A Dinamarca é um dos países mais desenvolvidos e felizes do mundo, liderando frequentemente os rankings que avaliam tais fatores em diversos países. Se você quer saber como morar na Dinamarca, continue essa leitura. Vamos falar sobre questões essenciais como visto, custo de vida, saúde e educação, para os brasileiros que sonham em viver no país.

Como morar na Dinamarca sendo brasileiro?

Para começar, é importante lembrar que os brasileiros podem permanecer legalmente no país por até 90 dias, sem necessidade de visto, já que a Dinamarca faz parte do Espaço Schengen. Mas, se você pretende ficar mais do que isso ou até mesmo estabelecer uma moradia fixa no país, é necessário encontrar uma forma de conseguir o visto.

Quem vai morar na Dinamarca precisa de uma permissão de residência (Residence Permit), que é temporária e vinculada ao motivo que te levou ao país, que pode ser trabalho, estudo, família, entre outros. Caso você não tenha mais esse vínculo, a sua permissão para viver no país também é revogada.

Comprovando um motivo justo e com a documentação para morar na Dinamarca, como um contrato de trabalho assinado, você poderá se candidatar para retirar a permissão de residência. O prazo de resposta vai depender da sua categoria, mas costuma ser rápido já que o país é bem ágil com as suas burocracias.

Com a permissão de residência concedida, você recebe o PR (Centrale Person Register nummer ou Central Person Register number), que equivale ao nosso CPF. Este número é muito importante para você conseguir fazer coisas básicas, como abrir uma conta no banco ou alugar um imóvel na Dinamarca.

Experiência de uma brasileira na Dinamarca

Conversei com a Thaís Canto, que mora em Copenhague, capital da Dinamarca e trabalha online como psicoterapeuta. Thaís tem cidadania portuguesa e solicitou a permissão de residência através da comprovação de recursos.

“Como cidadã de um dos países membros da União Europeia (Portugal), tenho direito de morar aqui se me enquadrar nos critérios de algumas das opções de visto, como: estudo, trabalho ou provar que tenho fundos suficientes para me manter no país. Apliquei para esta última opção e comprovei que meu marido tinha contrato de trabalho com uma empresa dinamarquesa. O visto dele é de trabalho (ele não tem cidadania europeia) e foi feito pelo programa de ‘fast-track’”.

Segundo ela, a Dinamarca oferece a possibilidade de visto de trabalho expresso, caso a pessoa se enquadre nos requisitos de empregado altamente qualificado. Geralmente, profissionais da área de TI e Engenharia conseguem ser enquadrados neste tipo de visto, também conhecido como Cartão Azul da União Europeia.

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Thaís mora na Dinamarca e adora o país!
A brasileira Thaís mora na Dinamarca e não se arrepende da decisão.

Thaís indica consultar o site do Serviço de Imigração Dinamarquês para saber mais sobre as opções de visto. “O site tem tradução para o inglês, assim, não é difícil de navegar e entender as explicações. As regras sofrem mudanças a qualquer momento, então é bom consultar na fonte oficial e atualizada”, destaca.

Quem tem cidadania europeia precisa de visto?

Cidadãos europeus membros da União Europeia podem permanecer na Dinamarca por até três meses e prolongar este período por até seis meses, caso tenham um certificado de registro. Este documento pode ser emitido em diferentes situações:

  • Para trabalhadores remunerados;
  • Autônomos que queiram ter um negócio no país;
  • Estudantes matriculados em uma instituição de ensino;
  • Cônjuges de dinamarqueses ou de pessoas que tenham residência legal na Dinamarca.

Ainda existe a permissão para quem comprova recursos suficientes para se manter sem ajuda do governo para sustento e moradia, como no caso da Thaís, nossa entrevistada.

Como é morar na Dinamarca?

As pessoas que moram na Dinamarca costumam relatar que aproveitam ao máximo a vida ao ar livre e encontram um equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Os dinamarqueses têm o hábito de usar bicicletas como principal meio de transporte, priorizam alimentos orgânicos e, normalmente, possuem uma casa funcional e minimalista.

