Países do continente europeu costumam ser destaque quando o assunto é desenvolvimento, mas como está a economia da Europa em 2024? Onde acompanhar os indicadores da economia europeia? Por que a economia europeia é forte? Vamos responder a essas e a outras questões neste artigo. Confira!

Economia da Europa: qual o cenário atual?

Em 2024, a economia da Europa está crescendo em ritmo abaixo do previsto no final de 2023, de acordo com a Comissão Europeia. Conforme esclarece o Valor Investe, o Índice de atividade econômica na Europa é o mais baixo em quase 3 anos.

A economia da Europa está sob pressão dos juros elevados, firmados para conter a inflação constante no continente: a taxa de inflação na Zona do Euro atingiu 5,3% em fevereiro de 2024, acima da meta do Banco Central Europeu (BCE), de 2%. Juros altos geralmente têm efeito negativo para o crescimento econômico. 

Além disso, a Guerra entre a Rússia e a Ucrânia continua impactando negativamente na economia da Europa, elevando o preço da energia e suprimentos.

Mas, conforme esclarece o professor de Finanças da FIAP, Marcos Crivelaro, apesar dos desafios, a economia europeia mostra sinais de resiliência:

“O PIB da Zona do Euro cresceu 0,3% no quarto trimestre de 2023, acima das expectativas. O mercado de trabalho permanece forte, com a taxa de desemprego na Zona do Euro em 6,5% em fevereiro de 2024”.

Importante destacar que este é o nível mais baixo registrado nos últimos 17 anos.

Marcos Crivelaro na FIAP
Professor de Finanças da FIAP, Marcos Crivelaro, no Centro Universitário da FIAP. Arquivo pessoal de Crivelaro

Economia da União Europeia

De acordo com Crivelaro, a economia da União Europeia como um todo enfrenta os mesmos desafios que a Zona do Euro.

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A Comissão Europeia prevê um crescimento do PIB da UE de 0,3% em 2024, abaixo da previsão anterior de 0,8%. A inflação na UE deve permanecer elevada em 2024, com uma média anual prevista de 7%.

No quarto trimestre de 2023, o PIB corrigido de sazonalidade manteve-se estável, tanto na área do euro, quanto na União Europeia, em comparação com o trimestre anterior, de acordo com uma estimativa publicada pelo Eurostat, o serviço de estatística da União Europeia.

Segundo o jornal Expresso, a União Europeia vem se transformando, por influência dos acontecimentos no mundo desde 2020, com a pandemia da Covid-19. A pandemia quebrou a economia e forçou, nos anos seguintes, o bloco europeu a rever a sua estratégia de autossuficiência em relação a bens essenciais e tecnologia.

A guerra na Ucrânia mostrou a importância desse reposicionamento da UE e da política de defesa. Além disso, há outros desafios que estão “moldando” o futuro do projeto europeu. Exemplos disso são o combate às alterações climáticas e o cumprimento das ambiciosas metas comunitárias.

Economia do Reino Unido

A economia do Reino Unido, que inclui a economia da Inglaterra, da Escócia, do País de Gales e da Irlanda do Norte, é a sexta maior do mundo. Com 3,33 trilhões de dólares, está atrás dos seguintes países: Estados Unidos, China, Alemanha, Japão e Índia.

Apesar disso, o Reino Unido enfrenta um período de recessão, após PIB cair 0,3% no 4º trimestre de 2023.

Conforme divulgado pela CNN Brasil, o Escritório de Estatísticas Nacionais afirmou que a economia, que está estagnada há quase dois anos, teve um crescimento de apenas 0,1% em 2023 em comparação com 2022.

Vale dizer, aqui, que a crise financeira global (2008 – 2009), a pandemia, o Brexit e a guerra da Ucrânia e Rússia acarretaram contrações profundas em diversos setores da economia do país. Atualmente, a população enfrenta uma alta da inflação e custo de vida mais elevado.

