Pandemia, inflação e tensões geopolíticas afetaram a economia mundial nos últimos anos. Como está a economia da França, considerada uma das maiores do mundo, diante deste cenário? Neste artigo vamos responder esta pergunta e compartilhar algumas previsões para o ano de 2023.

Como é a economia da França?

Com mais de 67,8 milhões de habitantes, a França é a 7ª maior economia do mundo e a 2ª maior da União Europeia.

Após uma recessão em 2008, enfrentar uma pandemia e sofrer os impactos econômicos causados pela Guerra na Ucrânia, o país registou um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,6%, em 2022, após o avanço de 6,8% em 2021 e a contração de 7,9% em 2020.

Os dados são do Instituto Nacional de Estatística e Estudos Econômicos (Insee) do país, que confirma um cenário de estabilidade, apesar do crescimento moderado da economia.

Principais indicadores da economia da França

Se você está pensando em morar na França, ou até mesmo investir no país, é preciso acompanhar os principais indicadores de economia para entender a saúde geral da economia e o mercado de trabalho francês.

Os indicadores mostram se a economia do país está crescendo ou encolhendo, se a inflação está aumentando ou diminuindo, se a taxa de desemprego está alta ou baixa, entre outras informações relevantes.

Para facilitar o processo, listamos a seguir os principais dados da economia da França para você:

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PIB

O Produto Interno Bruto (PIB) é utilizado para medir a produção de bens e serviços do país em um determinado período. Ele reflete o desempenho da economia e é utilizado para avaliar o crescimento econômico, o consumo e o investimento.

O Insee é o responsável pela coleta e publicação dos dados da econômica da França e divulga trimestralmente para consulta da população. Confira a evolução do PIB nos últimos anos, com 2,6% em 2022:

Gráfico do PIB da França
A evolução do PIB da França de 2016 a 2022

Dívida pública

A dívida pública é um indicador avaliar a saúde financeira de um país e sua capacidade de honrar suas obrigações financeiras.

Na França, a dívida pública tem sido motivo de preocupação nos últimos anos, com um nível relativamente alto em relação ao seu PIB. Sendo uma das principais razões, o aumento da contribuição do governo, que está contraindo empréstimos através da emissão de títulos de longo prazo.

Em 2022, a dívida pública da França subiu para 2,95 trilhões de euros, correspondendo a 111,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, após 112,9% em 2021 e 114,6% em 2020, de acordo com os dados do Insee.

Inflação na França

A inflação mede a variação dos preços dos bens e serviços ao longo do tempo, através do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), e também é uma forma de avaliar a saúde econômica de um país. Ela pode afetar diretamente a vida das pessoas, uma vez que o aumento dos preços reduz o poder de compra da população.

Na França, a inflação é monitorada pelo Banco Central Europeu (BCE), que define metas de inflação para os países da zona do euro, e pelo Insee.

Em 2022, as tensões sobre os preços de energia e commodities causaram alta inflação, que atingiu 5,9% na média anual.

A taxa de inflação na França atingiu 7,3% em março de 2023, em relação ao mesmo mês do ano passado, o valor mais elevado desde 1996, segundo dados do Insee.

Legumes à venda em mercado
O preço dos alimentos aumentou em 15% com a inflação na França. Foto: Nathane Costa

Com aumento de aproximadamente 15% do preço dos alimentos, em fevereiro. Principalmente dos vegetais, frutas, pão, cereais, carne e lacticínios.

O preço dos serviços aumentou de 2,6%, em janeiro, para 3%, em fevereiro. Enquanto a inflação dos bens industriais subiu de 4,5% para 4,7% e a de energia caiu de 16,3% para 14,1%, no mesmo período.

Para proteger e assegurar o poder de compra da população, o governo decretou medidas emergenciais diante do aumento da inflação, fortemente ligada às consequências da guerra na Ucrânia e ao aumento do preço da energia.

Taxa de juros de empréstimos

A taxa de juros de empréstimos é um indicador que afeta diretamente o consumo e o investimento das empresas e dos indivíduos, como, por exemplo, na compra de uma casa na França.

Na França, a taxa de juros de empréstimos é determinada pelo Banco Central Europeu (BCE), que define o nível de variação das demais taxas com base nas condições econômicas da União Europeia.

Segundo o BCE, a taxa de juros na França aumentou de 3%, em fevereiro, para 3,5% em março de 2023. Os dados são atualizados mensalmente e divulgados para consulta pública.