Eles respeitam o tempo para atividades pessoais da mesma forma que respeitam o tempo de trabalho. Também possuem boa remuneração para todas as profissões, possibilitando que as pessoas tenham as mesmas oportunidades e valorizam qualquer atividade profissional.

A percepção de uma brasileira na Dinamarca

Thaís contou um pouco sobre como decidiu ir morar na Dinamarca e como está sendo sua experiência vivendo no país. Segundo ela, em janeiro de 2012 realizou a primeira viagem internacional e o destino foi exatamente a Dinamarca.

“Vim conhecer a sede da empresa que me contratou e fazer uma treinamento para poder iniciar a contratação dos novos funcionários de uma fábrica que estava sendo construída no Brasil. Era inverno e, para muitos, é a pior época do ano para se estar na Dinamarca. Mesmo assim, me encantei com o país, com a cultura, a infraestrutura, estilo de vida, arquitetura, o ‘hygge‘ (palavra dinamarquesa para um clima de aconchego e convívio confortável com sentimentos de bem-estar e satisfação), entre outras coisas”.

Ela costuma brincar dizendo que, se gostou do país no inverno, poderia gostar em qualquer outra estação do ano. E de fato foi o que aconteceu. Ela retornou mais duas vezes (no verão e no outono) antes de realizar a mudança na primavera e continuou encantada. Thaís conta como está sendo sua vivência até agora.

“Gosto muito de morar aqui, por isso, a experiência tem sido muito boa. A vida que tenho aqui tem sido bem compatível com o que eu buscava e em alguns pontos até supera a minha expectativa. Me sinto cada vez mais adaptada”.

Qual é o custo de vida na Dinamarca?

Viver em um dos países com a melhor qualidade de vida do mundo tem um custo alto. O site Numbeo posiciona a Dinamarca como o décimo país com maior custo de vida no mundo e o quarto que tem mais qualidade de vida na Europa, em 2023. O preço a se pagar para usufruir de tantos benefícios é evidente, com altos impostos.

Parque Norrebro, em Copenhagen, na Dinamarca
Os dinamarqueses aproveitam os dias de sol em parques e curtem as atividades ao ar livre.

Mas vale destacar que o padrão de vida depende de diversos fatores, como estilo de vida, nível de consumo e outros itens que influenciam no orçamento mensal. A seguir, listamos algumas das principais despesas para quem busca informações sobre o custo de vida no país. As informações sobre quanto custa morar na Dinamarca foram retiradas do site Numbeo em junho de 2023.

Preço médio de aluguel na Dinamarca

O problema de encontrar moradia é bem conhecido por quem está em processo de mudança para a Dinamarca. Há uma grande concorrência entre quem procura e, normalmente, é necessário pagar uma caução para alugar um espaço (a caução pode variar entre 1 e 3 aluguéis).

Os custos com moradia são mais elevados nestas três cidades: Aalborg, Copenhague e Arhus, nesta ordem. Veja os preços médios do país (valores convertidos em reais em junho de 2023):

Tipo de apartamento/localização Preço em Coroa Dinamarquesa Preço em Real
1 quarto no subúrbio ou em um vilarejo 7.602,83 kr R$ 5.327,48
1 quarto no centro da cidade 5.804,31 kr R$ 4.067,21
3 quartos no subúrbio ou em um vilarejo 10.505,53 kr R$ 7.361,47
3 quartos no centro da cidade 14.111,28 kr R$ 9.888,10

Como morar na Dinamarca comprando um imóvel

Os imóveis em Copenhague e nas grandes cidades também não são baratos para comprar. Contudo, podem ser uma boa opção para quem pode financiar ou caso já tenha o dinheiro para negociar e adquirir uma casa ou apartamento. Os valores oscilam conforme a localização. Veja a média do metro quadrado:

Tipo de apartamento Preço por metro quadrado em Coroa Dinamarquesa Preço por metro quadrado em Real
Comprar casa no subúrbio 26.648,86 kr R$ 18.673,47
Casa no centro da cidade 38.369,54 kr R$ 26.886,42

Despesas da casa

Assim como o aluguel, a moradia tem outros custos agregados. Na pesquisa sobre como morar na Dinamarca, um item importante a se calcular é o valor dos serviços básicos.

