Com o começo da retomada da economia após as restrições da pandemia de Covid-19, Portugal enfrenta a falta de trabalhadores em muitas áreas. Neste artigo explicaremos por quais razões Portugal precisa de mão de obra para o período pós Covid-19. Vamos entender a situação?

Há falta de mão de obra em Portugal?

Sim, pelos dados recentes, atualmente há falta de mão de obra em Portugal.

Vários setores são atingidos, mas a dificuldade é mais sentida nos setores de hotelaria, restauração (restaurantes e cafés), construção civil e tecnologia da informação (TI).

Segundo um estudo da Manpower Group, uma das grandes empresas de recrutamento em Portugal, 18% das empresas têm tido muita dificuldade em fazer contratações. Outros 42% relatam alguma dificuldade em concluir os processos seletivos iniciados nos últimos meses.

Os motivos que justificam essa falta são vários, e alguns deles foram agravados ainda mais pela pandemia do coronavírus. Segundo Rui Teixeira, chefe de operações da ManpowerGroup, a pandemia modificou os modelos de trabalho (com a chegada do home office) e as necessidades na busca de um emprego.

Ele afirmou que a pandemia trouxe “novas preferências e aspirações dos trabalhadores, ao nível das oportunidades de carreira, dos valores ou do propósito da empresa”.

Falta mão de obra qualificada ou não qualificada?

A principal queixa dos empregadores é a dificuldade de conseguir contratar mão de obra com qualificação elevada, ou mesmo encontrar profissionais que já tenham experiência na função.

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Muito em razão das mudanças do cenário de trabalho trazidas pela pandemia, as empresas têm procurado por profissionais que estejam aptos a cumprir as novas demandas que surgiram nesse período. Em contrapartida, fica evidente a falta de profissionais em número suficiente para atender essas novas necessidades.

Principais dificuldades

De acordo com as recrutadoras, a maior dificuldade tem sido encontrar profissionais que tenham experiência e as habilidades técnicas, comportamentais e tecnológicas que as empresas procuram nesse novo momento do mercado de trabalho. Essa é a conclusão da ManpowerGroup.

Há vagas, mas é difícil preenchê-las

Em um artigo publicado pelo Portugal Giro, alguns empresários entrevistados afirmaram que têm tido bastante dificuldades em preencher as vagas de trabalho em aberto.

Esta afirmação é confirmada pelos dados que foram publicados pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), o centro de emprego português. Somente em junho de 2021 havia 12.147 ofertas de emprego abertas e sem resposta dos candidatos.

No mês em que o relatório foi publicado pelo IEFP, as três áreas que mais disponibilizaram vagas e ofereceram quase metade das colocações foram:

  • Alojamento e restauração (restaurantes): 18,9%;
  • Atividades imobiliárias, administrativas e serviços de apoio: 17,3%;
  • Comércio: 12,2%.

Ao que tudo indica, a situação não acontece só em Portugal continental. O Jornal Açoriano Oriental, que veicula notícias sobre a região dos Açores, também publicou uma matéria que destaca a falta de mão de obra, principalmente nas áreas de hotelaria, restauração e construção civil.

Por que falta mão de obra em Portugal?

A falta de mão de obra em Portugal não foi causada só pela pandemia. Na realidade, são muitos os motivos que ocasionam essa dificuldade de contratação no país.

Vamos explicar as principais:

Queda demográfica: Portugal perdeu mais de 200 mil pessoas nos últimos 10 anos

Na última década, o país perdeu 214.286 residentes. Estes são os dados recentes do Censo 2021, publicados pelo Instituto Nacional de Estatística – INE.

Mesmo com o grande fluxo de imigração nos últimos anos, na contagem geral a população de Portugal vem diminuindo nos últimos anos. Os principais fatores que justificam essa diminuição da população são a queda no número de nascimentos e o envelhecimento populacional.

