A qualidade de vida na Itália é, sem dúvidas, um dos principais fatores a serem considerados quando nos vemos diante da decisão de se mudar ou não para o país da pizza e dos bons vinhos. É uma questão e tanto!

Pensando nisso, nós do Euro Dicas montamos este artigo, focado em você, que está buscando informações a respeito dos prós e contras de se viver na Itália. Aqui, você encontrará números concretos sobre a qualidade de vida no país, incluindo dados oficiais sobre IDH, acesso à saúde e educação, segurança e poder aquisitivo.

Como é a qualidade de vida na Itália?

Quando se fala em qualidade de vida, falamos em um conjunto de fatores que afetam o dia a dia das pessoas, como bem-estar físico e social, acesso à saúde, educação, habitação, saneamento básico e políticas públicas, poder de compra e outras circunstâncias da vida.

Em outras palavras, é uma avaliação geral da condição sociopolítico-econômica de um país. E claro, conhecer esses dados sobre a qualidade de vida é indispensável para quem está pensando em morar na Itália.

De acordo com dados do EUROSTAT, atualizados em 2020, a qualidade de vida na Itália foi avaliada por seus habitantes em 7,1 pontos, em uma escala de 0 a 10. O valor é um pouco abaixo da média europeia (7,3), e pode ser explorado através do infográfico interativo.

O país com a pior avaliação foi a Bulgária (5,4), e a Itália está à frente de países como Portugal, que conseguiu 6,7 pontos. Quem lidera a lista é Finlândia e a Irlanda (8,1). Países como França, Espanha e Alemanha estão acima da média europeia.

Qualidade de vida pós-Coronavírus

Em 2020, a Itália foi o país europeu que mais sofreu com a pandemia da Covid-19. A economia da Itália e qualidade de vida do país, de modo geral, vivenciou um período crítico e ainda passa por um processo de recuperação.

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Os dois lockdowns, decretados pelo Governo Central em março de 2020 e novembro de 2020, duraram por volta de três meses cada um, afetaram o acesso da população ao lazer e, consequentemente, o funcionamento de restaurantes, bares e hotéis, as principais atividades econômicas da Itália.

Desde o início da campanha de vacinação, a Itália registrou índices altos de adesão da população. Atualmente, o país conta com 79,5% de seus habitantes vacinados com as três doses. É o terceiro país europeu com maior taxa de vacinação, atrás apenas de Portugal e Espanha.

Por isso, a economia italiana tem retomado a sua rotina. A implementação do Green Pass permitiu que restaurantes, bares, cinemas e academias retomassem as suas atividades, o que aumentou a taxa de empregados entre 15 e 64 anos, de acordo com dados do ISTAT.

A reabertura total das fronteiras italianas, decretada em 1º de março de 2022, promete um crescimento ainda maior das atividades econômicas. Lentamente, a qualidade de vida na Itália tem voltado ao normal.

IDH na Itália

O Índice de Desenvolvimento Humano, conhecido como IDH, é um índice da ONU que analisa a condição de vida em um país através da renda, educação e saúde. Neste ranking, são analisados os dados de 189 países, divididos em: desenvolvidos, em desenvolvimento e subdesenvolvidos.

De acordo com os dados mais recentes, reunidos em 2020, a Itália ocupa a 29ª posição, com o seu IDH contabilizado em 0.892 pontos em uma escala de 0 a 1. A qualidade de vida na Itália é, portanto, considerada uma das mais altas do mundo. De fato, é colocada entre os países de “Nível de desenvolvimento humano muito alto”.

Na frente dela encontram-se países como Noruega, Suécia e Alemanha. Para se ter uma ideia, o Brasil encontra-se em 84º lugar, com 0.765 pontos, registrando uma queda de 5 posições em relação aos dados de 2019. Essa pontuação garante aos brasileiros o status de “Desenvolvimento humano alto”.

A região italiana com o maior IDH, de acordo com os dados de 2019, é a Emilia-Romana, com números comparáveis à Austria, que ocupa hoje a 18ª posição no ranking mundial. A Sicília, comparável à Argentina, é a região italiana com menor IDH, registrando 0.845 pontos.

Saúde na Itália

A saúde na Itália funciona de um modo parecido com o SUS brasileiro. Chamado oficialmente Servizio Sanitario Nazionale (SSN), o “SUS italiano” oferece uma cobertura nacional, acessível a todos. Porém, não é universal: isso significa que as consultas não são gratuitas e que cada cidadão paga pelo serviço utilizado.

O “ticket”, ou seja, cada receita ou encaminhamento emitido, é calculado com base na renda de cada família. Dessa forma, cada cidadão paga uma taxa diferente, adequada aos seus redimentos mensais.

