Quem já passeou por uma cidade típica na Itália sabe que é comum esbarrar com os moradores em um passeio com seus pets, afinal, o país é conhecido por ser um dos mais pet-friendly da Europa. Se você sonha em também ter seus companheiros de quatro patas, precisa saber quanto custa ter um pet na Itália para planejar a chegada dos novos integrantes na família.

Neste artigo, detalhamos os principais custos que você precisa considerar e a experiência de quem tem um pet no país da bota e já domina o assunto. Vamos lá?

Quanto custa ter um pet na Itália?

É importante lembrar que, no primeiro ano, geralmente os custos são bem maiores, já que você terá gastos com transporte, registro, castração, microchipagem, dentre outros valores.

Enquanto os custos para se ter um gato podem começar em 30€ a 40€ mensais com gastos básicos, os custos para a manutenção de um cão podem ser mais altos, podendo começar em 50€ a 60€ mensais.

É claro que esses valores podem variar bastante conforme as necessidades dos bichinhos e, claro, o estilo de vida dos donos. Se você pensa em morar na Itália com seu pet, lembre-se de conferir todos os custos e obrigatoriedades na sua região.

Quais são os custos para ter um pet na Itália?

Em resumo, os principais custos para ter um pet na Itália envolvem principalmente alimentação, visitas regulares ao veterinário e remédios ou vacinas que devem ser aplicadas periodicamente.

Já podemos adiantar que esses custos podem ser relativamente acessíveis, uma vez que a presença de animais domésticos nas residências italianas é muito comum. Para você ter uma ideia, em 2022 foram contabilizados quase 65 milhões de animais de companhia na Itália, sendo 10,2 milhões de gatos e 8,8 milhões de cães.

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Custos para cachorros

Os custos com cães na Itália podem variar muito conforme o tamanho do animal. Quer dizer, um cão de porte grande renderá gastos maiores do que um cão de raça média ou pequena.

O primeiro gasto fundamental é o microchip, obrigatório para animais domésticos, que pode custar até 35€. Já as visitas veterinárias, exames e remédios essenciais que os animais precisam tomar frequentemente, como antiparasitários e vermífugos, podem somar cerca de 200€ a 300€ anualmente. Já a vacina antirrábica, que deve ser renovada anualmente, custa cerca de 35€.

Um dos custos mais altos é o de alimentação do pet, sendo preciso considerar um valor médio de 500€ anuais, que se soma ainda ao valor médio de 150€ dos biscoitos ou outros mimos para o cão.

Dois cães em uma sala na Itália
A Krishna conta que adotou a Laika na Itália e gastou R$ 17 mil para trazer a Gaia do Brasil. Foto: arquivo pessoal.

Outros gastos

Se precisar de um petsitter, pode ter despesas de 10€ a 40€ por dia de cuidado do pet. Por último, o banho e tosa pode custar entre 30€ e 80€ cada vez que levar o seu cãozinho.

A médica veterinária Krishna Rosa, tutora da Gaia (Akita) e da Laika (Shiba Inu) conta que gasta cerca de 100€ a cada 6 meses para dar banho e tosa aos animais, num total de 200€ anuais, já que não são raças que exigem banhos recorrentes.

Custos para gatos

Os custos para ter um pet na Itália são diferentes para gatos e podem ser bem mais baixos quando comparados aos custos com cães.

O microchip pode variar de valor e sair em torno de 20€ a 50€ para aplicação no veterinário italiano. Andreza Favaro, tutora dos gatinhos Gamora e Loki, conseguiu a aplicação do chip ainda no Brasil, de forma gratuita, através da prefeitura.

Casal com gato preto e gato preto e branco no colo.
Andreza e o marido, Simão, pagaram cerca de R$ 500 por passagem no transporte dos gatos. Foto: arquivo pessoal.

Outros gastos

Os custos de cada visita ao veterinário somado a custos de vacinação e remédios essenciais, como antiparasitários, podem custar ainda em torno de 60€.

Os custos da alimentação também são os mais altos e deve-se considerar cerca de 300€ a 400€ anuais para os felinos. Recompensas e outros biscoitos podem variar e chegar a 100€ anuais.

Já para o petsitter, o valor pode variar entre os 10€ e 40€ por dia de cuidados.

E para levar o pet do Brasil? Quanto custa?

Os custos para levar seu pet do Brasil no avião, seja na cabine ou no porão de carga, podem variar de R$ 2 mil a R$ 5 mil, somando despesas e já incluindo a compra de passagem para Itália. Esses valores podem variar de acordo, principalmente, com o tamanho do animal.

Seu pet precisa viajar já com o microchip inserido no Brasil. O custo da aplicação pode ser gratuito por meio de programas do governo, como foi o caso da Andreza, ou pode custar até R$ 200 em aplicação particular com o veterinário.

Além disso, depois da chipagem, é preciso renovar a vacina antirrábica, mesmo que a última ainda esteja na validade, que pode custar entre R$ 50 a R$ 100. Após 30 dias da aplicação da vacina, é necessário fazer a sorologia do animal para verificar os anticorpos.

