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Bruna Paroni

Bruna A. Paroni

Colunista

Bruna é bacharela em Letras pela USP e mestre em Comunicação política pela Università di Perugia (Itália). Está constantemente em contato com as palavras, seja escrevendo, traduzindo, lendo, revisando ou ensinando. Após dois intercâmbios e alguns anos entre Brasil e Itália, se mudou para o país da bota em 2017, onde também se sente em casa.

Localizações

Onde Nasceu?

São Paulo, Brasil

Onde mora?

Urbino, Itália

Onde já morou?

Perúgia, Itália

Parceiro Euro Dicas

Desde quando colabora com o Euro Dicas?

Formação

Universidade de São Paulo (USP)

Letras

Università degli studi di Perugia

Media Studies

Università degli studi di Urbino

Communication Science and Digital Culture

Sou pesquisadora de comunicação política. Trabalho com as palavras: escrevo, traduzo, reviso, leio.

Curiosidades

Tem filhos?

0

Tem pet?

1

Tem Cidadania Europeia?

Sim

Clima preferido

Primavera (apesar da rinite alérgica)

Mão dominante

Destro

Amo aprender novas línguas
Conteúdos recentes
Morar na Itália aposentado sendo brasileiro
Itália

Morar na Itália aposentado: guia completo para brasileiros

Muitos brasileiros pensam em aproveitar a aposentadoria em um país com ótima qualidade de vida no exterior. Mas, morar na Itália aposentado é um processo burocrático e que envolve uma série de etapas e requisitos. Para te ajudar a realizar esse sonho, separamos um guia completo sobre o processo de mudança para o país na condição de aposentado. Descubra qual o visto necessário, quanto custa, quais os documentos obrigatórios e muito mais! Pergunta Resposta Aposentado brasileiro pode morar na Itália? Sim, qualquer aposentado no Brasil pode viver na Itália. Aposentado precisa de visto para morar na Itália? Sim, é necessário solicitar o visto de tipo D, chamado de Residenza elettiva. Como receber minha aposentadoria na Itália? A maneira mais fácil é transferindo o dinheiro do Brasil com a Remessa Online ou a Wise. Morar na Itália aposentado: o interesse de brasileiros pela Itália A Itália é uma das metas de viagem mais almejadas pelos brasileiros e, inclusive, é um dos países mais visitados no mundo. E claro, muitos turistas se apaixonam tanto pelo país que decidem se mudar para lá. Outro fator que pesa bastante na hora de escolher o país é, sem dúvidas, a segurança da Itália. Considerado um dos países mais seguros da Europa, a Itália registrou apenas 330 homicídios em 2023, uma das menores taxas entre os países europeus. Desta forma, a Itália fica em antepenúltimo lugar por casos de homicídios na Europa. Além disso, a Itália é um dos países europeus onde a qualidade de vida é muito alta: gastronomia, infraestrutura, escolas e outros fatores fazem da Itália um ótimo para se viver. De fato, a Itália está no ranking dos melhores países para aposentados em 2024, ocupando o 11º lugar. A seleção feita pela International Living considerou diversos fatores, como habitação, benefícios e descontos, vistos e residência, adaptação e entretenimento, saúde, clima, etc. Posso morar na Itália aposentado? A resposta é: sim! Desde a aprovação da Lei do Orçamento de 2019, que começou a valer em 2020, o governo italiano propôs uma taxação diferenciada aos estrangeiros que decidirem se mudar para o país, de somente 7% sobre todas as rendas, incluindo a aposentadoria, produzidas no exterior por dez anos. A ideia é diminuir os impostos para tentar concorrer com países como Portugal e Espanha, com o intuito de atrair os aposentados, sobretudo nas regiões do sul da Itália. A lei prevê que os aposentados priorizem regiões como Sicília, Calábria, Sardenha, Campânia, Basilicata, Abruzos, Molise e Apúlia e que escolham cidades com menos de 20 mil habitantes. Como faço para morar na Itália aposentado? Tudo pronto para a aposentadoria, mas como morar na Itália legalmente? A Itália não oferece nenhuma modalidade de visto exclusiva para aposentados estrangeiros. Porém, existe um visto ideal para quem não tem a cidadania italiana (ou europeia) e quer morar no país com a própria aposentadoria: o "Visto per residenza elettiva". Visto D: Residenza elettiva Para morar na Itália como aposentado, é preciso solicitar o visto de tipo D, chamado de Residenza elettiva. A tradução, "residência escolhida", alude ao fato de ser uma escolha "espontânea" de residência por parte do requerente estrangeiro. Esse visto é voltado para os cidadãos estrangeiros que optaram por estabelecer residência fixa no país, mas que não pretendem trabalhar na Itália e se manterão financeiramente por meio de rendas no exterior. [caption id="attachment_168096" align="alignnone" width="750"] O visto de aposentado deverá ser solicitado após a chegada na Itália. Foto: Giovanna Mauro[/caption] Por isso, uma das exigências, por parte do governo italiano, é apresentar um comprovante de renda detalhado e demonstrar, através do imposto de renda brasileiro, a capacidade de se manter no país. O visto é válido por um ano e pode ser renovado. Documentos necessários para o visto Residenza Elettiva Para morar na Itália como aposentado e com o visto de Residenza elletiva, você deverá reunir os seguintes documentos: Formulário de pedido de visto (formulário para o visto D); Foto (no formato italiano: 3,5x4,5cm); Passaporte brasileiro válido com validade superior a três meses da estadia pretendida; Comprovante de renda; Comprovante de aposentadoria; Documento comprovando moradia na Itália (possível moradia, como contrato promessa de aluguel, compra de imóvel, etc); Seguro viagem para a Itália ou IB2; Documento comprovando a parentalidade (em caso de pedido para a família inteira). Todos os documentos deverão ser apostilados e traduzidos para o italiano por meio de um tradutor juramentado. A Apostila de Haia deverá ser feita também nas traduções. A Yellowling é nossa recomendação para fazer a tradução de documentos para vistos. A empresa trabalha com profissionais altamente qualificados, e os serviços são de qualidade e tratados diretamente pelo site. É rápido, seguro e com ótimo custo-benefício. Custo do visto O custo do visto Residenza elettiva, obrigatório para morar na Itália como aposentado, é de 116€. Lembre-se