Se você chegou até essa publicação é porque a decisão de se mudar já foi tomada. E, convenhamos, que ótima decisão, a França é um país fabuloso! No entanto, atente-se para a burocracia. Descolar o seu aluguel na França vai exigir tempo e paciência – atitude que você já pôs em prática se alguma vez procurou algo para alugar no Brasil.
Neste artigo explicaremos como o processo é feito e, claro, daremos dicas para evitar dores de cabeça na busca pelo seu primeiro contrato de locação. Acompanhe!
Pergunta | Resposta |
Quanto é um aluguel na França? | Os valores começam em 750€ para imóveis pequenos, em Paris, ou para imóveis de tamanho médio em municípios mais distantes. |
Qual o valor do aluguel em Paris? | Se você buscar por um imóvel de 2 ou 3 quartos, o custo será de aproximadamente 1.725€. Studios com cerca de 11m² custam por volta de 750€. |
Existe aluguel barato na França? | Existem opções de aluguel mais baratos em municípios afastados dos grandes centros, bem como em pequenas cidades da França. O aluguel em regiões metropolitanas custa caro. |
Índice do artigo
Como alugar apartamento na França?
Atividades como abrir conta em banco, explorar em detalhes os meios de transporte, se habituar ao custo de vida… Mudar para outro país é um processo difícil por natureza, mas a qualidade de vida que o aguarda na França, por outro lado, faz tudo valer a pena.
No entanto, observe que a situação mais complicada é, sem dúvidas, encontrar um cantinho para chamar de seu. Alugar apartamento na França ou encontrar um aluguel de casa na França é tarefa para os persistentes.
Afinal, não é tarefa simples escolher uma nova moradia sem conhecer bem a área. O que será que é mais fácil: fazer os processos de modo virtual? Ir até uma agência imobiliária? Escolher um imóvel no centro da cidade ou nos arredores? Quanta coisa!
Dossiê: documentos para o aluguel na França
Para alugar uma moradia na França, você precisa submeter um dossiê – conjunto de documentos enviados para dar entrada no processo de locação – à agência imobiliária, ao banco ou ao proprietário, no caso de locações entre particulares.
E, quando você acaba de chegar na cidade, ainda que já tenha um pé de meia para manter o aluguel por alguns meses, pode ter dificuldade para conseguir firmar seu contrato de aluguel. E eu vou te explicar o porquê.
Por que o aluguel na França é burocrático?
Antes de continuarmos, é importante que você saiba que na França – e principalmente em Paris – o aluguel é concorrido. A quantidade de imóveis disponíveis é limitada e há muita gente interessada, a velha máxima de que a demanda é maior que a oferta. Vamos desenhar um cenário:
Você é um imigrante e tem recursos para fazer frente a diversos meses de aluguel. Mas, na condição de recém-chegado, ainda não tem contracheques dos últimos três meses comprovando renda suficiente para garantir seu aluguel na França. Muito provavelmente, não terá também uma contraparte francesa para servir como fiador.
Do outro lado, temos um nativo, com emprego na França, documentação e renda comprovada no país. Se você fosse o proprietário ou proprietária do imóvel, para quem alugaria? (Para o francês, não adianta titubear – eu faria a mesma coisa).
De modo geral, essa regra vale para onde quer que pensemos, seja Brasil ou França. Para muitos proprietários, é melhor e mais fácil cobrar alguém do próprio país do que fora dele. Por isso, não é raro encontrarmos relatos de imigrantes falando sobre a burocracia e os problemas do setor imobiliário em território francês.
Mas, respira, vai dar certo. Organizando bem, o processo pode ser feito. Vamos ver como funciona.
Onde encontrar anúncios de aluguel na França?
Tal qual no Brasil, a França também oferece seus imóveis em anúncios online, em redes sociais e por meio de agências imobiliárias físicas.
Mas, lembra-se daquele dossiê?
Eles podem ser evitados quando se opta por anúncios feitos pelos proprietários (particulares). Isso ocorre porque, quando submetemos o dossiê pela agência, por comodidade serão exigidos de nós, brasileiros, os mesmos documentos que pediriam a um francês.
Já os proprietários tendem a diminuir esta lista, o que pode facilitar os trâmites para que você consiga um aluguel. Ao mesmo tempo, as exigências por depósitos antecipados de aluguel podem aumentar nas negociações entre particulares. Vá preparado, inclusive financeiramente, para lidar com isso.

Uma dica é: se você já encontrou trabalho na França e possui meios de comprovar renda no país, dirija-se a uma agência imobiliária. Com todos os documentos em ordem as chances de ter seu dossiê aprovado são altas. Caso contrário, busque fechar contratos diretamente com os proprietários.