Em relação ao crédito para habitação, o Banco da França registrou uma taxa de crescimento anual do número de empréstimos para pessoas físicas de 4,8% em fevereiro de 2023.

Taxa de desemprego na França

A taxa de desemprego na França caiu para 7,2% da população ativa no quarto trimestre de 2022, o nível mais baixo desde o início de 2008, segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

O número de desempregados atingiu 2,2 milhões de pessoas, ou 45 mil a menos em relação ao trimestre anterior.

De acordo com o Banco da França, em dezembro de 2022 foram registrados 337.000 empregos assalariados adicionais no setor privado em relação a dezembro de 2021.

Sendo assim, a taxa de desemprego é 0,3 pontos inferior ao nível do ano anterior e 1 ponto inferior ao nível anterior à crise sanitária (final de 2019), segundo o informe do Insee.

Onde acompanhar os indicadores da economia francesa?

Para acompanhar os indicadores econômicos da França, você pode acessar a principal fonte deste artigo, o Instituto Nacional de Estatística e Estudos Econômicos (Insee).

Além deste órgão, você também pode consultar os dados e previsões econômicas nos seguintes portais para se manter informado sobre a economia na França:

O impacto dos imigrantes na economia da França

A imigração pode contribuir positivamente para o crescimento econômico de um país. A França, que tem um histórico de acolhimento de estrangeiros, registrou 7 milhões de imigrantes em 2021, o que corresponde a 10,3% da população total, sem contar as pessoas que estão irregulares.

Os dados mais recentes são do Insee, que revelam que 2,5 milhões de imigrantes, 36% deles, adquiriram a cidadania francesa desde a sua chegada à França.

A maioria dos imigrantes que vivem na França nasceram na África, dado que corresponde a 47,5% dos estrangeiros no país, seguindo por 33,1% de europeus e 13,6% da Ásia. A população brasileira na França corresponde a mais de 80 mil pessoas, de acordo com o Itamaraty.

Passaporte do Brasil
Mais de 80 mil brasileiros vivem na França. Foto: Nathane Costa

Segundo dados do Ministério do Interior, em 2022, a França emitiu 1,7 milhão de vistos em comparação com 733.070 em 2021, um aumento de 137,1%. E um dado curioso é que o agrupamento familiar deixou de ser o principal motivo para solicitação de residência, ultrapassado pelas solicitações de estudantes.

Isso é um dos resultados das medidas para facilitar a imigração de profissionais qualificados no país, como os detentores do Passaporte Talento. Mas é fato que os imigrantes ocupam os mais variados postos de trabalhos, desde os considerados subempregos aos dentro da própria área de estudo.

Para se ter uma ideia, na França, 1 emprego a cada 10 é ocupado por um imigrante. Na Île-de-France, a região parisiense, o número aumenta para 1 emprego a cada 5.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que apresenta estudos sobre efeitos da imigração nas finanças públicas, apontou que na França a contribuição líquida dos imigrantes é estimada em 0,25% do PIB do país, média do período 2006 a 2018.

Concluindo que a contribuição dos imigrantes, principalmente nos primeiros 3 anos, para a receita tributária é grande o suficiente para financiar o gasto público adicional gerado por sua chegada.

Previsões para a economia da França em 2023

As perspectivas para economia da França em 2023 são positivas, apesar das incertezas, e a probabilidade de uma nova recessão é muito baixa.

“O risco de recessão que pairava sobre as nossas economias pode agora ser afastado, salvo um grande evento global”,  garantiu François Villeroy de Galhau, gestor do Banco da França.

Segundo relatório divulgado pelo Banco da França, a inflação do país deve cair nos próximos meses, principalmente na segunda metade do ano, fixando-se numa média anual de 5,4%.

Porém, estima-se uma persistência da inflação dos produtos alimentares no primeiro semestre de 2023. Já a inflação nos serviços deverá ser impulsionada, de forma mais duradoura no decorrer do ano.

Crescimento tímido, mas positivo

O crescimento econômico no país deverá manter-se ligeiramente positivo, com uma taxa trimestral na média dos 0,1%. Então, o ritmo de cresceria gradualmente no final do ano, com o PIB aumentando aproximadamente 0,6% em 2023.

Em 2023, o poder de compra per capita deverá manter-se estável (-0,1%), devido ao aumento em 6% do salário médio per capita (SMPT), o salário mínimo francês, que inclui horas extras e gratificações.