Despesas mensais da casa Valor mensal em Coroa Dinamarquesa Valor mensal em Real
Eletricidade, gás, água e lixo em um imóvel de 85 metros quadrados 1.475,89 kr R$ 1034,19
Internet com 60MPBS de velocidade (mensal) 241,39 kr R$ 169,15

 Alimentação

O cálculo de como morar na Dinamarca deve incluir, evidentemente, as despesas de alimentação. Em um supermercado, os produtos básicos ficam nessa faixa de preço:

Alimentos Preço médio em Coroa Dinamarquesa Preço médio em Real
Água (garrafa de 1,5l) 9,38 kr R$ 6,57
Tomates (1kg) 27,22 kr R$ 19,07
Peito de frango (1kg) 75,64 kr R$ 53,00
Cerveja nacional (500 ml) 12,47 kr R$ 8,74
Maçãs (1kg) 20,50 kr R$ 14,36
Leite (1l) 12,43 kr R$ 8,71
Arroz (1kg) 15,57 kr R$ 10,91

Lazer

Os custos de lazer vão depender muito do estilo de vida de cada pessoa. Porém, é possível ter uma ideia dos valores médios a partir de alguns itens.

Lazer/alimentação na rua Preço médio em Coroa Dinamarquesa Preço médio em Real
Cappuccino 38,22 kr R$ 26,78
Academia de ginástica (mensalidade) 261,25 kr R$ 183,06
Ingresso de cinema 120,00 kr R$ 84,09
Refeição em restaurante barato 140,00 kr R$ 98,10
Almoço para duas pessoas no restaurante, com dois pratos principais e sobremesa 700,00 kr R$ 490,51

Transporte público e gasolina

Mesmo que seja possível se deslocar andando em algumas cidades, é importante conhecer os valores médios de transporte no país:

Tipo de transporte Preço médio em Coroa Dinamarquesa Preço médio em Real
Bilhete unitário em transporte público 24,00 kr R$ 16,82
Passe de transporte público mensal 500,00 kr R$ 350,36
Gasolina (1l) 14,71 kr R$ 10,31
Taxi (tarifa ao km na bandeira 1) 50,00 kr R$ 35,04
Carro Volkswagen Golf 1.4 de 90 kW (ou um carro novo equivalente) 285.000,00 kr R$ 199.706,00

5 melhores cidades para morar na Dinamarca

Com 5,8 milhões de habitantes, este país ao norte da Europa é hoje o segundo mais feliz do mundo, tendo apenas a Finlândia à frente. É o que afirma o ranking World Happiness Report 2023, que se baseou em dados da consultoria Gallup World Poll.

Várias cidades oferecem, portanto, um nível bastante elevado de serviços e qualidade de vida para seus habitantes, bem como oportunidades de trabalho, lazer e segurança. Ao planejar como morar na Dinamarca, um dos passos mais importantes é pesquisar prováveis locais para fixar residência, por isso, listamos 5 cidades que mais se destacam.

1. Aarhus, a segunda maior cidade do país

É a segunda maior cidade do país e concentra muitos brasileiros, da mesma forma que Copenhague. Possui um custo de vida igualmente alto, mas também oferece boas oportunidades de negócios, formação acadêmica e empregos.

É conhecida por sua infraestrutura portuária, um setor hospitalar relevante e um polo universitário importante, além do setor de energia alavancando o crescimento econômico da cidade.

2. Copenhaguen, a capital da Dinamarca

A capital do país é também a maior cidade da Dinamarca, com grande relevância cultural, econômica e turística. Copenhague possui aproximadamente 600 mil habitantes e é conhecida pela diversidade e liberdade civil, recebendo imigrantes vindos de países como Paquistão, Polônia, Noruega, Marrocos, Suécia, Itália e Alemanha.

