Pular para o conteúdo
Giovanna Mauro

Giovanna Mauro

Autor

Giovanna é ítalo-brasileira e, após ganhar uma bolsa para estudar na Itália, se apaixonou pelo Velho Continente e decidiu construir um lar no lugar. Além da educação, da escrita e dos estudos, é apaixonada por viagens, boa companhia e comida de qualidade.

Localizações

Onde Nasceu?

Araraquara, Brasil

Onde mora?

Pádua, Itália

Onde já morou?

St Andrews, Escócia

Oxford, Inglaterra

Parceiro Euro Dicas

Desde quando colabora com o Euro Dicas?

Formação

Universidade de Pádua, Itália

Bachareldo em Italian Medieval and Renaissance Studies

Universidade de Oxford

Mestrado em Modern Languages

Giovanna trabalha como redatora e revisora há mais de seis anos.

Curiosidades

Tem filhos?

0

Tem pet?

0

Tem Cidadania Europeia?

Sim

Clima preferido

Inverno

Mão dominante

Destro

Sou apaixonada por música: não tem um único dia que eu passe sem ouvir uma música das minhas bandas favoritas. Ah, e eu também tenho duas tatuagens dos Beatles!
Conteúdos recentes
Estudantes de mestrado na Itália
Itália

Mestrado na Itália: como é, custos e bolsas de estudo

Fazer um mestrado na Itália pode ser a opção ideal para quem já acabou a graduação e busca um diferencial para o próprio currículo. Mas, para fazer a pós no país, é preciso passar por um processo de seleção com algumas peculiaridades. Neste artigo, vamos te explicar como funciona o processo seletivo do mestrado no país da bota, o que é necessário para poder se inscrever e os melhores cursos oferecidos pelas instituições italianas. Buona lettura! PerguntasRespostasO que precisa para fazer mestrado na Itália?Será necessário fazer a inscrição, pagar a eventual taxa de inscrição e enviar toda a documentação online.Quanto custa um mestrado na Itália?Entre 2.600€ e 4.000€ nas universidades públicas e conforme o curso escolhido.Existe bolsa de mestrado na Itália?Sim, existem muitos programas de bolsa de mestrado na Itália que cobrem os custos da pós. Como fazer mestrado na Itália? Para fazer mestrado na Itália, você precisará: Procurar o curso e a universidade italiana que mais lhe agradam; Conferir os valores da anuidade e custo de vida na cidade; Ficar atento ao processo seletivo e se inscrever; Pagar eventual taxa de inscrição; Participar da entrevista com a banca examinadora (caso previsto pelo seu curso); Tirar o visto de estudante (caso seja cidadão europeu: não é necessário!); Embarcar! Como se organizar, considerando a diferença de calendário, burocracia e mudança? A melhor estratégia é buscar um curso e universidade, além de providenciar a tradução juramentada para italiano e a Apostila de Haia de toda a documentação com pelo menos 3 meses de antecedência. Desta forma, você não atrasa a sua ida e nem se desespera com a burocracia! Para as traduções juramentadas, indicamos o serviço da Yellowling, uma excelente plataforma de traduções que provê o serviço mais adequado às suas necessidades, com rapidez e facilidade, já que todo processo é realizado de forma online. Eu, Giovanna, usei a Yellowling recentemente para traduzir os meus documentos para me candidatar a um programa de pós-graduação e posso confirmar que o custo-benefício é excelente e os prazos de entrega são rápidos. Entendi. Mas, e agora? Confira o passo a passo que preparamos para você! Tipos de mestrado na Itália Na Itália, existem dois tipos de mestrado: laurea magistrale e master universitario. Normalmente, as universidades italianas oferecem os dois tipos de programa. Apesar de serem semelhantes em alguns pontos, os dois tipos de curso possuem diferenças importantes. Se compararmos com o sistema universitário brasileiro, podemos dizer que a laurea magistrale seria equivalente ao Mestrado acadêmico e o master universitario aos demais cursos de pós-graduação, como o MBA. Laurea magistrale O mestrado tradicional na Itália é a laurea magistrale (LM), cuja duração é de 2 anos. São necessários 120 CFU (credito formativo universitário) para completar o curso, dos quais cerca de 24 CFU são destinados à pesquisa e à dissertação final e 9 CFU ao estágio obrigatório. A laurea magistrale dá ao estudante o título de “Dottore/Dottoressa magistrale”, com o qual é possível se inscrever no programa de Dottorato di ricerca, o doutorado na Itália. Eu, Bruna, optei por cursar uma Laurea magistrale, ao invés de um Master universitario, porque eu gostaria de ter um título de pós-graduação que tivesse validade também na União Europeia. O Master universitario não é um título acadêmico reconhecido na Europa, mas si, um curso de pós-graduação inerente ao contexto italiano. Master universitario O master é um curso de pós-graduação na Itália voltado ao mercado de trabalho. Esses cursos são oferecidos em duas categorias, Master di I livello e Master di II livello, e equivalem aos cursos lato sensu do Brasil. Para se matricular no Master di I livello, é necessário possuir o diploma de Laurea triennale (Graduação). Para o Master di II livello, por sua vez, é obrigatório possuir a Laurea Magistrale. Além disso, o master universitario possui duração de 1 ano e a sua anuidade costuma ser mais cara do que aquela dos cursos de laurea magistrale. O número de créditos para completar o curso pode variar, mas o mínimo de créditos é 60 CFU anuais. Saiba que o MAECI — Ministero degli Affari Esteri (Ministério de Relações Exteriores da Itália), através de uma FAQ, tira as dúvidas mais frequentes dos candidatos interessados em cursar um mestrado na Itália. Calendário acadêmico do mestrado O ano acadêmico do sistema italiano começa em setembro/outubro e vai até julho, sendo que o primeiro semestre termina em janeiro. O segundo semestre, por outro lado, começa no final de fevereiro/início de março. A maioria dos cursos de mestrado na Itália têm as matrículas abertas durante todo o primeiro semestre do ano acadêmico, sendo possível, desta forma, começar o curso tanto no primeiro semestre como no segundo semestre. Porém, fique atento às datas-limite para candidaturas. Na Universidade de Pádua, por exemplo, as candidaturas para os cursos de mestrado acontecem em dois momentos distintos. O primeiro deles se inicia em novembro e termina em fevereiro. O segundo, por sua vez, se inicia em março e termina no mês de junho. Quanto dura um mestrado na Itália? A maioria dos cursos de Laurea magistrale na Itália possui uma duração total de 2 anos. Porém, os estudantes podem se formar antes ou depois desse período, uma vez que a formatura no programa de mestrado depende das provas e da tese. Dessa