Atualmente, são poucos os laboratórios no Brasil que fazem a sorologia requerida em viagens internacionais, entre eles o Instituto Pasteur na USP, o Instituto de Tecnologia do Paraná e a TECSA Laboratórios Ltda. em Belo Horizonte (apenas laboratórios autorizados pela União Europeia são aceitos). Os valores podem variar, chegando a R$ 1.000 por exame sorológico.

No máximo 10 dias antes da viagem, é preciso requisitar a emissão do Certificado Veterinário Internacional (CVI), que atesta que o animal está em condições de fazer a viagem.

É permitido levar meu pet na cabine?

Geralmente, você pode viajar na cabine com seus animais caso o peso deles, somado ao kennel (caixa de transporte), não supere os 10 kg. Fique de olho e confira com a sua companhia aérea, pois o limite de peso pode variar, bem como as medidas do kennel.

Animais maiores devem ser transportados no porão de carga e também existe um limite de peso. A maioria das companhias aéreas da Europa permite, no máximo, 45 kg. Para Krishna, que trouxe a Gaia do Brasil, isso foi uma dificuldade.

“A caixa dela pesava 20 kg e ela 30 kg. Como as empresas [aéreas] que trazem animais do Brasil para cá aceitam no máximo 45 kg entre o animal e a caixa, eu não poderia trazer a Gaia assim. Então, eu precisava contratar uma empresa para despachar ela como carga viva.”

Os custos para trazer os animais por meio de empresas especializadas pode ser mais alto, chegando a R$ 20.000.

A brasileira Letícia teve a experiência de levar os pets do Brasil e contou como foi toda a experiência e custos, desde a microchipagem até a chegada dos animais na Itália. Olha só!

Raças proibidas em transporte aéreo

Algumas companhias aéreas proíbem o transporte de pets de raças específicas devido a complicações no vôo.

Animais das raças braquicefálicas, tanto gatos quanto cães, geralmente não podem ser transportados. Isso porque essas raças têm uma sensibilidade respiratória maior e podem vir a óbito durante a viagem.

Além disso, animais considerados agressivos também podem ser proibidos de embarcar (ou até mesmo proibidos no país de destino), sendo necessária a contratação de uma empresa de transporte especial para os animais.

Diferenças entre ter pet no Brasil e na Itália

Os custos para ter seu pet na Itália são bem diferentes do Brasil, certo? Existe ainda uma série de diferenças marcantes entre os dois países.

Na Itália, os cães são bem aceitos na maioria dos estabelecimentos: supermercados, bares, padarias, restaurantes e até pubs recebem bem os peludos. Pelas ruas e estabelecimentos é fácil se deparar com muitos italianos levando seus cães para passeios.

Transitar em transporte público na Itália com os cães, principalmente em trens, é muito tranquilo e comum. Para cães de pequeno ou médio porte, que vão no colo do tutor, não é preciso nem pagar passagem.

Quanto custa ter um pet na Itália depende do porte e do tipo do animal.
Os pets na Itália podem circular em praticamente qualquer estabelecimento comercial.

Além disso, diferente do Brasil, na Itália é obrigatória a identificação e registro de cães na ASL local (agência sanitária) ou na Anagrafe canina di residenza. O registro é gratuito e não se paga nenhum tipo de imposto para ter o cão, mas o tutor pode receber multas de 200€ caso não siga a obrigatoriedade.

Para Krishna, ter um cãozinho na Itália é bem mais tranquilo.

“[no Brasil] Era mais difícil o acesso: o valor das coisas, os brinquedos, a roupa que você quer colocar no animal. Aqui é muito mais em conta, mais factível de fazer.”

Já Andreza ficou surpresa ao ver que os apartamentos na Itália geralmente não possuem tela para evitar a saída dos felinos. Ela também ressalta que quase não vê animais abandonados pela rua.

“Os animais que você vê dando uma volta, eles têm dono, então você quase não vê gatos na rua. Quase não vê [gatos] abandonados.”

Na Itália, os gatos também precisam ter um chip com todos os dados do tutor, apesar da não obrigatoriedade de registro oficial, como os cães. Fique de olho em exceções: algumas regiões, como a Lombardia, já exigem também o registro de felinos.

Vale a pena ter pet na Itália?

Quem é apaixonado por pets, não vai pensar duas vezes antes de dizer que eles são os melhores companheiros para toda a vida. Mas, é importante colocar na ponta do lápis quanto custa ter um pet na Itália e ter certeza de que é possível equilibrar as contas enquanto provê para seus bichinhos.

Além dos custos mensais fixos, lembre-se de que os pets também podem precisar de cuidados especiais que vão exigir mais do seu orçamento, e você precisa se preparar para arcar com esses valores.

Outro detalhe importante que você precisa considerar é sobre alugar uma casa na Itália, uma vez que muitos proprietários podem barrar a presença de pets nos imóveis. Tenha tudo sempre bem discutido com o proprietário para evitar surpresas.

Por isso, saiba que, com um bom planejamento e equilíbrio nas contas, vale a pena ter seu pet na Itália.

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