Melhores sites de aluguel
Se você, como eu, adora se afundar no sofá para buscar imóveis, os sites a seguir são os que recomendo:
Uniplaces
A Uniplaces é uma excelente opção para quem está no Brasil e quer garantir um apartamento temporário na França enquanto procura por seu imóvel definitivo. A plataforma de aluguel é de confiança, segura e oferece apartamentos que são verificados pela equipe da empresa.
Além disso, você consegue verificar quais são as contas que estão inclusas, as políticas de cancelamento e o valor de caução antecipadamente.
É uma forma prática de encontrar um aluguel na França com segurança. E o melhor: alguns apartamentos disponíveis na plataforma permitem cancelamento com reembolso integral caso o contrato seja anulado com até sessenta dias de antecedência.
A facilidade tem um preço: a plataforma cobra tarifa para alugar, mas o Euro Dicas tem um cupom de desconto UP15EURODICAS que te dá 15% de desconto na taxa administrativa da empresa. Faça sua cotação e veja se é uma boa solução para facilitar o seu aluguel na França!
Ainda, você pode optar pelo pagamento via cartão de crédito ou Paypal – que aceita o cartão de débito internacional da Wise.
Leboncoin
O Brasil tem o Mercado Livre. A França, o Leboncoin. Na plataforma, além de móveis, objetos diversos e carros, por exemplo, você encontra ofertas de aluguel na França e até mesmo compra de imóveis na França.
O maior benefício do portal é a possibilidade de encontrar um apartamento sendo alugado pelo proprietário. Se você se encaixa na categoria de imigrante que acabou de chegar, esse pode ser um bom caminho.
No entanto, é bom ficar atento aos anúncios, ao número de fotos e aos proponentes, para não cair em golpe. Desconfie se encontrar preços abaixo da média e parta do seguinte pressuposto: se algo parece bom demais para ser verdade, é porque é mentira.
PAP
Ainda pensando nos contratos feitos com os próprios proprietários, temos o Particulier à Particulier (PAP). A ideia do portal é exatamente deixar as agências imobiliárias de fora da negociação. Portanto, mais uma vez, aqui você aumenta as suas chances de conseguir alugar seu espaço. As dicas de segurança aplicadas ao Leboncoin também são válidas para o PAP.
Superimmo
O Superimmo é um dos sites em alta no setor imobiliário. Ele reúne mais de 600 mil anúncios que contemplam imóveis em toda a França, de venda à locação. Seja para alugar ou comprar, é uma boa ideia consultá-lo durante a busca.
Seloger
O Seloger segue a mesma linha do Superimmo e, pela simplicidade, facilidade de uso e filtros disponíveis, é meu portal de imóveis favorito. Nele é possível encontrar opções de espaços mobiliados ou não, com fotos e descrições feitas pelos próprios agentes imobiliários.
Há também anúncios direto com o proprietário. O Seloger é o principal site do setor na França e conta com o maior número de anúncios disponível.
Orpi
A Orpi também é uma excelente imobiliária. A plataforma, que também dispõe de uma rede de agências físicas, reúne anúncios de imobiliárias espalhadas pela França. Se você dispõe dos documentos necessários para firmar o tão sonhado contrato de locação, esta é uma boa opção para encontrar o seu lar.
A agência Orpi também antecipa o tópico a seguir (de melhores imobiliárias para alugar). Você a encontra nos principais arrondissements de Paris, por exemplo, com anúncios afixados nas fachadas destacando valores de locação ou compra, consumo de energia anual etc.
Melhores imobiliárias para alugar
Apesar de a internet ter dominado o mercado imobiliário, ainda é possível encontrar agências a cada esquina em Paris e nas demais regiões francesas. Alguns exemplos são:
Lodgis
Se o seu destino for Paris, uma opção a considerar é a Lodgis. A agência opera desde 1999 e oferece aluguel e venda de espaços residenciais na capital. A agência tem bom histórico de atendimento a expatriados (nosso caso). Isso facilita a busca, já que os profissionais conhecem o perfil dos estrangeiros e entendem os desafios desse público.
Century 21
A Century 21 também é uma boa opção para aqueles que buscam alugar apartamento na França. A empresa é uma referência no setor e pode ser encontrada também online.
Laforêt
A Laforêt também conta com agências físicas e site. A empresa pode ser uma boa opção caso você cumpra com todos os critérios para encontrar um apartamento para alugar na França.
Aluguel direto com o proprietário ou via imobiliária?
Como dito anteriormente, o aluguel direto com o proprietário facilita a vida daqueles que acabaram de chegar na França e ainda não possuem os comprovantes exigidos pelas agências imobiliárias.
Antes de optar por um dos dois, vale a pena estudar o custo de vida na França, traçar estratégias para comprovar sua renda e identificar quais requisitos você cumpre. Aí então você terá a resposta sobre qual caminho seguir, se o da agência ou o do proprietário.