que além do visto, o governo italiano exige ao estrangeiro que permanecer mais de 90 dias no país o Permesso di soggiorno. Neste caso, o Permesso di soggiorno necessário para se fixar no país é o Permesso di soggiorno per residenza elettiva, através do qual será garantida a estadia permanente no país sem a necessidade de trabalhar. A taxa total para o pedido deste documento em 2024 é 30,46€, o que equivale cerca de R$167,09 (conversão feita em abril de 2024). Renda necessária para solicitar o visto Para fazer a solicitação do visto e passar a aposentadoria na Itália, é necessário ter renda de, pelo menos, 31 mil euros anuais. Fizemos a conversão da moeda em abril de 2024 e o valor aproximado em reais é de R$170 mil. Porém, caso você pretenda morar na Itália como aposentado com outros membros da sua família, o valor a ser comprovado será maior. Se for requerer o visto também para o cônjuge, esse valor deverá ser 20% maior. E para cada filho deverá aumentar 5%. Onde requerer o visto Você pode solicitar o visto para aposentados na Itália no Consulado italiano da sua região. Veja os locais disponíveis: Para quem possui cidadania italiana é mais fácil Antes de mais nada, se você é cidadão italiano e mora no Brasil, você está inscrito no Anagrafe Italiani Residenti all'Estero, o AIRE, na Embaixada da Itália em Brasília ou no Consulado responsável pela sua jurisdição. O AIRE nada mais é do que o registro civil dos italianos residentes no exterior. Como cidadão italiano, o brasileiro que decidir morar na Itália como aposentado poderá, assim que chegar, procurar imóvel para morar sem nenhuma restrição legal. Algumas imobiliárias pedem um comprovante de renda, mas sendo aposentado, tudo fica mais fácil e seguro. Inscrição na Anagrafe Nazionale della Popolazione Residente Deverá também se inscrever na Anagrafe Nazionale della Popolazione Residente, em outras palavras, o Registro Civil da população residente no país, para poder obter a residência fixa no país e, desde modo, estar apto a utilizar os serviços como postos de saúde e hospitais. Para não prejudicar os cidadãos de ambos os países, os governos brasileiro e italiano estipularam um acordo de cooperação fiscal que a dupla tributação, seja aos italianos residentes no Brasil, seja aos brasileiros residentes na Itália. [caption id="attachment_168102" align="alignnone" width="750"] Os aposentados brasileiros na Itália podem aproveitar incentivos fiscais e benefícios especiais[/caption] O acordo de cooperação de aposentadoria entre os dois países funciona de forma idêntica. Assim, se um cidadão contribuiu com a previdência pública em um dos países, o mesmo consegue receber a aposentadoria no país de residência sem pagar um valor adicional ou ver descontados duplamente os impostos. Na fila para a cidadania Em contrapartida, se você não tem a cidadania italiana, porém tem direito e está pensando em tirá-la, saiba que, infelizmente, ainda não existe um caminho menos burocrático para morar definitivamente na Itália. As soluções para quem se encontra nesse caso podem ser duas: A primeira é se mudar como brasileiro, pedindo o Visto e Permesso di soggiorno per Residenza elettiva e, em um segundo momento, entrar com o processo de cidadania; A segunda é entrar com o pedido de cidadania durante os 90 dias disponíveis aos cidadãos brasileiros que visitam o Espaço Schengen e aguardar a documentação. Mas, não é possível pedir nenhum tipo de visto estando na Itália. Assim, caso você decida optar por essa opção, o conselho é sair do Brasil como tudo planejado nos mínimos detalhes. Brasileiros com cidadania europeia Por fim, caso você seja cidadão de outros país membro do Espaço Econômico Europeu – além dos países da União Europeia, a Suíça, Noruega, Islândia, Liechtenstein e República de San Marino –  saiba que você também pode morar na Itália aposentado. Você deverá se inscrever, como cidadão comunitário, na Anagrafe Nazionale della Popolazione Residente, indicando um endereço fixo de residência, sem a obrigação de solicitar o Permesso di soggiorno. Após 5 anos de residência consecutiva, o cidadão europeu tem direito à permanência permanente. Há benefícios fiscais para aposentados estrangeiros viverem na Itália? Na verdade, além do benefício fiscal previsto na Lei do Orçamento de 2019, não há nenhum outro tipo de incentivo promovido pelo governo italiano aos estrangeiros aposentados que queiram se mudar para a Itália. O que a Itália tem de positivo e atraente é, sem dúvidas, a qualidade de vida – e é exatamente isso que pesa na escolha de muitos aposentados. Declaração de saída definitiva do Brasil O cidadão brasileiro que reside no exterior de forma definitiva – ou seja, há mais de 12 meses consecutivos – deverá fazer a Declaração de saída definitiva do país, disponível no site da Receita Federal. Segundo o site do INSS, existe a possibilidade de solicitar a tributação diferenciada do Imposto de Renda Retido na Fonte do aposentado, caso resida no exterior, e seja titular de aposentadoria. Custo de vida na Itália Com o câmbio desfavorável e a inflação de 1,2% em abril de 2024, o custo de vida na Itália pode parecer relativamente alto para os brasileiros. Mas a verdade é que o país está repleto de cidades pequenas e médias com custo de vida reduzido! Para exemplificar o custo médio de vida dos aposentados no país, escolhemos uma cidade em cada região da Itália, que compartilham um estilo de vida parecido e têm quase o mesmo número de habitantes. São elas: Domodossola (Piemonte, norte), Rieti (Lácio, centro) e Trapani (Sicília, sul). Custos médios para duas pessoas O valor médio da aposentadoria na Itália é de 1.285€, mas pode variar de acordo com a região. Para que você tenha uma estimativa de quais serão os seus gastos, veja os custos médios que separamos a seguir. A nossa simulação foi feita no site Numbeo em abril de 2024 e pensada para duas pessoas que decidirem morar em um apartamento de 85m², localizado no centro destas três cidades. Na seção "contas" estão incluídos os boletos de gás, luz, internet, água e taxa do lixo. Cidade (e região) Aluguel Mercado Contas Domodossola (Piemonte, norte) 550€ 260€ 220€ Rieti (Lácio, centro) 500€ 220€ 206€ Trapani (Sicília, sul) 350€ 150€ 