maneira, assim que você acabar todas as provas previstas pelo seu curso e submeter a tese, você já pode se formar, independentemente da quantidade de tempo cursado. O caso contrário também é muito frequente: como os cursos de mestrado na Itália são bem rigorosos, muitos estudantes não conseguem fazer todas as provas no tempo previsto de 2 anos e acabam se formando depois desse período, cursando 3 ou 4 anos na universidade. E como escolher um curso? No portal Universitaly, administrado e organizado pelo MIUR, Ministero dell’Istruzione, Università e Ricerca, você poderá encontrar todos os cursos de mestrado na Itália reconhecidos pelo ministério em questão. Lá, você poderá conferir quais são os cursos de mestrado que exigem exames de admissão, quais são ministrados em inglês, entre outras informações. Também existem outros pontos que devem ser considerados no momento da escolha, uma das principais etapas de todo o processo. Critérios de escolha Na Itália, existem centenas de cursos de mestrado de norte a sul do país. Dessa forma, para conseguir tomar a decisão correta e coerente com os seus objetivos, você deve considerar uma série de critérios. Um mesmo curso pode ser oferecido de forma completamente diferente em duas ou mais universidades. Assim, procure informações sobre o mestrado em questão: descubra quem são os professores, qual a qualidade do corpo docente, como são as aulas, quais os métodos de avaliação, etc. Além de escolher o mestrado na Itália, deve verificar se a universidade tem excelência. Foto: Giovanna Mauro. Eu, Bruna, me formei em Letras na USP, mas gostaria de fazer um mestrado na Itália que aliasse Linguística, Comunicação Digital e Política. Por isso, optei pela Laurea magistrale in Comunicazione pubblica, digitale e d’impresa. Esse programa possui dois currículos: Media digitali e Comunicazione d’impresa. Optei pelo primeiro. O curso alia teoria e prática, oferece laboratórios profissionalizantes, além de promover viagens para festivais de comunicação e jornalismo pela Itália. Vale ressaltar que as características da cidade universitária também são importantes. Na Itália, existem universidades em cidades dos mais variados tipos: de pequenas cidades com pouco mais de sete mil habitantes, como Camerino, à grandes metrópoles, como Roma e Milão. Reconhecimento e credenciamento de instituições O reconhecimento do curso escolhido e da instituição italiana em que você planeja estudar é tão importante quanto a qualidade do mestrado em si. Lembre-se de que os cursos de mestrado na Itália devem ser reconhecidos pelo MIUR, Ministero dell'Istruzione e del Merito. A minha dica é sempre buscar o curso no Universitaly, que mencionamos, pois a plataforma inclui somente cursos reconhecidos. Busque informações sobre qual o reconhecimento do curso, qual o título que poderá ser conseguido ao final do mestrado e a situação do credenciamento da universidade em questão. É fundamental ficar atento a essas questões, principalmente devido à enorme variedade de tipos de instituições e cursos na Itália. Além disso, não deixe de pesquisar também se o mestrado e a universidade que você está considerando podem te fornecer a qualificação de que você precisa: se o seu objetivo é seguir para o doutorado, por exemplo, você precisa optar pela laurea magistrale em uma universidade reconhecida. Importância da graduação na hora de se matricular no mestrado Os cursos de mestrado na Itália consideram o seu percurso acadêmico durante a graduação. Em outras palavras, para que você possa dar continuidade aos estudos e se inscrever em um mestrado, é necessário comprovar a validade e a pertinência do seu curso de graduação. Alguns mestrados exigem, por exemplo, que o candidato tenha cursado um determinado número de créditos em disciplinas específicas para se matricular na pós-graduação. Por esse motivo, o departamento universitário precisa emitir um documento chamado nulla osta (literalmente “nenhum impedimento”). Essa autorização será encaminhada para à secretaria geral, que dará prosseguimento ao processo de matrícula. Caso o nulla osta seja negado, o aluno não poderá se inscrever naquele específico programa de pós-graduação. Frequentar em prédios belíssimos como esse da Universidade de Pádua é um privilégio. Foto: Giovanna Mauro Além disso, cursos mais concorridos e com um número limitado de vagas, por exemplo, podem selecionar os candidatos com base no desempenho obtido ao longo da graduação. Conselho: não hesite em perguntar para a secretaria do departamento escolhido se o seu percurso de graduação é reconhecido ou não como percurso de estudos pelo programa de mestrado escolhido por você! Antes de se mudar para o país, leia a respeito do curso desejado, veja quais são os pré-requisitos e contate a secretaria. Melhor não arriscar a sua chance de morar na Itália, não é mesmo? Como se candidatar ao mestrado na Itália? Para se candidatar ao mestrado na Itália você deve ter atenção aos editais que as universidades abrem. Depois que você escolher a universidade, o curso e juntar todos os documentos necessários, você deve enviar a candidatura através do site da universidade. A maioria das universidades italianas permitem que a candidatura seja enviada pelo site, de forma totalmente virtual. Mas, se esse não for o caso, você poderá fazer a candidatura em um consulado italiano no Brasil. Documentos necessários O aluno brasileiro que tenha a intenção de cursar um mestrado na Itália deverá traduzir e apostilar os seguintes documentos: Diploma da Graduação; Histórico escolar da Graduação com notas e número de créditos de cada disciplina cursada; Certificado de conclusão do Ensino Médio; Histórico escolar do Ensino Médio. Além destes documentos, é imprescindível ter em mãos: Passaporte brasileiro válido; Certificado de proficiência de língua italiana nível B2 (caso o curso seja ministrado em italiano); Exame de proficiência em inglês nível B2 (caso o curso seja ministrado em inglês); Seguro saúde ou CDAM/IB2; Carta de motivação escrita em inglês ou em italiano; Currículo. Todos os documentos devem ser, normalmente, inseridos na própria plataforma de candidaturas da universidade, juntamente com o resto da sua application. Vale ressaltar que algumas universidades podem exigir outros documentos, como a Universidade de Bolonha, que pede o certificado do ETS para alguns cursos. Por esse motivo, é importante conferir o site de cada universidade. Dica: aconselho sempre entrar em contato com a secretaria do departamento que oferece o curso desejado