A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou o tão aguardado ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) referente ao ano de 2022. Com base na expectativa de vida, renda e educação, esse indicador nos mostra como é a vida em 193 lugares.

Em todo o mundo, o IDH tem mostrado avanços. No cenário pós-pandemia, observa-se uma recuperação global dos países mais ricos, porém, os mais pobres foram deixados para trás, sem receber a devida atenção e apoio. A diferença entre o primeiro lugar (Suíça com IDH de 0,967) e o último (Somália com IDH de 0,380) é muito grande.

Nações europeias no topo do IDH: líderes em desenvolvimento humano

Sete países europeus estão incluídos entre os dez com os mais altos índices de Desenvolvimento Humano. Essas nações desfrutam geralmente de estabilidade política e institucional, com governos eficazes, democracias maduras e instituições sólidas, que contribuem para um ambiente favorável ao desenvolvimento humano.

Confira os 10 melhores, segundo o ranking da ONU:

Posição País IDH
1 Suíça 0,967
2 Noruega 0,966
3 Islândia 0,959
4 Hong Kong 0,956
5 Dinamarca 0,952
6 Suécia 0,952
7 Alemanha 0,950
8 Irlanda 0,950
9 Singapura 0,949
10 Austrália 0,946

No topo do ranking, figuram três nações que se destacam por seus excelentes indicadores: Suíça, Noruega e Islândia. Os países nórdicos aparecem consistentemente no topo do ranking do IDH na Europa. São líderes incontestáveis.

Há também um ótimo desempenho de vários outros países europeus. A crise financeira de 2008 e a pandemia, no entanto, tiveram um impacto negativo no IDH de vários deles.

É o caso de Grécia, Espanha e Portugal, que viram uma queda em seus índices devido a altas taxas de desemprego, cortes nos serviços sociais e outras consequências econômicas, reflexo que perdura até os dias de hoje.

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Bem-estar social é o segredo do sucesso do alto IDH

A Suíça mantém sua posição como líder mundial em desenvolvimento humano, resultado de um sistema de saúde exemplar, renda per capita elevada e educação de alto nível. O país frequentemente aparece no topo do IDH.

Mas não é só isso! A beleza natural preservada, a infraestrutura moderna e o compromisso com a sustentabilidade completam o cenário de um país que se destaca como referência global em termos de qualidade de vida.

Alice Taufer e Will Rocca, um casal brasileiro de ex-tripulantes de navio que mora na Suíça há 5 anos, no pequeno vilarejo de Engelberg, descrevem os pontos positivos e desafios de viver em uma nação conhecida por sua organização e desenvolvimento.

Casal de brasileiros com bandeiras da Suíça
Alice e Will admiram a qualidade de vida que possuem na Suíça. Foto: Alice e Will

Para eles, a Suíça se destaca pela sua organização exemplar e pelos cidadãos educados que respeitam rigorosamente as regras. O casal enfatiza que o país oferece salários dignos, onde ninguém ganha mal, e que todos os serviços funcionam muito bem, apesar da burocracia presente em alguns setores. Além disso, mencionam a cultura de aproveitar a vida, onde os idosos permanecem muito ativos.

Alice, que antes morava na Inglaterra e não se adaptou com a vida no país, conta que a mudança para a Suíça surgiu após uma proposta de emprego:

Quando surgiu uma oportunidade, decidimos considerar todas as boas informações que tínhamos sobre o país. Concluímos que era um excelente lugar para viver, com condições que não encontraríamos nunca no Brasil, mesmo trabalhando em empregos considerados simples para os suíços, como porteiro de hotel, que é o caso do Will, e housekeeping, que é o meu caso.

O casal reconhece que há vantagens e desvantagens de morar na Suíça. Eles enfrentaram desafios com a língua e já foram vítimas de xenofobia. Além disso, percebem que os suíços podem ser mais reservados e que muitos vivem em uma espécie de “bolha”, sem compreender completamente os desafios do mundo exterior.

