o site, o euro na economia da Europa eliminou os custos das flutuações das taxas de câmbio na Zona do Euro. Dessa forma, os consumidores e as empresas que adotam esta moeda como oficial estão mais protegidos contra oscilações dos mercados de câmbio, que são caras, podem desencorajar o investidor e causar instabilidade econômica.
Assim, a utilização de uma moeda única faz com que a atividade empresarial e o investimento na Zona do Euro sejam mais simples, mais econômicos e menos arriscados.