170€ Com a aprovação da Lei Orçamentária de 2024, os estrangeiros residentes na Itália com o visto per residenza elettiva não possuem mais o direito à inscrição gratuita no sistema de saúde italiano (SSN). Dessa maneira, os aposentados estrangeiros na Itália precisarão contratar um seguro-saúde privado ou pagar o valor atualizado para se inscrever no SSN: 2.000€/ano. Recomendo a inscrição no SSN, uma vez que ela garante vários benefícios, como a cobertura de diversos medicamentos. Melhores cidades para aposentados na Itália A seguir, vamos conhecer mais de perto as três cidades que mencionamos! Domodossola (Piemonte, norte) Sendo o centro econômico e industrial do país, o norte é uma das regiões mais caras da Itália. Nas grandes cidades, como Milão, Bolonha e Turim, o preço médio de aluguel de um apartamento de um quarto pode chegar a 900€ (em zonas periféricas). Porém, mesmo no norte, os preços são muito mais baixos em cidades menores, como é o caso de Domodossola, uma cidade calma e tranquila de pouco mais de 18 mil habitantes, cercada pela natureza. Se você quer morar na Itália aposentado e gosta do inverno, essa é a melhor opção para você. Afinal, Domodossola situa-se aos pés dos Alpes, conhecidos pela incrível paisagem invernal. Em Domodossola, o acesso aos serviços públicos é rápido e prático. Há hospitais, grande oferta de serviços (farmácias, supermercados, padarias, restaurantes, trens). Bônus geográfico: está a 1h10 do Lago Maggiore e de Locarno, cidade suíça protagonista do importante Festival de Cinema de Locarno! Rieti (Lácio, centro) O centro da Itália, igualmente grande e importante, engloba regiões como a Toscana, o Lácio, a Úmbria e as Marcas. Dessas, podemos dizer que o Lácio é o coração econômico e político do centro do país. As cidades ao redor da capital italiana são sedes de importantes empresas e indústrias, além de possuírem programas de incentivo financeiro para atrair novos habitantes. Uma dessas cidades é Rieti que, com quase 50 mil habitantes, possui um programa de auxílio financeiro para aqueles que alugarem um apartamento no local por ao menos três meses. [caption id="attachment_171196" align="alignnone" width="750"] Morando em Rieti, você pode chegar a Roma em apenas uma hora e meia de carro.[/caption] Mas, além do incentivo, morar em Rieti possui uma série de outras vantagens. A cidade oferece uma ótima qualidade de vida, boas escolas e segurança por um custo de vida relativamente baixo, principalmente para os padrões do centro da Itália. Rieti não está londe de Roma. Dessa forma, você poderá acessar todos os serviços e oportunidades da capital italiana enquanto vive em um lugar tranquilo e barato. Trapani (Sicília, sul) O sul do país e as ilhas (Sardenha e Sicília) são, de longe, as regiões mais baratas para se viver! Os preços no sul chegam a ser quase a metade dos preços do norte e a qualidade de vida também é alta por lá. Além disto, se você prefere temperaturas mais amenas, a região sul é a ideal para você. Além de ser uma das regiões mais bonitas da Itália, a Sicília recebeu inúmeros investimentos do governo italiano nos últimos anos. Assim, a região pôde se desenvolver economicamente e, hoje, é uma das metas dos italianos e estrangeiros que querem viver no país. Com quase 70 mil habitantes, a cidade de Trapani pode ser ideal para os aposentados que querem levar um estilo de vida tranquilo e aproveitar o melhor da dolce vita italiana. Se você pensa em comprar um imóvel na Sicília, Trapani é uma boa opção: existem diferentes tipos de propriedades à venda por um valor abaixo da média nacional. Além disso, a beleza natural da cidade é indescritível: o local é ensolarado o ano todo e concentra um grande número de praias paradisíacas para você aproveitar o melhor do Mar Mediterrâneo. Cidades mais baratas para viver a aposentadoria na Itália Uma boa opção para quem quer morar na Itália como aposentado é escolher uma das cidades mais baratas do país para viver. Essas pequenas cidades oferecem uma boa qualidade de vida e, ao mesmo tempo, baixos custos. Confira o nosso ranking de cidades mais baratas da Itália: Alessandria; Belluno; Ancona; Pescara; Cuneo; Ostia Antica; L'Aquila; Tivoli; Enna. Cidades pequenas para morar na Itália As cidades pequenas na Itália podem ser uma boa escolha para quem quer ter uma aposentadoria calma, tranquila e sem gastar muito. Veja a lista com algumas das opções para os aposentados: Aosta; Belluno; Campobasso; Orvieto; Rieti; Urbino; Vercelli; Cremona. Um elemento que deve ser considerado é que se a cidade for pequena demais (com mil habitantes, por exemplo) é provável que a sua estrutura (hospitais, farmácias, etc) não seja tão boa, o que pode não ser interessante para quem quer morar na Itália como aposentado. Assim, é importante escolher uma cidade com atenção. Como receber a sua aposentadoria na Itália Tendo decidido viver na Itália após se aposentar, é importante saber como você irá receber a sua aposentadoria na Itália. É possível receber o seu dinheiro diretamente em um banco da Itália, através de transferência bancária. Para tratar desse assunto, basta receber a sua aposentadoria no Banco do Brasil e pedir uma transferência programada para um banco na Itália. Outra alternativa, é fazer o envio do dinheiro do Brasil para a Itália. É possível receber a sua aposentadoria numa conta bancária no Brasil e transferi-la, mensalmente, para uma conta bancária na Itália. Para isso, existem inúmeros métodos como: Wise, Remessa Online, Paypal, MoneyGram, Western Union, etc. A dica aqui é sempre acompanhar a cotação do euro para garantir valores melhores. Contribuí com a previdência social italiana, tenho direito a aposentadoria na Itália? Sim, mas é preciso cumprir alguns requisitos. A aposentadoria na Itália é conhecida como Pensione di Vecchiaia, ou seja, pensão por velhice. Para se aposentar no País da Bota, o trabalhador deve cumprir os seguintes requisitos: Possuir 67 anos (homens ou mulheres) do setor público ou 62 anos para setor privado (mulheres); Ser residente na Itália; Possuir, no mínimo, 20 anos de contribuição (que podem ser somados aos anos trabalhados no Brasil, como explicaremos mais abaixo); Não ter um vínculo empregatício válido (não se aplica para trabalhadores autônomos). O órgão italiano responsável pela previdência social é o INPS. Acordo Bilateral de Previdência Social Brasil Itália A Itália é um dos países que possuem acordo bilateral de previdência social com o Brasil, ou seja, um brasileiro pode se aposentar na Itália somando o tempo de contribuição de ambos os países, e vice-versa. Então se você se mudar para a Itália e chegar na idade de se aposentar, poderá usar o tempo de contribuição para a previdência social no Brasil, para completar o tempo de contribuição na Itália. Para saber mais sobre o acordo bilateral de previdência social, consulte os sites do INSS e do INPS. Aposentadoria para brasileiros que contribuíram na Itália e retornaram para o Brasil Se você é brasileiro, contribuiu para a previdência italiana e decidiu retornar para o Brasil ao se aposentar, saiba que é possível receber a sua aposentadoria no Brasil. Para ter direito ao pagamento do benefício no país de origem, o indivíduo não pode ser italiano e é necessário ter 20 anos de contribuição para aqueles que começaram a contribuir antes de 1996. Para quem pagou a sua primeira contribuição após 1996, não há um tempo mínimo de contribuição, bastando cumprir os demais requisitos. Apesar de ser uma regra bastante controversa, justifica-se como um incentivo para que os estrangeiros que não são mais produtivos retornem aos seus países de origem e assim não sobrecarreguem os serviços públicos, como a saúde. O que é a Pensão Social (Assegno Sociale) A Pensão Social, ou Assegno Sociale, é uma proteção do governo italiano para amparar aquele indivíduo, sem outras fontes de renda que, ao completar a idade para se aposentar, não possui tempo de contribuição para a aposentadoria normal. É um dispositivo criado para o governo amparar o trabalhador na velhice e retribuir pelos anos trabalhados na Itália. O valor do Assegno Sociale, em 2024, é de 534,41€ ao mês, com direito à 13ª parcela. Requisitos para solicitar a pensão social Para solicitar a pensão social é necessário cumprir os seguintes requisitos: Possuir, no mínimo, 67 anos; Ser cidadão italiano ou europeu. Em caso de cidadão de estado terceiro, possuir uma Carta ou Permesso di Soggiorno de Longa Duração; Residir na Itália, legalmente e ininterruptamente, por pelo menos 10 anos; Não possuir outras rendas superiores ao valor do auxílio. Como solicitar a pensão italiana Para solicitar a aposentadoria na Itália ou mesmo a pensão social (assegno sociale) é preciso procurar o INPS da cidade onde você é residente na Itália. Para ajudar com o processo, que pode ser bastante burocrático, procure também o CAF ou um Patronato. Qualidade de vida dos aposentados na Itália A qualidade de vida dos aposentados é muito alta na Itália e isso se reflete no grande número de idosos que superaram os 100 anos: são mais de 17 mil os idosos que superaram o século de vida, segundo os últimos dados divulgados pelo Istat - Instituto Nacional de Estatística. [caption id="attachment_168101" align="alignnone" width="750"] Os aposentados na Itália podem usufruir de uma ótima qualidade de vida, atraindo inúmeros brasileiros para o país.[/caption] Em 2024, a expectativa de vida no país é de 83 anos e a idade média dos italianos é de 48,4 anos. Portanto, a Itália é um país preparado para receber e cuidar dos idosos, o que pode ser percebido especialmente no sistema de saúde italiano. Grande parte das políticas públicas de saúde são voltadas aos idosos, como o desconto no Imposto de Renda da Itália para quem contratar uma cuidadora. Vale notar que a região Norte concentra o maior número de centenários, mas o centro e o sul não ficam para trás. Portanto, a qualidade de vida para idosos é notável em todo o território italiano! Como encontrar imóveis para morar na Itália aposentado? Uma vez resolvida a parte burocrática, chegou a hora de encontrar um imóvel para viver país. Mas, por onde começar a procurar? Existem centenas de ofertas de imóveis em grupos de Facebook, sites de empresas para aluguéis de médio e longo período (Housing Anywhere, por exemplo), portais de imobiliárias, etc. Se você quer fazer a procura sozinho, é preciso ter cuidado para evitar golpes. Assim, o melhor jeito é procurar imóveis pessoalmente, com a ajuda de imobiliárias. Se você não falar a língua, consulte um tradutor antes de assinar o contrato de aluguel (o ideal seria visitar os imóveis com um intérprete!). Além disso, é importante que você também tenha alguém para te ajudar a entender como os contratos de aluguel e venda de imóveis funcionam na Itália, uma vez que eles possuem uma estrutura bem diferente daquela do Brasil. Documentos para quem tem cidadania europeia Para alugar um apartamento na Itália, você deverá apresentar algumas documentações obrigatórias, como: codice fiscale (equivalente ao CPF) e um documento italiano (passaporte italiano ou carta de identidade italiano). O mesmo vale para qualquer outra cidadania europeia. Documentos para cidadãos brasileiros Caso não você tenha cidadania italiana, e decidiu morar na Itália aposentado, optando pela Residenza elettiva, os documentos necessários são: passaporte brasileiro com o Visto di Residenza elettiva e Permesso di soggiorno per residenza elettiva. Viver a aposentadoria na Itália: sim ou não? Depende. Se tem todos os requisitos necessários para pedir o seu visto para morar na Itália, você deverá então considerar os pontos positivos e negativos. Faça uma pesquisa sobre o país, a cultura, a culinária italiana, a qualidade de vida. Só assim conseguirá ver se realmente quer morar lá. Além disso, se você tiver oportunidade, visite o país antes de tomar uma decisão. Afinal, uma mudança não é simples e deve ser bem pensada. Não se esqueça que não vale a pena se mudar para nenhum país sem estar com toda a documentação legalizada. Se quiser saber mais sobre o processo de mudança para a Europa, com relatos e experiências de quem fez esse caminho, confira o nosso livro digital "O Sonho de Viver na Europa". Não importa a cidade escolhida. A Itália é um país incrível e nada mais justo querer envelhecer no país do macarrão, do vinho e do azeite. Então, é hora de separar os documentos e fazer as malas. Buona fortuna!