O Banco da Inglaterra disse que espera que a produção aumente um pouco em 2024, mas somente para um crescimento de 0,25%. O Primeiro-ministro Rishi Sunak prometeu impulsionar o crescimento da economia britânica antes da eleição de 2024.

Principais indicadores da economia na Europa

É importante analisarmos os indicadores da economia da Europa, para verificarmos como ela está. Confira, adiante, os principais indicadores.

PIB na Zona do Euro

O Produto Interno Bruto (PIB) da Zona do Euro ficou estável no 4º trimestre de 2023 (entre outubro e dezembro) em relação aos três meses anteriores.

Estabilidade do PIB
O PIB da Zona Euro, um dos principais indicadores da economia da Europa, manteve-se estável no fim de 2023. Fonte: Eurostat

Já na comparação anual, o PIB do bloco teve uma leve alta, de 0,1% em relação ao período entre outubro e dezembro de 2022. Ainda, o PIB da Zona do Euro cresceu de 0,4% em todo o ano de 2023.

Os dados foram apresentados no relatório do Eurostat, no dia 8 de março de 2024.

Dívida Pública na Zona do Euro

De acordo com a notícia divulgada pelo site Observador, no terceiro trimestre de 2023, as dívidas públicas da Zona Euro e da União Europeia recuaram para os 89,9% e os 82,6% do PIB, respectivamente.

Conforme dados do Eurostat, a dívida pública na Zona do Euro reduziu para os 89,9% do PIB quer na variação homóloga – que compara os valores no mesmo mês de dois anos consecutivos –, quando atingiu os 92,2%, quer na trimestral (90,3%).

No conjunto dos 27 estados-membros, o indicador caiu para 82,6%, sendo comparado com a dívida de 84,6% do terceiro trimestre de 2022 e a de 83% do período entre abril e junho de 2023.

Maiores e menores dívidas públicas

Vale dizermos, aqui, que as maiores dívidas públicas, entre junho e setembro de 2023, foram registradas na Grécia (165,5% do PIB), na Itália (140,6%) e na França (111,9%).

Já as mais baixas foram apresentadas na Estônia (18,2%), na Bulgária (21,0%) e em Luxemburgo (25,7% do PIB).

De acordo com o relatório do Eurostat, a economia de Portugal registrou a segunda maior baixa homóloga (10,9%s), atrás da Grécia (12%). Por outro lado, os principais aumentos homólogos da dívida pública foram observados na Bélgica (2,5%), na Estônia (2,3%) e na Finlândia (2%).

Inflação na Europa

De acordo a reportagem do site Euronews, de 5 de março de 2024, a inflação anual na Europa vem dando sinais de abrandamento, com os dados de janeiro que mostram uma queda em 15 dos 27 países da União Europeia.

Segundo o Eurostat, o pico da inflação foi de 11,5%, registrado em outubro de 2022. Mas, em janeiro de 2024, a inflação anual na UE foi de 3,1%. Já em dezembro de 2023, era de 3,4%. O valor contrasta fortemente com o que foi registado na mesma época do ano anterior quando era de 10%.

Por outro lado, a taxa de inflação anual da Zona Euro foi de 2,8% em janeiro de 2024, contra 2,9% em dezembro.

Inflação na Europa
A inflação na Zona Euro em janeiro de 2024 foi bem menor do que os 8,6%, registrados em janeiro de 2023. Fonte: Eurostat

Porém, os 11 países restantes registaram um aumento da inflação. De acordo com os dados do relatório de janeiro de 2024, a inflação anual na União Europeia variou entre 0,9% e 7,3%. Entre os países da UE, a Romênia registou a taxa mais alta (7,3%), seguida da Estônia (5%), da Croácia (4,8%) e da Polônia (4,5%).

As taxas mais baixas da inflação anual foram observadas na Dinamarca e na Itália, com 0,9%, seguidas pela Letônia, pela Lituânia e pela Finlândia, com 1,1%.