e tirar todas as dúvidas, como: O departamento aceita o meu curso de graduação brasileiro? Tenho o número mínimo de CFU (180 CFU)? Existem vagas destinadas exclusivamente aos alunos internacionais? Pré-inscrição Uma vez que você tiver em mãos toda a documentação, chegou a hora de escolher o curso desejado de mestrado na Itália desejado e se pré-inscrever no portal Universitaly (caso você não seja um cidadão europeu). Se tiver a cidadania italiana (ou qualquer outra cidadania europeia), a pré-inscrição não é necessária e você poderá se inscrever diretamente na universidade escolhida. Processo seletivo O processo seletivo para fazer o mestrado na Itália varia de programa a programa. Isso porque cada departamento decide como será o processo de seleção. Na maioria das vezes, não é necessário ter um projeto de pesquisa pronto, uma vez que a seleção dos candidatos é feita através da análise do histórico escolar e currículo. O lado positivo é que, na maior parte das vezes, o exame de admissão não existe. Ou seja, o aluno pode se inscrever no curso desejado sem passar por processos de pré-seleção: são os chamados “corsi a numero aperto” ou “corsi di accesso libero”. Porém, alguns cursos de mestrado possuem vagas limitadas. Assim, para a seleção dos candidatos, uma banca de professores da instituição irá avaliar as competências acadêmicas, as notas e o currículo dos mesmos e selecioná-los. Além disso, a banca pode propor também uma entrevista com você (em inglês ou em italiano, dependendo do curso da sua escolha). Ao mesmo tempo, muitos cursos são acessíveis sem “vestibulares”. O vestibular na Itália engloba os cursos concorridos ou mais técnicos. Esses cursos são chamados “corsi di laurea magistrale a ciclo unico” e não são previstos cursos de mestrado nessas áreas, uma vez que o curso em si já dura 5 anos. Dentre esses cursos, podemos citar Medicina, Arquitetura e Direito. Quanto custa fazer um mestrado na Itália? As anuidades das universidades italianas não costumam ser muito salgadas, se mantendo em torno dos 2.600€ anuais (com exceção das universidades particulares). As taxas dependem do curso escolhido, mas são sempre calculadas com base na renda de cada família. Para isso, você deverá apresentar para a universidade o ISEE, um documento que pode ser obtido a partir da tradução e da legalização de documentos financeiros do seu núcleo familiar, como o imposto de renda brasileiro. Com o cálculo das taxas, os valores acabam sendo muito justos, uma vez que cada estudante paga aquilo que “pode” conforme a renda familiar. O único problema para os estudantes brasileiros é que devemos preparar o ISEE com bastante antecedência, já que o processo para consegui-lo pode ser um pouco chatinho. As famílias de baixa renda pagam somente uma taxa anual para estudar nas universidades italianas. Em primeiro lugar, você precisará traduzir e apostilar todas as páginas do imposto de renda do seu núcleo familiar e, uma vez na Itália, deverá levar os documentos no CAF (Centro di Assistenza Fiscale) para que eles os convertam para o ISEE. Em média, o CAF pode levar de 15 dias a um mês para preparar o ISEE e o prazo irá depender da demanda. Os valores das taxas das universidades públicas italianas (as quais são a maioria no país) são os mesmos para cidadãos europeus e para cidadãos não europeus. Porém, eles podem variar em algumas universidades particulares. Abaixo, você pode conferir alguns exemplos de anuidade do mestrado na Itália para o ano acadêmico 2024/25: UniversidadeAnuidadeUniversidade de Pádua2.642€Universidade de Bolonha2.707,04€Università Bocconi (particular)18.000€Universidade de Florença2.900€Universidade de Roma "Tor Vergata"2.426€Politécnico de Milão3.891,59€ Todos esses valores são as “taxas máximas” dos cursos de mestrado. Assim, eles podem sofrer reduções conforme o valor do ISEE apresentado pelo estudante. Custo de vida durante o mestrado na Itália Além da anuidade, outros gastos devem ser incluídos nos cálculos de quanto custa fazer um mestrado. Afinal, o custo de vida na Itália não é baixo e precisa ser calculado no orçamento. Para que você tenha uma estimativa de qual é o custo de vida de um estudante de mestrado na Itália, separamos os valores dos principais gastos mensais a seguir. Os dados foram coletados no site Numbeo em 26 de junho de 2024. ItemPreçoAluguel de um quarto individual400€Aluguel de apartamento de um quarto no centro da cidade760€Alimentação150€Transporte35€Lazer80€ Tenha em mente que os gastos mensais de um estudante no país são variáveis por dependerem do estilo de vida pessoal e também da cidade em que se estuda e vive. Eu, Giovanna, moro em Pádua, uma cidade universitária conhecida e popular entre os estudantes. Dessa maneira, o custo de vida aqui é alto, principalmente em relação aos gastos com aluguel e alimentação. Vale ressaltar que, em 2024, o governo italiano está oferecendo um apoio para aluguel para os estudantes de baixa renda, italianos ou estrangeiros. O benefício deve ser solicitado com o ISEE. Como conseguir uma bolsa de estudo de mestrado na Itália? Trabalhar na Itália e fazer mestrado é possível, mas bastante desafiador. Primeiramente, porque é um país estrangeiro: pensar e estudar o tempo todo em outra língua é bastante cansativo. Em segundo lugar, porque quanto mais você demora para se formar, mais taxas você irá pagar. Em algumas instituições, inclusive, o valor das taxas também pode ser maior para estudantes que demoram para se formar. Ainda, você deve também saber que as condições para obtenção do visto de estudante italiano preveem que o universitário brasileiro na Itália pode possuir um contrato de trabalho que não supere 20 horas semanais. Por isso, é interessante procurar bolsas de estudo na Itália. Diritto allo Studio Universitario (DSU) O direito à educação, na Itália, é garantido através do Diritto allo studio universitario (DSU). Cada agência regional fica responsável pela promoção e distribuição das bolsas de estudo a partir da situação financeira dos alunos. Tais agências são financiadas por meio de verbas municipais, estatais e regionais. Em média, a bolsa de estudos é de cerca 250€ a 300€ por mês e dá direito ao uso gratuito do restaurante universitário. Caso o aluno opte por uma vaga na moradia estudantil, o valor da bolsa tende a ser menor. O valor das bolsas de estudo do DSU varia muito conforme a região da universidade no qual o candidato quer estudar na Itália. De uma forma geral, as bolsas seguem o custo de vida da Itália e, assim, são mais altas nas