A decisão de mudar de país nunca é fácil. Se você pensa em levar os filhos então, são muitos fatores que devem ser considerados, afinal, abrir mão da estabilidade do país de origem pode ser bastante desafiador. Por outro lado, pode ser uma experiência extremamente enriquecedora. Nesse artigo vamos tirar as principais dúvidas sobre morar na Irlanda com filhos.

Vamos lá?

Como morar na Irlanda com filhos?

Se você está pensando em morar na Irlanda com filhos, saiba que atualmente existe uma variedade de vistos e o primeiro passo é saber qual deles contempla a possibilidade de levar os pequenos na mudança para a Ilha Esmeralda.

A Irlanda é considerada um dos melhores países para se criar filhos e os motivos vão além da excelente qualidade de vida que o país oferece. A educação na ilha é obrigatória e gratuita dos seis aos dezesseis anos – e a boa notícia estende-se aos imigrantes também.

Entretanto, a tarefa de mudar de país com filhos é desafiadora e exige muito planejamento.

1. Faça uma boa pesquisa

A Irlanda é um país pequeno, mas o estilo de vida pode variar bastante de uma cidade para outra. Pesquise sobre as cidades e opte por aquela que melhor atende às suas necessidades.

Outra dica importante é pesquisar sobre a cultura irlandesa antes de embarcar. Chegar ao país com conhecimento acerca da cultura local evita frustrações e ajuda a criança a se adaptar com mais facilidade.

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2. Tenha conhecimento do idioma

Quando falamos em mudar para um país estrangeiro, saber comunicar-se no idioma local é imprescindível. Com os filhos na bagagem, o bom conhecimento do inglês torna-se uma necessidade.

Lembre-se que se optar por morar na Irlanda com filhos, você será responsável pelas tarefas mais básicas, desde ir ao mercado até matricular a criança na escola. Saber comunicar-se em inglês facilitará todas essas tarefas, acredite!

Quanto aos pequenos, saiba que eles costumam se adaptar ao novo idioma com mais facilidade que os adultos, já que estão em constante aprendizado de novos vocabulários.

3. Faça uma reserva financeira

Mudar-se de país sozinho exige um preparo financeiro. Quando falamos de levar os filhos, o cuidado é redobrado. Faça uma boa reserva financeira para evitar situações complicadas e fazer uma transição calma e segura.

Como é a adaptação dos filhos na Irlanda?

A boa notícia é que crianças são bastante flexíveis e isso facilita muito na adaptação a novos ambientes. Para facilitar a integração à nova rotina, é importante que a criança seja apresentada à cultura local através de experiências prazerosas.

Contato com outras crianças

Uma forma de facilitar a adaptação do pequeno é estimular o convívio com crianças da mesma faixa etária. Além de fazer novos amigos, essa é uma forma da criança ter mais contato com o idioma.

Na Irlanda é comum que as mães marquem “playdates” com outras crianças do bairro ou até mesmo da escola. Busque conhecer as famílias da região, assim, a chance de conhecer pessoas novas não se estende somente aos pequenos.

Conheça os arredores

Leve seu filho para conhecer o que a cidade tem de melhor para oferecer. A construção de memórias afetivas da criança pode começar a partir de uma visita carinhosa pela cidade. Aponte todos os benefícios que o lugar pode proporcionar.

E o clima?

A Irlanda é conhecida pelas baixas temperaturas e pelo clima instável. Entretanto, como a maioria dos adultos, as crianças logo se adaptam ao clima irlandês.

Clima na Irlanda é instável

Vale lembrar que as casas e vestimentas são pensadas a partir do frio. Isso significa que as casas já vêm com sistema central de calefação e as vestimentas são feitas com tecidos apropriados para o frio.

Precisa de visto para morar na Irlanda com filhos?

Sim. Segundo o INIS (Irish Naturalisation and Immigration Service), quem tem direito a levar seus filhos para morar na Irlanda são os dependentes ou cônjuge de cidadão europeu, que possuem o visto Stamp 3, os que apresentarem o visto de permanência, Stamp 4 ou que sejam cidadãos europeus.

Não é incomum ver brasileiros com visto de estudante que vão morar na Irlanda com filhos. Entretanto, infelizmente, essas pessoas estão em situação ilegal no país, uma vez que o visto de estudo e trabalho, o Stamp 2, não permite que o estudante tenha dependentes.

Agrupamento familiar

O visto de “reagrupamento familiar” nada mais é do que o Stamp 4. A permissão de moradia e trabalho full time, ou Stamp 4, é um dos tipos vistos para a Irlanda mais desejados pelos imigrantes, pois concede visto para cônjuges, filhos ou pais de europeus por um determinado tempo.

De acordo com o INIS, O Stamp 4 também se aplica para algumas exceções como refugiados, estrangeiros sob o programa de investidores e empreendedores, pesquisadores acadêmicos que viajem ao país a trabalho e estrangeiros que tenham um work permit.