Entre os quatro grandes países europeus, devemos destacar a taxa de inflação da economia da Espanha (3,5%) e da França (3,4%), que foi superior à média da União Europeia, enquanto a Alemanha registrou o mesmo nível que a UE (3,1%) e o Reino Unido teve uma inflação de 4,2%.

Em comparação com dezembro, a inflação anual reduziu em 15 países da UE, manteve-se estável em um país e aumentou em outros 11.

Taxa de juros do Banco Central Europeu

De acordo com a Forbes, o Banco Central Europeu (BCE) mantém taxa de juros em nível recorde, desde a criação do BCE, em 4% ao ano.

Além disso, a instituição financeira garantiu que permanecerá nesse patamar por algum tempo, com o objetivo de a inflação retornar à sua meta de médio prazo, de 2%.

Com base em sua avaliação atual, o Conselho do BCE considera que as taxas de juros básicas do BCE estão em níveis que, mantidos por um período suficientemente longo, darão uma contribuição substancial para esse objetivo. – afirmou o BCE em comunicado.

Taxa de desemprego na Zona do Euro

A taxa de desemprego é outro indicador que influencia na economia da Europa. E, em janeiro de 2024, a taxa de desemprego da Zona do Euro voltou à mínima recorde de 6,4%, após subir levemente para 6,5% em dezembro, com base nos dados com ajustes sazonais divulgados no dia 1º de março pelo Eurostat.

O resultado de janeiro veio em linha com a expectativa de analistas consultados pela FactSet, empresa americana de dados financeiros e software. A taxa de dezembro foi levemente revisada para cima, de 6,4% originalmente.

Para Crivelaro, a taxa de desemprego na Zona do Euro é positiva, mas ainda acima da média histórica. Segundo o professor da FIAP, o mercado de trabalho europeu é resiliente, com a criação de novos empregos em 2023. Mas alerta:

“No entanto, a guerra na Ucrânia e a desaceleração do crescimento econômico podem levar a um aumento do desemprego em 2024”.

O Eurostat calcula que mais de 11 milhões de pessoas estavam desempregadas na zona do euro em janeiro de 2024. Em relação a dezembro, o número de desempregados na região teve redução de 34 mil.

Onde acompanhar os indicadores da economia europeia?

Os melhores lugares para acompanhar os indicadores da economia da Europa são: por meio do site do Eurostat e do Banco Central Europeu (BCE).

O Eurostat, como dissemos, é o Serviço de Estatística da União Europeia responsável pela publicação de estatísticas e indicadores de qualidade ao nível europeu, que permite a comparação entre países e regiões. Já o BCE, juntamente com os bancos centrais nacionais dos países da área do euro, desempenha diversas atividades para manter a estabilidade de preços.

Também é possível estar por dentro dos indicadores por meio do site da União Europeia, sites de economia, como: Euronews, Infomoney e Jornal de Negócios, exemplo, além de telejornais.

Previsões para a economia da Europa em 2024

A União Europeia prevê um crescimento mais fraco da Zona do Euro e inflação abaixo de 3% em 2024.

Em novembro de 2023, o relatório de projeções da Comissão Europeia previa um crescimento do PIB em 2024 de 1,2%. Já em fevereiro de 2024, a previsão de crescimento era de 0,8% do PIB. Mesmo assim, esse percentual ainda será maior do que o aumento de 0,5% em 2023.

E, mesmo esperando uma “aceleração gradual” da economia no decorrer de 2024, a Comissão Europeia também diminuiu a projeção para o PIB em 2025, de 1,6% para 1,5%.

Piora nas perspectivas

De acordo com a Comissão Europeia, essa piora tem como base as taxas de crescimento mais baixas do que o esperado em 2023, em um cenário de “diminuição do poder de compra doméstico, colapso da demanda externa, forte aperto monetário e retirada parcial do apoio fiscal.”