Há, ainda, outras dicas para se morar na França que vão além da lista de documentos que veremos agora.
Documentos para aluguel na França
Para alugar um imóvel na França, você vai precisar de:
- Contrato de trabalho com empresa francesa;
- Contracheque dos últimos três meses;
- Titre de Séjour – carteira de identidade comprovando sua residência legal na França;
- Comprovante de rendimento superior a pelo menos 3x o valor do aluguel;
- Número da conta bancária na França;
- Fiador – que pode ser um residente francês ou mesmo um banco (eles cobram por isso, mas é uma saída segura);
- Última declaração do Imposto de Renda.
- Caso seja um aluguel de temporada, como um Airbnb, a agência pode pedir também um comprovante da renda no Brasil.
Brasileiros precisam apresentar outros documentos?
Além dos documentos listados acima, as agências podem pedir comprovações suplementares da renda no Brasil, para se certificar de que você possui meios para arcar com o valor do seu aluguel na França.
Isso pode ser comprovado por meio de declaração do Imposto de Renda ou comprovantes de rendimentos de aplicações financeiras, por exemplo.

No entanto, caso você não se enquadre na categoria de pessoa que está indo na França para trabalhar (digamos que você tenha um visto de aposentado, ou que tenha reconhecido sua cidadania europeia, com passaporte em mãos) e deseja apenas viver na França, você poderá discutir com a imobiliária uma estratégia de locação.
Essa pode ser feita, por exemplo, antecipando uma quantidade considerável de parcelas de aluguel ou oferecendo caução substancial. O ideal é analisar o seu caso e discutir com o agente imobiliário que melhor lhe atender.
Como é o contrato de aluguel na França?
Os contratos de aluguel na França variam de acordo com o perfil do locatário e até mesmo do imóvel. Mas se você for estudar na França, por exemplo, as condições se alteram e os contratos são baseados em acordos que se renovam automaticamente a cada 9 meses, caso nenhuma das partes decida por encerrá-lo.
Já os trabalhadores comuns que optam por uma agência conseguem contratos mais longos – geralmente de 3 anos de duração.
Além do período mais longo, esses contratos também garantem o direito de o locatário ser comunicado com antecedência mínima de 6 meses, caso o imóvel não seja mobiliado, ou de cerca de 3 meses, caso possua mobília, na hipótese de o proprietário optar por encerrá-lo.
Os contratos realizados sem o intermédio de agências dependerão das cláusulas firmadas entre locador e locatário, podendo variar muito.
Nesse caso, minha recomendação particular é um recado de mãe: confira bem a documentação e estabeleça corretamente os pontos do contrato. Falar bem o francês, ou contar com auxílio de um tradutor ou pessoa de confiança, é essencial. Não economize nessa etapa.
Quanto custa um aluguel na França?
Prepare-se para flutuações enormes em preços.
O valor do aluguel varia muito entre uma cidade e outra. Em Paris, o custo pode aumentar até 50% em um mesmo arrondissement. Além disso, o número de quartos e de m² são fatores igualmente relevantes na composição do preço.
Para ajudá-lo a ter uma noção dos valores no hexágono, preparamos um levantamento de preços em algumas regiões da França, considerando o valor global do aluguel. Os valores de m² serão apresentados em outras tabelas mais adiante nesse artigo para separarmos as comparações.
Cidade | Apartamento de 1 quarto | Apartamento de 3 quartos |
Paris | 1.725€ | 2.950€ |
Lyon | 950€ | 1.950€ |
Toulouse | 750€ | 1.400€ |
Nice | 755€ | 1.400€ |
Marseille | 900€ | 1.580€ |
As estimativas acima foram realizadas nas bases do Seloger e do Le Figaro Immobilier, e posteriormente normalizadas para chegar aos valores médios apresentados. Os valores foram pesquisados entre os dias 3 e 4 de março de 2023.
Importante observar que os custos com aluguel não são os únicos. A qualidade de vida na França cobra seu preço e deve estar no seu radar.
Alugar quarto é mais barato?
Sim, o aluguel de quarto na França é mais barato e mais prático também.
Ao se optar pelo aluguel de quartos evitam-se burocracias de agências, consegue-se algo mais barato e aumentam-se a chances de conseguir um aluguel na França com agilidade.
É possível encontrar boas opções em comunidades do Facebook, já que existem sempre muitos estudantes em movimentação nesses grupos – vacâncias são sempre anunciadas nas redes, e o melhor é que, normalmente, por pessoas com perfis semelhantes ao daqueles que estão à procura.