Cidadania europeia

Segundo o site do Departamento de Imigração da Irlanda, familiares de cidadãos europeus podem entrar no país sem que haja a necessidade de um visto irlandês, desde que seja apresentado um documento chamado “Residence card of a family member of a Union citizen”. Esse é um documento que prova o vínculo familiar com o cidadão europeu.

O documento pode ser obtido com as autoridades de imigração de qualquer país do bloco europeu e deve ser apresentado no balcão de controle de imigração da Irlanda.

Caso o familiar seja menor de idade, a documentação exigida muda. A imigração irlandesa recomenda diferentes tipos de comprovações, a depender do caso.

Em linhas gerais, menores acompanhados dos pais não costumam ter problemas para passar na imigração. O oficial pedirá comprovação de vínculo apenas se julgar necessário.

No caso de menores viajando desacompanhados, é recomendável que seja apresentada uma evidência do consentimento de um dos pais ou do tutor do menor, o endereço completo da acomodação/residência e o contato do responsável por recebê-lo na Irlanda.

A lista completa das recomendações está no site oficial do governo da Irlanda.

Educação na Irlanda

Uma boa notícia para quem pretende morar na Irlanda com filhos, é que o país é mundialmente reconhecida por sua qualidade educacional. De acordo com o último relatório anual sobre os melhores sistemas de educação do mundo, realizado pelo World Top 20 Project, o país se destaca na 4ª posição entre os 20 melhores no mundo.

Educação infantil

Assim como na maioria dos países da Europa, a educação na Irlanda é obrigatória e gratuita dos seis aos dezesseis anos de idade. É importante ressaltar que a fila para entrar nas escolas é uma realidade no país, e a preferência, claro, será dada às crianças irlandesas.

Caso a sua criança ainda não tenha idade para frequentar a escola, deve-se considerar o custo extra com babá ou com creche.

Ensino médio

O ensino médio na Irlanda é chamado de Secondary School. Como é sabido, o país está sob forte influência do catolicismo e isso reflete diretamente no ensino, como é possível observar nas escolas, que em sua maioria são religiosas e divididas por gênero.

Ensino superior

A educação superior irlandesa é reconhecida por sua excelência. Segundo o Times Higher Education, a Irlanda possui nove universidades no ranking World University Ranking, com destaque para a Trinity College Dublin, classificada na 101ª posição.

Primeiramente, é importante saber que os níveis de educação da Irlanda são divididos entre primário, secundário e superior, também conhecida como “Third Level” – e é esta última classificação que nos interessa, pois é nela que se enquadram as universidades, institutos tecnológicos, faculdades de educação e faculdades privadas no geral.

O sistema herdado do Reino Unido possui um sistema de classificação próprio e para os que têm interesse em fazer uma faculdade na Irlanda, é necessário se atentar às diferentes certificações realizadas pelo National Framework Qualifications (NFQ). São elas:

  • Ordinary Bachelor Degree (NFQ Level 7): Bacharelado
  • Honours Bachelor Degree – Higher Diploma (NFQ Level 8): Diploma Superior
  • Masters Degree – Post-Graduate Diploma (NFQ Level 9): Mestrado
  • Doctoral Degree – Higher Doctorate (NFQ Level 10): Doutorado

Vale lembrar que a boa reputação do ensino superior é acompanhada de um alto investimento financeiro. Sim, estudar na Irlanda tem um custo alto, especialmente para cidadãos não-europeus.

Por sorte, com a elevada entrada de brasileiros no país nos últimos anos e com os acordos formalizados entre Brasil e Irlanda, as universidades passaram a investir em bolsas com desconto nas anuidades e em financiamentos estudantis para alunos internacionais.

Custos da educação na Irlanda

Como dito anteriormente, se o seu filho tiver menos de seis anos, é necessário considerar os custos com creche ou babá. Já dos seis aos dezesseis anos, a educação é obrigatória e gratuita, sendo a criança irlandesa ou imigrante.

A educação superior irlandesa é reconhecida por sua excelência e também pelo alto investimento. Para o estudante universitário, existe um bom leque de opções de universidades com qualidade educacional bastante elevada. Contudo, a Irlanda é um dos países europeus mais caros para se estudar, principalmente tratando-se da admissão de estudantes internacionais, que costumam pagar duas vezes mais do que o valor pago por cidadãos europeus.

Educação infantil na Irlanda

Abaixo, selecionamos algumas universidades com as suas respectivas anuidades de um curso bastante procurado por brasileiros na Irlanda, o Bacharelado em Negócios:

Universidade Anuidade para cidadãos europeus Anuidade para alunos internacionais
Trinity College Dublin 5.681€ 20.609€
Grifith College Dublin 6,000€ 12.000€
National University of Galway 7.874€ 13.924€/td>
University of Limerick 5.650€ 12.270€

Quanto custa viver na Irlanda com filhos?

