A economia da Inglaterra é a sexta maior do mundo e a segunda maior da Europa. Depois do impacto da pandemia da Covid-19, a guerra da Ucrânia, o aumento da inflação e de entrar em uma recessão técnica no segundo semestre de 2023, o país começou a dar indícios de crescimento, ainda que tímido.

Ficou curioso? Acompanhe nosso artigo e entenda melhor o cenário atual da economia da Inglaterra, sua estrutura econômica e a expectativa para o ano de 2024.

Economia da Inglaterra: qual o cenário atual?

Apesar de apresentar uma lenta recuperação após os impactos causados pela pandemia da Covid-19, o cenário atual da economia da Inglaterra ainda é complicado. Atualmente, o aumento dos custos da energia provocados pela situação na Ucrânia e as taxas de juros elevadas do Banco da Inglaterra (BoE) são os principais desafios do governo.

Conversamos com a consultora financeira Diana Tomazi, que ensina brasileiros e portugueses que moram no UK a investirem, para entender melhor esse cenário e seus desafios. Segundo ela:

A economia da Inglaterra passa hoje por um momento complicado, ela entrou em recessão no segundo semestre de 2023, que é quando o PIB do país, que mede o nível de produtividade, cai por dois trimestres consecutivos.

Ela complementa:

Por outro lado, esse cenário mais difícil não é exclusividade da Inglaterra, toda a Europa está atravessando um momento difícil, principalmente por conta do cenário pós-pandemia e da guerra da Ucrânia.

Diana, que compartilha seus conhecimentos no seu Instagram, também mencionou que a inflação na Inglaterra disparou, levando o governo a aumentar os juros para conter o aumento dos gastos. Isso, por sua vez, resultou em menor nível de consumo, impactando negativamente a produtividade e a economia do país.

Diana Tomazi analisou a economia da Inglaterra em 2024.
Para Diana, a economia inglesa passa por um momento difícil, mas a expectativa ainda é positiva para 2024. Foto: arquivo pessoal.

No entanto, ela expressou otimismo ao afirmar que há indícios de melhora na economia do país, com expectativas de redução dos juros e diminuição de impostos para estimular as empresas:

Já se imaginou morando na Inglaterra?

Com o nosso Ebook Morar na Inglaterra você pode! Neste livro digital, você encontra todos os passos para imigrar de forma legal e segura para a Inglaterra. Garanta o seu e dê o primeiro passo rumo à sua nova vida na Terra do Rei!

PREPARAR MINHA MUDANÇA →
Comprar euro mais barato?

A melhor forma de garantir a moeda europeia é através de um cartão de débito internacional. Recomendamos o Cartão da Wise, ele é multimoeda, tem o melhor câmbio e você pode utilizá-lo para compras e transferências pelo mundo. Não perca dinheiro com taxas, economize com a Wise.

Cotar Agora →

Tudo indica que o pior já passou e que as coisas podem estar voltando ao normal a partir deste ano, com os juros sendo reduzidos e os impostos diminuindo para estimular as empresas a produzir mais, fazendo a economia se movimentar.

Principais indicadores da economia na Inglaterra

A recuperação da economia na Inglaterra tem sido lenta. Ela só começou a apresentar sinais de crescimento em janeiro de 2024, depois de entrar em uma recessão técnica no segundo semestre de 2023.

Para acompanhar a evolução econômica do país, é preciso analisar diversos indicadores. Os principais deles são:

  • PIB;
  • Dívida pública;
  • Inflação;
  • Taxa de juros de empréstimo;
  • Taxa de desemprego.

Falaremos mais sobre cada um desses indicadores nos próximos tópicos. No entanto, é importante lembrar que esses índices podem variar ao longo do tempo e são influenciados por fatores globais e nacionais.

PIB

De acordo com dados da ONS, o PIB apresentou uma queda de 0,1% nos três meses até janeiro de 2024, em comparação com os três meses até outubro de 2023. Nesse período, o setor de serviços estagnou, enquanto a produção teve uma queda de 0,2% e a construção caiu 0,9%.

No entanto, houve alguns indícios de melhora do PIB em janeiro de 2024 em comparação com o mês anterior. As estatísticas do governo britânico apontam um crescimento de 0,2% após uma queda de 0,1%.

