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Daniele Haller

Autor

Daniele Haller é jornalista formada pela Estácio de Sá do Ceará (2008). Jornalista e redatora freelancer, trabalha como correspondente na Alemanha e França para o Canal Solar (Campinas-SP), desde 2021. Morou na Alemanha por sete anos e vive atualmente na França, na fronteira com o país germânico, de onde tem a flexibilidade para trabalhar nos dois países. Trabalha há quatro anos dentro do Projeto Brempex (Brasileiras Empreendedoras no Exterior), com sede na Alemanha, responsável pelo setor de comunicação e assessoria de imprensa. É apaixonada pelo mar, ama mitologia grega, política, ler e viajar.

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Inicia o teste da semana de 4 dias na Alemanha
Alemanha

Alemanha testa semana de trabalho de 4 dias sem alterar salários

O projeto-piloto do novo horário de trabalho alemão com apenas quatro dias na semana deve iniciar em 2024 com período de duração de seis meses. Utilizará o sistema 100-80-100: 100% de produção em 80% de tempo com 100% do salário. Resultados serão avaliados durante e após o teste o projeto irá implementar a semana de quatro dias de trabalho para as empresas que desejarem participar. Ao longo da fase teste, que deve durar um período de seis meses, a evolução e resultados serão avaliados cientificamente. A iniciativa parte de um trabalho em conjunto da empresa Intraprenör, em Berlim, e a ONG 4 Day Week Global, que já realiza trabalhos semelhantes em outros países. "Esperamos elevar o debate sobre a semana de trabalho de quatro dias a um novo patamar - com apoio científico", diz o consultor de empresas Jan Bühren, da Intraprenör. A princípio, a ideia é implementar uma semana de quatro dias de trabalho onde o tempo será reduzido, no entanto, o desempenho do funcionário e o salário devem permanecer os mesmos. De acordo com matéria publicada no jornal Tagesspiegel, esse sistema já é aplicado pela empresa IG Metall, indústria do ferro e do aço. O objetivo é que, através da semana de quatro dias, as pessoas sintam-se mais focadas e motivadas para desenvolverem suas tarefas e alcançarem suas metas. Mais qualidade dentro e fora do trabalho Dentre os motivos pela adoção da semana de quatro dias na Alemanha, está o equilíbrio entre profissão e família, além do desejo de tornar o mercado de trabalho mais atrativo, através da implementação de outras medidas, como a aprovação da mudança na Lei de Imigração. Em abril deste ano, em declaração à Redaktionsnetzwerk Deutschland, rede de impressa na Alemanha, Saskia Esken, líder do SPD, debateu sobre a semana de quatro dias. "Posso imaginar que alcançaríamos bons resultados com uma semana de quatro dias”. Esken acredita que a iniciativa apoiaria especialmente os pais, que precisam de horários de trabalho diferentes, mais flexíveis e mais curtos para organizar melhor suas obrigações e necessidades familiares. Projeto-piloto deve funcionar em cooperação com empresas As empresas interessadas devem se inscrever para participar do projeto. Segundo a Intraprenör, a meta estabelecida é de que cerca de 50 empresas possam adotar a fase teste, que pode iniciar ainda em 2023. De acordo com o método aplicado (100-80-100), os funcionários deverão manter o mesmo nível de desempenho em menos horas trabalhadas, mas recebendo 100% do seu salário. Durante o processo, as empresas serão acompanhadas por especialistas para que possam se capacitar com novos métodos e realizar colaborações com outros empregadores, assim como ter mais proximidade com empresas que já realizaram a transição. A Universidade de Münster, na Alemanha, deverá realizar a avaliação científica. Alemanha segue exemplo de outros países adotaram o sistema A semana de quatro dias foi implementada e está sendo experimentada em larga escala na Islândia, Reino Unido e Bélgica. Islândia: primeiro país a implementar o sistema de quatro dias A Islândia inovou a ser o primeiro país a adotar o método de menos horas de trabalho na semana. Em um período entre 2015 a 2019, o país conseguiu aplicar um sistema de 35 a 36 horas semanais com 100% do salário dos empregados. O projeto foi avaliado pela empresa britânica Autonomy e pela Associação para Sustentabilidade e Democracia (ALDA). Cerca de 2.500 pessoas participaram da fase de teste, que foi avaliada como um sucesso, chegando a resultados positivos: o estresse e o esgotamento entre os trabalhadores diminuíram e o equilíbrio entre vida e trabalho melhorou. [caption id="attachment_155243" align="alignnone" width="750"] Atualmente, 90% dos trabalhadores da Islândia exerce a profissão em horários reduzidos ou realizando ajustes.