Quando falamos dos custos de vida na Irlanda, é importante salientar que depende do estilo de vida de cada um e da cidade que irá morar.

Abaixo, elaboramos duas tabelas com uma média de gastos mensais, considerando um estilo de vida entre econômico e confortável para um casal com um filho.

Apartamento de 3 quartos fora do centro da cidade 1.553€
Refeições e supermercado 350€
Contas da casa 250€
Transporte (passe mensal) para 3 pessoas 300€
Lazer 250€
Valor médio total 2.703€

Valores médios consultados no site Numbeo em agosto de 2021.

Saúde

Em primeiro lugar, a boa notícia é que até os seis anos, o acesso ao sistema de saúde na Irlanda é gratuito.

Por outro lado, quando falamos de saúde, é importante frisar que há uma grande diferença entre o sistema de saúde brasileiro e o irlandês: com exceção dos portadores de Medical Card (um benefício concedido aos cidadãos europeus que estejam em situação de desemprego), não existe um sistema de saúde público. Isso significa que até para uma simples consulta será necessário pagamento.

Quando morava em Dublin e precisei dar entrada em um dos hospitais do centro, foi necessário pagar um valor de 300€ na hora ou não seria atendida. Poderia ter sido uma experiência ruim, mas por sorte estava com o seguro governamental em dia e havia contratado um seguro de saúde privado antes de viajar.

De acordo com um levantamento realizado em 2020 pelo Health Insurance Authority, a média anual de gastos com convênios de saúde foi de 2.059€ em 2019. Isso evidencia o alto gasto com a saúde privada irlandesa.

Entretanto, atualmente existem diversos planos de saúde com uma grande variedade de preços e, para quem pretende morar na Irlanda com filhos, o investimento em um bom plano de saúde é indispensável.

Educação

Como dito anteriormente, a educação dos seis aos dezesseis anos é gratuita. As únicas despesas costumam ser com material, uniforme, lanche e algumas escolas costumam pedir uma pequena contribuição anual (mas não é obrigatória).

Qualidade de vida na Irlanda

Não é segredo que a Irlanda é referência quando falamos em qualidade de vida. Quando morava em Dublin, era comum ver pessoas em trajes sociais lendo um livro sentadas em um café durante o horário de almoço. Cenas como essas me impressionavam, pois, estamos acostumados a uma rotina em que fazemos tudo correndo.

Isso só é possível quando a qualidade de vida é levada à sério: mobilidade urbana, segurança pública e salário mínimo ajustados de acordo com o custo de vida são pilares da vida na Irlanda.

No último ranking feito pelas Nações Unidas, a Irlanda ocupa o 2º lugar na lista de países com melhor qualidade de vida, ficando atrás apenas da Noruega.

Vim para a Irlanda e fiquei: conheça histórias de brasileiras que decidiram ficar no país.

Como escolher a cidade para viver com filhos na Irlanda?

A Irlanda é um país pequeno, mas o estilo de vida pode variar bastante de uma cidade para outra. Se você pensa em morar na Irlanda com filhos, saiba que lugares fora dos grandes centros urbanos se destacam.

Optar por bairros mais afastados pode ser uma boa, visto que as escolas fora do perímetro urbano costumam ser de excelente qualidade e menos disputadas.

Outra vantagem de morar fora do centro é que os seus filhos podem ter uma rotina mais sossegada e conhecer o “verdadeiro” dia a dia das crianças que moram no bairro. Dessa maneira, construir amizades e laços com o local torna-se mais fácil e natural.

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A Irlanda é um bom país para criar os filhos?

Não existe uma resposta exata, pois existem muitos fatores envolvidos quando falamos em morar na Irlanda com filhos. Criá-los em um país estrangeiro certamente é uma experiência enriquecedora. Entretanto, não é uma tarefa fácil.

Bons planejamentos – financeiro e emocional – são fundamentais para o processo de mudança de país e podem ser um ponto de partida para esse grande passo.

Quanto ao país, a Irlanda tem demonstrado uma receptividade crescente às famílias que querem começar uma vida nova no país, facilitando o acesso à educação e ao mercado de trabalho. Para quem busca segurança, qualidade de vida e educação, a Irlanda é uma excelente escolha.

Abrir mão da estabilidade do país natal pode ser bastante desafiador, mas é muito mais difícil lidar com a frustração de ter tido a chance de viver uma experiência incrível e não ter aproveitado. Com planejamento e cuidado, a mudança é possível.

Para buscar inspirações e reflexões, recomendo a leitura do E-book “O sonho de viver na Europa”, que reúne diversos depoimentos com os principais desafios de brasileiros que atravessaram o Atlântico em busca de melhor qualidade de vida.