regiões norte e menores nas regiões do sul. Em Pádua, é possível concorrer às bolsas regionais e aos incentivos da universidade. Foto: Giovanna Mauro Os editais do DSU costumam sair em junho ou em julho e as inscrições vão até final de agosto/começo de setembro. Fique atento: para se candidatar, a sua renda familiar não deve superar um determinado valor, que varia de acordo com cada uma das regiões da Itália. Leia os editais com atenção para descobrir todos os requisitos. Para se inscrever, você precisará comprovar a posse do ISEE, documento que pode ser obtido por meio da apresentação dos seguintes documentos ao CAF: Declaração detalhada de renda familiar, traduzida e com Apostila de Haia; Extrato de todos os membros do núcleo familiar, traduzido e apostilado; Comprovante de renda de todos os membros do núcleo familiar, traduzido e apostilado; Registro de patrimônios no país de origem (escrituras de imóveis ou registros de empresas), traduzido e apostilado; Holerite de todos os membros do núcleo familiar, traduzido e apostilado. Universidades particulares As universidades particulares, como a Università Cattolica del Sacro Cuore, com sede em Milão, a LUISS, que possui sede em Roma e Milão, e a Università Luigi Bocconi, em Milão, também oferecem bolsas de estudo para mestrado na Itália. As bolsas podem incluir a isenção parcial ou total das taxas, ou até mesmo, valores em dinheiro. Vale a pena consultar mais informações sobre as bolsas de estudo disponíveis no site de cada uma dessas universidades. MAECI O Ministero degli Affari Esteri, órgão do governo italiano conhecido como MAECI, oferece bolsas de estudo para quem quer cursar um mestrado na Itália. Elas duram de 6 a 9 meses, no valor de 900€ por mês. Porém, fique atento: a bolsa do MAECI não cobre o período inteiro do curso (uma vez que os cursos de mestrado duram dois anos), deixando a responsabilidade total ao aluno de se manter durante os outros meses do mestrado na Itália. Por outro lado, nada impede ao aluno consiga também a bolsa de estudos na agência DSU local ou outro tipo de bolsa. O edital para a bolsa oferecida pelo MAECI é publicado anualmente, e as inscrições devem ser feitas no site do Study in Italy, respeitando as datas previstas. Bolsas das próprias universidades Algumas universidades italianas oferecem bolsas de mérito para estudantes internacionais que querem cursar um mestrado na instituição. É o caso da Universidade de Pádua, por exemplo, que oferece diversos tipos de bolsas de estudo. O mais conhecido deles é a Padua International Excellence Scholarship, que oferece aos alunos vencedores 8.000€ anuais e mais a isenção total das taxas da universidade. Porém, as bolsas são válidas somente para os cursos de mestrado oferecidos em inglês. A Universidade de Bolonha também oferece bolsas para estudantes de mestrado. O programa recebe o nome de International Talents @Unibo e os candidatos são selecionados com base em critérios econômicos e com base na pontuação que obtiveram na prova do GRE (Graduate Record Examination). Os candidatos selecionados recebem 4.500€ por ano e a isenção total das taxas. Outra universidade que oferece bolsas para estudantes de mestrado é a Universidade de Milão — La Statale. O programa é conhecido como “Excellence Scholarships” e oferece 55 bolsas de 6.000€ anuais e 100 bolsas de isenção do pagamento das taxas universitárias. Precisa de visto para estudar na Itália? Se você não possui nenhuma cidadania europeia, o visto de estudante é imprescindível para poder fazer o mestrado na Itália. Sem ele, você não conseguirá se matricular no curso desejado, pedir o Permesso di soggiorno e nem ficar no país legalmente por mais de 3 meses. O visto para estudar na Itália deverá ser solicitado através do Consulado italiano mais próximo da sua residência. Para solicitá-lo, é obrigatório se pré-inscrever no Universitaly no curso desejado. Caso contrário, o Consulado não poderá aceitar o pedido, uma vez que você não estará comprovando uma motivação de mudança para o país. Os documentos exigidos para o visto de estudante são: Formulário de pedido de visto preenchido; Foto segundo as normativas do ICAO; Passaporte com validade superior a 3 meses a partir da data final pedida no visto; Comprovativo de alojamento na Itália; Comprovativo de meios de sustento; Comprovante de reserva de passagem aérea ida e volta; Seguro saúde ou IB2; Demonstração de renda para mostrar que é capaz de se manter no país (cerca de 450€ a 500€ por mês, dependendo de cada Consulado da Itália no Brasil). Inscrição ou pré-inscrição no curso na universidade da Itália. O visto costuma ficar pronto em cerca de 2 meses, sendo o prazo máximo de 3 meses. Melhores mestrados na Itália Existem cursos de mestrado na Itália em praticamente todas as áreas. Os rankings com os melhores cursos são realizados a partir da avaliação de vários critérios, como nível de empregabilidade, nível profissional e acadêmico dos docentes, nota média dos alunos, etc. No momento de pesquisar o melhor curso de mestrado, é ideal que você descubra as instituições que possuem departamentos de excelência na área do curso que você aspira fazer. Para te ajudar nessa difícil escolha, confira o ranking de 2024 publicado pela Gazzetta com os departamentos de excelência de algumas universidades italianas: Estudos Clássicos: Universidade de Roma “La Sapienza”; História Antiga: Scuola Normale Superiore di Pisa; Arte e Design: Politécnico de Milão; Arquitetura: Politécnico de Milão; Economia e Marketing: Universidade Bocconi; Engenharia: Politécnico de Turim. Tem que falar italiano para fazer mestrado na Itália? Não necessariamente. A maioria dos cursos de mestrado na Itália são ministrados em língua italiana, mas a oferta de cursos em inglês está crescendo exponencialmente como parte do projeto de internacionalização das universidades do país. Você pode conferir todos os cursos ministrados em língua inglesa no portal Universitaly, divididos por universidades e elencados em ordem alfabética. A sigla do curso deve conter LM seguida por um código numérico. Alguns cursos de mestrado na Itália oferecem ao aluno a possibilidade de escolher um percurso de aulas em inglês. Em 2024, estão sendo oferecidos 819 cursos de mestrado em inglês em toda a Itália. É possível também observar os cursos de mestrado cuja inscrição é livre, sem necessidade de teste de admissão. No site de cada universidade, da mesma forma, é possível verificar os cursos ministrados em língua inglesa. A Universidade de Pádua, por exemplo, oferece 