A paisagem é moderna e inconfundível, com as suas casas coloridas, milhares de bicicletas nas ruas e muita organização. Contudo, tanta qualidade de vida se reflete no custo de vida mais elevado no país e na dificuldade de encontrar moradia. Ao se informar sobre como morar na Dinamarca e na sua capital, é preciso considerar este ponto.

3. Odense, um custo de vida mais atrativo

Já Odense tem aparecido nas pesquisas sobre como morar na Dinamarca, chamando a atenção por ter um custo de vida um pouco menor que as grandes cidades. Entre os seus atrativos, está a proximidade com a fronteira da Alemanha (garantindo lindíssimas paisagens naturais), a grande quantidade de turistas por ser a terra natal do escritor H. C. Andersen e boa receptividade aos estrangeiros.

Odense é uma boa cidade para morar na Dinamarca
Odense é uma cidade com ótima infraestrutura para morar na Dinamarca.

Vale checar as oportunidades de estudos nas universidades locais e no polo tecnológico que reúne startups e empresas de comunicação, robótica e outras promessas de negócios.

4. Aalborg, cultura e história na Dinamarca

Bem ao norte do país, conserva o charme e a história de ter sido um dos principais pontos de comércio e cultura na Era Viking. A sua posição geográfica era e continua a ser estratégica, na cidade que reserva um grande comércio de pescado (especialmente o arenque), bebidas e tabaco.

Também é a escolha de muitos jovens que procuram as universidades locais, usufruindo do custo de vida um pouco mais acessível e da excelente estrutura de transportes. E uma curiosidade: Aalborg é a sede do maior carnaval de toda a Escandinávia e, por isso, fica repleta de turistas no mês de maio.

5. Herning, berço do design dinamarquês

O design e a moda dinamarqueses são verdadeiros patrimônios do país. É o que atrai muita gente que pesquisa sobre como morar na Dinamarca. Esta cidade pode ser um destino interessante por quem é dessas áreas, com escolas onde é possível aperfeiçoar a sua formação e chances de trabalho nas empresas que ficam nas cidades vizinhas de Ikast-Brande e Vejle.

Não tem a mesma infraestrutura urbana e de transportes que as outras cidades acima, mas ainda assim é um destino que atrai muitos moradores e visitantes.

Veja também quais as cidades mais seguras da Europa.

Como conseguir visto para morar na Dinamarca?

Apesar de usarmos muito o termo visto quando falamos de autorização para morar no exterior, na Dinamarca não é tão usual e não existe um visto colado no passaporte como em outros países.

O usual é a Residence Permit, como já citei anteriormente, é o documento que permite que você viva legalmente no país, com uma permissão de residência ligada a alguma atividade ou vínculo. Esta permissão é dada em dois cartões: um rosado (que é como o CPF ou identidade) e um amarelo (que é o cartão de saúde).

Existem algumas atividades básicas que permitem a retirada de permissão de residência para viver na Dinamarca. Veja quais são a seguir:

Permissão de trabalho

Esta é uma permissão baseada em um emprego formal. É concedida especialmente para trabalhos qualificados, quando se exige ao menos um diploma de Bacharelado e experiência.

Permissão para estudos

A permissão baseada em estudos pode ser do ensino básico e médio ao PhD ou estágio. É importante ressaltar que cursos de línguas não concedem direito à residência na Dinamarca. Portanto, não é possível morar para estudar inglês, por exemplo, como em outros países.

Au Pair

Esta permissão está ligada ao trabalho como babá ou baby sitter. Para se candidatar para Au Pair na Europa e viver na Dinamarca, você terá que estar na faixa etária de 18 a 29 anos e não pode ser casado ou ter filhos, dentre outras exigências.

Permissão para trabalhadores religiosos

Trabalhadores religiosos como padres, missionários, freiras ou monges também podem conseguir a permissão de residência para morar na Dinamarca.