As famílias deverão recorrer moderadamente às suas poupanças para realizar compras, devido ao aumento do desemprego na França e aos receios gerados pela situação geopolítica internacional.

Apesar das projeções, não se deve confiar 100% nelas, pois como o próprio gestor do Banco da França afirmou, não se tem controle dos eventos globais e a Guerra da Ucrânia ainda não acabou, infelizmente.

Com o atual cenário da economia da França, vale a pena investir no país?

Sim. Apesar da inflação, o ano de 2022 foi o mais atraente de todos os tempos para investidores estrangeiros na França, segundo os dados publicados pela Business France.

O país recebeu 1.725 projetos de investimento de estrangeiros, que resultaram na criação ou manutenção de 58.810 empregos.

O ano de 2022 registou um aumento de 23% no número de projetos de Pesquisa e Desenvolvimento, em relação a 2021, e um aumento de 53% nos postos de trabalho criados neste tipo de projeto.

As novas aberturas de empresas na França representaram 50% de todos os investimentos. Enquanto as expansões representaram 46%, ilustrando a renovação da confiança na economia do país por grupos estrangeiros que já operam em solo francês.

Os 5 principais setores de investimento estrangeiro na França, segundo dados do Business France, em 2022:

  • Atacado e varejo (13%);
  • Consultoria e serviços empresariais (10%);
  • Softwares e serviços de TI (9%);
  • Energia e reciclagem (5%);
  • Equipamentos elétricos e de informática (5%).

O setor de serviços foi responsável por 49% dos projetos identificados, com destaque para os setores de energia e reciclagem, equipamentos elétricos e eletrônicos e agroalimentar.

E 43% dos projetos em 2022 deram preferência a investimentos em cidades da França com menos de 20 mil habitantes.

A lei francesa favorece o investimento de estrangeiros no país e muitos brasileiros optam por empreender nos setores de comércio de alimentos, estética, entre outros. Você pode verificar nosso artigo sobre como abrir uma empresa na França.

Além disso, a França lançou o plano France 2030, que prevê um investimento de 54 bilhões de euros para transformar de forma sustentável setores-chave da economia (energia, automóvel, aeronáutica) através da inovação tecnológica.

São muitas possibilidades de investimento para serem analisadas, não é mesmo?

Quais os melhores setores para investimento?

A França é uma economia aberta, que atrai turistas, talentos e capital estrangeiro.

Se você tem vontade de investir na França e não sabe por onde começar, listamos a seguir os setores que estão em alta:

  • Pesquisa e Desenvolvimento: desde 2007 a França vem aumentando seus investimentos no setor, que incluem fabricação de automóveis, aeronaves e espaçonaves, produtos farmacêuticos, atividades científicas e serviços de TI e informação;
  • Energias renováveis: a França fez da transição ecológica um dos pilares de seu desenvolvimento e tem se comprometido a reduzir sua dependência de combustíveis fósseis, com grande potencial em energia eólica e solar;
  • Tecnologia: a França possui um ecossistema de startups em constante crescimento e uma forte presença no setor de tecnologia, com empresas como a Ubisoft e a OVHcloud.
  • Agroalimentar: a França é um grande produtor agrícola e, seguindo as tendências atuais, tem se destacado na produção de alimentos orgânicos e sustentáveis. Os produtos BIO são muito apreciados pelo público francês.

Além disso, o país também é um importante destino para investimentos em imóveis e turismo, que como detalhado, é um dos grandes responsáveis pelo PIB da França.

É importante destacar que cada investidor possui um perfil e objetivos. Por esse motivo é importante fazer uma análise cuidadosa do setor em que deseja investir, assim como acompanhar os principais indicadores citados neste artigo.

Histórico da economia da França

Nos últimos anos, a economia da França passou por diferentes desafios que afetaram significativamente o país, levando a uma desaceleração do crescimento econômico com a inflação no bolso do consumidor.

Para entender melhor o cenário atual, fizemos um recorte de três momentos históricos das duas últimas décadas para a economia francesa: a crise de 2008, a pandemia da Covid-19 e a recente guerra na Ucrânia.

Crise de 2008 na França

A crise de 2008, também conhecida como “Crise Subprime” ou “Grande Recessão”, deixou sua marca na economia global devido a sua rápida propagação.