Quem usa o SUS no Brasil sabe que cada bairro possui um posto de saúde, e lá encontram-se os clínicos gerais, ginecologistas, pediatras, etc. Na Itália, cada região da Comune (as cidades italianas) tem um ou mais médicos – dependendo do tamanho da cidade e sua densidade demográfica – e cada profissional tem o seu consultório próprio. São os chamados Medico di base ou Medico di famiglia.

Para todos os procedimentos médicos do SSN, a consulta com o medico di base é o primeiro passo. Assim como no Brasil, a qualidade de atendimento varia de acordo com a região: em locais com menos médicos, é comum ter que esperar meses por um encaminhamento.

Em muitos casos, as pessoas preferem recorrer ao sistema privado, onde o médico específico pode ser procurado diretamente. Esses médicos podem ou não aceitar planos privados de saúde, que podem ser contratados com planos de pagamentos mensais.

Veja como conciliar a mudança de país com saúde mental – na experiência de quem já está na Itália!

Segurança na Itália

A segurança na Itália é considerada uma das melhores da Europa. Podemos dizer que, de modo geral, a sensação de caminhar pela rua sem medo é comum em todo o país.

Em relação à criminalidade, Milão lidera o número de denúncias de furtos, totalizando cerca de 2.208,7 mil denúncias a cada 100.000 habitantes. A cidade com menos denúncia é a pequena Oristano, localizada na Sardenha, com 375,5 denúncias  a cada 100.000.

De modo geral, essa é a tendência no país: quanto menor a cidade, maior a qualidade de vida na Itália e menor o risco de furtos e outros crimes.

Educação na Itália

Se comparada com o resto da Europa, a educação na Itália deixa um pouco a desejar. Segundo os dados do EUROSTAT, a qualidade da educação na Itália não é uma das mais altas do continente, mas fica na frente de países como a Espanha, Romênia e Bulgária.

Prédio da Universidade de Ciências Gastronômicas em Pollenzo, Itália
Educação na Itália não se destaca como uma referência na Europa.

Em relação ao ensino superior, dados mostram que somente 28,9% da população italiana entre 30 e 34 anos conseguiu um diploma universitário.

Por mais que existam vários incentivos para cursar o ensino superior, como bolsas de estudo na Itália, a opção pela faculdade não é considerada a mais atrativa, entre os jovens, para conseguir um emprego.

Salários e Poder de compra na Itália

O poder de compra determina a capacidade de aquisição de bens e serviços de uma moeda. O valor médio italiano varia conforme a região, já que não existe um salário mínimo na Itália. Como regra geral: os salários são mais altos na região norte, assim como o custo de vida.

Para se ter uma ideia, é possível viver confortavelmente, sozinho, com um salário de 1.300€, em uma cidade da região metropolitana de Milão. Este salário, no entanto, não seria o suficiente sequer para alugar uma kitnet na capital italiana da moda, já que o custo de vida em Milão é um dos mais altos da Itália.

Por isso, caso esteja planejando a sua mudança, é recomendado pesquisar as oportunidades de trabalho, transporte e aluguel, calculando assim o seu próprio custo de vida na Itália.

Igualdade social

Segundo dados do ISTAT, existem 5,6 milhões de pessoas que se encontram em condição de pobreza absoluta no país. Esse valor corresponde a 7,5% da população. Em 2020, a porcentagem da população em condições de pobreza absoluta era de 7,7%.

A Itália é um país feliz?

Segundo o Relatório Mundial da Felicidade de 2021, a Itália aparece em 31º lugar, ficando atrás de países como Finlândia, Dinamarca, Noruega, Islândia e Países Baixos (Holanda). A classificação considera os dados e índices de desemprego, bem-estar social e acesso à saúde, educação, políticas públicas no geral.

Segundo o ranking iHappy, classificação feita pelo jornal italiano Corriere della Sera em 2018, as cidades mais felizes da Itália são:

  • Novara (Piemonte);
  • Gênova (Ligúria);
  • Lucca;
  • Perúgia (Úmbria);
  • Florença (Toscana).

Conforme o ranking do jornal milanês Il Sole 24 Ore, Trieste é a cidade onde se vive melhor na Itália, seguida de:

  • Milão (Lombardia);
  • Trento (Trentino-Alto Ádige);
  • Aosta (Valle d’Aosta);
  • Bolzano (Trentino-Alto Ádige).

Gastronomia italiana

A gastronomia italiana chama a atenção dos turistas do mundo todo! As pizzas, as massas, os vinhos, a bruschetta, os risotos e outros pratos clássicos, típicos das várias regiões italianas, são incomparáveis às suas versões internacionais.