Alice e Will reforçam que viver na Suíça proporciona uma qualidade de vida excelente, com bons salários, educação de qualidade e serviços eficientes. Conheça mais sobre o dia a dia dos dois através do perfil Casal Sem Cep no Instagram ou no YouTube:

Qualidade de vida nos países nórdicos no topo do ranking

A Noruega e a Islândia acompanham de perto a Suíça, com políticas públicas progressistas que garantem o bem-estar social e a qualidade de vida de seus habitantes.

Noruega em segundo lugar

Com uma expectativa de vida de 82,9 anos, a Noruega garante saúde de qualidade para todos com um sistema universal que prioriza o bem-estar da população. Educação gratuita de nível excepcional molda uma população altamente qualificada e contribui para a baixa disparidade social.

A renda per capita elevada e sua distribuição justa asseguram um padrão de vida invejável para seus cidadãos. Também se destaca como referência global em sustentabilidade, investindo pesadamente em energias renováveis e na preservação do meio ambiente.

O país é um dos maiores produtores de petróleo do mundo e tem gerenciado cuidadosamente seus recursos naturais por meio do Fundo Global de Pensões, que investe receitas do petróleo para garantir a segurança financeira futura dos seus habitantes.

Islândia fecha o pódio

Já a Islândia é conhecida por ser um paraíso dos países nórdicos onde a liberdade individual e a igualdade de gênero reinam absolutos. A população desfruta de um alto nível de segurança, um ambiente político estável e participativo.

Políticas públicas criativas garantem o bem-estar da população, com foco na jornada de trabalho reduzida, na valorização da família e do tempo livre, e no bem-estar mental.

Com uma população de aproximadamente 360 mil habitantes, a Islândia é uma das nações menos populosas da Europa, contribuindo para um senso de comunidade forte e uma sensação de espaço e tranquilidade.

Alemanha exibe sua influência e potência

Vale destacar o desempenho positivo da Alemanha, que ficou com o 7º lugar.

O país está constantemente classificado entre aqueles com alto Índice de Desenvolvimento Humano. Esta posição reflete seu compromisso com o desenvolvimento humano e um sistema abrangente de bem-estar social.

A economia alemã, apesar do atual risco de recessão, é uma das mais poderosas do mundo. Um forte sistema econômico, com baixas taxas de desemprego e uma sólida rede de segurança social, contribuem para o alto IDH. A Alemanha também é conhecida por sua forte ênfase em pesquisa, inovação e tecnologia.

Os alemães valorizam muito a educação e investem pesadamente nesse setor. Além disso, o sistema de saúde alemão é reconhecido internacionalmente por sua eficiência e acessibilidade.

Sem falar que o país é líder em políticas ambientais e sustentabilidade, que também influenciam positivamente seu IDH.

Irlanda brilha entre os 10 melhores

Ainda entre os destaques positivos temos a Irlanda, ocupando o 8º lugar.

Conhecido por suas paisagens deslumbrantes, que incluem lindos penhascos, vales verdes, lagos tranquilos e praias pitorescas, o país experimentou um crescimento econômico notável nas últimas décadas, ganhando a reputação de “Tigre Celta”. Esse crescimento foi impulsionado principalmente pelos setores de tecnologia, serviços financeiros e farmacêuticos.

O acesso à educação de qualidade é considerado uma prioridade no país. O sistema de saúde da Irlanda, embora enfrente desafios, é acessível para grande parte da população.

A nação também possui uma variedade de programas sociais e de bem-estar que visam garantir uma rede de segurança para seus cidadãos, incluindo benefícios sociais e assistência a grupos vulneráveis. Tudo isso reflete no seu IDH.

Contudo, a Irlanda enfrenta desafios ambientais, como a gestão sustentável dos recursos naturais e a redução dos efeitos das mudanças climáticas, que impactam indiretamente seu desenvolvimento humano.

Outras potências europeias com destaque de IDH

Também precisamos falar da Dinamarca, que aparece na posição de número 5. No geral, o país oferece uma qualidade de vida excepcionalmente alta, com elevados padrões, segurança social e felicidade geral da população, resultando em um dos mais altos IDH do mundo.

A Dinamarca é famosa pelo conceito de “hygge”, que se refere a uma sensação de conforto, aconchego e bem-estar. É um aspecto fundamental da cultura dinamarquesa, que enfatiza a importância das relações interpessoais e o valor de aproveitar os momentos simples da vida.