Ela ocorreu em 3 etapas:

  • Crise do crédito imobiliário nos Estados Unidos;
  • Crise financeira;
  • Crise mundial.

Para entender melhor como tudo começou: os bancos americanos concederam empréstimos a juros muito baixos para famílias de baixa renda. Eles eram chamados de subprime, porque eram uma ação de alto risco.

No entanto, o banco central dos Estados Unidos (FED) decidiu aumentar a taxa de juros desses empréstimos de 1% a 5% entre 2004 e 2006, por conta da inflação. Com isso, muitas famílias não conseguiram pagar suas dívidas e perderam seus imóveis para os credores.

A venda dos imóveis pelos bancos acabou contribuindo para uma queda nos preços do setor imobiliário, devido à oferta maior que a demanda. Ou seja, houve uma desvalorização e prejuízo financeiro, que consequentemente culminou na falência de algumas instituições bancárias.

Assim, a crise financeira de 2008 se transformou em uma crise econômica marcada por uma recessão global. Já que através da securitização, os subprimes eram comercializados nos mercados internacionais na forma de títulos.

2 milhões de desempregados na França

Na França, a crise ficou marcada pela queda da produção industrial e aumento acentuado do desemprego. Entre o final de 2007 e julho de 2009, a taxa de desemprego aumentou dois pontos e atingiu 9,8%, com mais de 2 milhões de pessoas sem trabalho.

O banco BNP Paribas congelou 1,6 bilhão de euros em fundos e outras instituições decidiram fazer o mesmo para reduzir seus riscos, prejudicando o mercado financeiro com um choque de liquidez.

O crescimento anual da França atingiu apenas 0,4%, após um aumento de 2,3% em 2007, com todos os efeitos da crise e a desaceleração do comércio mundial.

Em dezembro de 2008, o então presidente da França, Nicolas Sarkozy, anunciou a implementação de um plano de recuperação da economia, com financiamento pelo governo em grandes obras e a concessão de auxílios sociais para estimular o consumo e o investimento.

Essas medidas ajudaram a estabilizar a economia francesa, mas os efeitos da crise foram sentidos por muitos anos.

Crise da Covid-19 na França

A crise da Covid-19 afetou significativamente a economia da França. O país foi um dos mais afetados na Europa, com mais de 38 milhões de casos confirmados e 162 mil mortes, dados de abril de 2023.

As medidas de restrição para conter a propagação do vírus impactaram fortemente vários setores da economia, especialmente o turismo, a cultura e os serviços de alimentação, com uma queda de mais de 50% em 2020, num cenário sem pandemia.

No segundo trimestre de 2020, França registrou uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 13,8%, o pior resultado desde 1949.

Em dezembro de 2020 foi iniciada as vacinações contra a Covid-19 no país, que precisou realizar três confinamentos e fechar suas fronteiras para a entrada de estrangeiros, inclusive para brasileiros.

A flexibilização do confinamento e a reabertura da economia, com a liberação de viagens, deu início em maio de 2021 e foi avançando com o aumento da cobertura vacinal na população.

Durante a pandemia, o governo lançou as seguintes medidas para retomada econômica da França:

  • Plano “France Relance”, com um investimento de 100 bilhões de euros, com o apoio financeiro da União Europeia, em diferentes setores para acelerar as transformações ecológicas, industriais e sociais do país;
  • Fundo de Solidariedade, para auxiliar financeiramente com 6 bilhões de euros aqueles que tiveram suas atividades afetadas pela pandemia;
  • Linhas de crédito garantidas pelo Estado;
  • Suspensão de aluguéis comerciais para empresas com menos de 250 trabalhadores;
  • Pagamento de salários para pequenas empresas que mantivessem seus funcionários empregados durante a crise;
  • Facilitação do acesso ao seguro-desemprego.

Mesmo com as medidas adotadas, a França finalizou o ano de 2020 com uma queda do PIB de 7,9%. Porém, em 2021, o PIB aumentou 6,8% em volume, registrando uma clara recuperação da economia, assim como a melhoria da situação da saúde.

Guerra da Ucrânia e o impacto na França

A economia francesa começava a se recuperar da pandemia da Covid-19 e passa a sofrer as consequências da Guerra da Rússia contra a Ucrânia, que eclodiu em fevereiro de 2022.

Para começar, a Rússia é o principal exportador de gás, petróleo e carvão para os países da União Europeia, o que desencadeou uma crise energética com as sanções contra o país.