Além dos vistos citados, ainda é possível conseguir a permissão de residência por trabalho voluntário, para familiares, para trabalho nas férias ou estágio.

É preciso de 8 a 10 anos, em média, para que um visto permanente ou cidadania seja concedido, e há muitos requisitos para serem cumpridos.

Quanto custa o visto para a Dinamarca?

O visto para morar na Dinamarca vai depender do seu período de estadia no país. Segundo a VSF Global, empresa terceirizada para emitir vistos na Dinamarca, os valores são:

  • Short Stay Schengen Visa: 80€ (cerca de R$ 421,35);
  • Crianças (entre 6 e 11 anos): 40€ (cerca de R$210,67).

A esse valor, são acrescidos uma taxa de 24,31€ (cerca de R$ 128,03) por visto emitido. Os vistos devem ser solicitados através do site VSF Global e são emitidos pelo consulado da Dinamarca.

Como funciona a saúde na Dinamarca?

Outro item dos preparativos sobre como morar na Dinamarca é se informar quanto ao dia a dia da saúde no país. Os serviços são públicos e gratuitos para todos os cidadãos que vivem legalmente no país. Mas quem vai ficar menos de 3 meses precisa fazer um seguro viagem Schengen para garantir atendimento em caso de necessidade.

Thaís nos contou um pouco sobre a sua percepção a respeito do sistema de saúde da Dinamarca.

“Ela é pública e mantida com o dinheiro dos impostos. Todos que estão oficialmente residindo no país têm acesso ao sistema de saúde, que é bem criticado por uns e amado por outros. Eu entendo que é, e precisa ser diferente, do que estamos acostumados no Brasil (em planos de saúde) para que continue sendo disponível para todos. Devido a isso, os recursos são usados de forma racionada”, conta.

Nada de check-up

A entrevistada ressaltou o fato da medicina preventiva ser bem diferente do que estamos acostumados no Brasil.

Thaís explica que o médico só encaminha para um exame se existirem sinais e sintomas que justifiquem tal encaminhamento, sem isto ou sem histórico familiar que indique uma possível predisposição a uma doença, dificilmente conseguirá um encaminhamento.

“Cada pessoa tem seu médico da família (clínico geral) e é ele que encaminha para um especialista ou exames se julgar que isso é necessário. Não existe o famoso ‘check-up‘ anual para saber se tenho alguma coisa”.

Especialista só em caso de extrema necessidade

Thaís também explica como funciona o encaminhamento para médicos especialistas.

“Quando o médico é sensato, tem uma forma de trabalhar diferente do que estamos acostumados, mas não necessariamente ruim. Porém, quando o profissional quer racionar excessivamente, é que os problemas e as críticas aparecem. Alguns pacientes ficam meses ou anos sofrendo com sintomas não diagnosticados e tratados incorretamente simplesmente porque o médico da família (GP) não quis encaminhar para exames adicionais ou para a avaliação de um especialista.

Ela também destacou que existe uma alta demanda por certas especialidades, como psiquiatria, por isso, os médicos de família evitam ao máximo fazer o encaminhamento para uma avaliação.

“Eles tentarão resolver se os sintomas são leves ou moderados, ou encaminharão para a avaliação de um psicólogo, para só em último caso, encaminhar para o psiquiatra. Em geral, o tratamento com psicólogos, fisioterapeutas e especialidades semelhantes, são parcialmente subsidiados pelo governo se houver o encaminhamento do GP, caso contrário, são integralmente pagos pelo paciente”, explica.

O cartão de saúde

Todos os cidadãos têm acesso ao sistema público e gratuito e recebem um cartão chamado sundhedskort, que contém dados como seu CPR (registro pessoal, equivalente ao nosso CPF e RG), nome completo e endereço.

Nele também está o grupo de saúde ao qual você pertence, o endereço e telefone do seu médico de família, a data de validade do seu cartão e o telefone da prefeitura da cidade onde mora.