[/caption] Bélgica adota o sistema para uma maior flexibilidade para os funcionários Desde novembro de 2022, os funcionários belgas podem optar pela semana de quatro dias de trabalho ao invés de cinco. Aqueles que optam pela jornada de trabalho de apenas quatro dias não terão as horas de trabalho reduzidas, apenas necessitam distribuí-las nas quatro jornadas de trabalho. O primeiro-ministro da Bélgica, Alexander de Croo, espera que a medida torne o mercado de trabalho belga menos rígido e, além disso, que os funcionários tenham maior liberdade e flexibilidade para equilibrar a vida familiar e profissional. "O objetivo é dar às pessoas e às empresas mais liberdade para organizar seu tempo de trabalho", disse de Croo. Reino Unido tem experiência bem-sucedida Após seis meses de experiência, a Inglaterra prevê tornar o modelo de semana de trabalho mais curta permanente. O país adotou o sistema com o objetivo de analisar o impacto da redução das horas de trabalho sobre a produtividade das empresas e o bem-estar dos trabalhadores, bem como o impacto sobre o meio ambiente e a igualdade de gênero. No total, cerca de 61 empresas e mais de 3.300 trabalhadores participaram do projeto. De acordo com a Euronews, 92% das empresas que participaram do teste optaram por manter o sistema, citando o projeto como um “grande avanço”. O país também adotou o mesmo modelo previsto pela Alemanha: 100% do salário durante 80% do tempo, e a meta de pelo menos 100% de produtividade. Quais as vantagens e desvantagens da semana de quatro dias? A proposta em si já remete a um pensamento positivo a respeito, menos tempo no trabalho e mais horas livres. Quais são realmente os possíveis impactos desse sistema na vida dos trabalhadores? O jornal Deutsche Welle (DW) publicou uma matéria a respeito do tema e citou vantagens e desvantagens do modelo. Os prós de uma semana de trabalho mais curta Menos riscos de estresse e burnout Uma semana de apenas quatro dias de trabalho resultou na diminuição do nível de estresse, ansiedade, distúrbio do sono e cansaço, além de menos riscos de casos de burnout. Os dados são resultados do estudo britânico divulgado em 2023, onde mostra que o modelo de trabalho apresentou um risco menor relacionado aos transtornos psíquicos nos trabalhadores. Queda no número de funcionários doentes Nas empresas que adotaram o sistema, o número de licenças médicas caiu, o que foi apontado como resultado do projeto, uma vez que, trabalhando apenas quatro dias na semana, os funcionários teriam mais tempo para se recuperar. Igualdade de gênero nos ambientes corporativos e divisão de tarefas no lar O sistema de quatro dias de trabalho pode impactar não apenas dentro das empresas, mas também no ambiente familiar dos funcionários. O estudo britânico indicou que, no modelo de trabalho com menos dias, os homens têm mais tempo para se ocuparem de tarefas que, ainda em alguns países, somente ou a maioria das mulheres são responsáveis, como os cuidados com a casa e as crianças. Além disso, o sistema permitiria também que houvesse uma melhor divisão na carreira profissional das famílias, facilitando o retorno da mulher ao mercado de trabalho. Jornada semanal mais curta, empresas mais atraentes Apesar de manter a carga horária igual, mas em menos dias, as empresas que oferecem o modelo de quatro dias de trabalho tendem a tornar-se mais atraentes. Segundo a psicóloga Hannah Schade, do Instituto Leibniz Pesquisa sobre o Trabalho, da Universidade Técnica de Dortmund, não é exatamente o modelo de 40 horas que atrai candidatos, mas uma diminuição significativa da carga de trabalho: "Para isso os candidatos também estão dispostos a abrir mão de outras coisas". Contras da jornada semanal de quatro dias Menos ou mais estresse? Ter um dia livre a mais na semana deveria ser visto como uma vantagem, no entanto, a obrigação de realizar 100% de suas tarefas em menos tempo, também acarreta estresse, de acordo com o economista Bernd Fitzenberger. Ameaça à competitividade nacional Nem todos veem a jornada semana mais curta com bons olhos. Christian Dürr, chefe da bancada parlamentar do Partido Liberal Democrático (FDP), teme que a implementação do sistema acarrete uma desvantagem na competividade da indústria alemã. Dürr alega que, diante da escassez de mão de obra a qual o país vive, um sistema de apenas quatro dias na semana é “incompreensível”. Vantagem para alguns setores, desvantagem para outros Um dos desafios será aplicar o sistema em diferentes setores. De acordo com Fitzenberger, o modelo dificilmente poderá ser aplicado em setores emergenciais, como saúde, segurança ou transporte: “Se aplicássemos uma norma rígida, afetando igualmente todos os ramos, isso poderia comprometer a competitividade”, afirma. Maioria dos alemães aprova a semana de 4 dias de trabalho De acordo com uma pesquisa realizada em setembro de 2022, pelo Instituto de pesquisas na Alemanha, o Statista, muitos funcionários (77%) conseguem imaginar esse modelo. Entretanto, para 63% dos entrevistados, o pré-requisito para isso é a compensação salarial integral. A pesquisa contou com cerca de 3.891 entrevistados, com idade a partir de 15 anos, entre eles, 368 autônomos/freelancers e 3.523 empregados. Os resultados mostram que 63% dos entrevistados aprovam o sistema, mas com o pagamento integral do salário, 14% aprovam mesmo sem salário integral, 17% não são a favor do sistema e 6% não sabem ou desejam não opinar. Empresas têm receio dos resultados Apesar do alto número de aceitação por parte dos alemães, as pequenas e médias empresas veem o projeto-piloto com insegurança. Christoph Ahlhaus, diretor-geral da Bundesverband Mittelständische Wirtschaft (Associação Federal de Empresas de Médio Porte) na Alemanha, afirma que soluções individuais entre empregados e empregadores são bem-vindas, mas se opõe a uma intervenção estatal que reduza as horas de trabalho. Segundo Ahlhaus, devido à escassez de mão de obra que o país vive, tal medido poderia afetar a produtividade.