O setor de serviços foi o maior contribuinte para esse crescimento, com um aumento de 0,2%, seguido pela área de construção que registrou uma alta de 1,1%. Por outro lado, o segmento da produção teve uma queda de 0,2%.

Dívida Pública

Com base no último levantamento publicado pela ONS, a dívida pública do Reino Unido foi estimada em cerca de 97,1% do PIB anual no final de fevereiro de 2024. Esse número representa um aumento de 2,3 pontos percentuais em relação ao final de fevereiro de 2023.

Essa é a dívida mais elevada contraída pelo governo desde o início da década de 1960. Após o fim da Segunda Guerra Mundial, esse índice apresentou uma queda gradual e teve um aumento acentuado apenas no final da década de 2000.

Inflação na Inglaterra

A situação da inflação na Inglaterra tem sido um tema de atenção do governo britânico. Em fevereiro de 2024, a taxa anual da inflação foi registrada em 3,4%, uma queda em relação aos 4% registrados em janeiro do mesmo ano.

Apesar de pequena, esta redução da inflação na Inglaterra é considerada um alívio para o Banco da Inglaterra, que está trabalhando para manter o índice dentro da meta estabelecida de 2% até o final de 2024.

De acordo com o Trading Economics, as categorias mais relevantes no Índice de Preços ao Consumidor no Reino Unido incluem:

  • Transporte (14%);
  • Habitação e Serviços Públicos (14%);
  • Recreação e Cultura (13%);
  • Alimentos e Bebidas Não Alcoólicas (12%);
  • Restaurantes e Hotéis (11%);
  • Bens e Serviços Diversos (9%);
  • Mobília, Equipamentos Domésticos e Manutenção Regular da Casa (8%);
  • Roupas e Calçados (6%);
  • Bebidas Alcoólicas, Tabaco e Narcóticos (5%);
  • Educação (3%);
  • Comunicação (3%);
  • Saúde (2%).

Taxa de juros de empréstimos

A taxa de juros definida pelo Banco da Inglaterra é outro indicador da economia do Reino Unido. Ela tem um impacto nas taxas de empréstimos e afeta diretamente o custo com hipotecas, cartões de crédito e até opções de poupança de milhões de pessoas no país.

O Comitê de Política Monetária (MPC) do Banco da Inglaterra optou por manter a taxa bancária em 5,25%, deixando os custos dos empréstimos no país estáveis pela quinta vez consecutiva desde agosto de 2023. No entanto, há expectativas de cortes nessa taxa até o final do ano.

Taxa de desemprego na Inglaterra

A taxa de desemprego do Reino Unido subiu para 3,9% entre novembro de 2023 e janeiro de 2024. Embora tenha ficado praticamente inalterado em relação ao trimestre anterior, isso representa um retorno aos índices registrados antes da pandemia da Covid-19.

Por outro lado, a taxa de emprego no último trimestre diminuiu para 33,18 milhões. O levantamento da ONS apontou uma redução do número de trabalhadores de meio período e de pessoas empregadas com segundo emprego.

Setores com alta demanda

Conforme a ONS, o número estimado de vagas de dezembro de 2023 a fevereiro de 2024 foi de 908 mil, representando uma redução de 43 mil se comparado com trimestre anterior. Os setores que estão em alta e contratando mais colaboradores são:

  • Saúde e assistência social;
  • Comércio atacadista e varejista;
  • Atividades profissionais científicas e técnicas;
  • Atividades administrativas e de serviços de suporte;
  • Educação;
  • Atividade de alojamento e alimentação;
  • Manufatura;
  • Construção;
  • Transporte e armazenamento;
  • Informação e comunicação.

Onde acompanhar os indicadores da economia inglesa?

Existem várias fontes onde é possível acompanhar os indicadores da economia inglesa. Algumas das fontes mais confiáveis e acessíveis são:

Banco da Inglaterra

O Banco da Inglaterra é o banco central do Reino Unido e publica regularmente informações econômicas, incluindo taxas de juros, inflação, crescimento econômico e estatísticas do mercado de trabalho.