É obrigatório apresentar esse cartão em cada visita ao médico, seja ele plantonista ou de família, assim como visitas ao dentista ou de quiropraxia.

Os dois grupos do sistema de saúde

Além do sistema público disponível para toda a população, existe um sistema privado. O sistema de saúde é dividido em dois grupos: o grupo 1, que o médico de família e especialistas sob encaminhamento são gratuitos, e o grupo 2, em que a pessoa paga um valor extra para o governo para ser atendida por qualquer médico e ter acesso a diferentes tratamentos.

A maioria da população se enquadra no grupo 1 e, caso não escolha um grupo, você será automaticamente incluído nele.

Precisa de seguro viagem para entrar no país?

Sim.

A Dinamarca é um dos países integrantes do Tratado de Schengen, acordo que facilita o trânsito de mercadorias, cidadãos e turistas entre 27 países europeus. Portanto, para entrar no país, mesmo como turista, é obrigatório ter o seguro viagem para Dinamarca com cobertura mínima de 30 mil euros para as despesas médicas e hospitalares.

O documento pode ser exigido na imigração e, caso você não o apresente, poderá ter a entrada impedida. É um risco que, definitivamente, não vale a pena correr. Se você ainda não tem o seu, recomendamos o comparador de seguro viagem Seguros Promo, que permite fazer uma cotação e comparar até 4 planos de forma simultânea.

Trabalhar na Dinamarca

Outra informação central sobre como morar na Dinamarca é relacionada ao emprego. Para morar no país, como você já viu, é preciso garantir uma renda mensal elevada, suficiente para arcar com as principais despesas.

Uma boa notícia é que a taxa de emprego é alta. Cerca de 67,4% das pessoas com idades entre 15 a 64 anos têm emprego remunerado no país, acima da média dos países mais ricos do mundo.

Como conseguir emprego no país?

O ideal, sem dúvida, é chegar na Dinamarca com algum emprego garantido. Além disso, inglês fluente e falar um pouco de dinamarquês são exigências fundamentais para entrar no mercado de trabalho. É preciso ter um bom nível de estudo e preparação.

Copenhaguen, capital dinamarquesa.
Copenhague oferece excelentes empregos, mas o custo de vida é bastante elevado.

Vale a pena incluir na sua investigação sobre como morar na Dinamarca, ainda, se a sua área profissional está bem cotada no país e o que está sendo exigido nos currículos. Uma boa maneira de encontrar estas informações e realizar a sua candidatura é nos sites de busca de emprego da Dinamarca.

Selecionamos os principais para você:

Confira também algumas dicas para pesquisar vagas no exterior.

Média dos salários no país

A média dos salários é de 45.481,00 kr (cerca de R$ 31.836,73), segundo o site Statistics Denmark.

Vale lembrar que não há um salário mínimo instituído legalmente na Dinamarca. O que cada pessoa ou categoria profissional recebe varia conforme a cidade, o porte da empresa, a qualificação do trabalhador e a posição que ele ocupa.

Uma informação importante é que a moeda local continua a ser a Coroa Dinamarquesa (DKK). Um euro vale 7,45 kr e 1 kr equivale a R$0,70 (valores de junho de 2023).

Estudar na Dinamarca

As escolas na Dinamarca, assim como os serviços de saúde, são públicas e gratuitas. No caso do ensino universitário, uma boa notícia é que várias instituições disponibilizam oportunidades para estrangeiros.

Vale a pena acessar o site oficial de cada uma, praticamente todos possuem versão em inglês, para conhecer a documentação exigida e os critérios de seleção para cada programa.

Principais universidades

A seguir listamos as principais universidades dinamarquesas, confira:

1. Universidade de Copenhague

Fundada em 1479 (isso mesmo), é a maior e a mais antiga universidade do país. A Universidade de Copenhague possui seis faculdades, mais de 200 programas nos níveis de graduação e pós-graduação. Geralmente, oferece bolsas para mestrado e doutorado, com foco em áreas como Agricultura, Biotecnologia e Tecnologia dos Alimentos.