Dia da Prevenção ao suicídio na Europa
Europa Notícias

Setembro amarelo alerta que suicídio é problema mundial: veja números da Europa e Brasil

A cada 100 mortes no mundo, uma é através de suicídio. O número de casos tem causado preocupação e organizações como a OMS e a Associação Internacional para a prevenção do suicídio buscam conscientizar os governos sobre a importância de criar políticas que desmitifiquem e previnam novos casos. Conheça os números mais atuais do Brasil e da Europa relacionados a doenças mentais e suicídio e como a Comissão Europeia tem investido em políticas públicas de prevenção. Dados sobre o suicídio na Europa Na Europa, o número de mortes por suicídio caiu quase 14% em uma década, é o que conta em artigo publicado no último dia 8 de setembro no site oficial da Uniao Europeia. Segundo os dados divulgados, no ano de 2020, o número de pessoas que tiraram a própria vida chegou a 47.252 em toda a União Europeia, equivalente a 0,9% das mortes registradas naquele ano. Também é notória a diferença no gênero das vítimas, sendo os homens 77,1% da porcentagem de suicídios, um número muito acima do que as mulheres. Em comparação com o ano de 2011, esses números caíram. Até os registros de 2020, a média de mortes por suicídio é de 10,2 a cada 100.000 pessoas, em 2011, a taxa era de 12,4. Os números representam cerca de 7.371 mortes a menos registradas. Josiane Peluccio é psicóloga clínica na Alemanha e atende em seu consultório muitos pacientes expatriados, trabalhando o tema da imigração e aspectos interculturais, assim como seus efeitos na saúde psíquica. Ela acredita que, para os expatriados, a adaptação em um novo país pode acarretar, algumas vezes, sentimentos de depressão que devem ser tratados para evitar um fim drástico. Ela ressalta a questão da invalidação do sentimento de quem mora fora do Brasil: “Muitas vezes, a pessoa está vivendo no país que ela idealizou, que ela escolheu, que ela sonhou, porém, algumas pessoas invalidam o sentimento dessa pessoa quando falam: ´Nossa, mas por que que você está triste? Isso é uma vida de sonhos!". [caption id="attachment_154012" align="alignnone" width="750"] Josiane Peluccio é psicóloga clínica na Alemanha. Imagem: Arquivo pessoal[/caption] Mas ela ressalta que: "Só que quem está vivendo no país é aquela pessoa. Então, é muito importante a gente saber escutar, lembrando que tanto imigrantes quanto expatriados tendem, vamos dizer assim, a ter recaída, porque a demanda de novas habitações, ao mesmo tempo, ela é muito grande". A especialista lembra que a situação pode ocorrer em qualquer faixa etária: “Nós, que estamos no exterior, sejamos adultos ou os nossos filhos, estamos muito mais propensos a vivenciar a depressão, e a depressão para imigrantes expatriados evolui muito mais rapidamente do que para um brasileiro que está no Brasil, devido a tantas mudanças e adaptações rápidas e necessárias”, afirma. Países europeus com maior número de ocorrência Dentro da União Europeia, o país com mais alto índice de casos de suicídio em 2020 é a Lituânia. O país chegou a registrar 21,3 mortes por suicídio a cada 100.000 habitantes. Mais dois países são citados no relatório da União Europeia, a Hungria, com a média de 17,1 a cada 100.000 habitantes e Eslovênia, com 16,3. Em se tratando de regiões mais específicas, na Hungria, a região de South Great Plain registrou a maior taxa de mortalidade por suicídio, com 23,9 mortes a cada 100.000 habitantes. Em seguida, as regiões Central e Ocidental da Lituânia (22,9), Lower Normandy na França (22,3), Świętokrzyskie na Polônia central (21,2) e North Great Plain na Hungria (20,6). [caption id="attachment_154006" align="alignnone" width="750"] O mapa do Eurostat mostra os países com mais e menos índices de suicídio. Adaptado de: https://ec.europa.eu/eurostat/[/caption] Os países com menores taxas de mortalidade por suicídio foram Chipre, com a média de 3,5 mortes a cada 100.000 habitantes, Malta e Grécia, ambos com 4,0, e por último, Itália 5,6 e Eslováquia com uma média de 6,9. As regiões que menos registraram casos foram Mayotte na França (1,4), North Aegean (2,3) e Central Macedônia com 2,9. Grécia e Campania, na Itália, com 2,9 ambas, e South-West region na Bulgária (3,0). Pandemia aumentou índices de suicídio no Brasil Enquanto o número de casos vem diminuindo na Uniao Europeia, no Brasil, a preocupação aumenta. Segundo especialistas da área de saúde, a pandemia foi um fator agravante para o aumento de casos de suicídios no país. Segundo matéria divulgada pela Agência Brasil, entre março de 2020 e fevereiro de 2022, o país registrou 30 mil casos, no entanto, entre março de 2021 a fevereiro de 2022, o número de suicídios entre mulheres com 60 anos ou mais aumentou 28%, especificamente na região sudeste do país. Nas regiões Norte e Nordeste, entre mulheres com faixa etária de 30 a 59 anos, o número subiu para 32% e 61%, respectivamente. Ainda de acordo com a publicação, no Brasil, os transtornos na adolescência podem começar a surgir a partir dos 14 anos. Karin Knoener, psicóloga que atende adolescentes, adultos e casais expatriados em seu consultório, comenta que, nessa fase, o indivíduo ainda está em desenvolvimento e tem dificuldade de lidar com os conflitos: “Ele(adolescente) está muito vulnerável, exposto aos ambientes e o ambiente tem a tendência a nos frustrar. Quando isso acontece, ele vai ter mais dificuldade de administrar essa frustração, de entender limites. Nessas situações, pode acontecer as más escolhas ou escolhas momentâneas que geram consequências futuras”, conclui a psicóloga. Os dados são resultado do estudo “Excess Suicides in Brazil during the First Two Years of the Covid-19 Pandemic: Gender, Regional and Age Group Inequalities"(Excesso de Suicídios no Brasil nos Dois Primeiros Anos da Pandemia de Covid-19: Desigualdades de Gênero, Regionais e de Faixas Etárias). De acordo com o estudo, países como Brasil, que foram bruscamente afetados com os efeitos diretos da pandemia, onde foram registrados os maiores números de mortes, também foram os mais atingidos com o aumento na taxa de mortalidade por suicídio. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgou dados do ano de 2022, mostrando que o país registrou 16,2 mil casos de suicídios. O número é equivalente a uma média de 44 por dia, um aumento de cerca de 12% em comparação ao ano de 2011, que foi de 14,4 mil. 10 de setembro é o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio O mês de setembro é marcado pelo número de campanhas que buscam alertar sobre a importância da prevenção do suicídio. Em 2003, a Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio e a Organização Mundial de Saúde criaram o dia da Prevenção do Suicídio, dia 10 de setembro. A necessidade de criar a data se deu pelo crescente número de casos em todo mundo, afetando principalmente os mais jovens. [caption id="attachment_154109" align="alignnone" width="750"] O laço é o símbolo oficial do Setembro Amarelo e alerta para a importância da prevenção do suicídio.[/caption] Os mais jovens são os mais afetados De acordo com a OMS, o número de mortes por suicídio chega a 700 mil por ano, sendo uma das principais mortes no mundo. Ainda de acordo com a organização, a cada 100 mortes, uma é por suicídio, especialmente entre jovens de 15 a 29 anos. Karin Knoener, comenta sobre a importância de observar os sinais de que algo errado possa estar acontecendo. Ela explica que é fundamental que os pais estejam atentos a mudanças nos comportamentos dos filhos: “É claro que pra você perceber a mudança do comportamento do filho, é importante que você conheça o seu filho minimamente. As mudanças acabam sendo gradativas, às vezes, muito sutis, mas se existe uma conexão, isso vai ser percebido de uma forma muito mais clara". [caption id="attachment_153887" align="alignnone" width="640"] Karin Knoener é psicóloga clínica e atende em Luxemburgo. Imagem: Arquivo pessoal[/caption] A profissional indica alguns pontos de atenção: "Algumas mudanças importantes, no abandono do autocuidado, quando o adolescente começa a ficar desleixado, começa a não ter asseio, não ter preocupação com as roupas, não ter preocupação em cortar um cabelo, principalmente as meninas quando acabam se esquecendo que são mais vaidosas, que são mais preocupadas com o próprio corpo”, comenta. Além dos sinais com o autocuidado, Karin aponta o baixo rendimento acadêmico, abandono de esporte ou práticas que o adolescente normalmente gostava e, de repente, abandona, como sinais de alerta. O uso excessivo das redes sociais também é um fator crucial para ser bem observado: “Passar muito tempo trancado dentro do quarto e muito acesso a conteúdo e telas hiper estimulantes, às vezes, até pornografia ou outros acessos que acabam sendo colocados nesse comportamento”. Através do dia da Prevenção do Suicídio, as organizações buscam mobilizar os governos sobre a necessidade de políticas públicas que possam agir de forma eficaz para diminuir esses números. Ainda visto como um tema tabu, a intenção é que seja discutido de forma mais aberta para diminuir o estigma e conscientizar as pessoas sobre a prevenção através da ajuda e apoio. Outras populações vulneráveis Segundo Dra. Alexandra Fleischmann, cientista do Departamento de Saúde Mental da OMS, em uma coletiva de imprensa da ONU em Genebra, alguns grupos específicos são mais afetados: "povos indígenas, membros de comunidades LGBTQI+, pessoas presas ou encarceradas, refugiados e migrantes". Comissão Europeia vai agir na prevenção ao suicídio Em resposta aos apelos da população e organizações de prevenção ao suicídio, a Comissão Europeia tem criado medidas com relação à saúde mental. Em comunicado publicado pela Comissão Europeia no último dia 7 de junho, consta: “Um dos principais objetivos das políticas públicas deve ser garantir que ninguém é deixado para trás, que os cidadãos gozam de igualdade de acesso aos serviços preventivos e de saúde mental em toda a UE e que a reintegração e a inclusão social orientam a ação coletiva em matéria de doenças mentais. São necessárias orientações, coordenação, apoio reforçado e ações específicas eficazes para aproximar a Europa desse objetivo”. De acordo com o comunicado publicado, uma nova abordagem estratégica deve ser empregada, centrada no apoio às pessoas que sofrem de problemas de saúde mental e em políticas de prevenção ao suicídio. É baseada em três princípios aplicados a todos os cidadãos pertencentes à União Europeia: “i) ter acesso a uma prevenção adequada e eficaz, ii) ter acesso a tratamentos e cuidados de saúde mental de elevada qualidade e a preços comportáveis, e iii) ser capaz de se reintegrar na sociedade após a recuperação”. Também foi observada a necessidade de prevenção à saúde mental ligada às mídias sociais, abordando a preocupação sobre como os mais jovens estão propensos a sofrerem situações de estresse mental em consequência do uso indevido das mídias digitais. Doenças mentais são fator de risco As causas que podem levar um indivíduo a pensar em praticar o suicídio podem ser diversas, como os fatores biológicos, culturais e sociais, no entanto, os transtornos ou traumas mentais são os mais comuns. Pessoas com depressão, traumas de infância, abuso, violência ou discriminação estão mais propensas a cometerem suicídio, de acordo com especialistas da área de saúde mental. Situações inesperadas também podem acarretar os riscos de suicídio, como a perda de alguém, fim de relacionamentos, conflitos e condições financeiras. Sobre as possíveis causas que levam ao suicídio, Josiane Peluccio diz que, muitas vezes, as pessoas entendem que isso está relacionado a fatores da saúde mental, como depressão, ansiedade, esquizofrenia, entre outros. "E sim, são alguns fatores de riscos que podem contribuir para essa caminhada, inclusive desenvolver uma depressão da genética. O histórico familiar, uma ansiedade crônica, estresse crônico, sedentarismo e dieta desregrada, as disfunções hormonais, tudo isso está correlacionado”, comenta. Já com relação à iniciativa de pessoas que desejam tirar a própria vida, ela comenta: “Nós precisamos olhar para esse momento de vida. Muitos fatores como a desesperança, a pessoa achar que ela está num beco sem saída, quando ela está em um momento de dor. A cena do desespero, de pensar que talvez a morte seja uma opção, essa pessoa, de fato, ela não quer morrer, e sim resolver o problema da dor”. Se você precisar de ajuda, saiba que pode contar com apoio e suporte na prevenção ao suicídio. Em Portugal, fale com o SOS Voz Amiga através do telefone 213 544 545. No Brasil, você pode contar com o Centro de Valorização da Vida, que pode ser contactado pelo número 188.