Escritório Nacional de Estatísticas (ONS)

O Escritório Nacional de Estatísticas (ONS) é a agência responsável por produzir as estatísticas oficiais da economia britânica. O site do ONS contém uma grande quantidade de informações sobre a economia britânica, incluindo dados sobre inflação, desemprego, produtividade e outras informações macroeconômicas.

Financial Times

O Financial Times é um jornal de negócios líder e é uma fonte confiável para acompanhar as notícias econômicas e financeiras da Inglaterra e do mundo.

BBC News

A BBC News é a maior emissora de notícias da Inglaterra e fornece cobertura abrangente dos principais indicadores econômicos do país.

Trading Economics

O Trading Economics é um site que fornece dados econômicos e indicadores para vários países, incluindo a Inglaterra. Essa é uma ferramenta útil para comparar a economia inglesa com outros países.

O impacto dos imigrantes na economia da Inglaterra

Os imigrantes têm um papel importante na economia britânica. Mesmo sem muitos dados recentes, sabemos que eles ajudam a impulsionar o país de várias formas. Pagam impostos, consomem produtos e serviços, e contribuem para o mercado de trabalho britânico.

Um relatório do Migration Observatory mostrou que cerca de um quinto dos trabalhadores no Reino Unido no último trimestre de 2022 eram imigrantes. Além disso, entre 2018 e 2019, os estrangeiros que trabalhavam no país contribuíram com mais de £40 bilhões para a economia britânica.

Homem desempregado segurando caixa com itens do escritório.
A taxa de desemprego manteve-se estável até o início de 2024, mas a taxa de emprego caiu no último trimestre.

Outro exemplo do impacto positivo dos imigrantes é no setor de educação superior na Inglaterra. Estudantes internacionais geram bilhões de libras esterlinas anualmente por pagarem taxas universitárias altas e contribuírem para a economia local enquanto estudam.

Além disso, muitos estudantes internacionais decidem ficar no Reino Unido após seus estudos, fortalecendo áreas como tecnologia, saúde e pesquisa.

No entanto, há preocupações sobre os efeitos negativos da imigração, como a pressão adicional sobre os serviços públicos, a competição por empregos e salários mais baixos, e possíveis tensões sociais.

Previsões para a economia da Inglaterra e Reino Unido em 2024

Após entrar em recessão no segundo semestre de 2023, a previsão é que o PIB do Reino Unido cresça 0,3% em 2024 e 0,9% em 2025. Espera-se que o aumento dos salários impulsione os gastos dos consumidores, enquanto o setor de investimentos deve crescer com condições de crédito mais flexíveis.

Quanto à inflação, prevê-se que retorne à meta de 2% no primeiro semestre de 2024, apoiada pela evolução dos preços dos alimentos e da energia. A taxa de juros no Reino Unido deve cair para 3% no segundo semestre de 2024, devido ao enfraquecimento da pressão inflacionista, o que colocará o Banco de Inglaterra em posição de começar a cortar as taxas de juro neste verão.

No mercado de trabalho, o desemprego está aumentando moderadamente, com os empregadores hesitantes em fazer novas contratações. Prevê-se que a taxa de desemprego suba de 4% em 2023 para 4,2% em 2024 e 4,5% em 2025. No entanto, o aumento da inatividade e uma menor população em idade ativa podem limitar a oferta de mão de obra.

A consultora financeira, Diana Tomazi, também compartilhou a sua perspectiva para a economia da Inglaterra e destacou os últimos anúncios do Spring Budget 2024:

O ministro das finanças, Jeremy Hunt, anunciou um corte de impostos para os trabalhadores, o que é muito positivo para nós. Essa redução que está prevista para o National Insurance é muito bem-vinda. Na verdade, toda redução de impostos é bem-vinda, porque estimula os trabalhadores a consumir mais, já que sobra mais dinheiro ao final do mês.

Diana também analisou as projeções do Bank of England e do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o PIB em 2024. Para ela, apesar de pouco, é um crescimento positivo diante do cenário complicado da economia do país:

Para 2024, o Bank of England prevê uma expansão do PIB de só 0,25%, enquanto o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê um crescimento de 0,6%. É pouco, mas ainda assim, se conseguirmos, é bastante positivo, principalmente por conta do cenário mais complicado que estamos vivendo devido ao já comentado pós-pandemia e à guerra da Ucrânia.