Isso sem falar dos famosos doces italianos, como o cannoli, tiramisu e, a grande e deliciosa variedade de gelatos (sorvetes com base de leite). Existem também os doces que ainda não caíram nas graças dos estrangeiros, como a picante mostarda, típica da região norte.

O país adota a modalidade “slow food”, na qual as pessoas fazem as refeições com tranquilidade. A comida é sempre fresca, pois os alimentos vêm de produtores de cidades próximas, não perdendo o frescor e a qualidade por atravessar longas distâncias.

Apesar de a dieta ser rica em carboidratos (pães, pizzas e massas), os italianos consomem bastantes legumes refogados e assados, e frutas. As refeições, geralmente, são acompanhadas de saladas e legumes.

Uma particularidade gastronômica da Itália é o aperitivo. Ao contrário do Brasil, quase todos os drinks italianos são acompanhados de uma tábua de frios, focaccia e petiscos tradicionais, sem custo adicional. Por isso, é difícil encontrar italianos bêbados nas ruas!

Comparativo da qualidade de vida na Itália x Brasil

A qualidade de vida na Itália é mais alta do que a qualidade de vida no Brasil em termos de acesso à saúde, segurança, educação, políticas públicas e renda no geral.

Por mais que a Itália não seja um país perfeito, muitos serviços ainda são garantidos pelo Estado, como educação, saúde, políticas de bem-estar social. A sensação de segurança é alta, até mesmo nas cidades grandes.

Itália x outros países europeus

Os países do norte da Europa, como Finlândia e Suécia, lideram as classificações de qualidade de vida. Países escandinavos têm bons resultados em educação, salário, emprego e saúde.

A Itália também está atrás de países como França e Espanha, que oferecem melhores oportunidades de trabalho e mais subsídios às famílias.

Qualidade de vida na Itálila para idosos
A qualidade de vida na Itália reflete na população idosa.

O país se destaca como a nação com maiores taxas de “ultracentenários” na Europa. No dia 1º de janeiro de 2021, a Itália contabilizou 17.156 pessoas com mais de 100 anos! É um aumento significativo em relação ao ano anterior, que registrou 14.804 idosos com mais de um século de vida.

Ranking dos melhores países para morar: a posição da Itália

Segundo o site World Population Review, a Itália aparece na 29ª posição entre os Melhores países para se morar no Mundo. Os primeiros lugares foram ocupados por Noruega, Irlanda e Suíça (empatadas em segundo lugar), Islândia e Hong Kong (empatados em quarto lugar), e Alemanha.

Ainda de acordo com este ranking, que considerou o IDH, índices de felicidade da população e oportunidades de trabalho e estudo, a Itália está à frente de Portugal.

Cidades com melhor qualidade de vida na Itália

As 10 províncias italianas com melhor qualidade de vida, de acordo com o jornal Il Isole 24 Ore, são:

  • Trieste;
  • Milão;
  • Trento;
  • Aosta;
  • Bolzano;
  • Bologna;
  • Pordenone;
  • Verona;
  • Udine;
  • Treviso.

Opinião: como é a qualidade de vida na Itália?

Morei no Brasil por mais de 30 anos, e só comecei as minhas viagens para o exterior com essa idade. Visitei brevemente outros países europeus, mas o único lugar que morei foi na Itália. Ao mesmo tempo que as diferenças são gritantes, algumas coisas me pareceram familiares.

Já morei em três cidades diferentes, todas próximas a Milão, e uma imensa diferença é a segurança. Me sinto à vontade para caminhar pelas ruas à noite, e faço boa parte das minhas atividades diárias a pé ou de bicicleta.

As cidades vizinhas às grandes capitais possuem transporte público de fácil acesso. Muitos italianos possuem veículos próprios, o que pode aumentar o volume de carros durante horários de pico. Por isso, os trens e metrôs são as melhores opções!

A comida é, sem dúvidas, maravilhosa. Os brasileiros, que sentem falta de um café forte pela manhã e ao longo do dia, se adaptam com facilidade à gastronomia italiana.

Um ponto negativo (em partes!) é o horário de trabalho: a maior parte das lojas fecham entre 12h e 15h, sendo difícil escapar da jornada lavorativa no horário de almoço para fazer compras.

A oferta de trabalho pode ser um fator negativo, dependendo da área de trabalho e nível de especialização. Existe ampla oferta de empregos na área de serviços, especialmente em cidades turísticas, mas os salários nem sempre são atrativos.

Minha dica final é: se você busca tranquilidade, até mesmo a vida das metrópoles italianas, como Roma e Milão, é menos caótica que as capitais brasileiras. Os italianos, de maneira geral, colocam a qualidade de vida em primeiro lugar!