Viajar com o passaporte alemão
Alemanha

Passaporte alemão: saiba como obter o documento

Muitos brasileiros que moram no Brasil, ou mesmo na Alemanha, têm dúvidas sobre como é possível conseguir o passaporte alemão. Nesse artigo, você encontrará todas as informações necessárias e o passo a passo para solicitar o seu documento. Quem tem direito ao passaporte alemão? Para obter o passaporte alemão, é necessário, antes de tudo, ter o reconhecimento da cidadania alemã. Há muitos caminhos para obtê-la, no entanto, é necessário analisar cada uma das opções e identificar qual delas se encaixa dentro da sua realidade. A seguir, listei alguns casos que permitem a obtenção do passaporte alemão: 1. Ter vivido permanentemente e legalmente na Alemanha por oito anos Nesse caso, "permanentemente" significa que você viveu, sem longo tempo de ausência, na Alemanha por pelo menos oito anos. Em outras palavras, você passou esse tempo sem interrupção e ainda vive no país.No quesito "legalmente", significa que, durante o tempo que você está na Alemanha, você está com toda sua documentação regularizada, com um título de residência durante esse período. Por exemplo, uma autorização de residência ou uma autorização de estabelecimento. Se você é um cidadão da União Europeia na Alemanha sem um título de residência especial, você também atende a esse requisito. 2. Ter direito de residência ilimitada ou uma autorização de residência permanente O que isso quer dizer? Para morar na Alemanha, você precisa ter uma autorização de residência permanente na UE ou uma autorização de estabelecimento. Você tem direito de residência nos termos do acordo de saída da UE com o Reino Unido ou nos termos do acordo sobre a livre circulação de pessoas entre a Suíça e a União Europeia. Autorização de residência temporária Uma autorização de residência temporária também pode ser suficiente para seu pedido de naturalização. Por exemplo, se estiver trabalhando na Alemanha como trabalhador qualificado ou porque a autorização de residência foi concedida para reunificação familiar. Também é suficiente para pessoas com direito a asilo ou proteção internacional e para algumas outras estadias humanitárias a fim de serem naturalizadas.Se você estiver na Alemanha para estudos, treinamento ou para determinadas estadias por motivos humanitários, uma autorização de residência temporária não é suficiente para a naturalização. No entanto, você tem uma boa chance de cumprir em breve os requisitos para a naturalização. Se você tiver uma permissão de residência temporária ou uma permissão de tolerância, também não terá direito à naturalização. Em consequência, também não terá direito ao passaporte alemão. É possível conseguir a nacionalidade em menos tempo Em alguns casos, a naturalização também é possível antes do período de 8 anos. Confira os casos excepcionais: Se você visitou e concluiu um curso de integração Com o curso de integração, seu período de residência exigido é reduzido de oito para sete anos. Quando é possível comprovar que se “esforçou” para acelerar sua integração no país Nessa situação, o período de residência exigido pode ser reduzido para seis anos se você participou ou realizou atividades que são consideradas pelas autoridades alemãs como essenciais para integração. Exemplos: um excelente conhecimento do idioma alemão, realizações escolares ou profissionais, qualificação de treinamento com bom nível ou um trabalho voluntário mais longo em uma organização ou associação sem fins lucrativos. A autoridade de naturalização também pode reconhecer outras realizações de integração. Dependendo do estado federal e do município, pode haver regras diferentes. Portanto, é essencial que você se informe com sua autoridade de naturalização. Se você tem direito à proteção internacional, asilo ou é apátrida na Alemanha Como uma pessoa com direito à proteção internacional ou asilo, você poderá se naturalizar após uma permanência de seis anos ao invés de oito. A decisão sobre isso é tomada pela autoridade de naturalização. Importante: a duração de seu procedimento de asilo também faz parte desses seis anos. No caso de apátridas, a autoridade de naturalização também pode reduzir o período de residência exigido para seis anos. Você é casado(a) com um cidadão alemão ou vive com ele(a) em uma parceria civil devidamente registrada Em casos de união com cidadão(ã) alemão(ã), você pode ser naturalizado após apenas três anos de residência na Alemanha. Se você atender a alguns requisitos, as autoridades só poderão rejeitar sua solicitação em casos excepcionais (confira na sequência do artigo sobre os requisitos exigidos). Se estiver planejando se divorciar, dissolver a parceria civil ou já estiver separado, não terá direito à naturalização após três anos. Quando os membros de sua família estão se naturalizando com você Seu cônjuge pode se naturalizar junto com você após apenas quatro anos de residência na Alemanha. Para isso, vocês devem ter passado dois anos na Alemanha como um casal. O mesmo se aplica aos parceiros registrados. Para seus filhos menores de 16 anos de idade, três anos de residência são suficientes. Requisitos para ter direito ao passaporte alemão Também é necessário cumprir os seguintes requisitos: 1. Você deve ser capaz de financiar o seu sustento e o de seus familiares dependentes  Isso significa que você pode usar sua renda para pagar alimentação, vestuário e acomodação para você e sua família. A renda inclui, por exemplo, o salário do seu emprego, a renda como empresário ou a pensão alimentícia que o seu parceiro ou parceira divorciado(a) deve pagar a você. Além disso, você não pode receber benefícios do Job Centre ou do Social Welfare Office (assistência social, subsídio de desemprego II ["Hartz IV"] ou benefício social). A menos, por exemplo, se você está desempregado porque foi demitido de seu emprego por motivos operacionais e puder provar que se esforçou para encontrar um novo trabalho. Ou se estiver cuidando de crianças pequenas em casa e, portanto, ainda não puder trabalhar (novamente). Então, você ainda pode ter direito à naturalização. Outros benefícios sociais, como auxílio-família, pensão, auxílio-desemprego I, BAföG não influenciam seu direito à naturalização. 2. Ter conhecimento suficiente na língua alemã Para obter o passaporte alemão, você precisa de pelo menos o nível de idioma B1 no teste de alemão para imigrantes. B1 significa que você pode usar o idioma alemão de forma independente, mas não precisa falar e escrever alemão perfeitamente. [caption id="attachment_151392" align="alignnone" width="750"] Fazer uma prova para comprovar a proficiência em alemão é um dos requisitos exigidos.[/caption] Documentos que podem comprovar seu nível de alemão B1 Certificado do Departamento Federal de Migração e Refugiados (BAMF) declarando que você participou com sucesso de um curso de idiomas; Certificado do teste de alemão para imigrantes ou um diploma de idioma equivalente ou superior; Certificado declarando que você frequentou uma escola de alemão por pelo menos quatro anos com sucesso (Versetzung); Certificado de conclusão do ensino médio alemão ou um certificado de conclusão do ensino médio alemão equivalente; Comprovante de que foi promovido à décima série de uma escola secundária de língua alemão; Certificado de conclusão de curso de uma faculdade ou universidade (técnica) de língua alemã; Caso você não tenha nenhum dos documentos citados acima, e a autoridade de naturalização estiver convencida de suas habilidades no idioma alemão, ela poderá dispensar a exigência de comprovação. Em alguns casos, o órgão poderá exigir apenas que seja feito um teste de idioma. Exceções para pessoas com deficiência, doença ou idade avançada para a comprovação de nível de alemão Se você estiver doente ou tiver uma deficiência e, portanto, não puder atingir o nível B1, você precisará de um atestado médico para confirmar sua doença ou deficiência; Se houver dificuldades de aprender o idioma por motivo de idade, possível apenas a partir dos 65 anos; Caso tenha mais de 60 anos e já tiver morado na Alemanha por doze anos. Aqui, um conhecimento menor de alemão também pode ser suficiente. 