A nossa entrevistada lembra que a dívida pública do Reino Unido aumentou mais de 40% desde 2020, sobretudo por conta do crescimento dos gastos do Estado para ajudar as famílias e empresas com o impacto do confinamento da Covid-19 e do aumento dos custos de energia após o início da guerra na Ucrânia.

Eleições e os desafios para a economia inglesa

O Reino Unido está se preparando para novas eleições após um período de cinco anos. O primeiro-ministro Rishi Sunak tem até o dia 17 de dezembro para convocá-las, e o pleito está programado para ocorrer 25 dias depois, em 28 de janeiro de 2025.

A economia britânica é uma questão central na agenda política, com ambos os principais partidos prometendo impulsionar o crescimento econômico e enfatizando a importância da saúde financeira do país.

No entanto, o próximo governo irá enfrentar desafios significativos, incluindo inflação elevada e crescimento econômico lento, o que tem contribuído para uma sensação generalizada de empobrecimento entre a população.

Com o atual cenário da economia da Inglaterra, vale a pena investir no país?

Sim.

Apesar do atual cenário da economia da Inglaterra, o país ainda conta com uma moeda forte e oferece ativos que se enquadram para todos os tipos de estratégias de investimento. Mas é claro, o ideal é sempre pesquisar bem as opções disponíveis e os riscos envolvidos.
A consultora financeira Diana Tomazi também considera que, apesar dos desafios econômicos, vale a pena investir no país:

A gente precisa se lembrar que é nas crises que as melhores oportunidades se fazem presente. É nas crises que os melhores investidores enriquecem, e não na época de bonança.

Diana ainda destaca que, como residente no Reino Unido, há vantagens específicas que nenhum outro país da Europa oferece e que traz ainda mais oportunidades e possibilidades de investimentos:

Nós não investimos somente no UK, mas a partir do UK, como residente fiscal. Isso significa que nós podemos aproveitar os benefícios fiscais que o Reino Unido nos dá, mas também investir de forma globalizada, em qualquer país do mundo, a partir das das plataformas no Reino Unido e pelas contas ISAs, que dão isenção de impostos sobre todos os rendimentos (ganhos de capital, juros e dividendos).

No entanto, Diana lembra da importância de pesquisar as opções de investimentos disponíveis e entender os riscos de cada investimento. Para ela, é preciso saber encontrar essas oportunidades e esperar pacientemente enquanto elas não se concretizam, o que pode levar meses ou até anos.

Quais os melhores setores para investimento?

Apesar do cenário complicado da economia da Inglaterra, existem alguns setores para investimento que podem gerar bons rendimentos. Listamos abaixo os principais deles segundo pesquisa do IBISWorld 2024:

  • Bancos;
  • Fundos de pensões;
  • Empreiteiras;
  • Atividades jurídicas;
  • Consultores de informática;
  • Consultores de gestão;
  • Corretagem de contratos de títulos e commodities;
  • Empresas de terceirização de processos de negócios;
  • Desenvolvimento de projetos de construção;
  • Construção de edifícios residenciais.

Ao conversar sobre esses setores com a nossa entrevistada, ela destacou a importância de investir em segmentos perenes, ou seja, aqueles que são essenciais e sempre terão demanda, independentemente da situação econômica:

Pense comigo: as pessoas podem poupar, quando necessário, para uma viagem ou para um lazer. Mas elas não podem poupar alimentos, energia e aquecimento no frio, existe um limite do que pode ser poupado para sobrevivência. São nesses setores que devemos focar o nosso investimento, principalmente.

Além disso, Diana destaca o setor de tecnologia como opção muito atrativa com ótimas possibilidades de ganho, desde que os investidores saibam identificar as melhores oportunidades.

Quais as principais atividades econômicas da Inglaterra e Reino Unido?

Entre as principais atividades econômicas da Inglaterra, podemos destacar a indústria de serviços, que é responsável por mais de 80% do PIB do país. O setor financeiro também é um dos principais motores da economia inglesa, com a City de Londres sendo um dos principais centros financeiros do mundo. Portanto, ótimos setores para trabalhar na  Inglaterra.

