No início do processo de imigração é comum compararmos a nossa cultura de origem com a nova. Isso ocorre porque passamos muitos anos vivendo no Brasil e só percebemos o impacto cultural quando nos afastamos. Essa reação é perfeitamente natural.

No entanto, é importante destacar que em cada cultura você encontra coisas que te agradam e outras que não, o ideal é buscar um equilíbrio que faça sentido para a escolha de onde morar.

Quando não há um equilíbrio adequado, é possível que o imigrante viva no exterior, mas se sinta preso emocionalmente ao Brasil. Isso pode gerar impactos negativos em sua saúde mental e dificultar ainda mais a sua adaptação. Esse tema pode gerar sentimentos confusos para muitos imigrantes, e por isso é essencial entendermos um pouco mais sobre isso.

Como reconhecer se está preso emocionalmente ao Brasil?

O primeiro passo para identificar se você está preso emocionalmente ao seu país de origem é diferenciar a saudade natural dos pensamentos disfuncionais. É esperado sentir falta de momentos e de pessoas queridas, principalmente em datas especiais ou em situações difíceis.

A saudade faz parte do processo e indica que você ainda tem sentimentos de afeto por eles. Nesses casos, apesar da saudade, o imigrante consegue continuar sua vida, alcançar os seus objetivos e realizar os seus sonhos no exterior.

Os pensamentos disfuncionais, por outro lado, provocam uma sensação de impotência, como se a vida só pudesse avançar quando se está no Brasil. Esses pensamentos se prendem na mente do imigrante e podem surgir em qualquer momento. Fazem com que ele se sinta paralisado e frequentemente não consiga concretizar aquilo que foi idealizado para a sua vida no exterior.

Como avaliar a diferença entre os sentimentos?

Diferenciar o que é um sentimento natural e o que é disfuncional pode não ser uma tarefa fácil, pois essas emoções são semelhantes e o que as distingue é a intensidade e a frequência.

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É crucial observar o quanto esses sentimentos impactam na sua qualidade de vida, e caso você ainda tenha dúvidas busque um profissional da saúde mental que poderá te ajudar a reconhecer e compreendê-los.

Impactos emocionais

O esperado para uma imigração saudável é que o indivíduo consiga encontrar uma relação de equilíbrio e harmonia entre a sua cultura de origem e o seu novo país. Essa abordagem permite que ele tenha mais clareza em relação aos seus objetivos e continue avançando em direção aos seus sonhos e aspirações.

No entanto, nem sempre é assim que acontece, em alguns casos o imigrante pode manter uma excelente relação com a sua cultura de origem, mas se sentir incapaz de se identificar com os novos costumes. Isso significa que ele não consegue se desconectar do Brasil, o que pode levar a comparações constantes e pensamentos intrusivos.

Uma sensação bastante frequente é de que a vida do imigrante está estagnada e não progride quando está fora do Brasil. Isso pode o levar a sentir que não há mais expectativas de futuro vivendo no exterior. Nesses casos, é importante refletir se isso significa reavaliar os seus planos e considerar o retorno ao Brasil, ou se essa dificuldade está relacionada ao medo do desconhecido.

Viver no exterior preso ao Brasil não é uma boa experiência
Para algumas pessoas, decidir voltar para o Brasil e para o apoio familiar pode ser a melhor solução. Avalie com calma!

Pode ser extremamente confuso lidar com essas emoções, especialmente porque o processo de adaptação é gradual. É essencial conhecer as próprias dificuldades e limitações para enfrentar as barreiras da migração.

Alguns imigrantes acreditam que a vida no exterior é perfeita, livre de problemas, e quando os desafios começam a surgir, tendem a se culpar. Um pensamento comum é:

“Por que só eu não consigo ser feliz vivendo aqui?”

O imigrante constantemente sai da sua zona de conforto, o que pode ser extremamente assustador. Uma forma de lidarmos com esse medo é fixando nossos pensamentos em memórias boas que vivemos no Brasil. Isso pode servir como conforto ou consolo.

Porém, esses pensamentos em excesso podem trazer comparações entre as duas culturas, e intensificar mais o distanciamento entre elas.

Ter lembranças positivas e afetivas em relação ao Brasil é bastante saudável, e devemos prestar atenção se esses pensamentos nos trazem conforto e uma sensação de acolhimento. Ou se são pensamentos disfuncionais, que aparecem de forma involuntária e repetitiva, causando ansiedade e estresse.

Fique atento ao isolamento social

O imigrante pode recorrer para o isolamento social, se afastando de tudo aquilo que remete à cultura estrangeira. Isso faz com que ele não viva experiências importantes e perca oportunidades de crescimento no país, já que a única forma de se adaptar é se permitindo conectar com a nova cultura, e gradualmente, assimilar e aceitar a sua realidade como estrangeiro.

Nós, humanos, somos seres sociáveis, ou seja, precisamos viver em conjunto para alcançarmos as nossas necessidades. Por isso, quando mudamos para outro país, é comum experimentarmos o sentimento de não pertencimento, esse sentimento nos faz sentir sem função ou sem espaço naquele lugar.

Se nos entregarmos completamente a ele, tendemos a nos isolar cada vez mais e se tornará mais difícil nos sentirmos parte integrante da comunidade.

Construindo uma relação de equilíbrio entre as culturas

Imigrar é um exercício diário e longo, que envolve a reintegração e reconstrução de uma nova identidade em um novo lugar. Enfrentamos inúmeros desafios ao longo desse caminho, e eu sei que não é fácil aplicar essas mudanças na nossa rotina.

Muitas vezes, só percebemos o tamanho do desafio da imigração quando já estamos vivendo no novo país.

Nesses casos, buscar informação e conhecimento sobre os aspectos emocionais relacionados a imigração pode ser extremamente útil, tanto para prevenir dificuldades quanto para acolher e lidar melhor com esses desafios.

Buscar se envolver em eventos tradicionais e explorar a cultura local pode ser uma ótima maneira de conhecer pessoas novas e de compreender melhor a história do país que você está imigrando. Essa imersão cultural pode ajudá-lo a se sentir mais integrado e conectado a esse lugar, proporcionando um senso de pertencimento.

Conversar com outros imigrantes que estão passando pelas mesmas experiências que você também pode ser uma forma de se sentir menos sozinho. Hoje em dia, na internet, é possível encontrar grupos e relatos sobre os impactos emocionais da imigração, onde você pode compartilhar ou ler experiências semelhantes, e receber acolhimento e apoio.

Além disso, é fundamental buscar profissionais da área da saúde mental caso você precise de um suporte especializado. Eles possuem o conhecimento e a sensibilidade necessária para ajudá-lo a lidar com a adaptação e a compreensão dos seus sentimentos de forma individualizada e sem julgamentos. Esses profissionais podem fornecer estratégias e orientações para enfrentar os desafios emocionais da imigração de maneira saudável e construtiva.