Sempre que o assunto é economia, a Europa interessa. Obviamente que o seu papel de protagonista na economia mundial, enquanto bloco, faz do continente europeu um expoente e hoje vamos falar mais sobre os juros na Europa, confira.

Quem controla e determina as taxas de juros na Europa

O Banco Central Europeu é a instituição responsável por gerir a política econômica da Europa e o seu objetivo é manter a estabilidade de preços na área do euro e, desse modo, preservar o poder de compra da moeda única.
O Banco Central Europeu (BCE) é o banco central de 19 dos 28 países pertencentes à União Europeia que adotaram o euro como moeda. São eles: Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Holanda e Portugal.
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Quais as taxas e valores

Acredite ou não, mas a taxa de juros do Banco Central Europeu é 0% (zero). Sim, zero. Nem sempre foi assim, mas desde março de 2016 que a taxa está fixada em 0%.
Importante dizer que quando se fala de taxa de juros na Europa, geralmente estão se referindo aos juros que o Banco Central Europeu utiliza como referência.
A taxa fixada em 0% significa que o preço que os bancos pagam pelos empréstimos que contraem junto ao BCE é zero, ou seja, dessa forma os bancos concedem empréstimos dentro da zona do euro com juros geralmente bastante baixos (entre 7% e 18% dependendo da instituição bancária).
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Quando o BCE diminui ou aumenta a taxa de juros, ele exerce influência nas taxas que são aplicadas nas transações entre os bancos, mas também nos empréstimos concedidos para empresas, empréstimos para consumo, hipotecas e contas de poupança.
No comunicado publicado depois de uma reunião em abril de 2018, lê-se que:

“[…] o Conselho do BCE decidiu que a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito permanecerão inalteradas em 0,00%, 0,25% e -0,40%, respectivamente. O Conselho do BCE espera que as taxas de juro diretoras do BCE permaneçam nos níveis atuais durante um período alargado e muito para além do horizonte das compras líquidas de ativos”.

Saiba mais no site do Banco Central Europeu.

Taxas de juros de outros bancos centrais

Para você ter uma ideia das taxas de juros praticadas por outros bancos centrais pelo mundo, veja abaixo:

  • Estados Unidos (FED): 2,25% – data da última alteração: 26/09/2018
  • Austrália (RBA): 1,5% – 02/08/2016
  • Brasil (BACEN): 6,5% – 22/03/2018
  • China (PBC): 4,35% – 23/10/2015
  • Reino Unido (BoE): 0,75% – 02/08/2018
  • Rússia (CBR): 7,5% – 14/09/2018

Todos os dados foram recolhidos em novembro/2018.
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Crise de 2008

Foi um pouco antes da crise financeira de 2008 que o Banco Central Europeu, pela primeira vez até então, teve que injetar dinheiro no sistema financeiro da Zona Euro. A falência do Lehman Brothers nos Estados Unidos foi o grande marco da crise que estava somente começando.
Porém, o BCE começou a cortar os juros e em apenas 6 meses (dezembro de 2008 a maio de 2009) baixou os juros de 4,25% para apenas 1% na Zona Euro. Ainda assim, foi em 2010 que os resgates financeiros aos países-membros da Zona Euro iniciou.
Primeiro foi a Grécia, depois a Irlanda e Portugal, mas as dificuldades não cessavam e fez a Espanha e a Itália sentirem o drama da crise de 2008. Em novembro de 2011 Mario Draghi assume o BCE e a crise começa a mudar de rumo.
O então novo líder do Banco Central Europeu implementa um sistema de empréstimos a longo prazo e faz um discurso célebre em Londres (julho de 2012) quando diz que o BCE iria fazer de tudo para manter e garantir o Euro. Poucos meses depois, em setembro, entra em vigor o OMT, um programa para comprar a dívida pública dos países em dificuldade. Desde então as taxas de juros na Europa baixaram de forma consistente.
Leia também nossos artigos sobre a crise na Espanha e a crise em Portugal.

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Deflação na Zona Euro

Depois da crise e de todos os esforços para sair dela, o BCE se depara com um outro fantasma econômico, a deflação. Se quando um serviço ou produto é muito procurado (demanda) e a oferta é baixa, há uma tendência de que ele valha mais justamente por conta dessa procura.
Porém, quando não existe procura (demanda) e a oferta é grande, existe o risco dos mesmos produtos ou serviços terem seus preços baixados e isso gera deflação. Tão ou mais grave que a inflação.
Em 2013 o BCE, pela primeira vez, se depara com taxas de juros negativas e para conter o problema volta a comprar mais ativos das dívidas públicas (80 bilhões de euros/mês). Em março de 2017 entende-se que o risco de deflação passou e reduz a quantidade de títulos comprados para 60 bilhões de euros por mês.
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Há algum país mais barato?

Em geral as taxas de juros na Europa vão variar de banco para banco, pois como referido anteriormente, a taxa cobrada pelo Banco Central Europeu é de 0%, ou seja, o valor praticado pelos bancos em relação aos seus clientes vai variar de acordo com a política de cada um.
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