47 cursos de mestrado ministrados exclusivamente em inglês. Como são as aulas? Depende. É necessário ver a grade do curso antes de se candidatar. A maioria das universidades italianas não exige a presença obrigatória dos alunos nas aulas e, por isso, os universitários frequentam “quando querem” ou, até mesmo, não frequentam. Porém, os professores podem fazer um cronograma diferente para os alunos que não frequentam as aulas e, normalmente, a quantidade de livros que eles devem ler para fazer as provas é maior. Além disso, quando as aulas são dadas para diversos cursos em simultâneo (quando é uma disciplina em comum) elas acontecem em anfiteatros ou, até mesmo, em salas de cinema. As disciplinas que são específicas do curso têm aulas em salas de aulas comuns ou em laboratórios, dependendo das necessidades. As aulas dos cursos de mestrado na Itália costumam ser muito teóricas e baseadas nos conteúdos e livros que serão cobrados nas provas (quase sempre orais). Cheguei na Itália, e agora? Documentação legalizada e apostilada em mãos, pré-inscrição feita, visto expedido, passagem para Itália comprada. Chegou a hora de embarcar! Mas, vale ressaltar que o processo ainda não terminou: existem alguns procedimentos importantes que deverão ser realizados após a sua chegada no país. Procedimentos iniciais Ao chegar à Itália, você deverá finalizar o pedido de matrícula na universidade. No meu caso (Giovanna), era necessário agendar uma data para comparecer à universidade e realizar a entrega presencial dos documentos que apresentei na minha candidatura virtual. Além disso, também será preciso realizar o pedido de nulla osta (autorização) para a validação da sua graduação realizada no Brasil, na secretaria da universidade que se ocupa de alunos estrangeiros (é importante entrar em contato com a universidade antes de se mudar para a Itália!) Pedir o Permesso di Soggiorno para estudo Uma vez na Itália, você terá um prazo de oito dias para solicitar o Permesso di soggiorno per motivi di studi. O permesso di soggiorno é o documento que autoriza a residência de estrangeiros no país e, neste caso específico, permite a estadia legal dos estudantes. Para solicitar o documento, você deverá retirar o kit a banda gialla na Questura ou na Poste Italiane da sua cidade. Depois, será preciso devolver o kit com todos os documentos preenchidos no local em que ele foi retirado. Atenção: não confunda o visto de estudos com o Permesso di Soggiorno: todos os brasileiros que solicitam algum tipo de visto no Brasil deverão também solicitar o permesso assim que chegarem à Itália. Como é fazer mestrado na Itália? Minha experiência Por se tratar de um curso de pós-graduação, algumas diferenças ficam bastante evidentes. Idade A primeira coisa que notei foi a idade média dos alunos: é mais baixa na Itália. Isso porque os italianos se formam na faculdade mais cedo. Diferentemente do Brasil, a graduação italiana dura somente 3 anos. Não posso ser jubilado Na Itália, se por um lado não existe o processo de jubilação; por outro, existe o chamado “studente fuori corso”, cujo significado seria um aluno que não conseguiu fazer as provas no ano/semestre ideal, ou seja, previsto pela universidade. Muitas possibilidades por ano para passar em uma prova O calendário das provas não é organizado por semestre, como no Brasil. Existem quatro possibilidades de “sessão de provas”: são os chamados “appelli di esame”. Em linha de máxima, dividem-se conforme as estações do ano na Itália: appello invernale (janeiro – março), appello primaverile (abril – junho), appello estivo (julho – setembro) e appello autunnale (outubro – dezembro). Se você não se organizar bem, fica muito fácil se “perder” com as provas na Itália. Porém, um ponto muito positivo do sistema de ensino italiano é que o aluno pode fazer a prova mais de uma vez, até conseguir uma nota que considerar “suficiente”. Na Universidade de Pádua, por exemplo, os alunos podem fazer cada uma das provas seis vezes. Notas As notas na Itália vão de 18 a 30. Porém, o aluno não tem necessariamente a obrigação de aceitar a nota que o professor lhe der: existe a possibilidade de recusar uma nota e, deste modo, o aluno pode refazer a prova no “appello” seguinte. Caso o aluno tenha ido muito bem na prova, o professor pode propor a “lode” (louvor). Outra curiosidade: a maioria das provas é feita oralmente, porém existem exceções. Tesi di laurea A dissertação final (tesi di laurea, em italiano) é julgada por uma banca de professores (“Commissione di laurea”), que avalia a pesquisa, os resultados e a metodologia, e claro, a defesa da tese. A nota mínima para ser aprovado é 66 e a máxima é 110. Caso o trabalho final seja digno de louvor, a “commissione” (comissão) pode adicionar a lode à nota final. Vale a pena fazer mestrado na Itália? Depende do que você espera do seu mestrado. Você quer continuar morando na Itália após o curso? Ou você está buscando um up no seu currículo? Tenha em mente que estudar em outro país é uma oportunidade única. Aproveitar essa oportunidade para desenvolver as suas habilidades em um ambiente acadêmico, focado na produção de conhecimento é imperdível. Além disso, a excelência dos cursos de mestrado na Itália é reconhecida internacionalmente. Na minha opinião (Giovanna), estudar em uma instituição italiana é ter a oportunidade de crescer imensamente como estudante, principalmente devido à qualidade do corpo docente, das aulas e do ensino. Eu (Bruna), acho que a oportunidade de cursar um mestrado na Itália também foi enriquecedora. A minha experiência foi bastante positiva, além de ter me preparado para o contexto acadêmico italiano, também me preparou para o mercado de trabalho italiano (apesar de todas as dificuldades da economia da Itália). Terminei o meu mestrado em junho, durante a pandemia, e fui aprovada com “110 e lode”. Se você quer ouvir a experiência de mais uma brasileira que decidiu fazer o mestrado na Itália, você pode assistir ao vídeo da Bia Costi, que está cursando o mestrado em Arqueologia na Universidade de Pádua. Considere bem todas as suas opções. Se achar que o mestrado na Itália é para você, então boa sorte no seu processo! Perguntas frequentes sobre o mestrado na Itália Se você ainda tem alguma dúvida sobre o mestrado na Itália, então está no lugar certo. Separamos algumas perguntas frequentes dos nossos leitores para serem respondidas aqui. Agora que você já sabe como o mestrado na Itália funciona, o próximo passo é começar a planejar a sua candidatura. Buona fortuna!