Além disso, a indústria manufatureira também desempenha um papel importante na economia da Inglaterra. O país é conhecido por sua produção de carros de luxo, como Rolls-Royce e Bentley, e também é líder na produção de medicamentos.

A Inglaterra também tem uma indústria de turismo próspera, com milhões de visitantes atraídos por suas cidades históricas, paisagens deslumbrantes e atrações culturais.

Por fim, a agricultura e a pesca também desempenham um papel importante na economia da Inglaterra, com o país produzindo uma ampla variedade de alimentos e bebidas, incluindo chá, cerveja e queijo cheddar. A pesca é uma atividade importante em muitas cidades costeiras, como Grimsby e Hull, e os frutos do mar ingleses são exportados para todo o mundo.

Produção e exportação do Reino Unido

Em 2023, o valor das exportações em todo o Reino Unido foi de quase £210 bilhões, enquanto as importações para o país somaram cerca de £220 bilhões, tornando a economia britânica mais importadora.

Os maiores parceiros comerciais do país são Estados Unidos, Alemanha, Holanda, França, Irlanda e China. As mercadorias mais exportadas do Reino Unido em dezembro do mesmo ano foram:

  • Carros: £2,61 bilhões;
  • Turbinas a gás: £2,58 bilhões;
  • Medicamentos embalados: £1,3 bilhão;
  • Petróleo bruto: £1,21 bilhão.

Histórico da economia da Inglaterra e demais países do Reino Unido

A ascensão da economia da Inglaterra está relacionada pelo intenso crescimento industrial que o país vivenciou durante a Revolução Industrial, período no qual, a nação se tornou a mais rica do mundo. Ao longo dos anos, o cenário econômico do país foi influenciado por outros agentes internos e externos.

Veja a seguir os principais marcos que influenciaram a história da economia inglesa.

Impacto da Revolução Industrial

A Revolução Industrial teve um impacto profundo na economia britânica, transformando a nação em uma potência industrial líder.

Durante o século XVIII, a Inglaterra experimentou mudanças significativas na produção, na tecnologia e na organização do trabalho, o que resultou em um aumento da produtividade e da eficiência. A introdução de novas máquinas, como a máquina a vapor, permitiu a produção em massa de bens, o que ajudou a reduzir os custos de produção e aumentar os lucros.

Além disso, a Revolução Industrial levou ao crescimento das cidades e da população urbana, criando novas oportunidades de emprego e estimulando o desenvolvimento de indústrias de bens de consumo.

Efeitos negativos da Revolução

No entanto, a Revolução Industrial também teve efeitos negativos, especialmente para os trabalhadores. A mecanização da produção resultou em uma redução da necessidade de trabalhadores qualificados, o que levou ao desemprego e a uma queda dos salários.

Apesar disso, foi um marco importante na história da Inglaterra, estabelecendo as bases para a economia industrial moderna e consolidando a posição da nação como uma das principais potências econômicas do mundo.

Crise de 2008 na Inglaterra

A crise financeira de 2008 provocou uma profunda recessão na Inglaterra e demais países do Reino Unido, sendo considerada a mais grave desde a Segunda Guerra Mundial. Entre 2008 a 2009, o país vivenciou o aumento dos índices de desemprego, o fechamento de grandes empresas e a queda dos preços das moradias.

Para entender a gravidade da crise, a taxa de desemprego do Reino Unido alcançou o patamar de 7,54% em 2009 e os imóveis na Inglaterra foram desvalorizados cerca de 20% entre 2008 a 2009. À medida que o número de desempregados aumentava, havia uma queda de arrecadação de impostos e, consequentemente, a redução do crescimento econômico do país.

Uma solução encontrada para driblar os efeitos da crise foi o investimento público. Em outubro de 2008, as autoridades europeias anunciaram um plano de resgate no valor de 700 bilhões de dólares para as instituições financeiras do Reino Unido. Nesse mesmo ano, o bloco econômico anunciou um plano de resgate no valor de 1,5% do PIB do bloco para ajudar os países.

O governo britânico também adotou uma série de medidas financeiras adotadas por outros países. As principais delas foram a gestão das taxas de juros, estímulos fiscais para retomada da economia e restrições para bancos que recebem fundos públicos.