Pessoas caminhando na Itália
Itália

Custo de vida na Itália em 2024: confira os gastos médios no país

“Qual será o custo de vida na Itália? Será que é um país caro?” Decidir se mudar para um lugar novo e recomeçar a vida requer tempo, dedicação, estudo e, claro, muita cautela e paciência. Uma das dúvidas que surge, durante os primeiros preparativos, é justamente sobre o custo de vida: aluguel, boletos e gastos com a casa, supermercado, lazer. Neste artigo, você encontrará explicações sobre os gastos na Itália, o poder aquisitivo do país, além de informações sobre o salário médio italiano. Pergunta Resposta É barato viver na Itália? Sim, se comparado a outros países europeus. Porém, o custo de vida será maior nas grandes cidades, como Milão e Roma. Quanto precisa ganhar para viver bem na Itália? Depende. Cidades do Norte possuem um custo de vida mais caro, enquanto cidades ao Sul costumam ser mais em conta. Em geral, 1.500€ é suficiente para viver sozinho em uma cidade satélite de Milão, por exemplo. Qual o salário mínimo na Itália? A Itália não possui salário mínimo, apenas um piso salarial para categorias sindicais. Falamos mais sobre a média salarial de cada região neste artigo. O custo de vida na Itália é alto? O custo de vida de uma cidade ou de um país é bastante relativo porque a equação por trás do indicador “custo de vida” parece muito simples, mas é bastante complexa. Grosso modo, o "custo de vida" seria algo como a soma dos preços pagos pelos serviços oferecidos em um determinado contexto sociogeográfico. Porém, fica implícita a ideia, por exemplo, de poder de compra. Uma cidade pode ser barata, mas se o poder de compra for muito baixo ou limitado, assim como a renda, ela vira “cara” para quem mora ali. Entende? Por isso, vamos tentar mostrar um quadro geral do custo de vida, tendo em conta os valores médios dos gastos gerais no país e, claro, a qualidade de vida na Itália. Custo médio Segundo o banco de dados Numbeo, o custo de vida na Itália para uma pessoa, em março de 2024, é de cerca de 856,7€ sem aluguel. Se considerarmos o valor do aluguel, a estimativa sobe para cerca de 1.300€ para uma pessoa solteira. Mesmo com a inflação contida em 2024 (somente 0,5%), os preços dos produtos e aluguéis na Itália não diminuíram em relação ao ano anterior. Além disso, precisamos considerar também que a cidade em que se vive afeta de forma significativa o gasto médio: o custo de vida em Roma, por exemplo, é diferente do custo de vida de uma cidade menos turística, como Turim e Pavia. A região da Itália também impacta muito o custo médio de vida de uma pessoa: viver nas regiões do sul do país é, de uma forma geral, bem mais barato do que viver no norte. Porém, os salários no sul também são menores. [caption id="attachment_165884" align="alignnone" width="750"] Mesmo com a inflação, ainda é possível economizar em supermercados mais econômicos. Foto: Giovanna Mauro[/caption] O custo de vida também vai depender muito do seu estilo de vida: prefere comprar roupas de marca? Quer comprar alimentos de qualidade diferenciada ou isso não é uma preocupação? Vai viajar uma vez por ano ou mais? Prefere morar no centro da cidade? Todas essas e outras questões devem ser consideradas quando queremos fazer uma estimativa do custo médio da vida na Itália. Veja a seguir alguns dos principais gastos do orçamento de uma pessoa no país da bota. Aluguel na Itália O aluguel é o primeiro ponto da lista de custos de quem pretende morar na Itália. Os preços tendem a variar de cidade para cidade e, claro, de norte a sul. A tendência é que o aluguel seja mais caro nas capitais das regiões e nas cidades grandes do norte do país, o que deixa o custo de vida na Itália um pouquinho alto. Cidades como Milão, Roma e Florença costumam ter os aluguéis mais caros do país. Em janeiro de 2024, os valores dos aluguéis italianos aumentaram 0,8% em relação a dezembro de 2023, o que representa um aumento total de 6,5% em 2024. De acordo com o site Immobiliare.it, especializado em compra e venda de imóveis, para alugar apartamento na Itália você pagará os seguintes preços médios nas regiões: Região Cidade principal Preço médio do aluguel (m²) Lombardia Milão 17,61€ Toscana Florença 15,35€ Lazio Roma 14,15€ Campania Nápoles 10,15€ Umbria Perugia 7,32€ Uma informação interessante para quem pretende alugar casa na Itália é que não somente as cidades turísticas e as metrópoles possuem aluguéis caros, mas também as cidades universitárias. Pádua e Bolonha, por exemplo, podem ter aluguéis tão caros quanto Milão, mesmo sendo muito menores. Custo para comprar casa na Itália Comprar casa na Itália pode ser uma ótima solução para fugir do aluguel. Naturalmente, a variação de preços também se faz presente quando o assunto é comprar casa. Em março de 2024, o preço médio para venda na Itália é de 1.994€/m². Mas, o valor do m² muda de cidade para cidade e, principalmente, de região para região. Assim como os preços dos aluguéis, os valores das casas italianas para venda aumentaram 1,63% no primeiro semestre