Ainda, a Comissão Europeia afirma que a inflação ao consumidor provavelmente cairá de 5,4% em 2023 para 2,7% em 2024 e em 2025 deve chegar em 2,2%, se aproximando da meta do Banco Central Europeu, de 2%. Antes, a estimativa para 2023 era de 5,6% e a projeção para 2024 era de 3,2%. A projeção de 2025 ficou inalterada.

De acordo com Crivelaro, o crescimento econômico é incerto e depende da resolução da guerra na Ucrânia e da trajetória das taxas de juros do Banco Central Europeu.

Eleições do Parlamento Europeu e os desafios para a economia da Europa

Entre 6 e 9 de junho de 2024, cerca de 400 milhões de europeus estão inscritos para definir o futuro da democracia europeia com as eleições do Parlamento Europeu (PE). O PE tem um papel importante na definição de políticas da União Europeia, incluindo a economia.

De acordo com o jornal Carta Capital, a extrema-direita representa a segunda força política em mais de 1/3 dos países do bloco. Assim, a votação pode se transformar em um referendo em favor ou contra a União Europeia.

Os deputados escolhidos para o Parlamento Europeu serão os responsáveis pela tomada de decisões que tem impacto no dia a dia dos cidadãos europeus, como, por exemplo, emprego, cuidados com a saúde e meio ambiente.

Segundo Marcos Crivelaro, estão entre os principais desafios para a economia da Europa:

  • Gerenciar a inflação e o aumento das taxas de juros;
  • Garantir a segurança energética em um contexto de guerra na Ucrânia;
  • Promover a transição verde e combater as mudanças climáticas.
  • Reduzir as desigualdades sociais e econômicas.
  • Fortalecer a competitividade da economia europeia.

O professor de Finanças reforça que as eleições do Parlamento podem influenciar como esses desafios serão abordados.

Quais as principais atividades da economia europeia?

A economia da Europa é bastante diversificada. O continente europeu é um grande centro de produção e de consumo de bens industrializados. A maioria dos países da Europa tem:

  • Setor primário desenvolvido, com a agropecuária com alta produtividade;
  • Setor secundário ancorado na produção de bens de valor agregado elevado, com indústrias de transformação e de bens de tecnologia;
  • Setor terciário baseado nos serviços, como redes de transportes e de telecomunicações, além de bens de consumo, como carros, celulares e alimentação), e no turismo (com infraestrutura de hotéis, restaurantes e lazer).

O setor terciário é o que mais contribui para a economia da Europa.

Quais são as maiores economias da Europa?

Alemanha, França, Itália e Reino Unido são as quatro maiores economias da Europa. A Alemanha é o país mais rico da Europa e a terceira maior economia do mundo, de acordo com a projeção do Fundo Monetário Internacional – FMI.

O país possui uma economia de USD 4,43 trilhões e está atrás apenas dos Estados Unidos (USD 26,95 trilhões) e da China (17,7 trilhões).

A economia da Alemanha é tão forte não somente pela qualidade de vida no país, mas pela gestão e pelo planejamento de qualidade que exerce.

Por que a economia europeia é forte?

Porque a economia da Europa é madura e sólida, principalmente depois que o continente conseguiu superar a crise econômica na Grécia, que, na época, poderia “contaminar” todo o bloco.

O continente europeu possui um mercado único, de livre circulação de bens, serviços, capital e pessoas.

A Europa possui uma moeda oficial forte: o euro. Além disso, o continente europeu possui diversos países ricos, com recursos disponíveis, além de planos concretos do Governo e do Banco Central para conter crises.

O BCE possui condições de reserva e, mesmo com riscos, visa garantir estabilidade e segurança na moeda – neste momento de inflação, por exemplo, a instituição aumentou a taxa de juros para conseguir reduzir a taxa de inflação para 2%.  