Homem trabalhando na Itália
Itália

Como trabalhar na Itália: salários, visto e como conseguir vaga

Como trabalhar na Itália é, sem dúvidas, uma das nossas primeiras preocupações quando pensamos em mudar para o país. Afinal, “recomeçar” pressupõe “reinventar-se”, não é mesmo? Pensando nisso, preparamos um conteúdo completo para ajudar você com todas as informações sobre como realizar o seu sonho com calma e de forma segura. Pergunta Resposta Precisa de visto para trabalhar na Itália? Sim. É necessário pedir um visto de trabalho ainda no Brasil, ou então ter cidadania europeia. Quanto ganha um brasileiro na Itália? Depende da formação e da área de atuação. Você pode conferir os valores médios a seguir. Tem emprego na Itália para quem fala português? Tem, mas as vagas são limitadas. Quanto mais você dominar o italiano, maiores serão as suas chances de conseguir uma vaga de emprego. Como trabalhar na Itália? Trabalhar na Itália legalmente é um importante passo para realizar o seu sonho de morar no país da bota. Para isso, aconselhamos se informar bastante sobre a situação econômica, política e social do país. É inegável que a Itália sofreu bastante com a crise financeira de 2008 e, desde o início da pandemia em 2020, a economia da Itália vem lidando com as consequências que a Covid-19 provocou. A dívida pública italiana ultrapassa os 140% do PIB, e o mercado de trabalho ainda sofre tentando recuperar o fôlego de antes da pandemia. A economia, que depende fortemente dos setores de hotelaria, gastronomia e serviços, foi bastante afetada durante os dois anos de pandemia e, em 2023, sofreu um novo baque com a guerra entre Rússia e Ucrânia. Agora, em 2024, a Itália continua lutando para tentar recuperar todos os prejuízos. Apesar disso, a Itália é o 8º país mais rico e influente do mundo, faz parte do G8 e, gradualmente, está recuperando os danos sofridos durante esses anos. O mercado de trabalho está constantemente em busca de novos talentos e perfis de funcionários preparados e cada vez mais qualificados. Para poder trabalhar, é indispensável poder morar na Itália legalmente, através de cidadania europeia, italiana ou de visto de trabalho.  Caso você seja um estudante e possua o visto e o Permesso di soggiorno per motivi di studio, saiba que você pode trabalhar de forma legal e segura, precisando ficar atento à carga horária de no máximo 25 horas semanais. Mercado de trabalho para brasileiros na Itália O mercado de trabalho na Itália para brasileiros não é dos melhores. O país foi um dos mais afetados pelo coronavírus, assistindo ao fechamento de restaurantes, bares, cafés e comércio no geral. Mesmo com o fim da pandemia, a Itália ainda foi afetada pela guerra entre Rússia e Ucrânia e a crise econômica continua assolando o país. Com a crise atual, o mercado de trabalho para brasileiros é, no ano de 2024, muito menos receptivo como já havia sido em outros anos. Conseguir uma oportunidade hoje, em um cenário de crise, é mais difícil do que já foi um dia. Outro grande problema que faz com que o mercado seja muito hostil é que a Itália possui uma quantidade grande de trabalhadores qualificados, mas não oferece oportunidades para todos eles. Com isso, muitos profissionais acabam optando por trabalhar em áreas totalmente diferentes daquela de estudo e aceitam vagas muito mais humildes. [caption id="attachment_141157" align="alignnone" width="750"] A área da construção civil está sempre em busca de novos profissionais para trabalhar no país. Foto: Giovanna Mauro.[/caption] Em dezembro de 2022, por exemplo, ficou notório o caso de uma arqueóloga que aceitou o cargo de gari em Nápoles por falta de alternativas. Esse tipo de situação é ainda mais frequente com estrangeiros. Podemos dizer que a maior parte da oferta de empregos que busca mão de obra estrangeira, incluindo a brasileira, está relacionada com profissões que não precisam de nenhum tipo de qualificação: setores de hotelaria, construção civil e gastronomia são alguns exemplos. De acordo com a minha experiência pessoal no país, é difícil dizer que o mercado de trabalho para brasileiros aqui na Itália atualmente seja muito melhor do que o próprio mercado do Brasil. Como encontrar oportunidades para trabalhar na Itália? Uma das partes mais complicadas de se mudar para um país novo é aprender como procurar um emprego. É interessante buscar grupos no Facebook que anunciam vagas de trabalho. Normalmente, os anúncios são ligados ao setor do comércio e do turismo, como bartender, barista, garçom, etc. Aliás, uma das áreas que sempre recebeu muitos estrangeiros é o setor de limpeza e manutenção, e é possível encontrar vagas com frequência já que geralmente não exigem um nível alto de italiano. Melhores sites de emprego Os sites de emprego na Itália são uma das formas mais comuns de encontrar empregos nas mais diversas áreas de atuação. Alguns exemplos: Indeed; Monster; Info Jobs; Para quem procura posições mais qualificadas, o LinkedIn costuma oferecer vagas em multinacionais, que pedem fluência em inglês, espanhol, francês e até mesmo português. Infelizmente, a maior parte dessas vagas se concentram na região de Milão e Roma. Agências de emprego Outra maneira de se encontrar emprego na Itália é através de agências de emprego. Apesar de não serem muito comuns no Brasil, elas funcionam como um RH especializado, selecionando profissionais de acordo com o perfil exigido pela empresa para preencher as vagas. As mais conhecidas são: Adecco; Gigroup. Manpower; Randstad. A vantagem das agências é que, geralmente, basta cadastrar seu currículo apenas uma vez e os recrutadores entrarão em contato quando vagas que se assemelham ao seu perfil surgirem. Além disso, a presença de filiais dessas agências em todo o país é bem pulverizada e a maioria dos empregadores locais recorre a elas para anunciar e contratar mão de obra. Indicação também funciona Os italianos são muito adeptos a contratação através de indicação de profissionais, principalmente por pessoas de confiança como funcionários, colegas de trabalho e familiares. Por isso, contar com uma boa rede de contatos e um bom relacionamento com os locais pode ser um grande diferencial para quem busca emprego, seja ele qualificado ou não. O que precisa para trabalhar na Itália? Para além de qualificações, para trabalhar na Itália é necessário visto de trabalho. Se você já se encontra no país e possui um visto de estudo, por exemplo, saiba que é possível converter o seu Permesso di soggiorno per motivi di studio. No caso do visto de trabalho, existem três possibilidades: Subordinato, concedido por vínculo empregatício; Autonomo, destinado a sócios de empresas, profissionais autônomos ou liberais; Stagionale, específico para trabalho sazonal. Como conseguir visto para trabalhar na Itália? Para tirar o visto de trabalho na Itália, é necessário ter uma oferta de trabalho oficializada através de um contrato ou pré-contrato assinado e legalizado no país da bota. Infelizmente, o governo italiano não concede visto de trabalho para quem está pensando em se mudar para o país e está em busca de novas oportunidades. Como solicitar o visto de trabalho? Para solicitar seu visto de trabalho, você deverá primeiro se encaminhar ao consulado italiano mais próximo e apresentar o contrato de trabalho com a empresa na Itália. Será necessário reunir a documentação requisitada e pagar uma taxa para que o visto seja devidamente emitido e você possa, enfim, iniciar sua jornada profissional no país da bota. Documentos necessários Para solicitar o visto de trabalho na Itália, você deverá apresentar: Formulário de solicitação de visto; Passaporte com validade superior a três meses da estadia pretendida; Duas fotos 3,5×4,5cm (padrão oficial italiano); Autorização (nulla osta) concedida pelo Sportello Unico per l’Immigrazione, através do pedido feito pelo Consulado ou Embaixada. Vale lembrar que, como explicado acima, antes