A Suécia, conhecida por ser um dos países mais progressistas em termos de igualdade de gênero, aparece na 6⁠ª posição.

Dinamarca se destaca no relatório de IDH da ONU.
Dinamarca é um dos países nórdicos com o maior IDH do mundo, segundo os dados da ONU.

O alto IDH deve-se principalmente ao sistema abrangente de bem-estar social, com acesso universal à saúde, educação gratuita e uma rede de segurança social que visa garantir um padrão de vida decente para todos os cidadãos.

Outros países europeus não fizeram feio no ranking da ONU. É o caso da Itália, que aparece na 15⁠ª posição, França na 20⁠ª, Portugal na 25⁠ª, Espanha na 28⁠ª e Inglaterra na 30⁠ª.

A Europa, apesar de apresentar um cenário promissor, precisa continuar buscando soluções inovadoras para garantir que todos os seus habitantes tenham acesso a uma vida com qualidade e oportunidades.

10 países com pior desempenho: o outro lado da moeda

O ranking do IDH 2022 também revela uma realidade preocupante: desigualdade no desenvolvimento humano entre as nações.

Enquanto países como Suíça, Noruega e Islândia ostentam índices altíssimos, outros lutam para garantir condições básicas de vida para seus cidadãos.

Confira a lista dos 10 países com pior classificação:

Posição País IDH
1 Somália 0,380
2 Sudão do Sul 0,381
3 República Centro-Africana 0,387
4 Níger 0.394
5 Chade 0,394
6 Mali 0.410
7 Burundi 0.420
8 Iêmen 0,424
9 Burquina Faso 0.438
10 Serra Leoa 0.458

Muitos desses países estão na região da África Subsaariana, caracterizada por sua vulnerabilidade a desafios socioeconômicos e políticos. Além disso, o Iêmen está localizado na Península Arábica, que enfrenta seus próprios desafios, incluindo conflitos e insegurança.

Entre os piores, encontramos Sudão do Sul e Somália. A baixa expectativa de vida, o limitado acesso à educação e a renda per capita extremamente baixa caracterizam a realidade dessas nações.

A situação precária nesses países é resultado de diversos fatores, como conflitos armados, instabilidade política, pobreza extrema e fragilidade das instituições.

Também vale citar o caso do Afeganistão, onde houve um retrocesso de uma década em termos de progresso humano, enquanto na Ucrânia, devido à guerra, o índice atingiu seu ponto mais baixo desde 2004.

Brasil no contexto global: onde é preciso melhorar?

O Brasil tem mostrado progresso significativo em seu IDH ao longo das últimas décadas. Desde que começou a ser calculado em 1990, o país viu um aumento constante em seu índice, refletindo melhorias em áreas como educação, saúde e renda.

Só que nesta edição, o Brasil manteve sua posição no ranking, ocupando o 89º lugar com um IDH de 0,760. Apesar de ter registrado um leve aumento em seu índice, o país caiu duas posições em relação ao ano anterior.

País lida com desafios variados

O Brasil enfrenta desigualdades regionais, com áreas mais desenvolvidas, como o Sudeste, apresentando IDH mais alto do que o Norte e o Nordeste. A pandemia agravou problemas de saúde, economia e educação, com aumento do desemprego e pressão sobre indicadores sociais.

Taxas de analfabetismo, acesso desigual à educação e disparidades na saúde persistem como desafios. Questões ambientais, como desmatamento e poluição, também impactam o IDH, destacando a importância da gestão sustentável dos recursos naturais.

Entendendo o IDH

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), criado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em 1990, avalia o progresso social e econômico dos países usando indicadores como expectativa de vida, escolaridade e renda per capita. Vai de 0 a 1, sendo mais próximo de 1 para países mais desenvolvidos.

Apesar de criticado por simplificar o desenvolvimento humano, o índice tem sido útil para orientar políticas públicas e identificar áreas de atenção. Mesmo com as controvérsias, o IDH persiste como um farol na busca pelo desenvolvimento global.