Com o aumento do preço do gás e do petróleo, aumenta o custo de produção das empresas e reduz o poder de compra da população, contribuindo diretamente para a inflação no custo de vida na França.

Em um ano, o preço do gás teve um aumento de mais de 600%. Segundo o Insee, na França, o preço da energia subiu 30% entre março de 2021 e março de 2022. Subindo mais 14,1% em março de 2023.

O governo reagiu com medidas para conter o aumento dos preços, que afetou principalmente o setor de alimentos, como grãos e óleo de girassol, que subiu 15,8% em um ano.

  • Cheque energia: auxílio de 100 euros para mais de 5,8 milhões de famílias durante o inverno na França;
  • Subsídio para despesa com gás e eletricidade em grandes empresas;
  • Desconto de combustível: subsídio de 15 centavos de euro por litro aos distribuidores de combustíveis para ser repassado ao consumidor final;
  • Apoio aos setores mais expostos e empresas exportadoras para garantir a disponibilidade de cobertura de seguro de crédito para o comércio;
  • Aumento de 4% nos benefícios sociais;
  • Refeição completa nos restaurantes universitários por 1€ para estudantes de baixa renda.

Além disso, devido à guerra, a França, através da Lei de Programação Militar, prevê um investimento de 413 bilhões de euros, no período 2024-2030, para ajudar a repor os estoques e modernizar os exércitos com o apoio da indústria.

Outra ação do governo francês foi acolher os refugiados da Ucrânia. Em 2022, 65.833 ucranianos foram beneficiados com uma autorização de residência temporária (APS) para receber proteção temporária no país.

Quais as principais atividades econômicas da França?

A atividade econômica de um país é classificada em três setores: primário (exploração dos recursos naturais), secundário (atividades industriais) e terciário (serviços).

Na França, considerado um país com uma das economias mais desenvolvidas e diversificadas do mundo, há uma forte presença nos setores de serviços, indústria e agricultura.

A agricultura na França corresponde a 1/4 da produção agrícola total da União Europeia. Com destaque para o trigo, milho, uvas para a produção de vinhos e pecuária. Porém, esse setor corresponde a apenas 1,6% do PIB do país, segundo os dados do Banco Mundial.

Para se ter uma noção, em 2021 (Insee), os serviços mercantis, que correspondem ao comércio, representaram 56,5% da economia francesa, seguido pela manufatura, mineração e outras indústrias com 13,01%. A agricultura atingiu 1,9%.

Na indústria manufatureira, vale destacar os setores de:

  • Telecomunicações;
  • Eletrônicos;
  • Automobilístico;
  • Aeroespacial;
  • Armamentístico.

O setor terciário, que representa os serviços, é o que mais emprega e movimenta a economia, com 71,2% do PIB francês. Não é para menos, já que a França é o maior destino turístico do mundo, recebendo mais de 91 milhões de turistas anualmente.

Produção e exportação francesa

A França é o 6º maior exportador mundial de bens e serviços do mundo, com mais de 144.400 empresas movimentando a economia.

Em 2022, foram mais de 594,5 milhões de euros em exportação de mercadoria, o que corresponde a mais de 18,5% em relação ao ano de 2021. Com destino, em grande parte, para países da União Europeia.

De acordo com o último relatório anual do comércio exterior, produzido pelo Ministério da Economia, as 5 principais exportações francesas são:

  • Aeronáutica e espaço;
  • Produtos químicos, perfumes, cosméticos;
  • Produtos agrícolas e agroalimentar;
  • Farmacêuticos.

O setor é impulsionado pelos vinhos e bebidas alcoólicas, em que as exportações bateram todos os recordes em 2021, com 15,5 milhões de euros faturados, mais de 11% em relação a 2019, e um superávit comercial de 14,2 milhões de euros.

Vale a pena morar na França na atual situação econômica?

Sim. O governo francês está realizando diversas medidas para que a população mantenha seu poder de compra e reajusta o salário mínimo anualmente, às vezes até mais de uma vez, para acompanhar a inflação.

Eu moro na França, especificamente em Bordeaux, há pouco mais de 1 ano e estou muito satisfeita com tudo o que o país tem a oferecer, desde ao transporte público de qualidade, segurança, oportunidades de cursos profissionalizantes para entrar no mercado de trabalho e um sistema de saúde que funciona.

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