3. Você tem conhecimento suficiente do sistema jurídico e social e das condições de vida na Alemanha Você deve ser capaz de responder a perguntas simples em um teste de naturalização sobre o sistema jurídico, a cultura e a história da Alemanha. Essas perguntas incluem questões sobre os valores democráticos na Alemanha, os princípios do Estado de Direito, a igualdade de direitos, a tolerância e a liberdade de religião.  Como funciona o teste de naturalização? O teste de naturalização consiste em 33 perguntas. Três delas estão relacionadas ao estado federal em que você mora. Para cada pergunta, você deve escolher a resposta correta entre quatro respostas possíveis. Se você responder corretamente a pelo menos 17 perguntas, terá sido aprovado no teste. Nos últimos anos, mais de 90% dos participantes foram bem-sucedidos.Os cursos de naturalização voluntária ajudam você a estudar para o teste. Há também documentos que você pode usar para se preparar. Você também pode estudar para o teste no centro de testes on-line do Departamento Federal de Migração e Refugiados. Se você tiver um certificado de conclusão da escola alemã (Hauptschulabschluss ou superior), a autoridade de naturalização pode dispensar o teste de naturalização.Você não estudou na Alemanha, mas tem um diploma no país? Então procure a autoridade de naturalização e certifique-se se você precisa fazer o teste. Para alguns diplomas, as autoridades o dispensarão. Exceções para pessoas com deficiência, doença ou idade avançada Algumas pessoas não podem adquirir conhecimento cívico devido a uma doença, deficiência ou idade avançada. Entretanto, isso não impede sua naturalização. Elas não precisam fazer o teste de naturalização se puderem comprovar essas limitações com um atestado médico. Veja este exemplo de teste do provedor de exames Telc gGmbH retirado da Cartilha para informações sobre naturalização - Saarbrücken.  [caption id="attachment_151388" align="alignnone" width="750"] Fonte: Cartilha para informações sobre naturalização - Saarbrücken[/caption] 4. Estar comprometido(a) com o sistema democrático livre da República Federal da Alemanha Os direitos básicos e os princípios democráticos formam o núcleo da Lei Básica, a constituição da Alemanha. Ela protege alguns princípios em particular, como os direitos humanos (liberdade de expressão, liberdade de imprensa, liberdade de religião, direitos iguais para homens e mulheres). Também protege a autodeterminação do povo, a separação de poderes, o estado de direito e o direito à oposição parlamentar. Esses princípios têm o objetivo de evitar a tirania.Ao se naturalizar, automaticamente, estará declarando seu apoio à ordem democrática livre da República Federal da Alemanha. Ao fazer isso, você declara que respeitará a Lei Básica e as leis da República Federal da Alemanha e que não prejudicará de alguma forma as leis do país. Antes de receber seu certificado de naturalização, você também deve assumir seu compromisso por escrito ou oralmente com uma declaração solene. 5. Estar adaptado(a) às condições de vida e à cultura na Alemanha Isso significa que você segue a lei alemã e não apenas conhece, mas também aceita as regras da ordem jurídica e social da Alemanha. Como é o caso, por exemplo, de poligamia, mesmo quando aceita na lei estrangeira. Isso vai contra as leis e a constituição da Alemanha. 6.  Não ter antecedentes criminais Se você tiver sido condenado por um crime no país ou no exterior, a naturalização não será possível. Caso você tenha antecedentes criminais ou esteja sob investigação, deverá informar a autoridade de naturalização. Eles aguardarão até que as investigações sejam concluídas ou até que o tribunal tome uma decisão. As únicas exceções são as condenações por delitos menores, como sentenças de acordo com a Lei do Tribunal de Menores, multas de até 90 taxas diárias ou sentenças de prisão suspensas de até três meses, se a sentença tiver sido remitida após o término do período de experiência. Isso não se aplica se motivos racistas, xenófobos, antissemitas ou desumanos tiverem sido estabelecidos durante a condenação por um delito criminal. Nesse caso, a naturalização não é possível. As condenações eliminadas do registro não têm relevância. 7. Em regra, é necessário perder ou renunciar à nacionalidade anterior ao se naturalizar Apesar de já haver um projeto de lei que irá eliminar essa exigência, atualmente, ela ainda é válida para obter a cidadania alemã. A partir da sua naturalização com cidadania alemã, geralmente você não tem permissão para manter sua nacionalidade anterior. Você perderá automaticamente a nacionalidade de seu país de origem ou precisa abrir mão dela voluntariamente. Isso evita a múltipla nacionalidade.Há também exceções em que é possível manter sua nacionalidade anterior junto com a nacionalidade alemã, como é o caso do Brasil, por exemplo. Como a constituição brasileira permite a dupla nacionalidade, você poderá manter sua documentação brasileira mesmo após obter a cidadania alemã. Condições que não dão o direito à cidadania alemã Você ainda não tem direito à naturalização mesmo que tenha uma das seguintes autorizações de residência: Treinamento vocacional ou treinamento vocacional adicional; Para estudos; Em caso medidas de reconhecimento de qualificações profissionais estrangeiras; Estágio relacionado a estudos na EU; Cursos de idiomas e frequência escolar; Busca de um local de treinamento ou estudo; Mobilidade de curto prazo para pesquisadores; Pesquisadores móveis; Um ICT card para pessoas transferidas dentro da empresa; Cartões ICT móveis; Participação no Serviço Voluntário Europeu; Busca de emprego para trabalhadores qualificados; Admissão vinda do exterior por motivos de direito internacional ou necessidade humanitária urgente; Admissão em caso de interesses políticos especiais; Concessão de residência em casos de dificuldades; Residência para proteção temporária ou por motivos humanitários. Quanto custa tirar o passaporte alemão? Os valores (em julho de 2023) são os seguintes: Idade  Custo do passaporte Até 24 anos 37,50€ Acima de 24 anos 60€ Como renovar o passaporte? O procedimento de renovação de passaporte é o mesmo processo para o pedido do primeiro passaporte. Assim como no primeiro pedido, o interessado deve entrar no site da prefeitura local ou consulado e marcar um horário para ser atendido no setor de emissão de passaportes. Os documentos necessários são os mesmos, inclusive o passaporte vencido. Quanto custa fazer a renovação? Se o seu passaporte estiver vencido, será cobrada uma taxa para a emissão de um novo. São cobradas as mesmas taxas citadas acima. Para passaporte expresso, são cobrados 32€ adicionais além do valor do documento. Como tirar o passaporte alemão? Depois de obter a cidadania, siga este passo a passo simples para solicitar o seu passaporte: Verifique qual é o Consulado alemão responsável pelo atendimento da sua zona de residência; Faça o agendamento para atendimento presencial (confirme com o Consulado se é necessário, em