Economia do Reino Unido pós-Brexit

A economia do Reino Unido foi prejudicada pós-Brexit. Atualmente, o Reino Unido é o único membro do G7 com crescimento econômico menor do que era antes da pandemia da Covid-19.

As incertezas sobre o relacionamento comercial com a União Europeia afetaram negativamente o investimento empresarial, que chegou a ficar 8% abaixo dos níveis pré-pandêmicos no terceiro trimestre de 2022. A desvalorização da moeda da Inglaterra também tornou as importações mais caras e alimentou a inflação no país.

Especialistas analisando gráficos sobre a economia da Inglaterra.
Especialistas e órgãos financeiros especulam um crescimento baixo na economia da Inglaterra até 2025.

A pesquisa realizada pelo Center for European Reform apontou que nos 18 meses até junho de 2022, o comércio de mercadorias do Reino Unido chegou a ficar 7% menor do que seria se a nação tivesse permanecido na UE.

Em 2023, a economia britânica teve um crescimento de apenas 0,1% em comparação com o ano anterior. Além disso, o Banco da Inglaterra prevê apenas um leve crescimento de 0,25% na produção em 2024.

Crise da Covid-19 na Inglaterra

A pandemia da Covid-19 na Inglaterra causou uma recessão severa no país, com queda significativa no PIB durante o primeiro bloqueio nacional em 2020. À medida que empresas e consumidores se adaptavam, os bloqueios subsequentes em outubro de 2020 e inverno de 2020/21 não levaram a um declínio tão severo da atividade econômica.

Para reduzir o impacto causado pela pandemia e os bloqueios, o governo e Banco da Inglaterra introduziram inúmeras políticas para manter as empresas em funcionamento e o maior número de pessoas empregadas. Tais medidas apoiaram financeiramente empresas, trabalhadores e o público durante a crise sanitária.

Guerra da Ucrânia e o impacto na Inglaterra

A Inglaterra também está exposta aos efeitos comerciais da guerra na Ucrânia, com consequências indiretas e de longo prazo do conflito no comércio do país.

Apesar da força relativa do Reino Unido em termos de energia e segurança alimentar, assim como seus vínculos limitados com cadeias de abastecimento envolvendo a Ucrânia, estima-se que a pressão inflacionária global causada pela guerra já tenha contribuído para aumentos substanciais dos preços da energia e alimentos. Desde 2022, a população vivencia altas expressivas em todos os serviços básicos, assim como a conta do supermercado.

Essa pressão apenas impulsiona os efeitos existentes do Brexit e da pandemia da Covid-19 na economia da Inglaterra. Além disso, a análise dos investidores russos e estrangeiros no país, juntamente com as sanções do Reino Unido e do Ocidente sobre indivíduos e empresas com vínculos com a Rússia, impactam o investimento interno.

Guerra de Israel impacta a economia inglesa?

A guerra de Israel tem potencial de afetar a economia global, inclusive a inglesa, especialmente no que diz respeito ao aumento do preço do petróleo e da inflação no Reino Unido.

Embora o conflito ainda não tenha afetado diretamente a produção e exportação de petróleo, a possível entrada do Irã no conflito pode mudar esse cenário. O Irã é o quinto maior exportador de petróleo do mundo e apoia o Hamas.

Com a redução da oferta de petróleo no Reino Unido, a população britânica poderia enfrentar o aumento dos preços dos combustíveis e um retorno ao aumento dos índices da inflação no país.

Vale a pena morar na Inglaterra na atual situação econômica?

Sim!

Apesar da atual situação econômica, do aumento do custo de vida e da inflação, vale a pena morar na Inglaterra. O país ainda oferece diversos benefícios à população que precisam ser considerados por quem decide morar em território inglês.

Existem muitos segmentos que estão contratando na Inglaterra e a falta de mão de obra qualificada ainda é um problema no país. Esse cenário faz com que surjam grandes oportunidades de emprego para estrangeiros.

Além disso, a alta qualidade dos serviços públicos, do ensino e a segurança oferecida pela Inglaterra também são fatores decisivos para escolher o país como destino para morar. E se você quer saber mais sobre como é viver no país, confira nosso Ebook Como Morar na Inglaterra.