A força de trabalho qualificada, a inovação e a tecnologia, assim como o estado de bem-estar social, proporcionado aos cidadãos europeus, também influenciam na fortaleza da economia da Europa.

A relevância do euro para a economia europeia

Conforme informa o site da União Europeia, o euro oferece muitas vantagens para os cidadãos, as empresas e as economias dos países que o utilizam, como:

  • Estabilidade dos preços;
  • Facilidade de comparar os preços entre os países, estimulando a concorrência e beneficiando os consumidores;
  • Facilidade de realizar as compras e vendas na Zona do Euro e com o restante do mundo, maior segurança na moeda única, maior estabilidade e crescimento econômico;
  • Maior integração entre os mercados financeiros e, consequentemente, maior eficiência;
  • Maior influência na economia mundial.

Segundo o site, o euro na economia da Europa eliminou os custos das flutuações das taxas de câmbio na Zona do Euro.

Dessa forma, os consumidores e as empresas que adotam esta moeda como oficial estão mais protegidos contra oscilações dos mercados de câmbio, que são caras, podem desencorajar o investidor e causar instabilidade econômica.

Assim, a utilização de uma moeda única faz com que a atividade empresarial e o investimento na Zona do Euro sejam mais simples, mais econômicos e menos arriscados.

Histórico da economia da Europa

Para entender como está a economia da Europa em 2024, vamos lembrar do seu histórico na última década.

Europa pré-pandemia

Durante séculos, a Europa foi um dos maiores centros econômicos do mundo, principalmente por conta da sua condição geográfica – por estar localizada entre a África e a Ásia, a região europeia tornou-se um ponto de passagem obrigatório, facilitando a absorção e propagação dos conhecimentos, tecnologia e comércio dos dois continentes.

Isso permaneceu até o século XX, quando a Europa “perdeu espaço” para as potências econômicas Estados Unidos, Japão e, posteriormente, para a China.

A Primeira e a Segunda Guerras Mundiais, no seu território, assim como a falta de energia suficiente, de petróleo, e uma grande rivalidade entre a população do continente, acarretaram perda de liderança econômica da Europa.

Mas, mesmo assim, de acordo com dados oficiais da UE, a União Europeia, a China e os Estados Unidos são os três maiores interventores mundiais no comércio internacional.

Gráfico da Economia da Europa e do mundo
Gráfico da União Europeia pré-pandemia mostra a importância da Economia Europeia no comércio mundial

Impacto da pandemia

Os primeiros registros oficiais de Covid-19 na Europa ocorreram no final de janeiro de 2020. Já em março de 2020, a Europa tornou-se o epicentro da pandemia, com a Itália, a Espanha e a França com mais casos da doença.

A grande crise sanitária acarretou nas primeiras medidas de isolamento social. Com a circulação restrita de pessoas, houve uma paralisação parcial da economia europeia, levando a uma queda considerável do PIB no continente já no primeiro trimestre de 2020.

Mortes por Covid-19 e queda do PIB

O pico de casos diários na União Europeia veio em novembro de 2020 e as mortes foram um dos maiores impactos da pandemia – foram mais de 3.500 óbitos diários, em média, fazendo com que os países voltassem a reforçar as medidas de isolamento.

O PIB europeu caiu, principalmente, por conta do setor de serviços, como o hoteleiro e de restaurantes, pois o movimento nesses locais diminuiu consideravelmente.

Além disso, a desaceleração da economia um pouco maior do que o esperado ao final de 2021 estava entre os problemas mencionados. Isso por conta do aumento de casos da variante Ômicron, bem como o aumento desenfreado dos preços da energia e a falta de fornecimento de alguns produtos, tendo como consequências o desabastecimento e a alta da inflação.

A economia da Espanha foi uma das mais afetadas pela Covid-19 e o país vem se recuperando dos impactos da pandemia.