de 2024 em relação ao mesmo período no ano passado (1.962 €/m²). Veja os preços médios do m² em algumas regiões italianas segundo os dados do Immobiliare.it: Região Localização Preço médio por m² Emilia Romagna norte 1.933€ Liguria norte 2.577€ Veneto norte 1.878€ Marche centro 1.553€ Umbria centro 1.125€ Sicilia sul 1.139€ O governo italiano oferece muitas alternativas para a compra da casa própria, principalmente para cidadãos italianos que pretendam regressar ao país e não tenham nenhum imóvel. Para os proprietários de primeira viagem, principalmente aqueles com menos de 36 anos, o governo oferece descontos no mutuo, a hipoteca italiana. Desta forma, o custo de vida na Itália cai um pouquinho, uma vez que o aluguel tende a ser proporcionalmente mais alto do que uma mensalidade do financiamento. Contas da casa na Itália As despesas com as contas ocupam a maior parte do custo de vida na Itália. Isso porque, além dos gastos usuais, como água, luz, telefone/internet, gás, você vai precisar pagar a taxa do lixo e o aquecimento. Geralmente, este está incluído no condomínio ou na conta de gás, vai depender da sua casa. Desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, o valor das contas mensais na Itália aumentou muito, principalmente o da conta de gás. Para se ter ideia, em 2023, o preço do gás voltou a subir em toda a Europa, incluindo nas casas italianas. Com as medidas de intervenção do governo, porém, o valor da água em 2024 diminuiu 10,4%. Veja uma estimativa de quanto você precisará gastar com as contas no país: Utilidade Preço médio Água 30€ Luz 60€ Gás e aquecimento 150€ (gasta-se menos no verão) Taxa do lixo 15€ Internet 37€ Celular 12€ Total 304€ (com variação devido à estação do ano) Para não passar aperto, a dica é destinar, pelo menos, 20% do seu salário ou budget mensal para os gastos mensais fixos. Alimentação na Itália O supermercado na Itália oferece muita variedade em termos de qualidade, preço e tipo de produtos. Porém, depois do fim da pandemia de Covid-19 e do início da invasão russa à Ucrânia, os preços dos mercados aumentaram muito. Em janeiro de 2024, a Itália registrou um aumento de +0,8% com as despesas nos mercados. Dessa maneira, um casal com dois filhos deverá gastar 474€ a mais por ano nos supermercados. É preciso somente uma ida a qualquer mercado do país para sentir a diferença nos preços dos produtos. O aumento expressivo do preço do macarrão em 2023, um dos alimentos básicos da gastronomia italiana, é um dos maiores exemplos do impacto da inflação sobre os mercados italianos. Em 2024, a média de despesas com mercado para um casal, ao mês, é cerca de 460€. Lógico que o valor varia de acordo com seu estilo de vida, mas vamos comparar ao salário médio de cada região: Cidade e região Localização Preço Salário médio (líquido) Milão, Lombardia norte 470€ 1.958€ Bolzano, Trentino Alto Adige norte 470€ 1.888€ Roma, Lazio centro 470€ 1.914€ Campobasso, Molise sul 360€ 1.703€ Reggio Calabria, Calabria sul 360€ 1.675€ Cagliari, Sardegna sul 320€ 1.704€ Itália - 460€ 1.846€ Podemos dizer que, em média, o mercado corresponde a cerca de 25% do salário médio italiano. Esse gasto já foi um dos que menos afetava o custo de vida na Itália, mas hoje a realidade não é bem assim. Transporte na Itália O transporte público na Itália compreende ônibus, metrô, bonde (“tram”) e, muitas vezes, algumas linhas de trem no perímetro urbano e táxi. O transporte extraurbano, por outro lado, engloba os trens e ônibus intermunicipais ou inter-regionais. O preço desse tipo de transporte vai depender da distância entre o seu ponto de partida e o seu destino. [caption id="attachment_165883" align="alignnone" width="750"] O trem é um dos meios de transporte mais usados pelos italianos. Foto: Giovanna Mauro[/caption] No site da Trenitalia, você pode consultar o preço dos tickets de trem. Para saber o custo de cada linha de transporte público municipal, você deverá consultar o site de cada empresa. Os custos com o transporte público poderão variar conforme a região e a cidade, enquanto os gastos com o transporte privado seguem um padrão em todo o território nacional. Veja os principais valores a seguir: Item Preço médio Bilhete de transporte público urbano (90 minutos) 1,50€ Passe mensal de transporte público urbano 35€ 1 litro de gasolina 1,82€ Tarifa inicial táxi 5€ Tarifa por quilômetro táxi 1,50€ Se você usa bastante o transporte coletivo, o bilhete mensal é sempre a melhor opção, uma vez que o uso é ilimitado! Deste jeito, você conseguirá baixar um pouco o custo de vida mensal na Itália e dar uma trégua para o seu bolso! Gastos com pedágios Em relação ao transporte rodoviário, uma boa notícia: somente as Autoestradas possuem pedágios! O tráfego é “gratuito” nas rodovias (chamadas “Superstrada”) e estradas locais (que podem ser “Strada comunale” ou “Strada provinciale”). Os preços do pedágio variam de acordo com o trecho percorrido pelo motorista. Os pedágios italianos também foram afetados pela inflação: em janeiro de 2024, as tarifas aumentaram