No último semestre de inverno, a Alemanha registrou um aumento de 5% no número de estudantes internacionais em suas universidades. Em apenas um semestre, 80 mil novos alunos entraram no país, colocando-o na posição de terceiro destino de estudos mais procurado.

Em primeiro e segundo lugar no ranking de países mais procurados por estudantes internacionais estão EUA e Reino Unido, respectivamente.

Alemanha é um dos principais destinos de estudantes internacionais

O Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD) e o Ministério Federal de Educação e Pesquisa da Alemanha divulgaram novo recorde no número de alunos para estudar na Alemanha. No semestre 2022/2023, o total de alunos matriculados nas universidades chegou a cerca de 370 mil.

O número ultrapassa, pela primeira vez, o nível anterior ao início da pandemia de coronavírus. Com 80 mil novos estudantes matriculados no período de apenas um semestre, a Alemanha desbanca a Austrália, ocupando o terceiro lugar como um dos destinos mais procurados para ensino superior, de acordo com a publicação do “Wissenschaft Weltoffen”.

De acordo com o Prof. Dr. Joybrato Mukherjee, presidente do DAAD, a chegada de estudantes internacionais pode auxiliar o país contra a escassez de profissionais no mercado de trabalho:

“É comprovado que as instituições de ensino superior alemãs são extremamente atraentes para estudantes e pesquisadores internacionais, e isso representa um fator significativo para lidar com a dramática escassez de profissionais qualificados”, declarou.

Sobre a preferência dos estudantes pelo país, Ministra Federal da Educação, Bettina Stark-Watzinger afirmou:

“A Alemanha continua sendo altamente atrativa para estudantes e pesquisadores internacionais. Isso é uma ótima notícia para o local de estudo e pesquisa na Alemanha, especialmente diante da escassez de profissionais qualificados. Como Ministério Federal da Educação, apoiamos essa tendência há muito tempo”.

País é também é procurado por pesquisadores e cientistas

De acordo com o Wissenschaft Weltoffen, o país tem sido visto como destino não apenas para estudantes, mas também entre cientistas e pesquisadores.

Atualmente, 70 mil profissionais internacionais do setor científico estão atuando dentro dos centros de pesquisas e instituições de nível superior na Alemanha. Assim como o Reino Unido, o país se tornou um dos destinos mais importantes para pesquisadores internacionais.

O Prof. Dr. Joybrato Mukherjee, declarou que as instituições de ensino superior e centros de pesquisa na Alemanha continuam a ser muito populares internacionalmente:

“A alta qualidade da educação acadêmica, a ausência de taxas e as boas oportunidades de carreira para graduados no mercado de trabalho alemão são fatores que impulsionaram a ascensão da Alemanha para os três principais destinos de estudo”.

Nacionalidades e regiões com maior número de estudantes no país

O Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD) publicou o documento “Fatos e números sobre a internacionalidade dos estudos e pesquisa na Alemanha e no mundo”, e identificou a origem e de quais regiões são os alunos internacionais que mais ocupam vagas na Alemanha.

Confira no quadro abaixo a quantidade de estudantes internacionais no país por região de origem no semestre de inverno de 2022/2023.

Região Número de estudantes internacionais Porcentagem
Ásia e Pacífico 118.645 32,3%
Norte da África e Oriente Médio 70.922 19,3%
Europa Ocidental 60.805 16,5%
Europa Central e Sudeste Europeu 40.731 11,1%
Europa Oriental e Ásia Central 29.250 8%
África Subsaariana 20.381 5,5%
América Latina 19.433 5,3%
América do Norte 6.742 1,8%
Sem classificação regional 669 0,2%
Total 367.578 100%

Fonte: Statistisches Bundesamt, Studierendenstatistik; DZHW-Berechnungen.

Ásia e Pacífico

A região da Ásia e do Pacífico é a principal origem dos estudantes internacionais nas universidades alemãs. Desde o semestre de inverno de 2019/2020, o número de estudantes vindos da região da Ásia e Pacífico aumentou cerca de 19%.

Dentre os países da região, pela primeira vez, a Índia lidera a lista de principais países de origem de estudantes internacionais, com cerca de 42.600 estudantes, ultrapassando a China.