de sair do Brasil é obrigatório ter um contrato ou pré-contrato para trabalhar na Itália. Quanto custa o visto para trabalhar na Itália? O visto de trabalho custa 116€ (cerca de R$ 667,00 na cotação do dia 11 de junho de 2024) e deverá ser pago diretamente no Consulado onde você o solicitou. Como trabalhar na Itália com cidadania europeia? Trabalhar na Itália com cidadania italiana é bem mais fácil. Do ponto de vista burocrático, você não terá nenhum problema, dado que você é considerado equivalente a qualquer cidadão italiano. O mesmo vale para quem tem qualquer outra cidadania europeia: basta ter carteira de identidade ou passaporte válido, sem a necessidade de um visto ou permissão de trabalho. Portanto, contratar um estrangeiro com dupla cidadania italiana não é um obstáculo, nem para o empregador, nem para o empregado. Inclusive, os cidadãos que detêm a cidadania italiana, se tiverem um contrato regular, têm direito ao seguro-desemprego e à aposentadoria. Precisa falar italiano? Para quem quer trabalhar na Itália, falar italiano é essencial. Sendo a única língua oficial do país, a maior parte da sua comunicação no dia a dia, seja com colegas de trabalho ou clientes, será feita toda em italiano. Além disso, a Itália recebe anualmente centenas de novos imigrantes. Obviamente, aqueles que terão preferência na contratação serão os que têm algum domínio da língua, mesmo que em nível iniciante. Aliás, os italianos apreciam muito o esforço que fazemos para nos expressar em sua língua materna e simpatizam bastante com estrangeiros que se aprofundam na cultura local. Apenas em casos muito específicos, como contratações para cargos mais altos em empresas multinacionais, é possível que ter um nível básico de italiano não seja realmente importante e, nesse caso, será exigido pelo menos um bom nível de inglês. Como preparar o currículo para a Itália? Se você quer trabalhar na Itália, o ideal é que o seu currículo responda à oferta de cada vaga, portanto é interessante ler atentamente o anúncio e os requisitos de cada vaga com atenção. Não deixe de colocar no seu currículo as suas soft skills e experiências pertinentes. Ressalte também o domínio de mais de um idioma, caso você possua essa habilidade. O mercado de trabalho italiano vê o conhecimento em outras línguas (como inglês, alemão, francês e espanhol) como um grande diferencial. Adapte o currículo Algumas empresas solicitam o envio de currículos no modelo Europass, uma espécie de modelo europeu que ajuda a deixar as informações pessoais, acadêmicas e profissionais mais fáceis de serem compartilhadas em toda a União Europeia. Mas, se você está em busca de um emprego no mundo artístico ou criativo, o nosso conselho é utilizar um modelo mais pessoal, acompanhado do portfólio, de preferência em italiano ou em inglês. Como são as entrevistas de emprego? As entrevistas de emprego na Itália são bem semelhantes às do Brasil. Para vagas que não exigem qualificação, geralmente, o recrutador explicará detalhes da vaga e questionará sobre sua disponibilidade de horários e a possibilidade de trabalhos em turno (se for o caso). Nesse caso, a sua experiência anterior em outros trabalhos não terá tanta relevância. Elas também serão mais rápidas e a avaliação das suas habilidades na língua serão pouco consideradas durante a entrevista. Já para vagas qualificadas, as entrevistas serão mais longas. O recrutador pedirá que você fale mais da sua experiência prévia na área, os tipos de tarefas que você exercia na sua função anterior, habilidades desenvolvidas e até sobre preferências pessoais, como hobbies. Aqui, suas habilidades no idioma serão vistas com um olhar mais crítico. Além disso, de forma geral, as entrevistas de emprego são mais claras em relação a salários. Perguntar o valor da remuneração ao recrutador não é considerado rude ou grosseiro; pelo contrário, eles normalmente fazem questão de deixar claro o valor (ou faixa salarial média) da vaga e podem perguntar a pretensão salarial do candidato para alinhar expectativas já nas primeiras entrevistas. Tipos de contrato na Itália A contratação de trabalhadores na Itália é regida por contratos de trabalho e existem várias tipologias. As principais delas são: Esses contratos podem ser desenvolvidos em tempo integral ou em tempo parcial. Áreas com mais vagas na Itália De acordo com uma projeção para o ano de 2024, algumas das profissões com mais vagas na Itália, especialmente para jovens profissionais, serão as seguintes: Técnico eletromecânico e mecatrônico; Projetista de sistema elétrico; Gerente de controle de qualidade; Topógrafos para canteiros de obras; Agentes comerciais e imobiliários; Especialistas em E-commerce; Assistência a clientes; Profissionais de call center e recepcionistas; Contadores; Profissional de licitações. É claro que podemos pensar também que existem algumas profissões que sempre precisam de novas pessoas sempre, independentemente da projeção que acabamos de ver. Como a Itália é um dos países mais turísticos do mundo, novas vagas para garçons e baristas, por exemplo, são divulgadas praticamente todos os dias. [caption id="attachment_163222" align="alignnone" width="750"] Um dos trabalhos com mais vagas na Itália é o de contador, profissão que exige maior qualificação dos estrangeiros.[/caption] Além disso, com a popularização do uso de Inteligência Artificial e a necessidade de se atualizar, a Itália começa a adotar mais ferramentas que levam a uma lenta, mas perceptível transformação digital. Como trabalhar na Itália como autônomo? Trabalhar na Itália como autônomo é possível para quem quer começar seu próprio negócio vendendo produtos e serviços. Para isso, é preciso fazer a abertura da sua própria partita IVA, o equivalente ao CNPJ brasileiro, com base no tipo de atividade que será desenvolvida. Além disso, é preciso muita atenção com a situação fiscal da empresa e aos valores de entrada e saída de caixa para pagar os impostos devidos ao Estado a cada ano. Na Itália, existe uma maior exigência para as empresas estarem em dia com o pagamento de taxas e, muitas vezes, esses valores podem ser altos. Salário mínimo e médio na Itália Não existe um salário mínimo na Itália. O equivalente é um valor pago por hora, estipulado pelos sindicatos, que atinge uma média de 11,70€ (em 2024). Além disso, algumas empresas preferem negociar diretamente com os subordinados, estipulando contratos específicos com pagamentos variados. O salário médio bruto na Itália em 2024 é de cerca 2.100€. Esse valor pode variar de região a região, são eles: Região geográfica Valor Norte 2.900€ Centro 2.300€ Sul 1.500€ De uma forma geral, os salários são mais altos nas regiões da Itália que são mais ricas. É o caso, por exemplo, dos principais estados do norte do país. Confira os valores das maiores médias anuais de salário da Itália para o início de 2024, relativo ao ano de 2023: Região Maiores salários médios (anual) Lombardia 33.452€ Lazio 32.360€ Liguria 31.448€ Trentino-Alto Adige 31.706€ Piemonte 31.448€ Emília-Romanha 31.441€ Lembre-se, porém, de que todos os valores que apresentamos são brutos e, dessa forma, estão sujeitos às altas deduções de impostos do Estado, que na Itália podem alcançar até 40%. Profissões mais bem pagas na Itália Segundo uma pesquisa publicada pelo SkyTG24, algumas áreas específicas, tanto as "tradicionais" como aquelas que surgiram nas últimas décadas, costumam ter os melhores salários, podendo ganhar cerca de 3.500€ bruto mensal. Claro, tudo vai depender do seu histórico universitário e competências. As profissões mais bem pagas na Itália são: Engenheiro; Tabelião; Dentista; Médico; Informático; Setor farmacêutico. Profissões com os piores salários Segundo pesquisas de mercado do site ContoCorrente Online, a agricultura está entre os setores com os piores salários, junto a: Garçom; Empregada doméstica; Recepcionista; Barista; Cuidador de idosos. Além dos salários, que costumam ser mais baixos, os contratos para trabalhar na Itália nestas áreas também tendem a ser precários e irregulares. [caption id="attachment_163223" align="alignnone" width="750"] Um dos trabalhos mais comuns entre os estrangeiros na Itália que não tem qualificação é na área de limpeza.