cerca de 2,3%. Em 2023, o pedágio mais caro da Itália é de 0,345€ por km, na Via A5 (Torino-Aosta-Montblanc). Se você pensa em comprar carro, saiba que deverá atualizar a sua carteira de motorista na Itália. O processo é parecido com o do Brasil, com exames teóricos e práticos. Mas se você tem a habilitação brasileira em dia, os custos são mais em conta! Saúde na Itália A saúde pública italiana é universal, mas não é gratuita. Em alguns casos, será necessário pagar o "ticket", ou seja, um valor colaborativo pelo serviço prestado pelo sistema de saúde italiano. O preço a ser pago pelos exames e remédios é calculado com base no imposto de renda de cada família. A lógica é: se você tem mais recursos econômicos, paga mais; se, por outro lado, a sua renda é baixa ou você se encontra momentaneamente desempregado, você paga menos ou é isento das taxas. Pagamentos da saúde Porém, você não paga por tudo. Na Itália, funciona assim: todas as pessoas possuem um "médico de família", conhecido como medico di medicina generale. Sempre que você precisar de uma consulta com um especialista, você precisará antes marcar uma consulta com ele, que irá te direcionar para o profissional desejado. Nesse caso, será necessário pagar somente 16€ pela consulta com o especialista, que é o valor do ticket. Na maioria das vezes, você irá pagar se usar a emergência do hospital ou se quiser fazer algum exame. Um hemograma (exame de sangue), por exemplo, custa entre 5€ e 10€, mas outros exames podem ser mais caros. Em 2024, o valor máximo a ser pago pelo ticket é de 36,15€, o mesmo valor de 2023. Plano de saúde privado Um plano de saúde particular custa, em média, 250€ a 300€/ano para uma pessoa maior de idade. Se você for regularmente residente no país, mesmo sendo estrangeiro, você também tem direito a usufruir do sistema público. Os brasileiros, por exemplo, podem ter acesso ao sistema de saúde público através do IB2 - um acordo bilateral entre os dois países. Ainda que optar por um plano de saúde na Itália seja menos comum, pode ser uma alternativa em alguns casos. Veja os planos de saúde privados mais populares entre os italianos segundo uma pesquisa feita pela Forbes: UniSalute; UnipolSai Salute 360°; Realmente InSalute di Reale Mutua; Protezione Salute di AXA; Zurich MediCare; UniCredit My Care Salute. Outra alternativa é realizar consultas com um médico particular e, no final do ano, pedir o reembolso através do imposto de renda. O valor das consultas varia de 100€ a 200€. Você também pode realizar exames médicos no privado. Em 2024, os exames cardiológicos custam cerca de 40€, enquanto os ginecológicos custam 80€. Compra de remédios Outra dica: toda vez que você for à farmácia comprar um remédio, você pode usar a Tessera Sanitaria para registrar o seu gasto. Em muitos casos, quando você possui receita média, os remédios são fornecidos gratuitamente ou com desconto. Mas, caso você não seja isento ou o remédio não seja coberto pelo SSN (Sistema Sanitario Nazionale, o “SUS” italiano), você também pode pedir o reembolso através do imposto de renda. A saúde é a coisa mais importante e, exatamente por esse motivo, não deixe de destinar, com as contas do custo de vida na Itália, um mínimo que seja, para a sua saúde. Custos de lazer na Itália A Itália é um país rico de cultura e opções de lazer, como teatros, cinemas, museus e galerias, academias e parques, bares e cafés, restaurantes, passeios e muitas cidades para visitar! [caption id="attachment_165885" align="alignnone" width="750"] As atividades de lazer na Itália envolvem ir ao cinema e ao teatro, tradicionais no país. Foto: Giovanna Mauro[/caption] Os gastos com lazer são muito relativos, pois dependem do gosto de cada um. Em média, uma pessoa sozinha gasta de 100€ a 200€/mês com lazer na Itália. Veja os gastos médios com estes itens: Item Preço Academia 48€/mês Cinema 9€ Museu 15€ Jantar (dois pratos, vinho, água) 60€ Aperitivo 10€ Gelato (sorvete) 2,70€ Resumo do custo de vida na Itália Como vimos acima, o custo de vida na Itália depende de muitos fatores, como o salário e o poder aquisitivo, até a cidade na qual vai viver, enfim, dos seus objetivos e metas. Podemos dizer, considerando o que o país oferece aos seus moradores em termos de qualidade e vida e segurança, que o custo de vida na Itália não é excessivamente alto. É possível economizar e morar bem. Em resumo, o custo de vida médio na Itália para uma pessoa é de: Item Preço Aluguel (apartamento de 1 quarto no centro) 781€ Alimentação 400€ Contas da casa 304€ (sendo mais barata durante o verão) Transporte 35€ Saúde 250€/ano (plano de saúde particular) Lazer 200€ Total 1.630€ - 1.950€ Custo de vida na Itália x outros países O custo de vida na Itália é maior do que em países como Portugal e Espanha. De acordo com uma comparação feita entre Itália e Portugal no Numbeo, em média, o aluguel em Portugal é cerca de 23,7% mais caro que na Itália, mas compras de mercado são quase 20% mais baratas, e os restaurantes portugueses são quase 35,5% mais baratos. Se compararmos