Norte da África e Oriente Médio

As regiões do Norte da África e Oriente Médio ocupam o segundo lugar. Em comparação ao semestre de inverno anterior (2021/2022), foi registrado um aumento de 5% de alunos dessa região.

Europa Ocidental, Oriental, Central e Sudeste

Em terceiro lugar estão os estudantes internacionais vindos da Europa Ocidental. Nos últimos três anos, esse número aumentou 9%. Entretanto, no ano anterior houve um aumento de apenas 0,3%.

Os estudantes da Europa Central e do Sudeste, assim como Europa Oriental e Ásia Central, representam 20% de todos os alunos matriculados nas instituições de ensino superior. Em uma comparação com o ano de 2022, o número de matrículas desse grupo teve um aumento de 10% e 4%, respectivamente.

Estudantes vindo da Ucrânia

O número de estudantes ucranianos em instituições de ensino superior alemãs aumentou bastante, subindo 43% no período de um ano.

América Latina e África Subsaariana

As duas regiões representam 11% dos estudantes internacionais. A América Latina registrou, no semestre de 2022/23, um aumento de 5%, enquanto o número de alunos da região da África Subsaariana diminuiu 2%.

O menor grupo são os estudantes da América do Norte, representando 2% dos alunos, com aumento de apenas 1% no último ano.

Estudantes de intercâmbio ou estadia temporária

Em relação aos estudantes com estadias temporárias na Alemanha, veja quais são os principais países de origem nos semestres de inverno de 2021/22.

País Número de estudantes Porcentagem
Espanha 2.430 11,4%
Itália 2.033 9,5%
França 1.669 7,8%
China 1.417 6,6%
Turquia 1.197 5,6%
Estados Unidos 1.065 5%
Rússia 618 2,9%
Reino Unido 566 2,7%
Egito 554 2,6%
Jordânia 514 2,4%
Polônia 490 2,3%
Coreia do Sul 453 2,1%
Brasil 452 2,1%
Irlanda 363 1,7%
México 345 1,6%
Índia 336 1,6%
Suíça 314 1,5%
Bélgica 307 1,4%
Japão 302 1,4%
Portugal 292 1,4%

Fonte: Statistisches Bundesamt, Studierendenstatistik; DZHW-Berechnungen.

O Brasil aparece em 13° lugar, com o total de 452 estudantes matriculados em instituições de ensino na Alemanha no período de 2021/22. O número representa pouco mais de 2% de estudantes de intercâmbio no país.

Número de alunos que ficam no país após formação

Os dados divulgados mostram que um certo número de estudantes pretendem morar na Alemanha mesmo após a conclusão dos estudos.

As análises recentes mostram que, entre os 16 países analisados na amostra, apenas no Canadá (44%) tem uma taxa mais alta de pessoas que continuam no país mesmo após sua formação, no período de até 10 anos após a conclusão.

No entanto, ainda é incerto o número exato de pessoas que ficam ou pretendem ficar na Alemanha após os estudos. De acordo com Wissenschaft Weltoffen, é necessário analisar várias pesquisas em conjunto, que levem em consideração diferentes fatos.

Quantidade de estudantes europeus é incerta

Uma das sugestões para obter resultados mais reais é a diferenciação da contabilização dos estudantes de dentro e fora da União Europeia. Uma vez que os alunos de países membros da UE não necessitam de permissão de visto para estudar na Alemanha, em decorrência das relações entre os países membros da união, é difícil de calcular números exatos.

Estima-se que cerca de 20% dos estudantes internacionais com a intenção de se formar na Alemanha não são contabilizados nas estatísticas.

Na pesquisa BintHo do DAAD no semestre de inverno de 2020/21, cerca de 14.000 estudantes internacionais participaram da pesquisa sobre as intenções de permanência após a conclusão dos estudos. Os resultados mostram que 61% deles afirmaram querer ficar na Alemanha “com certeza” ou “provavelmente”.

Apenas cerca de 11% não planejavam ficar de forma alguma. Cerca de 28% dos entrevistados, estavam indecisos sobre sua permanência após a formação.