Economia da Europa após o Brexit

O Reino Unido deixou de fazer parte da União Europeia em 1º de janeiro de 2020. E, conforme explica Crivelaro, o Brexit teve um impacto negativo na economia do Reino Unido, mas o impacto na UE como um todo foi menor do que o esperado:

A economia da União Europeia cresceu em 2020, apesar da pandemia da Covid-19. O comércio entre a UE e o Reino Unido diminuiu, mas o comércio com outros países aumentou.

Segundo o professor de finanças, o impacto do Brexit ainda “está sendo sentido” e pode levar alguns anos para “ser totalmente compreendido”.

Impacto da guerra da Ucrânia

A guerra da Ucrânia causou uma grave crise humanitária e teve um grande impacto na economia da Europa, que estava caminhando para a recuperação e o crescimento, saindo da pandemia, com previsões otimistas da Comissão Europeia.

Duas semanas depois do relatório, a Rússia invadiu a Ucrânia, o que não era esperado, e trouxe um cenário de incertezas para a economia do mundo, principalmente para Europa.

Mapa da União Europeia de crescimento da economia da Europa
Os mapas mostram a União Europeia e o crescimento da economia da Europa no período 2022/2023.

As consequências mais graves da guerra entre a Rússia e a Ucrânia para a economia da Europa foram: o grande aumento do custo dos alimentos, de bens, de serviços e da inflação.

Isso porque a Ucrânia e a Rússia produzem quase 1/3 do trigo e da cevada do mundo e são grandes exportadores de metais. Além disso, a Europa dependia muito do gás russo, o que gerou aumento no custo da energia, que já estava alto.

Vale dizer, ainda, que a invasão da Ucrânia teve um impacto significativo na mobilidade de pessoas e de mercadorias na União Europeia, em todos os modos de transporte.

Impacto também nos combustíveis

O fornecimento de combustível e os preços dos combustíveis estão entre as principais questões ligadas à guerra. Os desafios logísticos, relacionados à passagem de fronteiras e às restrições do espaço aéreo também foram impactos da invasão.

Além disso, a importação de mercadorias e o grande afluxo de refugiados ucranianos para os países da União Europeia criaram desafios operacionais para o setor. Conforme explica o professor da FIAP:

“A guerra ainda está em curso e é difícil prever os impactos a longo prazo”.

Guerra de Israel impacta a economia europeia?

Conforme mostra a reportagem do Jornal Expresso, o Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que a guerra entre Israel e o grupo islamita Hamas tem um “impacto limitado” na economia da Europa, depois de pressões iniciais no setor de energia.

“Portanto, se estamos a falar de um conflito localizado [e não regional], como o que vemos agora, então, nesta fase, o impacto é limitado na Europa” – afirma o diretor do FMI para a Europa, Alfred Kammer.

Isso porque, conforme explica Marcos Crivelaro, o conflito em Israel não tem o mesmo impacto global que a guerra na Ucrânia. Ele esclarece que a União Europeia tem uma dependência menor da energia do Oriente Médio do que da Rússia.

No entanto, o diretor do FMI para a Europa alerta para riscos inflacionistas.

No que respeita ao conflito entre Israel e Gaza, o que vimos em termos de impacto foi um aumento inicial dos preços do petróleo, mas isso foi já totalmente invertido, e também vimos isso na Europa [dado o inicial] aumento dos preços do gás natural em cerca de 10%. Portanto, o conflito até agora tem tido um impacto muito limitado na atividade das economias europeias do lado dos preços.

Mas, analisando os impactos do contexto geopolítico verificado sobre o preço da energia, Kammer avisa que o cenário “pode aumentar a inflação na Europa em geral”.

Crivelaro analisa que o impacto geral na economia da Europa dependerá da duração e da intensidade do conflito.

Mesmo que a economia da Europa não esteja no seu auge e que o cenário seja de algumas incertezas, seguimos acompanhando os indicadores e torcendo pelo melhor!