Se você tem vontade de estudar na Dinamarca, conheça a Copenhagen Business School.

2. Universidade de Aarhus

Fundada em 1928, a Universidade de Aarhus é a segunda maior da Dinamarca. Entre os principais programas de bolsas oferecidos pela instituição, o destaque é o Future Cropping – Danish Innovation Scholarships, que procura estimular a inovação em Ciência e Tecnologia. São bolsas do governo para alunos com excelente desempenho acadêmico.

Como morar na Dinamarca e estudar com bolsa?

Além do Future Cropping que comentamos acima, o governo dinamarquês oferece auxílios como o Statens Uddannelsesstøtte (SU). Ele é concedido a estudantes de graduação, mestrado ou doutorado. Como as vagas na Dinamarca não estão entre as mais procuradas da Europa, a concorrência é menor, então aumentam as chances de quem está em busca de como morar na Dinamarca por esta via.

Os brasileiros sem cidadania europeia nem residência na Dinamarca podem concorrer a bolsas de estudo, principalmente alunos de mestrado e doutorado que desejem estudar um período no país, desenvolvendo um projeto dentro da sua área de formação. A maioria é voltada às áreas de Design, Arquitetura e Meio Ambiente, muito fortes no país.

Alunos com notas altas que se inscreveram em um curso de ensino superior na Dinamarca e que não são dessas áreas podem concorrer às bolsas Danish Government Scholarships, oferecidas pelo governo dinamarquês. Existem, ainda, outras oportunidades para estudar na Dinamarca de graça.

Vantagens de morar na Dinamarca

Confira a seguir o relato da Thaís sobre as vantagens de morar na Dinamarca, sob o seu ponto de vista. Mas antes, ela faz uma ressalva de que essa é uma opinião extremamente pessoal. E o que pode ser vantajoso para ela, pode não fazer sentido para outras pessoas e vice-versa. Segundo ela, a Dinamarca permitiu que ela mantivesse um estilo de vida que vinha buscando há mais de 5 anos.

“Consigo ter uma vida mais saudável com uma alimentação mais natural e orgânica, ambiente menos estressor, mantenho a atividade física utilizando a bicicleta como principal meio de transporte, me sinto bem segura para ir e vir de qualquer lugar a qualquer hora do dia ou da noite, inclusive sozinha, já que a probabilidade de sofrer algum tipo de violência ou assédio é bem baixa”.

Quem sabe este não seja o passo que faltava para você morar, pelo menos uma temporada, neste país incrível? Não deixe de dar uma olhadinha no nosso artigo com algumas curiosidades da Dinamarca, para conhecer ainda melhor este país que pode ser seu próximo destino de viagem.

Desvantagens de morar na Dinamarca

Assim como existe o lado bom, sempre tem o ruim. Confira alguns dos pontos levantados pela Thaís.

O clima

Para Thaís, o clima no inverno é o principal desafio para a maioria das pessoas.

“Os dias amanhecem tarde e escurecem cedo, fica constantemente nublado ou chovendo. Isso faz com que muitas pessoas se sintam mais cansadas, desanimadas ou até mesmo apresentem sintomas de depressão sazonal (transtorno afetivo sazonal, TAS).

Aqui não neva com frequência, então nem temos uma paisagem variada. De novembro a março é essa monotonia climática. Para lidar com isso da melhor forma possível, precisamos usar um arsenal de estratégias que passam por suplementação, roupas adequadas, atividade física regular e até terapia de luz”, explica.

A língua

O idioma também uma desvantagem apontada pela Thaís. “Embora consigamos ver certas similaridades com o inglês e o alemão na forma escrita, a pronúncia é quase impronunciável para falantes de várias línguas. Alguns professores de dinamarquês chegam a dizer que temos duas línguas, a escrita e a falada, pois o que vemos escrito não corresponde exatamente ao que falamos”.