Contudo e particularmente falando, eu sempre fico com um pé atrás. Esse tipo de negociação é prática e é cômoda, isso é verdade, mas deixe seus sentidos sempre alertas ao lidar com alguém pelas redes sociais. Sua segurança deve sempre ser prioridade máxima, custe o que custar. Se a pulga estiver atrás da orelha, dê ouvidos a ela e procure outras opções.

Se você optar por alugar um quarto, uma opção para efetuar a busca é o Studapart. No portal é possível encontrar studios, kitnets e quartos em mais de 40 cidades. É possível ainda listar os imóveis mais próximos da sua universidade, por exemplo. É uma boa ferramenta para estudantes.
Cidades mais caras para alugar casa na França
Como vimos, os custos associados ao aluguel na França não são os mais baratos. E, para que você tenha clareza desses valores, veja a lista de algumas das cidades onde o aluguel de casa na França é mais caro, em ordem decrescente de valor por metro quadrado.
Os valores foram calculados utilizando o simulador do portal Seloger, minha ferramenta número 1 para esses estudos:
Cidade | Valor do metro quadrado |
Paris | 32€ |
Boulogne-Billancourt | 28€ |
Montreuil | 21€ |
Aix-en-Provence | 19€ |
Nice | 20€ |
Saint-Denis | 17€ |
Annecy | 16€ |
Bordeaux | 16€ |
Lyon | 16€ |
Nantes | 14€ |
Cidades mais baratas para alugar
Os valores a seguir, por sua vez, reúnem informações dos portais Seloger combinado a relatórios do site La Pause Immobilière. A amostra é arbitrária e as cidades abaixo listadas são apenas para demonstrar as enormes flutuações na França.
Cidade | Valor do metro quadrado |
Saint-Étienne | 9€ |
Mulhouse | 10€ |
Brest | 10€ |
Limoges | 10€ |
Le Mans | 10€ |
Perpignan | 11€ |
Besançon | 12€ |
Metz | 12€ |
Clermont-Ferrand | 12€ |
Angers | 13€ |
Como são os apartamentos na França?
Os apartamentos na frança são muito pequenos. E os que são grandes custam uma pequena fortuna.
Acostume-se, é normal encontrarmos pessoas vivendo em studios (ou, como são chamadas no Brasil, as famosas kitnets) de 11m², dividindo o aluguel com amigos ou buscando colocações. Isso porque, além de nada espaçosos, os aluguéis na França costumam ser caros (a essa altura você já percebeu).
Por isso, é bom se preparar para um estilo de vida diferente daquele que você vai deixar pra trás no Brasil. Há escassez de imóveis e, sobretudo, de terrenos. Aproveitamento de espaço é tudo.
Algumas residências estudantis, por exemplo, oferecem quartos que medem 14 metros quadrados por valores que começam em 722 euros. É muito dinheiro e pouco espaço, mas essa é a realidade da França, sobretudo na capital parisiense.
Cuidados ao alugar uma casa na França
Ao longo do artigo trouxemos uma série de recomendações importantes. Na condição de brasileiro que já passou perrengues para conquistar seu aluguel na França, meu objetivo é te deixar sempre alerta. Quando nos ajudamos, a vida de todos melhora, certo?
Dito isso, vamos recapitular:
- Nunca alugue um imóvel antes de visitá-lo. Algumas agências e proprietários oferecem este tipo de serviço e, infelizmente, as chances de se cair num golpe sob essas condições são enormes;
- Leia com atenção o contrato. Se você ainda não entende muito bem o idioma, como eu disse acima, peça auxílio a alguém de confiança ou mesmo a um tradutor. E, se alterarem o texto antes da entrega de chaves, por qualquer razão, leia de novo;
- Pesquise as regiões antes de fechar qualquer acordo. Assim como em qualquer outro lugar do mundo, existem partes perigosas na França. São mais baratas, é verdade, mas se seu bolso permitir, procure locais mais caros e seguros;
- Se um anúncio parece bom demais para ser verdade, é porque há algo errado;
- Não entregue seus documentos a qualquer um. Certifique-se de que a agência, intermediário ou particular são confiáveis. É praxe que as agências peçam cópias de documentos (fotos ou cópias físicas) de documentos de identificação, então fique atento;
- Tenha tudo documentado. E-mails, trocas de mensagens em aplicativos, cópias de contratos, capturas de tela de anúncios: vale tudo!
Tomando estes cuidados sua busca será mais fácil. Assim, quando menos esperar, estará com as chaves do seu novo lar!
Diz aí: gostou desse guia para alugar apartamento na França? Quer se inspirar em histórias de brasileiros que atravessaram o Atlântico em busca de uma nova vida? Recomendo o ebook “O sonho de viver na Europa”, que reúne depoimentos inspiradores e reflexivos em que imigrantes brasileiros compartilham os seus desafios e aprendizados.