Migração para áreas profissionais mais estáveis

Durante a fase de confinamento, com o aumento dos despedimentos e a falta de novas vagas, muitos trabalhadores acabaram mudando de área profissional. Nesse período, a saída para áreas de emprego com mais estabilidade foi uma tendência que vem se confirmando.

Ainda que não seja a área profissional de preferência, a verdade é que muitos trabalhadores escolheram buscar colocações em áreas que sofreram menos perda com a pandemia.

Portugal precisa de mão de obra para o período pós Covid-19 recrutamento

Salários baixos

Portugal possui um salário mínimo baixo, em comparação a outros países como Alemanha, Espanha, França, Holanda e Irlanda. Esse é um problema antigo, que já afeta o mercado de trabalho português há bastante tempo.

Essa situação faz com que muitos portugueses emigrem para outros países da Europa em busca de melhores ofertas de trabalho e de salários mais atrativos.

Dados publicados em 2019 pelo Observatório da Emigração indicavam que cerca de 2,6 milhões de portugueses moravam fora do país. O número equivale a cerca de 20% da população portuguesa.

Sazonalidade

A falta de trabalhadores sazonais também contribui para o aumento da mão de obra. Nesse caso, a falta de mão de obra é um problema especialmente relevante quando falamos nos trabalhadores que atuam na agricultura em geral, e especialmente nas colheitas de vinho e azeitonas.

Este tipo de trabalho já tem tido uma redução nos últimos anos, já que a população mais jovem demonstra menos interesse pela atividade. Outro ponto negativo é a redução drástica da chegada de imigrantes, que também costumam preencher as vagas nas colheitas sazonais.

Fluxo reduzido de imigração

A imigração também foi bastante afetada com a chegada da pandemia. Nos últimos anos Portugal tem recebido um grande número de imigrantes, que ocuparam uma boa parte das vagas de trabalho nos setores do turismo e serviços, por exemplo.

Com o fechamento das fronteiras por mais de um ano, esse fluxo reduziu drasticamente, aumentando ainda mais a falta de mão de obra em Portugal.

Recentemente o governo anunciou que brasileiros já podem entrar em Portugal e isso pode ajudar na retomada da mão de obra no país.

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Serviços digitais inaugurados durante a pandemia buscam profissionais de TI

Falamos no início deste artigo que os profissionais de tecnologia da informação também estão em falta em Portugal, não é mesmo?! Esse caso é um pouquinho diferente, mas já vamos explicar.

No início da pandemia e com a decretação do primeiro confinamento, muitas empresas tiveram que se adaptar às pressas para sobreviver às novas condições e a entrada no mundo online foi acelerada.

Com isso, a necessidade de contratar novos profissionais cresceu e os portugueses especializados na área não foram suficientes para preencher toda a demanda. O motivo? São muitas vagas! A área de TI é uma das que mais se expande em Portugal neste momento, por isso, há novas contratações a todo momento.

Além disso, como a área também está em expansão em outros países, muitos portugueses recém-formados optam por buscar vagas internacionais e acabam começando suas carreiras em outros países.

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TIs brasileiros são bem cotados em Portugal

Os profissionais brasileiros de TI são muito bem vistos em Portugal e há muita gente trabalhando no país, nas áreas de Segurança da Informação, Engenharia de Software, Web Development, entre outras.

Mas, de acordo com números apurados pelo Portugal Giro, faltam de 15 a 20 mil profissionais de TI em Portugal neste momento. A demora na emissão dos Tech Visa ou do visto D3 (os dois vistos indicados para a situação) é mais um entrave à contratação de trabalhadores brasileiros.

Uma das soluções encontradas pelas empresas do ramo tem sido iniciar o trabalho ainda em modo remoto, até que a contratação e a emissão do visto sejam finalizadas.

Se você é um profissional dessa área e tem interesse em conhecer mais sobre o funcionamento do mercado de tecnologia da informação em Portugal, confira como é trabalhar com TI em Portugal.