Brasileira curtindo o inverno dinamarquês.
Sobreviver ao inverno na Dinamarca é uma tarefa difícil para muitos brasileiros. Imagem: arquivo pessoal da Thaís Canto

E não para por aí, segundo ela, o sotaque de quem está aprendendo acaba gerando uma falta de paciência por parte dos dinamarqueses. “Quando a pessoa tem muito sotaque (ou erros na pronúncia), logo eles trocam para o inglês e a pessoa acaba não praticando muito. A maioria da população fala inglês muito bem, principalmente nas grandes cidades”.

Thaís ainda ressalta que falar inglês aparentemente uma grande vantagem, mas, por outro lado, pode se tornar uma grande desvantagem.

“Dependendo do contexto no qual a pessoa está inserida ou das situações que precisa enfrentar, a falta de domínio do idioma local começa a pesar e alguns locais demonstram desconforto ao perceber que um estrangeiro ainda não fala a língua deles depois de X anos. Porém, se tentar falar e a pronúncia não for a exata que eles utilizam, voltamos para o que já falei anteriormente. Essa dificuldade com a língua tem impacto muito grande em outro desafio frequente por aqui, fazer amizade com os locais”, explica.

Dificuldade para fazer amizades

Outro ponto que é uma desvantagem, principalmente para nós brasileiros que estamos acostumados a fazer amizade até na fila do banheiro.“Geralmente, os dinamarqueses não estão muito abertos para fazer novas amizades, pois as amizades que eles têm são as mesmas desde a época de escola”.

“Para romper essa barreira, é preciso ter fortes interesses em comum. Além disso, em situações descontraídas e com os mais íntimos, eles irão preferir conversar em sua própria língua. Sim, aquela mesma que até outros nórdicos têm dificuldade de pronunciar”.

Faça a sua própria faxina

Outro ponto falado por Thaís, comum no restante da Europa, é que sai muito caro contratar faxineiras na Dinamarca.

“Aqui é um país com uma igualdade social muito grande, então a maior parte da população ganha mais ou menos a mesma coisa. Ou seja, mesmo trabalhadores de funções que seriam considerados mais ‘simples’ no Brasil, como faxineiras e pessoal de manutenção, ganham relativamente bem por sua hora de trabalho”.

Sendo assim, ter uma faxineira pode ser algo muito caro em comparação com os padrões brasileiros. E algumas pessoas sentem uma grande dificuldade em passar a não ter uma faxineira em casa ou ter que diminuir a frequência da mesma.

Vale a pena morar na Dinamarca?

Segundo Thaís, vale muito a pena!

Em geral, pessoas que buscam qualidade de vida, contato com a natureza e hábitos mais saudáveis, se dão muito bem morando na Dinamarca.

“Mesmo com a monotonia do inverno, avalio que tenho lidado bem.Mesmo tendo que me esforçar muito para conseguir falar o básico na língua local. Para pessoas que desejam morar aqui, aconselho a pesquisar mais sobre o país, procurar entender alguns aspectos culturais e da rotina cotidiana para ver se são compatíveis com os próprios interesses e valores pessoais”, conclui Thaís.

E ainda destaca a importância de avaliar todos os fatores antes de tomar a decisão de morar no país. Segundo Thaís, as vantagens precisam sobrepor as desvantagens. Por mais que seja um país desenvolvido, com alto IDH e ocupando as primeiras posições de rankings internacionais de felicidade e qualidade de vida, a Dinamarca não é um país perfeito. Por isso, avaliar as desvantagens é importante para tomar qualquer decisão.

Além disso, vale assistir o vídeo onde um casal de brasileiros destacam alguns pontos positivos e negativos de morar na Dinamarca para que te ajude tomar a sua decisão.

Agora que você já tem as principais informações sobre como morar na Dinamarca, é hora de começar a pensar no próximo passo: a mudança. E para inspirar você neste processo, compartilhamos no ebook O Sonho de Viver na Europa, com histórias de brasileiros que decidiram emigrar. Das alegrias às dores de viver no exterior, o livro pode ajudar você a tomar uma decisão sobre o futuro.