[/caption] Nessas áreas que não exigem qualificação, também nota-se que os horários de trabalho são frequentemente abusivos. Salário na Itália e custo de vida Como vimos, a economia da Itália foi impactada pela crise da Covid-19 e pela guerra entre Rússia e Ucrânia. Devido às mudanças no mercado, o governo instaurou uma série de medidas protecionistas, para garantir o sustento das famílias e desenvolvimento econômico da nação. A relação salário e custo de vida na Itália costumava ser bastante proporcional e a inflação afetava muito pouco o bolso dos italianos. Porém, podemos dizer que nos últimos meses, como consequência da crise econômica, os preços aumentaram muito. Você pode notar isso quando vai ao mercado, quando decide jantar fora ou quando busca os valores de casas para alugar. Não é mais tão simples viver com uma quantia limitada por mês e um salário baixo na Itália. Podemos dizer que 1.000€ é o mínimo que você precisaria ganhar para poder se manter em uma cidade pequena, dividindo aluguel ou morando em alojamentos universitários. É possível trabalhar na Itália e juntar dinheiro? Depende, mas na maioria das vezes será muito difícil trabalhar e guardar dinheiro. Como já dissemos, o custo de vida no país da bota continua a aumentar enquanto os salários não acompanham a mudança. Não é impossível juntar dinheiro, mas isso exigirá disciplina, controle sobre as despesas e optar por um estilo de vida com gastos mais reduzidos. Ter um trabalho qualificado (que costuma pagar salários mais altos) e morar em cidades mais econômicas são alguns dos fatores que podem colaborar para ter um valor a mais para poupar no final do mês. Melhores cidades para trabalhar na Itália As melhores cidades para trabalhar e encontrar oportunidades de emprego na Itália, segundo o site Idealista, são: Milão: a cidade mais cosmopolita de toda a Itália também é rica em quantidade de vagas e oportunidades de trabalho, tanto para quem já tem experiência quanto para quem quer iniciar um novo percurso profissional; Roma: a capital do país da bota pode ser o local perfeito para encontrar trabalho, principalmente se você é da área do turismo, arte e indústria cinematográfica; Turim: é uma capital ainda pouco explorada pelos brasileiros que vêm viver na Itália, mas a cidade é rica em desenvolvimento industrial e oferece muitas vagas na área. Além disso, é uma cidade que recebe muitos jovens e hospeda startups em franco crescimento; Bréscia: uma das cidades que mais tem crescido em desenvolvimento industrial e que também abre mais oportunidades na área de TI; Bologna: a cidade é uma capital universitária, oferecendo muitas oportunidades na indústria alimentar e também no setor automobilístico. Bérgamo: existem muitas oportunidades na cidade para quem procura trabalho em fábricas, manutenção e logística. Também está cheia de oportunidades para quem trabalha com Pesquisa e Desenvolvimento; Antes de escolher qualquer uma dessas cidades, lembre-se também que você deve avaliar o custo de vida nelas. Para cidades grandes, geralmente vale a pena optar por morar em cidades vizinhas menores para economizar com o aluguel e outras contas. Como é o ambiente de trabalho na Itália? Partindo de uma perspectiva pessoal e trazendo também a experiência de pessoas próximas, o ambiente de trabalho nos empregos não qualificados é relativamente tranquilo. Os italianos, como já dissemos antes, são muito receptivos com brasileiros, especialmente se estamos nos esforçando para nos comunicar no idioma. Além disso, os italianos são muito inclinados a um estilo de vida equilibrado entre trabalho e descanso. Por isso, o nível de cobranças geralmente é menor, fazendo o ambiente de trabalho ser mais leve. Isso não significa que os trabalhos não podem ser cansativos: quem já trabalhou um final de semana inteiro como garçom ou garçonete em um restaurante movimentado sabe que aqui também tem correria. Outro ponto interessante dos ambientes de trabalho é a diversidade cultural. A Itália recebe muitos imigrantes do Leste Europeu, então vai ser muito comum conhecer albaneses, romenos e ucranianos, por exemplo. Além disso, a quantidade de brasileiros no país só aumenta e é possível que você encontre vários deles em trabalhos, dos mais qualificados aos mais simples. Já tenho emprego e visto. E agora? Se você já possui um contrato de trabalho e está com o visto em mãos, você está pronto para partir para o seu novo destino: a Itália! Lembre-se que, assim que chegar no país, você deverá solicitar o Permesso di soggiorno. O permesso é o documento que dá direito à estadia legal no país, enquanto o visto garante o ingresso na Itália. Para solicitar o documento, é necessário ir até os Correios italianos (Poste italiane) e retirar o kit giallo (kit amarelo). A documentação exigida consiste em: Passaporte válido; Fotocópia do passaporte e da página que contém o carimbo de entrada no país e do visto; Recibo de pagamento de requerimento (80,46€); Fotocópia do comprovante de matrícula no curso desejado (em caso de visto de estudante); 4 fotos; Comprovante de endereço. O Permesso di soggiorno per motivi di lavoro (subordinato e indeterminato) tem duração variável, de 12 a 24 meses, e a sua emissão custa 80,46€. Os documentos deverão ser entregues na Posta. Depois, você receberá um documento com a data de entrevista na Questura da Polizia di Stato - espécie de Delegacia da Polícia civil estatal, que também é responsável pelo Ufficio immigrazione. Na Questura, o Oficial responsável registará a sua impressão digital e completará o processo de requerimento e devolverá o passaporte. Depois disso, você receberá o documento em casa. Perguntas frequentes sobre trabalhar na Itália Listamos s perguntas mais frequentes que recebemos dos nossos leitores. Vejas quais são e se também respondem as suas dúvidas. Dicas finais de como trabalhar na Itália Primeiramente, tenha paciência. O mercado de trabalho italiano, principalmente nas cidades menores, é baseado no networking. Caso você tenha se mudado há pouco para o país, procure fazer o máximo de experiência que puder, mesmo como trabalho voluntário. Muitas empresas possuem valores mais "tradicionais", e dão mais valor a experiências na Itália e mercado europeu em relação ao trabalho no Brasil. Procure melhorar a língua italiana: esse será um grande diferencial. Se puder, atualize-se, estude. Aproveite o tempo em casa para dar uma turbinada no seu currículo. Lembre-se de que a maior parte das oportunidades de emprego irá pedir o domínio da língua italiana como requisito. Existem vários vídeos no YouTube com relatos de brasileiros que vivem na Itália, que contam suas experiências e truques especiais na hora de encontrar um emprego. Curioso? Confira o vídeo do Vini Portieri das áreas com falta de profissionais qualificados na Itália e as principais oportunidades para o imigrante: Para inspirar você nesse processo, reunimos histórias de brasileiros que se mudaram para diferentes destinos europeus e recomeçaram. No ebook O Sonho de Viver na Europa você vai conhecer histórias, dicas do que deu certo e informações que podem ajudar você a tirar o sonho do papel.

Guias e dicas sobre a Europa

Mais dicas sobre

Portugal

Mais dicas sobre

Espanha

Mais dicas sobre

Itália

Mais dicas sobre

França

Mais dicas sobre

Inglaterra

Mais dicas sobre

Alemanha

Mais dicas sobre

Irlanda

Mais dicas sobre

Outros países
Conteúdo exclusivo da Europa no seu email!
Receba na sua caixa de entrada os artigos, notícias e colunas da sua preferência para mergulhar no mundo europeu e preparar sua mudança!
Assine já nossa Newsletter