a Espanha, o custo de aluguel do país da bota continua mais baixo, mas restaurantes e compras do mês, assim como Portugal, pesam menos no orçamento. Veja uma comparação do custo de vida para uma pessoa na Itália e nos outros dois países que mencionamos a seguir: Despesa Itália Portugal Espanha Aluguel (apartamento de 1 quarto no centro) 781€ 939€ 934€ Alimentação 400€ 350€ 300€ Contas da casa 304€ 166€ 180€ Transporte 35€ 40€ 33€ Saúde 250€/ano 60€/ano 600€/ano Lazer 200€ 300€ 200€ Total 1.970€ 1.855€ 2.247€ É importante considerar que o gasto com plano de saúde privado mencionado na tabela é anual e irá depender da decisão de usar o sistema público ou não. Também não podemos nos esquecer que, na Itália, se pagam altos impostos. O IRPEF, ou Imposto de Renda italiano, é responsável por uma alta redução no valor líquido dos salários, apesar de garantir vários direitos trabalhistas, similares aos brasileiros. Em alguns casos, os impostos cobrados podem chegar a 40% de desconto do salário. Devido à alta taxação, muitos italianos, principalmente os que vivem na região norte, preferem trabalhar para empresas suíças. Quanto é um bom salário para viver na Itália? A Itália não tem um salário mínimo nacional, por isso, não é possível estabelecer um parâmetro em relação a ele. Contudo, considerando todas as informações que vimos acima, podemos dizer que 2.000€ é um bom salário para viver na Itália com folga e arcar com os custos de vida do país. Segundo os dados publicados pela Forbes Itália, o salário médio bruto na Itália em 2024 é 2.329€ (em 13 mensalidades), o que representa um aumento de 3,7% em comparação à média registrada em 2023. Mas, desse valor devem ser reduzidas as taxas e impostos, que são altos. A média salarial líquida na Itália é de 1.846€. Mesmo com uma diferença de 14% entre os salários do norte e do sul do país, pode-se dizer que, de uma forma geral, é possível viver bem na Itália com o salário médio de cada região. Isso porque, o custo de vida de cada região acompanha a média salarial no local. Veja qual o salário médio em algumas das principais regiões da Itália: Região Salário médio (líquido) Lombardia 1.958€ Lazio 1.914€ Liguria 1.906€ Piemonte 1.878€ Campania 1.718€ Claro, cada um de nós tem um objetivo diferente no final do mês. Para alguns, é importante sair para comer fora todo final de semana, para outros, fazer compras é mais interessante. Lembre-se, esses valores são estimativas para ajudar você durante o seu planejamento mensal. Se você quiser saber um pouco mais sobre o custo de vida na Itália em 2024 e a experiência de um brasileiro que mora no país, confira o vídeo da Giorgia do canal "Brasileira por acaso": Os custos aumentaram bastante na Itália, mas com um bom planejamento ainda é possível viver no país. Poder de compra na Itália Como os salários cresceram mais do que a inflação em 2024, o poder de compra das famílias italianas aumentou 1% no primeiro trimestre deste ano, mesmo com o aumento geral dos preços. Os dados positivos mostram que, apesar da inflação, a economia italiana está estável e os salários estão seguindo proporcionalmente o aumento dos valores no país. As previsões para os próximos meses de 2024 também são positivas: estima-se que o salário dos italianos irá aumentar cerca de 3,7% no segundo semestre de 2024. Considerando o aumento esperado e o controle da inflação, podemos dizer que o poder de compra das famílias irá crescer. Eu, Giovanna, sempre considerei o poder de compra na Itália bom, principalmente quando comparo com outros países em que morei. Mesmo que os salários não sejam tão altos como em outros países europeus, as facilidades para compras (como juros muito baixos, por exemplo) e os descontos são inúmeros. Afinal, a Itália é um país caro? Eu diria que, com a relação custo-benefício, vale a pena morar na Itália. Apesar de o custo de vida não ser baixo, é possível levar um ritmo de vida saudável no país sem gastar demais. É claro que nas grandes cidades, como nas metrópoles Roma e Milão, ou em locais turísticos, como Veneza e Florença, o custo de vida será bem mais caro do que em outros lugares do país. Assim, a resposta para a pergunta "morar na Itália é caro?" vai depender das suas escolhas e do que você procura. Antes de escolher qual a melhor cidade da Itália para morar, pergunte a si mesmo: O que eu procuro nesta cidade? Prefiro tranquilidade ou agitação? Prefiro morar perto de tudo ou morar mais afastado e ter uma qualidade de vida melhor? Preciso encontrar uma oportunidade de trabalho nesta cidade? Quanto estou disposto a pagar pelo meu conforto? Uso transporte público? Espero que conhecer o custo de vida da Itália tenha sido útil para diminuir a distância entre o seu sonho e a realização dele. Para inspirar ainda mais na realização do desejo de viver na Itália, compartilhamos com você o ebook O Sonho de Viver na Europa. O livro reúne histórias de brasileiros que conseguiram tirar o sonho do papel e se mudar para o Velho Continente.

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