alguns locais poderá não ser preciso) Compareça ao atendimento com o requerimento do passaporte e demais documentos; No dia do atendimento, pague a taxa de processamento do documento; Aguarde a data de retirada do passaporte, o documento é entregue pessoalmente ao requerente. Documentos necessários É necessário o comparecimento presencial no órgão de solicitação de passaporte. O procedimento é exigido para a verificação de identidade. No caso de passaporte para menores de idade, a criança deve comparecer acompanhada pelos pais ou responsável. Formulário de solicitação; Uma fotografia biométrica recente; A última carteira de identidade, passaporte ou passaporte anterior deve ser apresentado no momento da solicitação; Certidão de nascimento ou de filiação original atualizada ao solicitar um passaporte pela primeira vez; Para pessoas com menos de 18 anos de idade, uma declaração de consentimento deve ser assinada por ambos os representantes legais (pai, mãe ou tutor) e um dos dois ou um responsável deve estar presente na solicitação/coleta do documento. É necessária a apresentação das carteiras de identidade (ou cópias das carteiras de identidade) dos representantes legais. O formulário para a declaração de consentimento está disponível na área de download, no site do órgão de solicitação. Tirar o passaporte alemão depois de obter a cidadania Confira mais detalhes sobre os pedidos de passaporte feitos no Brasil ou na Alemanha. Pedido na Alemanha Após a naturalização como alemão ou reconhecimento da cidadania alemã por descendência, pode realizar o pedido do seu passaporte imediatamente. O pedido do documento é feito na prefeitura da cidade, caso more na Alemanha, no setor de emissão de passaportes.  Na hora de realizar o requerimento é necessário que você se direcione à prefeitura onde está registrada a sua residência. Você deve marcar um dia e horário para comparecer ao órgão munido de todos os documentos. O agendamento para o atendimento pode ser feito através do site da região onde mora.Realizar o pedido de passaporte em uma região que não é a que você oficialmente mora também é possível, no entanto, você deve comprovar por qual motivo deseja fazer em outra área e pagar uma taxa extra. No site do órgão de emissão de passaporte é possível encontrar a lista de tudo que você precisa para dar entrada do pedido. É importante acessar o site do órgão local, ou seja, da região onde mora. Pedido no Brasil Já no Brasil, a solicitação do passaporte deve ser feita no Consulado alemão que atende a sua região de residência. Há Consulados em Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, além da Embaixada em Brasília. Consulte endereços e telefones no site das Representações da Alemanha no Brasil. Quanto tempo demora para tirar o passaporte alemão? O tempo necessário para obter seu passaporte depende do local responsável pelas impressões do documento. No Departamento Federal em Berlim, por exemplo, o tempo normal de processamento é de cerca de 3 a 4 semanas. Validade do passaporte Para pessoas de até 24 anos, o documento é válido por 6 anos. Já para pessoas acima de 24 anos, o passaporte tem validade de 10 anos. Vantagens de ter o passaporte alemão Ter um passaporte alemão oferece várias vantagens significativas. Em primeiro lugar, a Alemanha é reconhecida internacionalmente como um país com um dos passaportes mais poderosos do mundo, proporcionando acesso a um grande número de países sem a necessidade de visto prévio. Isso facilita a viagem e a exploração de destinos ao redor do globo. [caption id="attachment_151390" align="alignnone" width="750"] Viajar de forma mais descomplicada para diversos países é apenas uma das facilidades para quem tem o documento.[/caption] Com uma lista de mais 150 países que permitem a entrada do passaporte alemão sem necessidade de visto para até 90 dias, a possibilidade de destinos, seja a turismo ou a trabalho, aumento significantemente. Entre esses países, um dos mais procurados, inclusive para muitos brasileiros que têm o medo de ter o visto negado, os Estados Unidos da América. Dentro da Europa, é um passaporte que permite ao cidadão andar livremente pelos países membros da União Europeia. Com isso, quem tem o passaporte possui o direito de morar, estudar e trabalhar em qualquer um dos países que faz parte da União Europeia. Perguntas frequentes sobre o passaporte alemão Veja as respostas a algumas das perguntas mais comuns sobre o documento e suas vantagens. Em quais países pode entrar com passaporte alemão? O passaporte alemão é um dos mais “bem-vindos” de todos os passaportes, segundo o Henley Passport Index. São mais de 150 países onde os portadores do documento alemão não precisam pedir visto. Confira a lista: Europa: geralmente sem visto, exceto Bielorrússia, Rússia e Albânia (90 dias ou mais); Ásia: Tailândia, Hong Kong, Vietnã, Malásia, Indonésia, Japão, Filipinas, Coreia do Sul, Cazaquistão, Mongólia, Geórgia, Armênia, Taiwan, Nepal, Cingapura, Papua Nova Guiné, Macau, Brunei; Oriente Médio: Israel, Turquia, Líbano, Omã, Qatar, Bahrein, Emirados Árabes Unidos; África: Marrocos, Ilhas Maurício, Namíbia, Tunísia, África do Sul, Botsuana, Lesoto, Suazilândia, Senegal, Gâmbia, Seychelles, São Tomé, Togo, Etiópia, Mauritânia, Uganda, Ruanda, Tanzânia, Malaui, Zimbábue, Madagascar, Comores; Oceania: Austrália (ETA), Nova Zelândia e todos os estados insulares (exceto Nauru); América do Norte: EUA (ESTA), Canadá (ETA); América Central: México, Costa Rica, Nicarágua, Honduras, Belize, El Salvador, Guatemala, Panamá; Caribe: geralmente sem visto (exceto Cuba); América do Sul: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Peru, Uruguai, Venezuela, Paraguai, Colômbia, Equador, Guiana, Suriname. É possível conseguir o passaporte alemão por casamento? Sim, a obtenção da cidadania alemã e, consequentemente, do passaporte alemão é possível através de uma união conjugal, inclusive para casais homoafetivos. Se você for o cônjuge ou (no caso de casais do mesmo gênero) o parceiro de um cidadão alemão, aplicam-se os seguintes requisitos: Você deve comprovar residência legal na Alemanha por três anos; A união conjugal com o cônjuge alemão deve ter pelo menos dois anos. O casal não deve viver separadamente e nem estar planejando um divórcio; Seu cônjuge ou parceiro de coabitação deve ser cidadão alemão há pelo menos dois anos; Você deve comprovar conhecimento suficiente do idioma alemão, oral e escrito (nível de idioma B1 CEFR + teste de naturalização); Se o casamento for encerrado por divórcio ou morte do cônjuge, mas dele tiver nascido uma criança alemã, da qual você tem a guarda, você poderá obter o visto de naturalização. Com a criança da qual você tem a guarda, você ainda pode solicitar a naturalização dentro de um ano após a dissolução do casamento; Você deve ser capaz de sustentar a si mesmo e a de seus dependentes, sua família, com seus próprios recursos, sem solicitar auxílio-desemprego ou assistência social. Com passaporte alemão pode morar nos Estados Unidos (EUA)? Como participantes do Programa de Isenção de Visto dos EUA, os cidadãos alemães podem entrar nos EUA sem visto para fins de turismo, negócios ou trânsito, desde que tenham um passaporte eletrônico (e-passport com chip), uma permissão de entrada eletrônica válida (ESTA) e uma passagem aérea válida de ida ou volta.Como cidadão alemão, você não pode permanecer no país por mais de 90 dias sem um visto. Se deseja exercer uma atividade profissional nos EUA, você deve solicitar um visto de trabalho na Embaixada dos EUA ou Consulado Geral do seu local de residência.

epidemia de solidão na Europa
Europa Notícias

Países europeus vivem “epidemia de solidão”

Estudos recentes realizados pela União Europeia mostram que o número de pessoas que se sentem sozinhas em países europeus cresce e pandemia da Covid-19 é apontada como fator agravante do aumento da solidão. Dados mostram que solidão na Europa tem contornos de "epidemia" Isolamento social voluntário ou solidão? Independente de como possa ser chamado, os dois casos trazem danos à saúde tanto física como mental, é o que mostra o relatório de Ciência para Políticas do Centro Comum de Investigação (JRC), o serviço de ciência e conhecimento da Comissão Europeia. Dubravka Šuica, Vice-Presidente da Comissão Europeia de Democracia e Demografia, afirma que buscar meios para abordar o tema solidão é uma responsabilidade para as autoridades: “Existe evidência científica de que a solidão afeta a saúde mental e física, e pode reduzir a coesão social, a confiança na comunidade e, em última análise, os resultados econômicos. A solidão deve ser considerada tanto por suas consequências individuais quanto sociais. Dubravka também diz que é necessário abordar o tema da solidão como comunidade: "Isso é fundamental para melhorar a resiliência de nossas sociedades e nosso desempenho econômico. Isso é uma responsabilidade de todos nós - em nível local, nacional e da UE, para as autoridades, a sociedade como um todo e cada indivíduo.” O objetivo da pesquisa é mostrar como a solidão, isolamento ou solitude podem ter repercussões prejudiciais à saúde mental e física, também prejudicando na área social. O isolamento social pode ser avaliado como questão crítica de saúde pública e medidas estão sendo criadas pela Comissão Europeia para diminuir o impacto na sociedade. Países mais e menos solitários A taxa de solidão nos países pode variar de acordo com fatores como cultura ou diferenças demográficas. Segundo o resultado da pesquisa sobre Solidão na EU de 2022, a Irlanda apresentou a maior porcentagem de pessoas que afirmaram se sentirem sozinhas, um total de 20% dos entrevistados, seguida por Bulgária e Grécia. O mapeamento demográfico mostrou que a solidão aumentou 15 pontos percentuais nos seguintes países: Irlanda, Bulgária, Estônia, França, Alemanha, Polônia, Portugal e Suécia. Em uma proporção menor, países que tiveram menos do que 10 pontos percentuais foram Bélgica, Croácia, República Tcheca, Grécia, Hungria, Romênia e Espanha. [caption id="attachment_152338" align="alignnone" width="750"] O mapa exibe os dados referentes às últimas quatro semanas anteriores à realização da pesquisa. / Fonte: EU-LS, 2022[/caption] Segundo a constatação do estudo, o número mais baixo de solidão nas regiões do sul da Europa se deve ao fato de que a pandemia da Covid-19 desenvolveu na população um sentimento de pertencimento e empatia em vários países. Um exemplo disso foram os atos realizados por pessoas em países como Itália, Espanha ou França, que homenagearam os profissionais de saúde durante a pandemia com aplausos e cantos em suas varandas durante o isolamento. Prejuízos para a saúde física e mental Segundo dados divulgados na pesquisa, a solidão tem sido comparada à obesidade e ao tabagismo nos riscos de mortalidade, podendo estar associada a problemas de saúde física e psicológica. Como foi avaliado, os adultos que vivem isolados tem maior possibilidade de produzir altos níveis de cortisol, conhecido como “hormônio do estresse”. Além disso, outros fatores de risco foram citados, como pressão arterial elevada, sono prejudicado e resistência cardiovascular. As consequências a longo prazo também foram citadas, mostrando que, com o passar do tempo, podem ocorrer inflamações crônicas e taxas de morbidade e mortalidade mais altas. Na saúde mental, a solidão está associada a casos de depressão ou hábitos não saudáveis, como tabagismo e o sedentarismo. Baixos níveis de empatia, elevado nível de desconfiança e intolerância em relação a opiniões alheias também são citados como possíveis consequências do isolamento social. Quem se sente mais sozinho? O relatório mostra que a pandemia da Covid-19 teve um impacto significativo em todas as idades, no entanto, ao contrário do que poderia e imaginar, a população mais jovem exibiu um maior índice de solidão que pessoas mais velhas. Dados pré-pandemia Antes da pandemia, o nível de solidão era mais alto entre a população de faixa etária mais alta. Enquanto 9% dos jovens adultos (com idade entre 18 e 25 anos) e 10% dos adultos de 26 a 45 anos sentiam-se frequentemente solitários, a prevalência da solidão aumentava para 12% entre os adultos de 46 a 64 anos e para 15% entre os entrevistados com 65 anos ou mais. Dados pós-pandemia Após a pandemia esse quadro foi invertido. Os jovens adultos mostraram ser os mais solitários. O grupo de pessoas que disseram se sentir solitárias entre os entrevistados com idade entre 18 e 25 anos aumentou de 9% para 35% nos primeiros meses da pandemia, número quatro vezes mais alto. Em outras faixas etárias a mudança foi de em 15, 11 e 8 pontos percentuais, respectivamente, para os grupos etários de 26 a 45, 46 a 64 e 65 anos ou mais. Iniciativas no combate à solidão na União Europeia Com a solidão vista como um problema de saúde pública, a União Europeia busca desenvolver ferramentas no auxílio ao combate ao isolamento social. No último relatório publicado em junho de 2023, foi anunciada criação de métodos de mapeamento on-line recém desenvolvidos que permitirão e facilitarão a busca por  apoio e intervenções contra a solidão oferecidas em toda a UE. A maioria das intervenções identificadas tem como alvo específico os adultos mais velhos (53%), enquanto apenas 8% têm como alvo os jovens. Diante do aumento no número de jovens que se consideram solitários, a comissão europeia vê a necessidade de desenvolver ferramentas de apoio à essa faixa etária, além de outros grupos de risco. A princípio, umas das ideias principais é conectar as pessoas (41%) ou oferecer atividades sociais e/ou em grupo (26%) para os participantes, aumentando a rede de contatos. Esses trabalhos vêm sendo implementados por ONGs (36%), seguida por governos locais (18%) e iniciativas conjuntas com vários parceiros (13%). Outra iniciativa é a criação do Livro Verde sobre o Envelhecimento, uma forma de apoiar e refletir sobre como construir juntos uma sociedade mais resiliente e coesa que não exclua seus cidadãos durante todo o ciclo de vida.

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